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Às trutinhas também, mas à moda brazuca


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  • Patrono

Galera mosqueira indo em massa nas trutinhas nesse começo de ano!! Uns pra patagônia, outros pra riozinhos da região serrana do sudeste e sul, e alguns felizardos até pra Nova Zelândia (êta inveja desses caboclos sortudos!!). E cá entre nós, eles tem toda a razão de correrem atrás das criaturinhas, pq não tem pesca melhor no alto estilo mosqueiro que uma trutinha no vadeo. Me coçando todo, resolvi ir tb. Mas fui atrás delas bem no centrão brasileiro, no calor árido do cerrado goiano. Mas peraí, no hay alguna trucha aí não ? Truta no cerradão ? Nada disso, nada de tretas, e a minha trutinha tb não tem que enrolar portunhol nem portuinglish. Atende num legítimo português e tem até um nome tupiniquim. Sim, estamos falando da pirapitinga-do-sul, a nossa clone das trutas, que tem tudo que as gringas tem e até mais, com a vantagem da ampla distribuição Brasilzão afora. Seu habitat é bem vasto e abrange boa porção do país, do sudeste ao centro-oeste, e abarca várias bacias, do Tocantins ao Paraíba-do-Sul, passando por Paranazão e São Francisco, enfim, uma boa parte de brasileiros que nunca ousou ou teve o privilégio de conhecer a pesca da truta em terras longínquas, mas que sonha um dia desfrutar dessa emoção que é tida por muitos como o supra-sumo na pesca com mosca, pode sim desfrutar do mesmo sabor, bem mais perto de casa, bastando que se procure pelos rios de cabeceira, com água bem oxigenada e limpa, que certamente achará na pirapitinga as mesmas emoções que vivenciaria com as gringas, sem nada a dever, em tudo. De fato, tudo rigorosamente igualzinho em tudo, desde a forma de se pescar, as moscas utilizadas, o tipo de rio, o jeito de pegar e de brigar, com direito a saltos e corridas, com força inimaginável pelo pequeno porte, enfim, tudo clone absoluto da truta. Até no tamanho se assemelham, alcançando pouco mais de kilo, sendo comum entre palmo e palmo e meio, ou algo como 200-500g. Igual às trutinhas, não é ? Só é bem brasileiro, legítimo!!

A convite do amigo Leandro Vitorino, da GoFly (http://goiasfly.blogspot.com/), tive o privilégio de pescar por dois dias neste feriadão de Páscoa em alguns riozinhos próximos à Pirenópolis, uma pequena cidade turística a cerca de 2h a oeste de Brasília que lota nos fds e feriados com sua arquitetura colonial muito bem preservada (que lembra outras famosas pequenas cidades coloniais como Tiradentes), e vários rios e cachoeiras de água limpa perto. O Leandro é uma pessoa de carisma extrema, médico por profissão, mas apaixonado pelo cerrado e pela pirapitinga, luta através do projeto Pirapitinga-do-sul pela preservação de ambos, procurando conscientizar desde fazendeiros a pescadores ribeirinhos da sua região a preservarem ambos, sendo que a pirapitinga já configura entre as espécies mais ameaçadas de extinção seja pela degradação do ambiente onde vivem (queimadas e devastação da mata), como pela poluição e pesca predatória. Em épocas de maior incidência (época das tanajuras), os ribeirinhos que apreciam muito sua carne, matam por dia centenas da espécie, tanto de anzol como de outros meios mais ousados como redes e tarrafas. Para tentar reverter o quadro, o Projeto contempla estudo e manejo da espécie para compreender melhor suas características e necessidades, inclusive um possível repeixamento (ele já colheu vários matrizes, mantidos com devido cuidado em tanques, prontos para dar crias), e um trabalho de transformação de pescadores ribeirinhos da condição de matadores em guias que orientem pescadores esportivos vindos de fora, bem como conscientização junto a fazendeiros locais quanto ao manejo eco-sustentável de suas fauna e riqueza naturais.

