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Trabalho científico


Postagens Recomendadas

  • Mosqueiro

Sempre que me interesso por uma espécie, começo pesquisa por artigos científicos, prioritariamente, distribuição geográfica e hábitos alimentares.

Pesquisando sobre Brycon opallinus, encontrei este interessante artigo:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-06032006000300015&script=sci_arttext

Abs.

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Muito interessante mesmo !!

Preciso descobrir os hábitos das Oreochromis niloticus então..., pois no último domingo fiquei perplexo observando-as em fuga. Eram muito grandes e estavam dando sopa no raso. Porém não permitiam nem 15 metros de aproximação com a agua limpa.

Abç

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  • Mosqueiro

O que quer dizer

Na coleta de abril, dos 47 exemplares de B. opalinus analisados três ingeriram itens animais incomuns (Fo = 1,17).

No trabalho está descrito os três animais : duas pererecas e um ratinho ... incomum para uma espécie que se alimenta de insetos, frutos e sementes .

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  • Mosqueiro

Já tinha lido esse trabalho há 5 anos. Escrito pela UNESP de rio claro. Essa pirapitinga do sul se trata de uma espécie endémica da bacia do paraíba do sul. A nossa pirapitinga aqui de Goiás e a B. Nattereri, muito parecida. Mostra que a espécie e uma onívora oportunista, podendo se alimentar de ratos, rans e o que for oferecido. Foi nela que baseamos nossa matéria de pescando pirapitingas com ratos. Só não concordei com o formato do estudo: mataram 266 pirapitingas com rede só para estudar o conteúdo estomacal. Todo o achado já era esperado em se tratando de Brycons. Além disso: basta colocá-las vivas num recipiente, transisca, que o próprio stresse já faz com que a pirapitinga regurgite o que comeu. Assim fiz minhas pesquisas aqui em Goiás. Pq acho que matar 266 indivíduos de uma espécie ameaçada só para título de curiosidade, com um achado totalmente previsível, acho uma imprudência total. Mas há quem goste e ache interessante, uma pena para a espécie! E so o que acho, desculpe minha forma de interpretação. Abraços! Leandro

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  • Patrono

É, 266 exemplares é um exagero, mas rendeu não apenas esse trabalho. Houveram outros e se bem me lembro dissertações ou teses.

As coletas também foram feitas ao longo de um ano, fornecendo dados bem interessantes e abrangentes.

Vale lembrar que aquela região, juntamente com outro afluente do Paraíba do Sul, fora repovoada pela CESP.

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  • Mosqueiro

Repovoamento???? Mais uma agressão a variabilidade genética da população. Repovoamento e a ultima alternativa para salvar uma espécie. Primeiro sempre se deve retirar o fator agressor: poluição, pesca predatória, reconstruir mata ciliar, PCH, etc. Só depois de retirado o fator agressor, esperasse anos pra se recuperar com a população F1. Cada matriz de pirapitinga desova cerca de 60.000 ovocitos/ kg de peixe, vc acha mesmo que um repovoamento e melhor do que melhorar as condições para que a própria população se reproduza? Conheço a situação dessa região e sei que não foi assim que ocorreu. Quase cometi o erro do repovoamento nas áreas do projeto pirapitinga em Goiás, ainda bem que não o fiz. Minhas considerações pessoais.

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  • Patrono

Leandro, nunca disse que o repovoamento é a solução. Sei bem da variabilidade genética e sua importância, apesar de não ser biólogo.

Já li alguns trabalhos em relação ao dourado da bacia do Rio Uruguai e das Bacias do Rio do Sinos, Jacuí e Camaquã.

E quanto a isso:

"...pelo setor de piscicultura da Companhia Energética de São Paulo (CESP) para repovoar tributários do reservatório de Paraibuna.."

Se não houve repovoamento por parte da CESP o texto acima está errado.

Desculpe Leandro, mas nao entendi a razão tom agressivo da resposta.

Editado por Diego Thomas
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  • Moderador

O tópico está excelente, apesar de meio quente...

Em que pese os amores e ardores de cada um sobre a questão, peço, como moderador, um pouco de tranquilidade no que escreverem.

Tem muita gente aqui, como eu, que não entende patavinas do correto procedimento de aumento de população de espécies de peixes nativas nem tampouco de ecologia de água doce, de modo que um certo didatismo, por parte de quem entende, seria de muito bom tom. Gostaria muito de entender mais sobre o que está sendo discutido e tenho certeza que posso, com a ajuda de vocês.

