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Coyhaique


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  • Mosqueiro

Coyhaique, 12/03/07 – Após 9 horas de viagem chegamos ao Aeroporto de Balmaceda. Do lado de fora Nino e Elsa a nos esperar. Paulo já tinha me falado sobre o casal de amigos durante as várias conversas que tivemos antes da viagem, ele me contara que se tratavam de duas ótimas pessoas, simples e carinhosas e, não foi outra a minha impressão dos nossos guias. Nino, 59 anos, com aproximados 1,65m altura, magro, com um abraço e aperto de mãos bem forte; Elsa, uma tídifícil mulher Chilena, com cabelos e olhos negros, 1,60m de altura, sempre sorridente e atenciosa. Os dois são trabalhadores aos extremos, não param um instante, estão sempre perguntando se está tudo bem. Ela cuida das compras, comida e cabaña; ele não pára, hora está cortando lenha, consertando algo ou remando, etc...

Após a recepção fomos direto para o carro. Elsa fez ligações para o RJ, precisamente para Rosa, esposa de Paulo, dando a notícia de que tínhamos chegado bem e que ficaríamos sem contato por alguns dias, pois Nino fez planos de irmos para o Lago Central e lá permaneceríamos por 3 dias, sem contato com o mundo, somente com as trutas. Eu estava ficando louco, a ansiedade ia crescendo, Nino falava de como estavam os peixes, Paulo perguntava por rios e lagos. A cada resposta de Nino, Paulo fazia comparações com suas pescarias feitas em anos anteriores -7 anos ao todo. Eles sempre me perguntavam se eu concordava com os planos e eu só respondia que sim. Meus olhos não paravam de ficar reparando cada detalhe dos locais, pássaros, montanhas, árvores, rios (muitos rios)...tudo estava me deixava alucinado.

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Em determinado momento, Nino para o carro em um mirante, e lá do alto vislumbramos uma paisagem deslumbrante.

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Tratava-se de uma parada para o almoço, Elsa ofereceu sanduíches de queijo, presunto, frutas e outras coisinhas, Nino perguntou se queria algo para beber, aceitei uma cerveja. O assunto não pára, Nino conta sobre pescarias que fez há pouco tempo (nesta temporada) com Espanhóis, Japoneses e Bolivianos. Logo após o almoço voltamos à estrada, neste momento Paulo quer saber mais sobre os rios, já que no caminho passávamos ao largo do Rio Branco. Minutos depois saímos do asfalto e passamos para estrada de chão. A paisagem que já era bucólica vai ficando mais bucólica ainda, abrimos várias porteiras, passamos por fazendas e lagos.

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Nino pára para conversar e cumprimentar as pessoas que ali moram e aproveita para comprar ovos para o café da manhã. Em fim, a última porteira e sem dúvida a melhor, nós acabamos de chegar ao Lago Central, mas não é o lago que me chama a atenção e sim o que está ao fundo dele CERRO CASTILHO, uma cadeia de montanhas, imponentes e deslumbrantes .

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obs: reparem nos carneirinhos que se formavam no lago, muito vento, pior que lestada.

O que me chamou a atenção, em relação ao Cerro, foi a mudança de corres ao longo do dia, quando o dia amanhecia nublado e era cinza, logo depois o sol saia e ele ficava branco, muito branco (brilhava) sempre com nuvens passando por ele, ao fim do dia ficava azulado e contrastava com o céu vermelho. O nosso quarto era de janelas bem grandes (panorâmicas) e minha cama bem em frente à janela, acordei todos os dias antes do amanhecer, e ali mesmo deitado eu ajeitava o travesseiro só para ficar vendo o espetáculo do sol iluminando as montanhas bem devagarzinho e calmamente. A coisa era tão linda, que no último dia aceitei a idéia de Nino, e subi em uma pedra e lá fiquei filmando a montanha e o lago, de repente, Nino que estava ao meu lado apontou para baixo, junto às pedras e pude ver 3 trutas.

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obs: essa foto foi tirada por Elsa, logo após a nossa saída para pescar.

Calmamente nadando, comendo na superfície, isso tudo aos meus pés. Até pensei em pegar o equipamento para tentar pegar uma, mas logo desisti, pois seria lastimável acabar com a tranqüilidade do local e dos peixes, eu não poderia interferir no show, era a natureza exuberantemente viva se amostrando para mim, nesta hora eu era apenas o espectador e mais nada.