Num raio de uns 50km em torno de Pirenópolis encontram-se vários riachinhos habitados pelas pirapitingas, com água rasa e limpa, onde é possível caminhar-se no seu leito e sua margem, permitindo longo dia de vadeio. É tudo que um mosqueiro deseja!! E assim fomos, rio acima (como manda o bom figurino), lançando mosquinhas sob as matas debruçadas sob as margens, atrás de pedras, remansinhos junto a corredeiras, poções mais fundos, todos pontos altamente potenciais que possam esconder as danadinhas das trutas, ops, digo pirapitingas. Como veem, todos pesqueiros exatamente iguais aos que vislumbramos quando corremos atrás das trutas. E assim como elas, as pirapitingas são bem “chatinhas”. Não aceitam muitos erros do pescador. Nada de mosca pousando várias vezes fora do “ponto”, linha caindo forte, nem mordem qualquer coisa. Ora preferem mosca seca, outras vezes uma grande atratora, outras vezes uma ninfa, e por aí o pescador vai se desdobrando como pode no desafio ao arisco peixe. E assim como as ariscas trutas, onde se teve uma ação, mesmo vendo que há mais da espécie, raramente pega-se mais. Mas isso tudo faz da sua pesca um apaixonante esporte!!

E desta vez (foi a minha segunda incursão na região), tivemos sorte. As pirapitingas estavam maiores que de costume e, pra melhorar ainda mais, caindo bem em moscas flutuantes. Não há coisa melhor que ver uma forte explosão na superfície!! E elas batem com mais violência que as “primas trutas”. Tivemos explosões tão fortes que lembravam até os ataques explosivos de tucunaré. O coração chegava a sair da boca, e claro, o pescador panelava geral pq ficava inerte diante de tamanha violência, esquecendo até de fisgar o peixe. Outras vezes, no susto, rebentava a linha ou abria o anzol de tão forte reagia ao ataque tão frenético. E como todo bom peixe que salta muito, e com boca pequena e dura, é difícil a tarefa de cravar e manter o peixe no anzol. Tivemos um aproveitamento que mal chegou à metade das ações todas que tivemos. É duro posarem para fotos, mas só as ações vividas já pagam o ingresso!! Foi bom demais!!

Equipamento usado: varinha #4 curta, entre 6’6” e 8’6” de ação moderada, carretilha de freio simples click, leader cônico de uns 9 pés com tippet entre 0,18 e 0,23mm (não é bom muito mais fino, pq como tem dentaduras fortes, se engolem a mosca, podem cortar). Moscas variadas, desde ninfas, com destaque para a pouca-família (http://goiasfly.blogspot.com/2010/06/pouca-familia-o-atado-dessa-mosca-me.html), montana, stonefly, a pequenos streamers, como sushi e wooly bugger, passando por secas como parachute, humpy e caddis, mas o grande barato mesmo foram os griilos,cicadas, chernobils, havaianas, madam-x, stimulators e demais atratoras grandes que promoviam fortes explosões e selecionavam melhor o tamanho das presas.

Seguem fotos dos nossos dois dias de PDIzão pelo cerrado, onde não faltou foram emoções fortes!! Valeu amigão Leandro por me proporcionar tanta alegria!! Até a próxima!! E quero ver agora é o amigo se virando com as trutinhas gringas!! Tou te esperando, viu!! Vc vai ver que é tudo igual!! Só o nome que muda, e a temperatura do ambiente.

Inúmeras porteiras e cocheiras até chegar no destino. Bom sinal, qto mais difícil chegar, menos gente incomodando as danadinhas

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Hora de deixar o carro e partir pra feijão

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Com os guias Luís e Ney, que conhecem como palma da mão todos os esconderijos de pirapitingas na região. Era hobby deles pescar e matar as pirapitingas, mas agora vão passar a levar turistas e ajudar a preservar a espécie.

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Pequenas caminhadas de hora e pouco até achar ponto bem isolado do rio. Pirapitingas não gostam de tumulto nem agito. Tá parecendo Nova Zelândia, outro lugar onde é preciso andar muiiiito até os peixes.

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Luís nos mostrando onde o rio percorre, lá no fundão

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Mal chegamos, o Leandro já avista umas pirapitingas nadando no poção lá em baixo. Temos que descer rápido!!

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Chegamos no bonito poção estilo cânion

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Detalhe da pouca-família na boca gulosa

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Pequena mas valente pirapitinga

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O nosso guia Ney pegando tb a sua pirapitinga, usando sua arte, das tanajuras

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E aprendendo a devolver para preservar. Que beleza!!

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Hora do lanche

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E o meu troféu, que cantou aos berros a Hardy e embodocou a bambuzinha do Beto que é uma beleza!!