Se quiserem postar outros trabalhos publicados sobre o assunto, agradeço, assim como agradeço qualquer sugestão de literatura (livro) sobre o assunto. Esses dias comprei o Dodds (http://www.amazon.com/gp/product/0123747244/ref=oh_details_o02_s00_i00?ie=UTF8&psc=1) mas não tive tempo de olhar com calma ainda :p

Obrigado.

;)

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  • Mosqueiro

Quanto a coleta dos 266 indivíduos, vale lembrar que foram com total embasamento científico, que os exemplares estão tombados no museu de zoologia, e que a quase 10 anos atrás (2004), o estudo de conteúdos estomacais tinha esse padrão para método de coleta.

Além de que a coleta com rede de espera deixada a noite toda armada, muito provavelmente os espécimes já estavam mortos quando do recolhimento do aparato.

Também achei grande o N, mas com certeza foram dados bem aproveitados, inclusive por você Leandro, na sua pescaria com imitações de ratos em GO, conforme sua afirmação.

Outro fato que vale lembrar, as coletas se deram dentro de um Parque Estadual, o que assegura (pelo menos em tese) a manutenção dessas populações.

Cito aqui, que não estou defendendo os autores ou seus métodos de coleta, apenas fazendo um contraponto às opiniões de nosso amigo Leandro.

Abs.

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  • Mosqueiro

Grande parceiro Jost,

em resumo, o trabalho trazido ao fórum por mim, aponta que as pirapitingas do sul, em determinadas condições, se alimentam de vertebrados como rãs e ratos, e este foi o motivo pelo qual me chamou a atenção primeiramente.

Lendo o trabalho completo, vi que foram coletados 266 espécimes em um ano de amostragem (12) e que as mesmas variaram entre 4 e 36cm, (grandona em).

Claro que minha mente mosqueira já se encheu de imagens de pescarias em rios da serra do mar, com toda a beleza característica do local, e pirapitingas atacando ratinhos de deer hair....

Editado por Vasconcellos
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  • Moderador

É, imaginei que essa tinha sido a razão de seu post inicial...

36cm? Já dá uma briga boa isso numa vara #1 rsrs

Vamos ver os desdobramentos da postagem...

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  • Patrono

muito legal, mas ainda me irrita muito a enorme confusão entre matrinxãs e piraputangas. Vejam isso: "Na Amazônia Central, o matrinxã Brycon cephalus (Günther 1869) é considerado onívoro, alimentando-se de sementes, frutos, flores, restos de vegetais e insetos, de acordo com a estação do ano e a disponibilidade destes alimentos." Essa é a alimentação regular piraputanga, e não a da matrinxã amazônica, que é um voraz predador e também (e ao que me consta principalmente) se alimenta de peixes, crustáceos e moluscos, além de insetos e vermes, claro. Tb não me espantará se encontrarem pequenas aves e roedores em seus intestinos ...

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  • Mosqueiro

Sem dúvidas a pesquisa é interessante e válida. De se relembar que faltam pesquisas como essa para embasar (ou impugnar) qualquer atividade que cause impacto ambiental seja ele qual for. Tudo bem que a metodologia deveria ser diferente, mas não retira a validade do estudo.

Creio que estes rios dentro do parque estadual não foram objeto de repeixamento já que são locais de difícil acesso/acesso controlado o que propicia boas condições para desenvolver populações sustentáveis e saudáveis. A CESP fez sim peixamento em locais fora do parque e principalmente no reservatório de Paraibuna.

Quanto a resposta do Célio, creio que não há confusão alguma sendo que os brycons em geral são onívoros e, portanto não há confusão entre os hábitos alimentares da matrinxa e piraputanga visto que são exatamente identicos, podendo variar de acordo com o local e época do ano. Tanto a matrinxa (amazonica ou do São Freancisco) quanto a piraputanga se alimentam de flores, folhas, frutos, insetos, vermes e outros peixes, basta dar uma olhada aqui no fórum para ver que o pessoal sempre pega piraputangas e matrinxas do SF em grandes streamers pescando dourados. Aliás no pantanal é comum ver as piraputangas estourando em cardumes de lambaris e outros peixinhos da mesma forma que os dourados.

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  • Mosqueiro

Leandro, nunca disse que o repovoamento é a solução. Sei bem da variabilidade genética e sua importância, apesar de não ser biólogo.

Já li alguns trabalhos em relação ao dourado da bacia do Rio Uruguai e das Bacias do Rio do Sinos, Jacuí e Camaquã.