Voltando ao dia 12. Chegamos a cabana, dois quartos bem confortáveis, com tudo que necessitávamos para aqueles 3 dias.

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Rapidamente trocamos de roupa e partimos para o que seria um pequeno contato com o Lago Central, já estava tarde quando entramos no lago 16h30min. Perguntei ao Paulo o que usar? #5 - respondeu Paulo- e com linha Flouting. E as iscas quais? Chernobyl!!!!!- Respondeu Nino. Com o barco na água saímos, fazia muito frio e o vento soprava forte. Nino escolheu um lugar abrigado para começar. Tirei a linha e fiz meu primeiro arremesso, uma bosta!!!Recolhi e estiquei a linha, Nino me ajudou. Arremessei novamente e dessa vez tudo bem. Saímos do embate e aí começou um problema que iria me acompanhar por toda temporada: eu estava usando linhas ST-F/S e o Running Line de Mono filamento, resultado, eu não conseguia controlar a linha no fundo do barco, a todo o momento ela flutuava com o vento, parecia que estava no espaço (gravidade zero), hora prendia nos pés, na outra se embaraçava em algo ou nela mesmo, tomei uma surra, mas mesmo assim consegui arremessar.

A primeira ação: Paulo em determinado momento começou a fazer o pick-up, uma enorme truta apareceu tentando pegar a sua isca, mas já era tarde ela estava no ar, Nino gritou para eu jogar em cima, mas já era tarde, a truta ficou desesperada procurando a isca na superfície e como não achou nada afundou.

Tive então o meu primeiro pique.

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E mais outro também, já no final do dia.

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Valeu, pedimos para parar, pois estávamos cansados, 24hs sem dormir, precisávamos de um bom banho e uma taça vinho para relaxar. E satisfeitos voltamos à cabana, onde Elsa nos esperava com pequenas delícias para petiscar e uma bebida que eu não conhecia -Pisco Saour- feito a base de destilado de uva e limão, lembra muito a nossa caipirinha, uma delícia. E depois do banho um jantar com salada, carne e vinho. Cansados fomos direto para cama sonhar com o dia seguinte!!!!

Esqueci de mencionar algo - O FRIO - quando se estava em local abrigado tudo bem 13ºc, agora quando se ia p/ o vento era insuportável, rapidamente sua temperatura abaixava. O outro problema era devolver o peixe, pois tinha-mos que ficar oxigenando o mesmo, e por isso ficávamos uns 50s com as mãos na água, elas doíam muito, ardiam como se estivessem queimando.

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  • Patrono

Parabéns Jotão, teu relato tá espetacular!!! Pelo visto vc e o mestre começaram com super pé direito!! Solta logo o resto hehehee!!! tongue.gif

Mas vc é cabeça de bagre mesmo hein, te falei que o mais adequado pra lá seria uma linha tipo as teeny (shooting integrada) e te ofereci de levar a minha Rio DC que é bem melhor que as teeny. Não levou pq não quis. Com ela vc ía arremessar tanto qto uma shooting sem nenhum dos inconvenientes dela. Marcou bobeira... laugh.gif Vê se da próxima vez escuta mais quem já encarou situações parecidas!!! angry.gif

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  • Administrador

Isso mesmo JR é assim que se faz um relato, parabéns!!! smile.gif

Gostaria que esse relato fosse movido p/ a seção Patagônia?

Posso renomear a seção de Patagônia Argentina p/ Patagônia Argentina e Chilena. O que acha?

Ou somente Patagônia e assim todos os relatos de pescarias feitas nessas regiões poderiam ser lidas no mesmo local.

Um abração!!! biggrin.gif

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  • Mosqueiro

Grande JR!!!

Parabéns pelas lindas Marrons, que delicia de lugar também acompanhado de Mestre Paulo Cesar não daria em outra coisa, Boa Pescaria, Lugar Deslumbrante e claro super bem acolhidos.

Manda Mais!!! biggrin.gif

Daniel

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  • Mosqueiro

Claro Fausto.

Acho que somente Patagônia ficaria melhor.

Obrigado pelo elogio.

Matsumuto, eu estava cego, não conseguia pensar em nada além do que tinha em minha cabeça. Nem me toquei de sua oferta, mas valeu. O mais engraçado é que eu tinha pedido ao Mariz para trazer da AR essa ST integrada (nem sei se conseguiu). Mas tudo bem, eu consegui me adaptar ao vento e no final estava pescado na boa.