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Detalhe da dentadura afiada

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Gorda, devia estar prenha. Foi devolvida com muito carinho ao rio. Espero que viva para dar muita prole e muitas alegrias mais no futuro.

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Enfim, fim de vadeio. Acabou-se o que era doce. Hora de encarar mais uma longa caminhada pela mata até o carro. Dureza para as pernas já mortas de dia inteiro de pdi. Mas de alma super lavada.

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Mosquinhas matadeiras: gafanhotos, grilos, pouca-família, etc

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  • Patrono

Babo por uma oportunidade de pescar trutas, mas essa das pirapitingas!

Cara! Só bairrista mesmo!

E os trechos variados do rio? Que espetáculo, tomara que prospere a nova atividade que está sendo desenvolvida neste local!

Baita abraço!

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  • Mosqueiro

Ohayo, Kensuke...

Primeiro, quero te parabenizar - não só pela magnífica pescaria, como também pelo magnífico relato.

Segundo, te parabenizar de novo por estar acordando alguns pescadores para o nosso Brazilian way of fly fishing, o nosso caminho brazuca como mosqueiros.

Não é uma questão de xenofobia, ou de aversão a estrangeirismos - é acordarmos para a nossa realidade e pelo caminho que tem sido tomado, desde os pioneiros mosqueiros e atadores, até nós e a nova geração, a gurizada de 12 anos que está iniciando com todo o gás, na pesca com mosca!

Nada substitui uma trutona num dos rios selvagens da Nova Zelândia; ou a pesca de um taimen na Mongólia; ou um ubarana-rato (tá bom, seus chatos - um bonefish) em LR. Concordamos absolutamente nisto!

Mas também nada substitui a pesca de uma pirapitinga-do-sul ou - no nosso caso, na Amazônia - de uma matrinchã ou uma jatuarana. Fomos abençoados na América do Sul - principalmente no Brasil - com o gênero Brycon. Peixes bravos, que tomam linha, dão saltos espetaculares tentando se livrar da mosca, têm dentição (e vc deve cuidar para não ter o tippet cortado) e estão disponíveis onde haja um rio ainda com mata ciliar.

Infelizmente, não temos fiscalização e, quando a há, sempre temos os "filhos de ...", que tudo podem, e os "filhos da ...", que pagam impostos da Suécia, com serviços de Bangladesh, que sempre são os culpados de todo o descalabro, sempre são os bodes expiatórios.

Graças a Deus, pessoas há como o Leandro e a turma do Gofly, que batalham contra a corrente da destruição, para preservar este magnífico peixe. Contudo, se eles repeixarem, mas o Código Florestal não for seguido (como seguidamente acontece), os briconídeos desaparecerão simplesmente por falta do seu habitat.

Mais uma vez, PARABÉNS!

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  • Mosqueiro

Que belo relato hein Kensuke! Rico em detalhes e informações.

Apoio tudo que o João Nicácio disse, nem sempre é necessário sair do Brasil para se fazer uma bela pescaria, ano passado estive com mais 4 parceiros fazendo pescaria em 3M, pegamos as matrinchãs com mosca seca, pescaria show, quero voltar logo.

Parabéns ao Leandro e a todos do Gofly, eles tem lugares maravilhosos para pescar e se aventurar, quem sabe um dia não apareço por lá também.

Abraços.

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  • Patrono

Parabéns Kensuke muito lindo o local, a pescaria e maravilhoso relato!

Obs.: aqui pelo Rio de Janeiro tem local para pesca de pirapitingas por perto?

Abração

Tem sim em vários rios, sempre mais perto de suas cabeceiras, em lugares com água ainda limpa (limpa no sentido de sem poluição ou agrotóxicos), e com mata ciliar ainda preservada. Com certeza tem em vários outros rios, mas obviamente não andei por todos. Dos que conheço: Rio Piraí (altura do Rio Claro), Rio Preto (abaixo de V.de Mauá), Rio Aiuruoca (entre Aiuruoca e Alagoa), Rio Pirapitinga (divisa MG/RJ), Rio Grande (não o de MG mas de RJ, afluente do Paraíba que passa por Friburgo) e vários riozinhos que desembocam nele, bem como vários riozinhos que seguem pro velho Paraíba-do-Sul, são apenas alguns exmplos. Procurando, com certeza vc achará em monte de outros rios perto daqui do RJ. Na região de Friburgo tinha muito, mas vários riozinhos onde tinham delas, hj não tem mais água. E outros que ainda tem água, já não tem mais peixe por causa de uso excessivo de agrotóxicos pela lavoura local, sem falar em total desmatamento da mata ciliar ao redor. Um crime!!

