Mosqueiro Este é um post popular. Guilherme Benevenutti Postado Fevereiro 22, 2019 Mosqueiro Este é um post popular. Compartilhar Postado Fevereiro 22, 2019 (editado) Sem destino certo e sem reservas. O único compromisso: por os pés nas águas dos rios patagônicos. Liberdade (quase) absoluta. Uma mochila, municiada com o mínimo essencial para a garantia da dignidade humana e com todo o equipamento de pesca que um mosqueiro possa desejar (o absolutamente necessário e o absolutamente desnecessário), concepções vagas a respeito da pescaria na Patagônia Chilena e força de mosquear. Assim começava o mochilão mosqueiro que passei boa parte de 2018 preparando a antecipando. A ideia geral era misturar um mochilão com uma viagem de pesca, aproveitando as partes boas de ambos e gastando o mínimo possível. Pulei de cidade em cidade de ônibus para evitar locar automóveis, me hospedei nos locais mais baratos e preparei pessoalmente a maioria das minhas refeições. Viajar assim depende de bom planejamento (para encontrar locais que se encaixem nas limitações que o estilo impõe) e de uma boa dose de sorte (como toda pescaria, mas com alguns agravantes). Sem carro, acessar os rios se torna uma tarefa delicada e por vezes requer alguma criatividade. Ao todo, acessei os rios de várias formas diferentes: (i) simplesmente caminhando das hospedagens locais – minha absoluta favorita, pelo sossego e simplicidade; (ii) ônibus; (iii) carona (o famoso “hacer dedo”), (iv) com o auxílio de um camarada, e; (v) taxi. Em minha opinião, essa é uma das formas mais prazerosas e baratas de viajar e pescar na Patagônia. Ficar em albergues e outros tipos de hospedagem coletiva proporciona muita interação social e nos deixa mais perto da cultura local. Aprendi um bocado sobre o Chile dessa forma. Também é possível conhecer muita gente divertida, mosqueiros inclusos, que agregam sobremaneira a toda a experiência. Minha ideia aqui é compartilhar informações detalhadas sobre como foi a pescaria e a logística da viagem, para incentivar mais mochilões mosqueiros ou simplesmente auxiliar quem pretende pescar por essas bandas: uma espécie de serviço público mosqueiro! Farei tudo em partes, algumas sobre tópicos específicos (como custo) e outras relatos mais tradicionais, focando em locais específicos. Meu trajeto em particular foi Balmaceda > El Blanco > Coihaique > Villa Mañihuales > Futaleufu > El Bolson > Bariloche > Junin de Los Andes > Bariloche. Eventualmente pretendo cobrir como mochilar em pescar em todas essas regiões. Sem mais delongas.. Parte 1: El Blanco. No primeiro dia em El Blanco, um desvio dos bons modos mosqueiros: pesca no Rio Simpson sem macacão de vadeio. Vadeio de verdade, com água até a cintura. Depois de algumas horas, conforto, e uma dúvida: o que passa é que a água está agradável ou que já não sinto as minhas pernas? El Blanco foi a primeira parada no roteiro. A míseros 20km de Balmaceda, onde pousam a grande maioria dos aviões destinados à Região de Aysén. Do aeroporto é possível pegar um ônibus em direção a Coihaique, que passa pela vila, é só avisar o motorista. Custa CLP2.000, pelo o que me lembro. A vila oferece boa hospedagem e há oportunidades de pesca nas redondezas, perfeito! Aqui é ponto de encontro do Rio Huemules e do Arroyo Blanco. A confluência de ambos forma o Rio Simpson. O Huemules tem uma estrutura muito interessante, com uma sucessão de poços curtos e profundos, intercalados por corredeiras. Partes do leito do Rio são formadas por um elemento parecido à argila, de cor bege. Nestes tramos a agua parece ter uma coloração verde clara. Também é possível encontrar blocos dessa “argila” pelo Rio, que se despedaçam se pisados. http:// http:// Eu progredi 3kms rio acima até que as encostas se tornaram muito íngremes e a vegetação muito densa (https://goo.gl/maps/gdBjXktA22Q2). Neste ponto em especial fiz boa pescaria: https://goo.gl/maps/yXbuKnWEg262; engatei uma bela marrom tracionando uma Fat Albert #6, com chenile azul. Também subiu uma arco-íris bonita, que rejeitou a mosca. Por fim, capturei com uma arco-íris média. Observem a mosca na foto. Muita ação para um local pequeno. http:// Depois desse ponto o rio muda consideravelmente, as marges são ingrimes e cobertas de vegetação e o rio é uma sucessão de corredeiras longas e lentas, perfeito para pescar no visual. http:// O Simpon foi o primeiro rio que pesquei no Chile. Pesquei alguns quilômetros abaixo do camping e me deparei com corredeiras mais longas e razoavelmente profundas, bem