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  • Mosqueiro

Parabéns Jota!

O relato tá muito bom!!!!!

A sua linha eu não encontrei na especificação que vc pediu...Eu até comprei uma shooting head e running line ( de fly) pra mim e pro Hajime ( só running line) mas eram mais pesadas do que vc queria...então preferi não comprar uma vez que não era exatamente o que vc pediu...

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  • Mosqueiro

PARTE II

Lago Central, 13/03/07- Acordamos todos bem cedo, o movimento é inteso. Elsa prepara o café e me pergunta se quero ovos revoltos ou fritos. Nino já está a ligar as bombas, a cortar lenha etc etc etc... O vento continua a soprar forte, Paulo constata que a noite foi fria, pois o termômetro estava em 2ºc.

De café tomado Nino faz a pergunta fatal “Vamos ao trabarro”? Imediatamente todos se levantam, foi a palavra mágica, disparamos para colocar os waders. Paulo pergunta se alguém viu onde ele colocou seu cinto, eu pergunto se continuamos com o mesmo material e Nino pergunta se precisamos de ajuda.

Entramos no barco e partimos para o primeiro local. Repetimos a rotina de esticar linhas, revisar as moscas e fazer os primeiros disparos. As primeiras trutas só saíram após as 10h, ou seja, arremessamos muito até acontecer os primeiros ataques.

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Voltamos para o almoço às 13h, era necessário esquentar um pouco o corpo. Elsa serviu o almoço.

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Logo após fui tirar uma soneca, mas 1h depois já estava de pé e pronto para voltar ao lago.

Assim que saímos Nino resolve bater em volta de uma ilha, faço alguns arremesso e pego algumas pedras, galhos... Mais um pouco a frente vejo uma pedra e faço um arremesso junto a mesma, uma bela truta salta em cima da isca em um ataque fulminante, estico a linha, mas o peixe consegue pular novamente e retira a isca da boca. Bom sinal, neste momento eu já estava me sentido um pouco mais familiarizado com o tipo de pescaria. Já controlava com um pouco mais de facilidade a linha e conseguia fazer bons arremessos.

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Começa a escurecer, Paulo pede para voltar à cabana, pois a falta de luz não o deixa enxergar muito bem.

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É chegada A Hora Mágica, sim neste horário as trutas comem como loucas, o único problema é enxergar a isca, a linha e o local, o resto é mole hehehehehehe.

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Cada arremesso um peixe, é isso mesmo, vc só fica esperando o peixe atacar. A grande vantagem da chernobyl é o fato de que mesmo parada ela fica em movimento, pois suas patinhas ficam se mexendo com o movimento d´água. Isso facilita em muito, pois enquanto vc estica a linha a isca está em movimento chamando a atenção do peixe. Tiramos poucas fotos pois o tempo era exíguo e tínhamos que correr, ou melhor, pescar.

Continua...

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  • Administrador

E as trutas pequenas e arco-íris, não têm? huh.gif

Só vejo trutas bem acima do tamanho padrão que estou acostumado, é assim mesmo pescar em Koyhaique? mellow.gif

Gostaria de saber os custos aproximados dessa aventura! wink.gif

Valeu!!!

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  • Patrono

calma boss, senta aí firme na cadeirinha e aperte os cintos pq esses aí são os filhotes que eles pegaram de aperitivo, vem casca grossa ainda tongue.gifcool.gif Ele tá só fazendo charminho, igual novela, só vai soltar os big ones no final kkkkkkk laugh.gif

Me adiantando ao amigo jota, o custo é que pega lá, é bem mais salgado que o esquema do Alejandro, são 200 dolares por cabeça por dia, mas inclui tudo, tudo mesmo. Só fica de fora o aéreo que dá uns 700. Mas dá para se pescar nos rios na boa sozinho e aí o custo equivaleria ao da Argentina, ou ben próximo, pq as pousadas e o aluguel do carro, comida, são baratos. Só nos lagos particulares é que precisa de guia, pq só eles tem a chave das porteiras e, claro, o auxílio do bote.