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  • Mosqueiro

Parabéns amigo Kensuke,

Belíssimo relato. Só de ver as fotos já fico com vontade de estar por lá de novo.

Saiba que o tenho como um exemplo de mosqueiro e sempre que vc vem por aqui me ensina muita coisa, me colocando atualizado de tudo que ocorre por aí.

Muito obrigado por tudo! Pela amizade, ensinamentos e companheirismo!

A casa aqui é sua e os rios também e se depender de mim sempre estarão preservados...sei que o trabalho é árduo, mas estaremos aqui sempre a sua espera e de qualquer outro mosqueiro que tenha a intenção de nos conhecer!

Aproveito o gancho aqui para convidar todos os colegas aqui do fórum...lembrando que devem estar dispostos e bem preparados fisicamente...

Mas, com certeza vale muito a pena!

Estamos em formaçào de guias especializados e bons conhecedores dos locais.

O projeto é uma ação independente e as matrizes coletadas são apenas um banco de matriz caso ocorra algum desastre natural. O repovoamento possui grandes riscos caso não seja feito com estudos prévios...ainda estamos em fase de demarcações de seus locais de ocorrencia e estudos do seu ambiente...Retirar o fator agressor é mais importante no momento....e por ai vai....

Abraços!E muito obrigado mais uma vez...

Att,

Leandro Vitorino

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  • Mosqueiro

Demais Kissuco! Mas tem umas fotos que se recusam a aparecer na minha telinha. Mas o pouco que vi, achei lindo! E o relato tá estilo Kensukão das antigas, detalhado rsrsrsr. Parabéns! :bs-aplauder:

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  • Patrono

Belo relato Kensuke,parabns.Pescar pirapitinga em rio com água clara como esta,normalmente não é muito fácil.

Aos que queiram ir ao encontro das pirapitingas do sul próximo ao Rio de Janero,recomendo a pousada Piracema,próximo a Lidice e Rio Claro,na estrada que liga Volta Redonda a Bracui(Angra).Lá encontrão outras espécies legais além da pirapitinga,além da ótima comida preparada pela dna Carmem e da agradável compania do sr José Laercio.A pousada é bem simples,mas os quartos mais novos são bem confortáveis.Aq1ui no forum teem vários relatos de pescaria por lá,e neles pode ser encontrado os tels de contato.

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  • Administrador
Parabéns Kensuke muito lindo o local, a pescaria e maravilhoso relato!

Obs.: aqui pelo Rio de Janeiro tem local para pesca de pirapitingas por perto?

Abração

Tem sim, mas somente no final do inverno, podemos marcar de ir lá e assim poderá ver como é. Fica próximo a cachoeira da fumaça, passando por Falcão, próximo a Quatis. Estive lá algumas vezes e tem que adicionar ao pacote um pouco de sorte também. O ideal é uma invasão do rio preto bem tranquila e assim aumentam as chances de captura. Quando chegar a época vamos sim, dá para fazer no esquema do "bate e volta". Tenho fotografias do local.

T+ ok:

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Tem sim em vários rios, sempre mais perto de suas cabeceiras, em lugares com água ainda limpa (limpa no sentido de sem poluição ou agrotóxicos), e com mata ciliar ainda preservada. Com certeza tem em vários outros rios, mas obviamente não andei por todos. Dos que conheço: Rio Piraí (altura do Rio Claro), Rio Preto (abaixo de V.de Mauá), Rio Aiuruoca (entre Aiuruoca e Alagoa), Rio Pirapitinga (divisa MG/RJ), Rio Grande (não o de MG mas de RJ, afluente do Paraíba que passa por Friburgo) e vários riozinhos que desembocam nele, bem como vários riozinhos que seguem pro velho Paraíba-do-Sul, são apenas alguns exmplos. Procurando, com certeza vc achará em monte de outros rios perto daqui do RJ. Na região de Friburgo tinha muito, mas vários riozinhos onde tinham delas, hj não tem mais água. E outros que ainda tem água, já não tem mais peixe por causa de uso excessivo de agrotóxicos pela lavoura local, sem falar em total desmatamento da mata ciliar ao redor. Um crime!!