E quanto a isso:

"...pelo setor de piscicultura da Companhia Energética de São Paulo (CESP) para repovoar tributários do reservatório de Paraibuna.."

Se não houve repovoamento por parte da CESP o texto acima está errado.

Desculpe Leandro, mas nao entendi a razão tom agressivo da resposta.

Diego,

escrevi minha mensagem no meu celular, no sinaleiro, na pressa, não tive a intenção de responder de forma agressiva, e não foi esse o sentimento que agia em mim no momento. Lendo o que postei percebi que realmente foi uma resposta agressiva, não escolhi bem as palavras, foi a pressa mesmo. Quem me conhece sabe que sou muito pacato. Me desculpe, com sinceridade.

Só pq acho que nenhuma das informações coletadas necessitavam de matar tantos peixes, ainda mais pq nenhum laboratório domina a reprodução em cativeiro da pirapitinga do sul.

Me desculpe mais uma vez! Não sou uma pessoa agressiva e não tinha esse sentimento dentro de mim, só me expressei de forma inadequada.

Grande abraço!

Leandro

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  • Mosqueiro

É, imaginei que essa tinha sido a razão de seu post inicial...

36cm? Já dá uma briga boa isso numa vara #1 rsrs

Vamos ver os desdobramentos da postagem...

Em alguns estudos cientificos, o tamanho dos exemplares são até a última vértebra, ou seja, sem a contar a cauda.

Se assim foi, esse exemplar de 36 cm deveria ter uns 40 cm com a cauda.

Li esse trabalho há 5 anos, não lembro mais...

Abs!

Uma pirapitinga acima dos 40 cm é meu sonho...

Abs!

Leandro

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  • Mosqueiro

Quanto a coleta dos 266 indivíduos, vale lembrar que foram com total embasamento científico, que os exemplares estão tombados no museu de zoologia, e que a quase 10 anos atrás (2004), o estudo de conteúdos estomacais tinha esse padrão para método de coleta.

Além de que a coleta com rede de espera deixada a noite toda armada, muito provavelmente os espécimes já estavam mortos quando do recolhimento do aparato.

Também achei grande o N, mas com certeza foram dados bem aproveitados, inclusive por você Leandro, na sua pescaria com imitações de ratos em GO, conforme sua afirmação.

Outro fato que vale lembrar, as coletas se deram dentro de um Parque Estadual, o que assegura (pelo menos em tese) a manutenção dessas populações.

Cito aqui, que não estou defendendo os autores ou seus métodos de coleta, apenas fazendo um contraponto às opiniões de nosso amigo Leandro.

Abs.

Amigo Vasconcelos,

Não estou fazendo contraponto a vc, mas ao trabalho:

Qual dos dados da conclusão necessitaria de matar 266 exemplares para que esse estudo fosse tão eficiente?

Sabemos que a maioria dos trabalhos feitos por biólogos, usam redes como metodologia de coleta, mesmo pq a maioria desses biólogos não pescam com linha e alguns ainda usam ribeirinhos na coleta.

Achei os dados interessantes tb, assim como vcs, só não me agrada a metodologia usada.

Independente desse trabalho eu usaria ratos, rãns e outros animais para se pescar.

Quem pesca pirapitinga sabe que muita coisa é possível...

Se passar a rede após uma revoada de cigarrinha do campo, o que vão encontrar?

Se passar após uma revoadas de saúvas, o que vão encontrar?

Se passarem no pico de eclosão da dobsonfly, o que vão encontrar?

Admiro os autores, o trabalho e os dados, só não gostei da metodologia.

No Projeto Pirapitinga, temos um trabalho com 400 peixes, metodologia: pesca com mosca, pesque e solte.

Os dados mais aprofundados do trabalho não cabe aqui, talvez numa outra oportunidade.

Mesmo pq, não teríamos o mesmo respaldo, além de santo de casa não fazer milagre.

Grande abraço a todos!

Leandro

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  • Patrono

Diego,

escrevi minha mensagem no meu celular, no sinaleiro, na pressa, não tive a intenção de responder de forma agressiva, e não foi esse o sentimento que agia em mim no momento. Lendo o que postei percebi que realmente foi uma resposta agressiva, não escolhi bem as palavras, foi a pressa mesmo. Quem me conhece sabe que sou muito pacato. Me desculpe, com sinceridade.

Só pq acho que nenhuma das informações coletadas necessitavam de matar tantos peixes, ainda mais pq nenhum laboratório domina a reprodução em cativeiro da pirapitinga do sul.

