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Sian Ka'an - Onde Nasce o Céu


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  • Mosqueiro

Após muito planejamento, noites de atado e dias de ansiedade, finalmente embarcamos para nossa esperada viagem de férias, onde, como sempre, procuramos combinar turismo, descanso e pesca.

O roteiro se iniciou por Cancun, onde o objetivo maior era relaxar e curtir a cidade, mas onde também aproveitamos para esticar a linha em uma manhã, na laguna de Nichupte, bem em frente à zona de hotéis. E que boa surpresa!

Em Cancun nos hospedamos no Intercontinental, muito bem localizado e com ótima estrutura de piscina e praia.

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Nessa vez viajamos acompanhados pelo Sérgio e sua esposa, Eliane, o que tornou tudo muito mais divertido.

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Aproveitamos a culinária da região...

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E os melhores drinks com tequila do mundo...

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Mas, como ninguém é de ferro e a ansiedade para pescar era imensa, já havíamos agendado uma manhã de pesca na laguna. Existem alguns serviços de pesca com mosca na região e, como o que o Caio havia nos recomendado estava sem horários disponíveis, arriscamos outro (http://www.cancuntarponfishing.com) e gostamos muito. O dono do negócio, Martin, é holandês, muito sério e conta com uma loja de apoio na Marina del Rey. Têm dois excelentes barcos para a laguna (desenhados especificamente para pesca com mosca) e uma “panga” (barco de pesca dos profissionais da região) para pescar em Isla Blanca. Além disso, oferece incluído no preço, todo o material de pesca com mosca que se necessite, inclusive conjuntos Sage e G-loomis. O guia mexicano não era uma “brastemp”, mas também não comprometeu. E, o melhor de tudo é que em apenas 4 horas de pesca pudemos lançar, no visual – a laguna tem águas azuis/verdes transparentes – para mais de 10 tarpons (babies, é claro) e para um cardume de permits pequenos. Sergio embarcou dois tarpons, eu outros dois, além de várias pequenas barracudas e xereletes. Realmente muito divertido e surpreendente encontrar tanto peixe ali, em plena área urbana.

Fotos dos tarpons do Sérgio e de um dos meus. O outro, que inclusive era bem maior, pulou de minhas mãos na hora da foto. Ficou sua lembrança...

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A seguir viajamos para o sul da península de Yucatán, onde ficamos hospedados no Tarpon Paradise, localizado na Reserva da Biosfera de Sian Ka’an, quase na fronteira com Belize. O pequeno lodge oferece acomodações para apenas 8 pessoas, que também é o número máximo de pescadores que podem ser atendidos pela estrutura de barcos e guias.

O pacote é operado exclusivamente pela The Fly Shop, que presta toda informação e suporte antes da viagem, fazendo todos os arranjos necessários. A região é remota, fica a 5 horas ao sul de Cancun e não conta com eletricidade. O lodge oferecia eletricidade provida por geradores, de forma limitada. Às 22:00h tudo era desligado; mas como estávamos em semana de lua cheia, pudemos desfrutar de um belíssimo visual, onde a areia da praia e o mar, a apenas 10 metros de nossa janela, era tingido de dourado e prateado.

Algumas fotos:

A janela de nosso quarto, debruçada sobre o mar do Caribe:

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A “casita” onde ficaram Sérgio e Eliane:

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Luxo: uma cozinha primorosa em tão remota paragem:

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A pesca na região pode ser feita na Baía do Espírito Santo, na Baía de Chetumal, na praia em frente ao lodge e nas lagunas da região. Nessas, o acesso é difícil, o barco tem que ser arrastado por trilhas abertas na mata, povoada por hordas de mosquitos e com a presença eventual de felinos. O lodge está tentando permissão do governo para abrir acessos permanentes, por carro, para duas lagunas. Pescamos nas duas baías e na praia. Para se chegar às baías nos deslocávamos de camionete, em percursos que tomavam mais de uma hora por estradas abertas na mata:

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Uma das ilhas da Baía do Espírito Santo:

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Junto a essa ilha, fisguei alguns babies como esse:

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E nesses flats de sonho pescamos nossos bonefishes e quase pescamos nossos grandes permits. Essa região é realmente povoada por quantidade apreciável de permits, inclusive de grande porte. Sérgio e eu tivemos boas oportunidades de pescá-los, mas como marinheiros de primeira viagem, “panelamos” em nossas chances. Na verdade, como estávamos pescando em barcos separados (Sérgio pescou com Eliane e eu com Jack) e sempre em áreas diferentes, fui premiado com mais oportunidades, tendo inclusive engatado um que o guia estimou como tendo mais de 15 quilos, mas que, mal ferrado, se soltou do anzol. Pude lançar para mais de 10 permits, com alguns vindo atrás abocanhar a isca e eu os perdi na hora de ferrar. Numa dessas vezes, uma visão clássica: a imensa arraia se deslocava à frente, revolvendo o fundo com seu movimento de asas, desenterrando crustáceos. E um permit de seus 5 quilos a seguia, movendo-se em círculos em torno da arraia, caçando os camarões que subiam. Isso com três palmos de água transparente, a apenas 10 metros à minha frente. Pensei: é agora! Com um roll cast o “crab” dessa vez caiu perfeito, bem à frente dos peixes. O permit avançou na mosca ao mesmo tempo em que a arraia se deslocou e a água se toldou com a areia levantada pelo movimento dos peixes, enquanto minha carretilha disparava. Para minha frustração, o permit errou o bote e o anzol cravou a arraia, por baixo, próximo ao seu bico. Após o exaustivo trabalho de aproximação (a arraia devia ter uns 20 quilos) cortamos a linha para evitar risco de acidentes com o ferrão.

Tudo passa muito rápido, a presença do vento é constante, o peixe se desloca, a linha forma laçadas e a ansiedade torna nossos lançamentos medíocres. Enfim, a chance de “panelar” é enorme. Com certeza em uma próxima jornada já estaremos mais preparados para lidar com essa pesca que até então só conhecíamos em teoria.

Flats sem fim, alguns de areia, com cadeias de pedras espalhadas, outros cobertos por “Turtle Grass”. Mas sempre cobertos por águas azuis e verdes, lindas e claras.

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Também neófitos na pesca de bonefishes, apanhamos bastante até começarmos a aprender a vê-los e a entender seu comportamento na hora de atacar a mosca. Engraçado é que havia dias em que estavam muito assustados e enganá-los era realmente um desafio; mas havia outros dias em que pareciam famintos e mesmo lançamentos medíocres resultavam em ataques. Não eram grandes. Pescamos bones entre 300 gramas e 1,2 kg, mas mesmo os menores proporcionam corridas incríveis. Somente após pescá-los pude entender a razão de tanta motivação dos pescadores com mosca em persegui-los. Eu diria que o bonefish está para a água salgada, como a truta está para a água doce, em termos de pesca com mosca.

Pescamos muitos bonefishes e para não ficar repetitivo, colocaremos apenas algumas fotos:

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Além dos bones eu e Jack dedicamos algum tempo para brincar com as grandes barracudas, abundantes na região. Pescamos sempre com anzóis sem farpa e as soltávamos antes de embarcar, cortando a linha. Acabamos por não fotografa-las, mas foram várias acima de 10 quilos. Tem muitas mesmo! E também pudemos pescar vários xaréus, xareletes azuis e pargos, como os das fotos abaixo.

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No último dia optamos por pescar na praia em frente ao hotel e, para a nossa surpresa e felicidade, pescamos muitos bonefishes (pequenos, mas valentes) e mais de 30 filhotes de permits e alguns galhudos. Temos poucas fotos desse dia, pois estávamos pescando separados uns dos outros. Eis algumas fotos do Sérgio e da Eliane:

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Terminamos nossa jornada no paraíso com vontade de ficar mais uns dias e seguimos para os EUA. Saímos cedo do lodge, chegamos à Cancun na hora do almoço e voamos para Miami de tarde, onde após alugarmos uma camionete, pegamos a estrada e chegamos à Orlando à noite. Lá encontramos Clarissa e Rodrigo (filha e genro) e passamos uma semana nos parques. Tínhamos uma pescaria agendada, mas houve cancelamento unilateral por parte do guia. Mas isso é outra história, que conto posteriormente. Foi uma semana de muita diversão, confraternização, compras e boa mesa.

Como diz a Jack, Ir todos os anos a Orlando e seus parques é como exercer a medicina: uma paixão sem remédio!

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De Orlando fomos para a ilha de Sanibel, na costa oeste da Flórida (onde já estivéramos ano passado) em busca dos grandes tarpons migratórios e dos robalos no mangue e na beira da praia. Foram dias muito agradáveis, onde pudemos descansar e, mais uma vez, vivenciar a civilidade de uma tídifícil e rica pequena cidade norte-americana.