Relamente um absurdo!!!

Ja ouvi falar tbm de um local inclusive com amigo o Beto aqui do forum disse que numa serra que vamos tem pois são saidas de cachoeiras fica em Mangaratiba...

Abração!!

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Belo relato Kensuke,parabns.Pescar pirapitinga em rio com água clara como esta,normalmente não é muito fácil.

Aos que queiram ir ao encontro das pirapitingas do sul próximo ao Rio de Janero,recomendo a pousada Piracema,próximo a Lidice e Rio Claro,na estrada que liga Volta Redonda a Bracui(Angra).Lá encontrão outras espécies legais além da pirapitinga,além da ótima comida preparada pela dna Carmem e da agradável compania do sr José Laercio.A pousada é bem simples,mas os quartos mais novos são bem confortáveis.Aq1ui no forum teem vários relatos de pescaria por lá,e neles pode ser encontrado os tels de contato.

Bleza, obrigado se souber telefone me avisa...obrigado

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Tem sim, mas somente no final do inverno, podemos marcar de ir lá e assim poderá ver como é. Fica próximo a cachoeira da fumaça, passando por Falcão, próximo a Quatis. Estive lá algumas vezes e tem que adicionar ao pacote um pouco de sorte também. O ideal é uma invasão do rio preto bem tranquila e assim aumentam as chances de captura. Quando chegar a época vamos sim, dá para fazer no esquema do "bate e volta". Tenho fotografias do local.

T+ ok:

voui simFausto o bate e voltaa sempre é melhor pois a patroa é meio complicada as vzs...rsrsrs

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  • Mosqueiro

Ohayo, Kensuke...

Primeiro, quero te parabenizar - não só pela magnífica pescaria, como também pelo magnífico relato.

Segundo, te parabenizar de novo por estar acordando alguns pescadores para o nosso Brazilian way of fly fishing, o nosso caminho brazuca como mosqueiros.

Não é uma questão de xenofobia, ou de aversão a estrangeirismos - é acordarmos para a nossa realidade e pelo caminho que tem sido tomado, desde os pioneiros mosqueiros e atadores, até nós e a nova geração, a gurizada de 12 anos que está iniciando com todo o gás, na pesca com mosca!

Nada substitui uma trutona num dos rios selvagens da Nova Zelândia; ou a pesca de um taimen na Mongólia; ou um ubarana-rato (tá bom, seus chatos - um bonefish) em LR. Concordamos absolutamente nisto!

Mas também nada substitui a pesca de uma pirapitinga-do-sul ou - no nosso caso, na Amazônia - de uma matrinchã ou uma jatuarana. Fomos abençoados na América do Sul - principalmente no Brasil - com o gênero Brycon. Peixes bravos, que tomam linha, dão saltos espetaculares tentando se livrar da mosca, têm dentição (e vc deve cuidar para não ter o tippet cortado) e estão disponíveis onde haja um rio ainda com mata ciliar.

Infelizmente, não temos fiscalização e, quando a há, sempre temos os "filhos de ...", que tudo podem, e os "filhos da ...", que pagam impostos da Suécia, com serviços de Bangladesh, que sempre são os culpados de todo o descalabro, sempre são os bodes expiatórios.

Graças a Deus, pessoas há como o Leandro e a turma do Gofly, que batalham contra a corrente da destruição, para preservar este magnífico peixe. Contudo, se eles repeixarem, mas o Código Florestal não for seguido (como seguidamente acontece), os briconídeos desaparecerão simplesmente por falta do seu habitat.

Mais uma vez, PARABÉNS!

Amigo João,

Sempre me identifico com suas colocações e digo que também sou um profundo defensor de nossa identidade mosqueira.

Acredito que a pirapitinga é o peixe brasileiro que mais impõe um estilo de pescar próximo ao das trutas, mas com algumas singularidades.

Acho que quem curte o estilo vadeio, a pesca com ninfas e terrestriais procurem esse peixe, pois vai se apaixonar completamente.

Creio que o caminho da nossa identidade é: "olharmos um para o outro e também olharmos juntos na mesma direção"

Kensuke é um claro exemplo disso, pois apesar de conhecer os tarpons e ubaranas-rato de LR, trutas chilenas, não deixa de considerar a pirapitinga em seu calendário anual de pesca. Digo que ele já a conhece profundamente esse peixe.