Me desculpe mais uma vez! Não sou uma pessoa agressiva e não tinha esse sentimento dentro de mim, só me expressei de forma inadequada.

Grande abraço!

Leandro

Sussa, Leandro, a comunicação digital tem desses mal entendidos/interpretados.

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  • Patrono

Grande parceiro Jost,

em resumo, o trabalho trazido ao fórum por mim, aponta que as pirapitingas do sul, em determinadas condições, se alimentam de vertebrados como rãs e ratos, e este foi o motivo pelo qual me chamou a atenção primeiramente.

Lendo o trabalho completo, vi que foram coletados 266 espécimes em um ano de amostragem (12) e que as mesmas variaram entre 4 e 36cm, (grandona em).

Claro que minha mente mosqueira já se encheu de imagens de pescarias em rios da serra do mar, com toda a beleza característica do local, e pirapitingas atacando ratinhos de deer hair....

Vasconcellos, também já imaginei isso, mas aquilo é parque, sabe como é a legislação para parques no Brasil. O curioso é que os rios de lá são explorados por agências de rafting locais.

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  • Moderador

Quem pesca pirapitinga sabe que muita coisa é possível...

Se passar a rede após uma revoada de cigarrinha do campo, o que vão encontrar?

Se passar após uma revoadas de saúvas, o que vão encontrar?

Se passarem no pico de eclosão da dobsonfly, o que vão encontrar?

Leandro

:):):)

Ola Leandro,

Como você, não vejo qualquer motivo para espanto, desde que consideremos que a alimentação

chamada de "seletiva" é uma forma de alimentação oportunística.

Melhor seria chamada de "foco" seletivo, que ocorre da forma como você citou.

Oportunisticamente porque não engolir um bom naco de proteína trazido pela esteira de alimentação

na forma de uma rãzinha ou um camundongo ?

Grande abraço

Odimir

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  • Administrador

Sussa, Leandro, a comunicação digital tem desses mal entendidos/interpretados.

Principalmente quando estamos digitando num celular, que é o meu caso agora.

Está em alto nível o tópico e será bem aproveitado pela comunidade.

T+ ;)

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  • Mosqueiro

Diego,

escrevi minha mensagem no meu celular, no sinaleiro, na pressa, não tive a intenção de responder de forma agressiva, e não foi esse o sentimento que agia em mim no momento. Lendo o que postei percebi que realmente foi uma resposta agressiva, não escolhi bem as palavras, foi a pressa mesmo. Quem me conhece sabe que sou muito pacato. Me desculpe, com sinceridade.

Só pq acho que nenhuma das informações coletadas necessitavam de matar tantos peixes, ainda mais pq nenhum laboratório domina a reprodução em cativeiro da pirapitinga do sul.

Me desculpe mais uma vez! Não sou uma pessoa agressiva e não tinha esse sentimento dentro de mim, só me expressei de forma inadequada.

Grande abraço!

Leandro

Leandro: grande sua conduta.....perdoar e aceitar desculpas é muito mais fácil que pedir perdão ou desculpar.se.. a

humildade é o ultimo degrau da sabedoria.

parabens, um abraço, ADAUTO.

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  • Patrono
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  • Mosqueiro

Leandro, nunca disse que o repovoamento é a solução. Sei bem da variabilidade genética e sua importância, apesar de não ser biólogo.

Já li alguns trabalhos em relação ao dourado da bacia do Rio Uruguai e das Bacias do Rio do Sinos, Jacuí e Camaquã.

E quanto a isso:

"...pelo setor de piscicultura da Companhia Energética de São Paulo (CESP) para repovoar tributários do reservatório de Paraibuna.."

Se não houve repovoamento por parte da CESP o texto acima está errado.

Desculpe Leandro, mas nao entendi a razão tom agressivo da resposta.

Amigo Diego,

Mais um mal entendido pela digitação. Quando disse: "conheço a situação da região e não foi assim que ocorreu", não quis dizer que vc não falou a verdade, eu quis dizer que a CESP não seguiu a forma ideal de se salvar uma espécie: retirar o fator agressor para só então repovoar, entende. Encheram a região de hidroelétricas e PCHs e repeixaram alguns rios e represas com espécies reofílicas, ameaçadas da bacia do paraíba do sul, uma verdadeira hipocrisia. Soltar alevinos e juvenis é muito poético, mas não resolve o problema das espécie ameaçadas...infelizmente.

Aproveitem pra pescar....pq vai acabar...