No entanto, chegamos junto com uma frente fria, que provocou tremenda ressaca nas águas do Golfo do México e nos dois primeiros dias nem pescamos. Com o tempo melhorando fizemos três saídas de pesca, duas nas baías protegidas e uma mo mar aberto. Nas baías vimos uma quantidade apreciável de grandes robalos – vários com mais de 10 quilos – e alguns cardumes de redfishes, mas os peixes estavam absolutamente apavorados. Segundo o guia – muito experiente e amigável – ainda levariam alguns dias para que as coisas se estabilizassem após a ressaca. Apenas o fato de levantar a vara para lançar já era o suficiente para espantar os robalos. Tive um, de seus 5 quilos, que atacou a mosca, mas fui infeliz na hora de ferrar e o perdi. Os peixes andavam tão inapetentes, que mesmo os pequenos tubarões – essas baías são repletas deles – refugavam as iscas que lhes lançávamos. Na última saída fomos para o mar – que já estava em boas condições, mas com águas ainda longe da temperatura ideal. Pescamos na costa da ilha de Captiva, dividindo espaço com centenas de barcos de recreio e de pesca esportiva de americanos ávidos no início de temporada. Embora tenhamos boa experiência com baby tarpons, com os big boys a coisa é diferente. O barco em que pescávamos tinha duas plataformas, de forma que podíamos pescar ao mesmo tempo. Eu estava na proa e Sérgio na popa, quando surge o primeiro tarpon cruzando. Para mais de 80 quilos! Estava à minha frente, mas o ângulo era ruim e não deu tempo de posicionar melhor. Pude lançar para ele por três vezes. Um dos tiros foi bom, mas o peixe prosseguiu como um submarino em marcha, sem qualquer menção de parar. Posteriormente surge um cardume com seis tarpons na faixa de 30 quilos e aí panelei feio. A linha embolou, fiquei nervoso e na melhor oportunidade, o guia pisou na linha e um arremesso que seria perfeito caiu aquém da trilha dos peixes. Não pescamos um só peixe em nossas saídas de barco e, da praia (pesca clássica na região) pudemos lançar para alguns robalos que já começaram a migração do mangue para o mar, mas eles ainda estavam muito lerdos e sem fome. A temperatura da água ainda estava longe do ideal e isso é crucial nessa modalidade. Cheguei a perseguir um robalo de seus 8/10 quilos que nadava pelo primeiro canal (cerca de 10 metros da areia) por mais de 500 metros, tendo feito mais de 10 lances. Algumas vezes o enorme peixe parou o seu curso e se virou em direção à isca, mas sem disposição para atacá-la. Em uma das vezes, ficou com o corpo todo à mostra, tão raso era onde nadava.

Pescamos apenas alguns peixes em Sanibel, mas a região é tão encantadora e nos transmite tanta paz, que ao fim, só pelo privilégio de estarmos lá, já nos sentíamos recompensados e felizes.

Truta do Mar, entre Sanibel e Captiva:

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Robalete, entre Sanibel e Captiva:

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Cavala da região, na praia de Sanibel:

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Eliane também pegou seu robalo:

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Sanibel Sunset

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  • Mosqueiro

Ulala' Tio! Que ferias! Que MARAVILHA! Nao tem nada nessa vida como ficar tomando margaritas e pescando no Mexico, e comendo nachos originais! Assim como pegar os Robalinhos no surf da Florida no fly, com chances de agradáveis surpresas. Em verdade vos digo que o que vi os Robalos fazendo na Florida com as tainhas em setembro do ano passado, ja valeu o espetáculo, mesmo que eu não tenha conseguido tirar um grandao também. Esses são sempre os que ficam por la, e fazem a pesca esportiva ser uma das atividades mais excitantes desse planeta! Congrats!

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  • Administrador

Muito bom Tio Luiz! :bs-aplauder:

Aliás, já era para ter mudado seu nome de exibição para Tio Luiz faz tempo! :D

Mas sem sua autorização não faço! :ok:

Meu camarada foi uma felicidade ler seu relato, abri sorriso o tempo todo! :D

Reservei tempo hoje de manhã e pude ler com calma, muito bom mesmo! :okok:

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  • Patrono

Luizão, ainda estou de ressaca, acordo pela manhã achando que tenho que pegar o material para irmos atrás dos bones. Não pegamos o Big boy, mas não faltará oportunides. Valeu amigão, como diz o ditado, estou de alma lavada. Até a próxima aventura. :okok:

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  • Mosqueiro

Caros amigos,

Agradeço todas as mensagens e fico feliz que tenham curtido.

Vários de vocês conhecem a região, ou outras próximas, muito parecidas, e sabem o quanto essa pescaria é instigante e desafiadora e quanto essa região é bonita. E para aqueles que não conhecem, mais um incentivo. Só o que posso dizer é que vale muito a pena! Eu não vejo a hora de voltar lá (ou para outro destino na região) para conseguir enganar um permit ou ter a chance de um grande tarpon.

E essa viagem foi particularmente especial por viajarmos com o Sérgio e a Eliane, um casal de grandes amigos, com quem pudemos partilhar as boa mesa, a boa conversa e boa pesca! E, com certeza, teremos muitas outras pela frente. Agora, voltando ao Brasil, já está na hora de ir ao São Francisco, pois já estamos com saudades dos douradinhos;

Abraços

Tio Luiz

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