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  • Patrono

Ô Jota Romário (o do falta só 1 pra completar 1000 gols ops trutas), já que tá aí sem fazer nada em casa, solta logo os releases 3, 4, 5...10!!!! Tá fazendo muito charminho demais da conta, mão à obra kkkkkkkkkk!!!!!!! angry.gif

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  • Mosqueiro

Parte III

Lago Central, 14/03/07 - Saímos bem cedo em direção ao Lago Ardilla, este lago fica a uns 5 min do Lago Central, só que sua entrada se dá por uma propriedade particular, ou seja, só se entra mediante uma propina hehehehe. É um lago estreito, encravado entre paredões bem altos e no final uma pequena baía cercada de juncos, a diferença está no fato de que lá há trutas arco-íris.

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Era uma manhã fantástica, muito sol e pouco vento, verdade, o vento tinha parado só algumas lufadas e nada mais. Barco na água e saímos. Nino parou em uma ilha e ali começamos os arremessos. Logo fiquei assustado com a transparência da água, achei que seria difícil, pois arremessamos em cada buraquinho e várias pedras e nada.

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Em determinado momento Paulo inaugura o dia, uma arco-íris de uns dois 2 kg atacou sua isca, depois foi a minha vez: conversando com Nino e com a isca parada, senti que algo puxava a isca para baixo então ferrei e após uma boa briga.

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Paulo ainda pegou essa marrom com muita classe, pois ele tinha avistado a truta comendo e calmamente laçou sua isca bem no local, um arremesso perfeito e não deu outra, foi pra foto.

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obs: o cara é fera mesmo, faz arremessos precisos, show de bola.

Paulo ainda pegou mais três, todas com Caddis. É isso mesmo Fausto - lembrei de imediato de você, estava acontecendo uma eclosão de caddis bem no meio da pequena baía e muitos conseguiam chegar às margens da lagoa e se salvar dos ataques das trutas.

Na saída para o almoço resolvo pescar na praia enquanto Nino arrumava as coisas. Continuei usando caddis e peguei várias trutinhas de um palmo + ou -, Nino me explicou o trabalho que deveria fazer para o caddis, pois diferentemente do rio onde deixamos à isca derivar, ali tínhamos que trabalhar a isca com se ela estivesse indo para borda do lago, muito legal dar vida a isca e ver a truta atacar com muita vontade. Diversão pura.

Após o almoço retornamos ao Lago Ardillas e reparamos que algo estava acontecendo, estávamos no meio de uma eclosão de formigas voadoras – pensando bem, não acho que se trate de eclosão, já que as formigas criam assas e voam, ou seja, eu não sei... Quando Nino falou em formigas voadoras pensei que se tratavam das iças que temos aqui no Brasil, mas não era, é uma formiga preta de tamanho médio e com assas bem pequenas e transparentes. A partir daí tínhamos um problema, não tínhamos nada parecido com a mosca, trutas comendo aos montes e nem davam bolas para as iscas que jogávamos um fracasso total. Ficamos até o último raio de luz e nada.

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Só um ataque sem êxito de uma truta solitária e mais nada.

Voltamos para cabana, para jantar e arrumar as coisas, pois iríamos para Coyhaique no dia seguinte, mas pescaríamos no caminho.

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  • Mosqueiro

Grande João, realmente os rios da região merecem um capítulo à parte, pois são muitos e bem diferentes uns dos outros.

Se vc gosta de fotos então vai mais algumas:

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JR

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JR

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JR

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JR

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JR

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Elsa

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Elsa

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  • Mosqueiro

É isso mesmo Nelson, e não foi uma vez só não, foram várias vezes. O Guia pediu que a isca ficasse parada por uns 5s até começar a trabalhar, por várias vezes era só a isca cair na água e a truta atacar, principalmente se o local fosse com arbustos caindo sobre a água.

Fausto mandei a foto, veja se vc recebeu e me responda, ok.

Valeu Serginho

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  • Patrono
E o Firewall bloqueando as fotos, mais tarde em casa vou vê-las, mas só ler o texto já está sendo maravilhoso, parabéns JR !

Tá sem ver fotos é, neném.....?

Precisa ver a loira de Top Less que tá em cima de um pier...

Precisa ver a loira de Top Less que tá em cima de um pier...

Agora que estou em casa não tovendo nada de loira, cadê João ????

biggrin.gifbiggrin.gifbiggrin.gif

JR que espetáculo, só bitelas e Marrons, as fotos estão lindas e se você tirou 999 fotos ainda têm muito para nos mostrar, continuo esperando por mais relatos e fotos !!!!