Me desculpe mais uma vez amigo Diego!

Leandro

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  • Patrono

Amigo Diego,

Mais um mal entendido pela digitação. Quando disse: "conheço a situação da região e não foi assim que ocorreu", não quis dizer que vc não falou a verdade, eu quis dizer que a CESP não seguiu a forma ideal de se salvar uma espécie: retirar o fator agressor para só então repovoar, entende. Encheram a região de hidroelétricas e PCHs e repeixaram alguns rios e represas com espécies reofílicas, ameaçadas da bacia do paraíba do sul, uma verdadeira hipocrisia. Soltar alevinos e juvenis é muito poético, mas não resolve o problema das espécie ameaçadas...infelizmente.

Aproveitem pra pescar....pq vai acabar...

Me desculpe mais uma vez amigo Diego!

Leandro

É Leandro, o interessante pra eles é aparecer na mídia como amigos da natureza, não fazer o que é correto.

Semelhante acontece nas represas do rio Pelotas/Uruguai. Acredito que esteja sendo feito coisas bem feias por aquelas bandas.

Não precisa se desculpar por mal entendidos! ;-)

Abação

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  • Patrono

É galera

Excelente tópico, o nível foi lá para as alturas.

Bueno, pesquisa é importante. Tem que haver. Evidente que tem que ser buscadas formas de não haver matança de um peixe como justificativa para salva-lo.

Pois bem, depois destas pesquisas devem vir ações.

E aí, que parece que sempre as coisas param.

Vou achar a pesquisa sobre o Dourado aqui na bacia do Uruguai para passar para voces, e podemos ver a metodologia.

Digo isto, porque esta pesquisa foi o vetor das ações que aconteceram recentemente acerca do dourado e do surubim. Se não fosse a pesquisa, não haveria proibição, se não houvesse proibição estariam extintos.

E agora, num segundo momento, as pesquisa estão apontando como fazer para minimizar os fatores agressores para o Dourado voltar.

Abc

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  • Mosqueiro

Só pq acho que nenhuma das informações coletadas necessitavam de matar tantos peixes, ainda mais pq nenhum laboratório domina a reprodução em cativeiro da pirapitinga do sul.

Olá,

Embora a pirapitinga não seja produzida em escala comercial (talvez porquê cresça bem menos que outras espécies do gênero Brycon) sua reprodução é feita em laboratório, sem grandes dificuldades, como é evidenciado no artigo abaixo, publicado há mais de dez anos. Nesse artigo observou-se 90% de fertilização e 40% de eclosão. De modo geral, os briconídeos (matrinxãs, piracanjuba, piraputanga, entre outros) respondem bem à indução hormonal.

Caso alguém tenha interesse nos detalhes do procedimento, acesse:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-35982002000500002

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  • Mosqueiro

Amigo Salles, quando coletei as matrizes F1 de pirapitingas aqui de Goiás, estudei esse e outros trabalhos. Trabalhamos as matrizes em dois grandes laboratórios daqui. Escolhi laboratórios que já faziam reprodução de brycons( matrincha e piracanjuba), com o mesmo pensamento que vc apresentou agora. Conseguimos taxas de desova, hormônio induzidas, fertilização e eclosão semelhantes aos desse trabalho. Porém a nossa grande dificuldade foi lidar com o canibalismo dos alevinos. Usamos várias estratégias de alimentação anti-canibalismo. A primeira tentada foi a tradicional: artemia. Depois partimos pra segunda, misturar os alevinos de pirapitinga com os de outra espécie, escolhemos o curimba e piau, que possuiem alevinos menores que os da pirapitinga. Mesmo assim não conseguimos o sucesso esperado. Com o insucesso da reprodução, e por pena das 14 matrizes que tinha em cativeiro, e por ter mudado minha opinião quanto ao repovoamento, desisti desse processo. Parti para outras estratégias mais inteligentes, orientadas por biólogos renomeados. Obs: se vc achar algum trabalho que mostra o sucesso de sobrevivência na reprodução de pirapitingas me mostrem, por favor. Tem anos que não pesquiso isso, talvez já tenham algum. Grande abraço!

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  • Administrador

Pelo que me lembro da época de aquariofilista, quando vamos iniciar uma criação, chamamos de F0 os primeiros indivíduos, F1 os filhos do cruzamento desses e de F2, F3, F4..., os cruzamentos dos filhos das gerações anteriores.