como trechos profundos repletos de grandes pedras parcialmente submersas. As margens são repletas de belíssimas flores de coloração roxo-azulado, chamadas lupinos. http:// Aqui eu pesquei de duas formas: swing nas corredeiras com uma MDR 14#, que rendeu várias trutinhas médias de uns 30 e tantos cms, e; tracionando a Fat Albert #6 nos trechos mais profundas e com mais estrutura. Essa técnica em especial me rendeu uma bela Marrom de 40cm. Fiquei muito surpreso com a produtividade desse dia de pescaria. Não foi nada extraordinário em termos universais, mas para um rio ao lado de uma vila e de uma rodovia movimentada considero a qualidade da pesca excelente. http:// http:// Me hospedei no Camping Las Confluencias (https://goo.gl/maps/8Lsbck8UYzn). O camping é gerido por uma família muito acolhedora. O filho do casal é o encarregado de fazer as reservas, que sugiro sejam feitas por Whats App (+56 9 4251 4997). 12.000 CHL por noite, com café. Eu fiquei em um quarto privado, muito confortável. Com uma caminhada curta é possível chegar a um mercadinho, o único da cidade, onde vendem todo os alimentos necessários para preparar refeições na cozinha compartilhada da casa. Aqui fotografei o início da área do camping, que no Chile são sinalizados com bandeirinhas coloridas. http:// Com uma caminhada curta é possível chegar a um mercadinho, o único da cidade, onde é possível adquirir todo os alimentos necessários para a estadia. Uma foto do quarto e da preparação para enfiar todo o equipamento de volta no mochila.. http:// Por fim, tive muitos "problemas" climáticos nessa região: nevou em pleno janeiro e em alguns dias o vento era tão forte que o única coisa que se podia fazer era fotografar e filmar os rios. Mas acho melhor deixar isso para seu próprio tópico.. Parte dois será custo, aguardem! Editado Fevereiro 22, 2019 por Guilherme Benevenutti 7 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Moderador Carlos Mitidieri Postado Fevereiro 22, 2019 Moderador Compartilhar Postado Fevereiro 22, 2019 Bela aventura e belo relato! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Administrador Fausto Postado Fevereiro 22, 2019 Administrador Compartilhar Postado Fevereiro 22, 2019 Muito bom Guilherme. Estava ansioso aguardando esse relato, sei como tu fez essa jornada e fico imaginando o que vem pela frente. Está em meus planos fazer o roteiro de pesca nas regiões de Coyhaique e Villa Mañihuales, daí desde já estou atendo as informações que está aqui compartilhando. Sim tem como pescar no esquema DIY no Chile e será exatamente o que também farei. Mas não no esquema mochileiro, já passei dessa fase. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Moderador Odimir Postado Fevereiro 25, 2019 Moderador Compartilhar Postado Fevereiro 25, 2019 Embora apenas em sua introdução, pode-se antever uma belíssima aventura já que a Patagônia chilena oferece magnificas paisagens regadas por rios e arroios igualmente lindos. Por ser uma região cordilheirana em muitos cenários chega a ser impactante. Vamos acompanhando o relato... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Mosqueiro Maiky Postado Fevereiro 28, 2019 Mosqueiro Compartilhar Postado Fevereiro 28, 2019 Parabéns Guilherme!! Já tem um tempo que tenho vontade de fazer um mochilão desses, mas ainda não consegui alinhar as coisas... Aguardando ansioso os próximos capítulos!! Abraço 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Mosqueiro De Bortoli Postado Março 18, 2019 Mosqueiro Compartilhar Postado Março 18, 2019 Belo relato, no aguardo das outras partes. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Mosqueiro Nilson Miranda Postado Março 19, 2019 Mosqueiro Compartilhar Postado Março 19, 2019 Grande relato, @Guilherme Benevenutti, parabéns! Também foi instigante, me sinto encorajado a conhecer essa maravilhosa Patagônia. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Mosqueiro Aulo Postado Março 19, 2019 Mosqueiro Compartilhar Postado Março 19, 2019 (editado) Bacana mesmo, uma baita aventura... Também vou acompanhar o desenrolar dessa história. Editado Março 20, 2019 por Aulo Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Patrono Capt_JP Postado Abril 19, 2019 Patrono Compartilhar Postado Abril 19, 2019 Bacana Fiote, ainda bem que Voce cozinha muito bem. Bela aventura. Acabamos de voltar de lá. Começamos a pescar por aí. Foram 45 dias, porém de carro. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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