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  • Administrador

Recebi a fotografia! biggrin.gif

Está um espetáculo e vou colocá-la com plano de fundo do Windows.

Valeu!

É isso aí Nelson, a fotografia está perfeita até mesmo de cabeça p/ baixo! happy.gif

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  • Mosqueiro

Grande JR,

Beleza de III relato lindo o lugar e mais trutas marrons foi um show pena que vcs não tinham moscas de formigas aladas é sempre assim a revuada ou eclosão de insectos é justamente a que não temos na caixa que levamos.

Forte Abraço,

Daniel

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  • Mosqueiro

Parte IV

Lago Central, 15/03/07. Como de sempre acordamos cedo, tomamos o café e traçamos os últimos detalhes para o dia. Arrumamos os últimos materiais e partimos. Ficou acertado que iríamos primeiro para o Rio Branco e logo após o almoço o Rio Simpson.

Chegamos ao Rio Branco, Paulo e Nino subiram o rio e eu fui ao sentido contrário. Desci uns 200m e nada de peixes. Do nada apareceu Nino perguntando se vi algum peixe - respondi que não - nós também não vimos nada, respondeu ele, vamos embora tentar a parte mais baixa do rio. Chegamos a uma vila, que fica bem na junção dos Huemule e Rio Branco que a partir daí formam o Rio Simpson.

Comecei ainda no Rio Branco, vara #4, linha WF4F e Adams Parachute 14. Paulo e Nino mais acima e eu começando em baixo da ponte. Paulo estava feliz, era o que ele tanto esperava poder vadear em um rio. Pegávamos pequenas trutas. Paulo que estava na parte mais acima, pegou uma.

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Resolvi descer e pescar justamente na confluência entre os dois rios. Assim que cheguei avistei uma truta que não parava de subir para comer, me posicionei e arremessei a isca, não chegou lá, pois o vento não deixava, assim mesmo deixei a isca derivar e mais uma trutinha para foto.

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Nestre trecho elas já estavam um pouco maior.

Continuei na tentativa de alcançar o local onde a truta comilona fazia o seu banquete. Consegui mandar lá, mas agora o problema era outro, o drag que tirava a isca do caminho correto, eu não queria entrar na água tinha que arrumar um jeito de fazer a isca ir lá, ou seja, descer na correnteza e se manter na parte de oposta passando rente ao remanso onde a trutinha estava. Tentei umas 5 vezes até conseguir, a isca pôde então derivar calmamente entre a parte rápida e a lenta, não deu outra, mais uma trutinha para foto.

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E assim foi... Até que Nino me chama - JR vamos para o Simpson!!!! Ok.

Chegamos ao Rio Simpson. Lá Nino possui uma cabana bem pequena, com duas camas, fogão e o banheiro. Elsa serviu um almoço rápido, carne, pão, vinho entre outras coisas. Já passava 16h e confesso que se não parássemos eu iria direto para dentro do rio, tamanha anciedade. O tempo não estava frio uns 16ºc e aproveitei a parada para tirar uma das camisas. Nino então fala a palavra mágica – Vamos ao trabarro? Demorou!!!

Chegamos ao local. Nino vai até a beira do rio e grita – Venham aqui, rápido!!! Quando chegamos Nino apontava para peixes enormes que ali estavam nadando calmamente, eram salmões, mais precisamente King Salmons, uns quatro ou mais, alguns parados fazendo ninhos e outros se movimentando. Uma cena linda. Pena que eles estavam no final de suas cruzadas pela sobrevivência, neste estágio não vale pescá-los, o bom é quando entram no rio e estão em plena forma (novembro e dezembro).

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Salmão em disparada.

Voltamos ao trabalho, Paulo e Nino acima e eu abaixo. Desci aproximadamente um 1 km pegando vários peixes de no máximo 700g, sempre usando Parachute 14. O sol já começava abaixar estava começando a Hora Mágica e fui até o final do trecho onde havia uma curva para direita e um poço bem ao final da curva. Coloquei uma Royal Hulff 12, parti para o tudo ou nada (na verdade eu não estava mais enxergando nada). Fiz o primeiro arremesso e quando a isca passou pelo remanso veio à primeira pegada.