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  • Mosqueiro

Leandro Vitorino, em 23 Out 2013 - 09:16, disse:

A primeira tentada foi a tradicional: artemia. Depois partimos pra segunda, misturar os alevinos de pirapitinga com os de outra espécie, escolhemos o curimba e piau, que possuiem alevinos menores que os da pirapitinga. Mesmo assim não conseguimos o sucesso esperado.

Olá Leandro,

Compartilho contigo a ideia de que povoamento é o último recurso, para ser usado em casos extremos; depois que todas as medidas de conservação tiverem sido tomadas. E isso não se aplica só a peixes. Havendo abrigo (no sentido amplo) e alimento, a grande maioria das espécies selvagens são muito eficientes para formarem populações auto sustentáveis. Mas como existe a tal da mídia...

Náuplios de artêmia são muito pequenos (considerando o tamanho da boca dos Brycons!), sobrevivem por pouco tempo em água doce, e geralmente são carreados para fora da incubadora rapidamente; ou ainda, se a tela for de malha estreita, entopem a tela.

O problema é que a abertura da boca e o início da alimentação ocorrem muito rapidamente (larvas de peixes de piracema eclodem com o trato digestivo totalmente incompleto)e a alimentação tem que ser feita ainda dentro da incubadora, pois a larva ainda não está suficientemente desenvolvida para ser solta nos viveiros de alevinagem.

O uso de outra espécie forrageira ajuda, mas a diminuição do canibalismo se dá por uma questão meramente probabilística: a larva do Brycon não tem preferência pela larva do forrageiro; e ela abocanha o que passar pela frente...Daí tem que estocar uma proporção bastante elevada de larvas de forrageiro em relação às larvas de Brycon. Outra providência importante é transferir as larvas o mais rapidamente possível (quando estiverem nadando corretamente) para os viveiros de alevinagem, e se possível, em viveiros em que a produção de cladóceros seja elevada. Se a população zooplanctônica for constituída primariamente por rotíferos, o problema do canibalismo vai continuar no viveiro, e no final da alevinagem sobrarão pouquíssimos alevinos (bem grandes, por sinal...). Essa estratégia de produção de alevinos funciona tanto com Brycons quanto com Salminus (dourados e tabarana).

Abraços,

Editado por Salles
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  • Mosqueiro

Amigo Sales, bela explicação! Foi exatamente esse o nosso problema e não conseguimos resolvê-lo. Espero que a espécie aqui de Goiás não necessite de peixamento. Abrigado! Pessoal bom final de semana a todos! To indo pro chapadao, fisgar uns brycons e salminus com o Jamanta!! Fiquem com Deus!

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  • Mosqueiro

A título de ilustração, abaixo o resumo do trabalho de Lima & Britski, 2007, que descreveu a nova espécie de dourado da bacia do Rio São Francisco.

RESUMO

Salminus franciscanus, o dourado de grande porte da bacia do rio São Francisco, Brasil, é descrito. Esta espécie, embora conhecida ictiologicamente desde meados do século XIX (Valenciennes, em Cuvier & Valenciennes, 1850), nunca foi identificada de forma correta. Salminus franciscanus pode ser distinguida de suas congêneres pela combinação dos seguintes caracteres: presença de um dente da série externa do dentário consideravelmente maior que os demais dentes, ausência de uma faixa pós-orbital escura, contagens intermediárias de escamas (68-82 escamas na linha lateral, 11-14 séries de escamas horizontais entre a origem da nadadeira dorsal e a linha lateral e 6-8 séries de escamas horizontais entre a linha lateral e a inserção da nadadeira pélvica) e um prolongamento mediano da nadadeira caudal bem desenvolvido.

Moderadores, favor mover esse para o tópico TRABALHO CIENTÍFICO II - A FALTA DELE...

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  • Patrono

Esse é um pouco mais completo a respeito da alimentação: http://www.scielo.br/pdf/bjb/v68n2/a13v68n2.pdf

Tem mais de onde esse veio.

Fausto, poderíamos fazer um subforum só com dados academicos/científicos! Que achas?

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  • Administrador

Opa desculpe a demora na resposta, li somente agora.

Fausto, poderíamos fazer um subforum só com dados academicos/científicos! Que achas?

Não creio ser uma boa ideia Diego, pois nem mesmo a seção Wiki conseguiu conquistar os amigos motivando sua participação e olha que o assunto são os nossos peixes, tanto que vou discutir com os moderadores abrir a seção Nossos Peixes sem controle algum de post ou moderação, assim a coisa se torna menos formal e aproveitamos alguma participação dos amigos.

T+ :ok:

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