Até me atrevo em dizer que a pirapitinga deva ser nossa embaixadora da pesca com mosca no Brasil, pode parecer patriotismo, mas esse peixe é demais mesmo!...

Abraços,

Leandro Vitorino

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  • Mosqueiro

Parabéms pelo relato como sempre muito detalhado.

Pescaria de fazer inveja as trutas por ai e sem congelar o pé hahahahah.

Meu próximo investimento vai ser um material levinho pra explorar os rios na região de Cunha e Paraty, será que tem delas por ali?

Abrçs.

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  • Mosqueiro

Kensuke,

Poucas pessoas sabem contar uma história de forma tão interessante e engraçada como você!

E a história desse PDI tá prá lá de especial, com muitos detalhes, fotos e informações...MUITO BACANA!!!!! Assim como foi bacanérrima essa pescaria!

PARABÉNS!!!!

Luiz

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  • Mosqueiro

Kensuke-san,

Fantástico local e lindos peixes, com uma aparência muito saudável e com certeza muito distribuindo prazer para quem as pesca.

Ótimo relato, como sempre e se eu puder sugerir, quando vc tiver um tempo, por que não escreve um livro com seus relatos?

Não se diz que todo homem tem que plantar uma árvore (não sei se já plantou, mas essa é fácil!), ter um filho (filha no seu caso - check) e escrever um livro?

Eu também só falta escrever um livro, mas não tenho a mínima vocação :blush:

Abraços

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  • 2 semanas depois...
  • Mosqueiro

Parabéns Kensuke pela pescaria,O Leandro me contou como foi essa aventura e o que vocês passaram pra chegar nesse ponto ainda desconhecido de pesca da pirapitinga aqui em Goiás,mas pelas fotos e comentários da pra ver que valeu muito a pena,espero da proxima vez ter o privilégio de pescar ao seu lado,aquela gigante que vc pegou realmente é um troféu sem preço...abraço.

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  • Mosqueiro

Nono,

As pirapitingas do sul do rio Preto.

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Quer saber o que elas "comeram" nesse dia?

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Indo vamos pescar também muitos lambaris.

T+ ok:

Essa Pirapitinga ai do Rio Preto é a Brycon opalinus (Bacia do Paraíba do sul) a nossa aqui é a Brycon nattereri (Bacia do Tocantins, São Francisco e Prata).

A opalinus fica maior, mas acho a nattereri mais bonita. Mas todas são um show!!

Abraços!

Leandro

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  • Administrador
Essa Pirapitinga ai do Rio Preto é a Brycon opalinus (Bacia do Paraíba do sul) a nossa aqui é a Brycon nattereri (Bacia do Tocantins, São Francisco e Prata). A opalinus fica maior, mas acho a nattereri mais bonita. Mas todas são um show!!

Abraços!

Leandro

Rapaz sempre pensei o contrário, pois nunca vi por aqui uma opalinus tão sarada quanto as tuas nattereri. Agora sei que tem diferenças! ok:

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  • Mosqueiro

Rapaz sempre pensei o contrário, pois nunca vi por aqui uma opalinus tão sarada quanto as tuas nattereri. Agora sei que tem diferenças! ok:

A opalinus fica maior, pois tem um potencial genético de crescimento maior que as nattereri, mas provavelmente não estão crescendo por alguma limitação do meio. Elas simplismente não sobrevivem na poluição, deve ser então mata ciliar curta. Apesar que já percebi que fazem uma pequena migração no verão, as pirapitingas não são classificadas como peixes migratórios, portanto dependerão do fornecimento alimentar do local para crescerem. A largura da mata ciliar influencia diretamente na quantidade de ninfas e insetos terrestriais no rio, assim como de sementes e frutos. O Oscar Barroso, biólogo do projeto Pirapitinga do Sul, está montando um gráfico que mostra essa relação. Tudo indica que a mata ciliar não é necessária apenas para previnir assoreamento, mas sua lagura influenciará na quantidade de peixes e seu tamanho, principalmente se tratando de peixes não migratórios. Isso parece óbvio, mas estamos provando isso no papel com a marcação dos pontos geográficos e medição das matas em programas específicos.

Abração!

Leandro Vitorino

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  • 2 semanas depois...

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