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Depois das fotos devolvi o peixe, fiz um arremesso, mas a isca não chegou onde eu queria, caiu antes, mas ainda dentro da correnteza, olhei para baixo para ver onde a linha tinha agarrado e neste momento senti uma pressão na linha e na ponta da vara, tratei de ferrar e começou aí uma briga fantástica. Como não vi o ataque não sabia o tamanho do peixe, mas não era pequeno. Ela tentava a todo custo ir para parte rápida e eu com medo de arrebentar meu tippet 5x, deixei-a descer. Fomos para o poço mais abaixo onde a água estava um pouco mais calma, foi aí que vi o tamanho uns 2 kg e percebi também que a isca estava na lateral do peixe, ela errou o bote, mas a isca ficou encravada no dorso. Fiquei mais apavorado ainda, pois não sabia se estava firme. A sensação era que ia arrebentar a qualquer momento. Ele queria ir para a correnteza e não se entregava. Depois de uns 10 min eu já estava apavorado, não queria perder o peixe por nada, vinha em minha mente uma briga na AR onde eu perdi uma marrom depois de um bom tempo de briga. Consegui trazer ela para margem, esperei mais um pouco até ela cansar totalmente e coloquei-a no net, uuufffaaahhh!!!!

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Já era noite quando saímos do rio. Pegamos Elsa que tinha ficado na cabana e partimos para Coyhaique.

Continua...

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  • Mosqueiro

Fala Cacosa, foram 11 dias de pesca, quando saí de lá nem queria saber de pescar, mas quando relembro tudo dá uma vontade danada de estar lá novamente. O Paulo me ligou ontem falando a mesma coisa, pois ele estava vendo as fotos, relembrando e já está doido para voltar.

Cara tentei usar as suas iscas e as do Nelson, mas os peixes só queriam saber de Chernobyl, o Paulo até usou uns streamers, mas com pouco sucesso.

Arco-íris é o bicho, saltam, correm e dão trabalho.

Valeu Nelson, eu sei que vc vibra mesmo.

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  • Patrono

Que maravilha JR,ja tinha visto algumas fotos da ultima pescaria do PC do ano passado,mas voce superou.Parabens estamos todos curtindo o seu relato.Parabens pela pescaria,pela viagem e principalmente pelas fotos

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  • Mosqueiro

Parte V

Coyhaique, 16/03/07 – Antes de mais nada devo falar das Cabanas do Tio Nino, isso mesmo, o Nino fez nos fundos do terreno onde mora duas cabanas bonitas e confortáveis. Sala, três quartos, banheiro, TV, vídeo e uma cozinha bem completa, tudo novinho em folha, feito com muito carinho e bom gosto, altas mordomias.

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De café tomado saímos em direção ao Rio Ñireguao. É um rio famoso internacionalmente, com águas caudalosas, com bons peixes e que tem uma característica marcante, muitos saltamontes, ou seja, gafanhotos. Quando caminhamos pelas margens eles saltam aos montes (saltamontes, hehehehe essa foi triste). Neste rio se pesca com Dave`s Hoppers ou coisa parecida. Eu usei uma isca feita pelo André Fogaça que é muito realista feita em EVA marrom e patas de borracha, foi muito eficiente, mas não neste dia.

Neste dia o Nireguao não estava legal para mim, mas o Paulo assim que chegou pegou uma bitela que desceu o rio em velocidade máxima levando tudo, não deu nem tempo de tentar parar o bicho. Mas assim mesmo ele ainda pegou duas outras trutas de bom tamanho.

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Paulo em ação

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Feliz...

Eu desci uns 700m e não vi nada, acabei chegando a um poço bem fundo onde consegui tirar duas trutas e foi tudo o que consegui.

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Elas estavam lá, mas não comiam. A mudança do tempo de muito quente para vento e chuva fez com que o peixe parasse de comer, foi o que constatamos, pois encontramos um Espanhol e seu guia – esses estavam pior que a gente, pois não pegaram nada.

Paramos para o almoço.

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Resolvemos ir para outro rio e fomos para o Arroio Norte, triste ilusão, lá a coisa estava pior, bons locais de peixe, mas somente isso, peixe que é bom nada.

Voltamos para casa um pouco triste c/ Nireguao.

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  • Mosqueiro

Grande JR,

Lindas fótos vc está proficional mesmo, adorei a Arco-iris com a Royal nas costas deve ter sido uma briga e tanto.

Pena que o Nireguao não estva tão farto como deveria mas a culpa é do tempo mudanças de temperatura ou melhór de clima realmente afetam as trutas.

Mesmo assimvc mostros categoria e conseguiu uma bonita marron para fóto, imagina a dor de cabeça do guia do espanhol ao saber que vcs conseguiram pescar.

Forte Abraço,

Daniel

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EVOLUÇÃO

PRIMEIRO O PESCADOR QUER PEGAR TODOS OS PEIXES DO RIO

DEPOIS OS MAIORES PEIXES

UM POUCO MAIS EVOLUIDO ELE QUER PEGAR O MAIS DIFICIL

E BEM MAIS TARDE.........................

O MELHOR DIA DE PESCA É AQUELE EM QUE O PESCADOR NÃO PEGA NADA , POIS O PEIXE ME GANHOU , NÃO FUI CAPAZ DE CONVENCER O PEIXE A PEGAR NA MINHA ISCA, VOU TER QUE APRIMORAR MINHA TECNICA

ANDRE

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  • Mosqueiro

Galera,

Tentei usar Dry até o último momento, vcs podem ver que a isca é um saltamontes parachute atado pelo Paulo, uma bela isca. Já no final só na ninfa, nada contra, até porque ferrar no momento certo não é nada fácil, mas fui confiante na fama do rio e tentei até o final. Uma pena que o rio não se amostrou como queríamos, mas volto lá e farei uns 3 dias com acampamento ou coisa parecida.

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  • Mosqueiro

Parte VI

Coyhaique, 17/03/07 – Neste dia teríamos uma surpresa Ninito o filho mais novo de Nino e Elsa iria conosco. São cinco filhos e cinco netos (se não me engano), todos muito bem encaminhados e educados, uma bela família. Era sábado, portanto não haveria aula e Paulo fez questão de que Ninito fosse. Paulo ainda presenteou Ninito com uma Fisher #4, o guri de 14 anos ficou louco com sua primeira varinha, era só alegria.

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Fomos em direção ao Rio Imperador Guilhermo, um rio show de bola. Rio raso, de média largura, com muitos poços e com trechos sem e com vegetação. Novamente sigo o meu caminho, só, mas feliz a procura de um bom trecho para pescar. Paulo, Nino e Ninito logo acharam seu paraíso e ali ficaram todo o dia.

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Paulo em seqüência!!!

Eu desci à estrada a procura de um trecho mais sinuoso.

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Andei uns 1 km até achar um pequeno córrego que cortava a estrada, entrei nele e desci em direção ao rio principal. Confesso que fiquei com medo, pois o rio principal não chegava e o mato fechava em minha frente me fazendo abaixar para não ficar agarrado na mata, além dos arames farpados e outros obstáculos. Andei por 40 min até encontrar o rio principal. Desci em um trecho de muita mata nas laterais e que me lembrou o Rio Quillen na AR. Mudei de posição no rio indo para outra margem, a minha frente uns 10m à direita um pequeno arbusto se dobrava por cima do rio, um local perfeito para o primeiro arremesso, água corrente e sombra, se eu fosse uma truta eu iria morar ali. O resto vocês já sabem, foto!!!!

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Comecei bem, uma truta de uns 1,5 à 2 kg no primeiro arremesso, foi de pirar o cabeção hehehe. Parti em frente. Era só alegria, a cada pedra uma truta, umas pequenas outras bem grandinhas. Era possível escolher, pois elas comiam sem parar e denunciavam seus esconderijos. Para vocês terem uma idéia em duas horas de pescaria se percorri 200m foi muito. Cansei dos parachutes e coloquei a imitação de gafanho que o André fez para mim em EVA marrom, e a farra continuou. Até que uma truta maiorzinha resolveu levar a minha isca embora, o local onde ela estava era complicado, pois a corrente passava bem rente ao arbusto com muitos paus por debaixo e era lá justamente onde ela morava, a isca deve estar pendurada, como troféu, em algum tronco na sala de estar da truta. Logo mais a frente, uns 5 m peguei essa.

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Voltei para o almoço às 14h, na segunda parte peguei mais leve e desce no trecho bem em frente a nossa parada. Desci uns 500m e pesquei em uma curva com bons peixes, mas nada expressivo no máximo 1 kg.

Conclusão: gostamos muito desse rio, vimos ótimos lugares para pescar ao longo dele, é um belo rio. O tempo voltou a esquentar e acho que isso influenciou

Voltamos para Coyhaique.

Continua...

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