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Mosqueiros macaenses na Patagônia 2009


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  • Patrono

Nossa viagem se iniciou na manhã da sexta feira, dia 27 de fevereiro, com o Neumann me buscando em casa e então seguimos para o Rio com destino ao aeroporto do Galeão. Como não é possível se prever se ocorrerá algum contratempo em uma viagem de 200 Kmts de estrada, preferimos calcular que se não pegássemos nenhum engarrafamento chegaríamos duas horas antes do necessário e foi o que ocorreu.

Almoçamos no Galeão, lacramos as bagagens a serem despachadas e fizemos o check-in. O vôo atrasou uns quarenta minutos a partida, depois ficou rodando sobre Buenos Aires e já eram mais de 22:00 Hs no horário local (+1:00H), quando finalmente chegamos ao solo.

Já no Aeroporto fomos direto ao Banco La Nacíon e cambiamos nosso dinheiro, direto de real para peso. A cotação que nos pagaram foi de 1,44 pesos por real, ou cada peso valendo 0,694 reais. Cotação bem inferior ao ano passado em que a relação foi da ordem de 0,56 centavos de real. O taxi do aeroporto Internacional até o centro saiu por 98 pesos. Ano passado tinha saído por algo em torno de 70 pesos. Ou seja, além do nosso dinheiro valer menos pesos, os preços em pesos estavam bem mais elevados.

Fomos direto para o hotel reservado pelo Neumann, um tal de Grand King Hotel. O hotel estava muito bem situado, a uma esquina da rua Florida. O quarto que ficamos era bastante confortável e saiu a 80 dólares com a reserva antecipada.

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O quarto do hotel

Fomos jantar e dormir. No dia seguinte fomos para o Aeroparque, desta vez o taxi saiu a 40 pesos (ano passado tinha saido se não me engano 17 pesos), lá encontramos os milionários Fábio e Sergio Krieger, pois economizaram uma fortuna de hotel e passaram a noite toda em claro no aeroporto. Vai entender !!!

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Foto tirada de dentro do taxi, deixando o centro de Buenos Aires e indo em direção ao Aeroparque.

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Fabio e Sergio já no Aeroparque desde a noite anterior.

O Vôo em direção a San Martin saiu no horário previsto, entretanto fez uma escala em Esquel, mais ao sul. Entre Esquel e San Martin passou por locais cinematográficos.

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A caminho de Junin

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Escala em Esquel

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Vista magnífica da região próxima a Bariloche

Enfim chegamos ao aeroporto de Chapelco. Lá se encontrava o Alejandro a espera do Fábio e do Sergio, e o carro alugado para mim e o Neumann. Na hora de pegar a chave do carro, o dono da locadora veio com uma estória que o carro tinha seguro com a franquia de míseros 2000 dólares (7000 pesos). Se quizessemos uma franquia de 700 pesos teríamos de arcar com mais trinta pesos por dia. Imaginei que pelo preço da locação que havíamos pago à Pireco, o seguro completo já estaria incluído, mas achamos um roubo a proposta e optamos por correr o risco por nossa conta.

Obs: o carro era um corsa hatch 1.0 pé de boi.

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Chegamos !!!

Fomos então para a hosteria Chimehuin, abrimos as malas, separamos o material de pesca e fomos pescar. Optamos por ir ao Malleo. Chegamos na reserva, nossos relógios já marcavam 18:00 Hs e entramos sem pagar. Esta hora nenhum índio imagina que ainda vai chegar algum pescador.

Andamos uns cinco quilômetros e fomos arriscar um primeiro ponto. Neste ponto tinha muito limo agarrando na linha e não tivemos nenhuma ação. Eu logo no início vi uma truta grande pular fora da água logo a minha frente, mas depois de trocar um monte de iscas, acabei desistindo dela.

Fomos procurar outro ponto mais a frente e achamos um local bem interessante. O Neumann conseguiu pegar ali sua primeira truta. Eu fiquei insistindo na seca e não tive ações, no finalzinho da luz do dia coloquei uma timberline e tive dois picos, mas não se confirmaram as fisgadas.

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Preparando a artilharia para os primeiros pinchos

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Formas erodidas pelo tempo nas rochas. Não sei por que, mas quando o Fabio viu esta foto na minha máquina ficou todo excitado :D

Ao retornarmos para a hosteria, o dono nos avisou que o nosso guia viria nos buscar no dia seguinte às 08:30 para flotarmos. Fomos jantar no restaurante La Posta de Junin, o restaurante que mais gostamos no ano passado e nos assustamos com a primeira conta, algo em torno de 130 pesos, mas com uma garrafa de vinho incluída.

Chegamos na pousada e coloquei o celular para nos acordar no dia seguinte às 07:30 Hs. Nosso relógio já marcava mais de 01:00 H da manhã e estávamos exaustos. No dia seguinte o celular toca, e o Neumann assustado olha o relógio e fala: - Já são 08:30 !

Aí eu me dou conta que havíamos acertado nossos relógios em Buenos Aires, mas eu não havia mexido na hora do celular. Olhamos para fora e o Mauro ainda não havia chegado. Fomos preparando rapidamente nossas coisas e nada do Mauro. Então fomos ao Café da manhã, tomamos o café e nada. Começamos a descer as coisas e finalmente o guia chegou. Neste momento que fomos descobrir que o horário na Patagônia era o mesmo do Brasil, em Buenos Aires que havia o horário de verão.

O Alejandro me falou no aeroporto que flotariamos o Collon Cura, que a pesca lá estava ótima com os peixes comendo na superfície. Eu fiquei meio receoso, pois ano passado sai no dedo em uma flotada lá. Perguntei como tinha sido a pescaria do Luciano e do Gustavo por lá e no Chimehuin médio. O Mauro me disse que no Chimehuin as trutas estavam muito pequenas, mas em maior quantidade, mas no Collon Cura teríamos chance de trutas maiores, mas se quiséssemos poderíamos ir ao Chimehuin. Como já tínhamos programado uma flotada de dois dias no Chimehuin baixo, resolvemos dar uma chance ao Collon Cura.

Ao chegarmos no rio para descer o bote, havia bastante ação de trutas na superfície e comecei a me animar, inclusive enquanto o pessoal acabava de terminar a preparação do bote fiz uns arremessos e tive um pico.

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  • Patrono

Domingo: Flotada Collon Cura

No início da manhã havia pouco vento, fomos descendo lentamente o rio e vez por outra víamos os peixes subindo. Fomos insistindo com moscas secas e de vez em quando subia uma ou outra truta, mas chegava com tamanha sutileza na isca, que não conseguíamos ferrar, dando a impressão de que sequer chegaram a encostar na isca. Depois de perdermos alguns picos, o vento foi aumentando e passou a tornar a pescaria super difícil. Não conseguíamos colocar as iscas no local desejado.

Até que conseguimos pegar se não me engano uma truta cada um.

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Chegou a hora do tradicional almoço.

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Enquanto o Mauro preparava o almoço e depois, enquanto guardava tudo ficamos tentando pescar a partir da margem, arremessando em direção à pedraria do fundo que existia no local. Não tivemos nenhuma ação, até que quando o Mauro já estava com quase tudo pronto deixei a mosca afogar na corredeira junto a uma pedra e levei uma fisgada de uma bela truta, mas que escapou assim que se mostrou para mim.

A maior expectativa estava por conta do trecho do rio após a barra do Chimehuin, mas um pouco antes, acabei aceitando uma ninfa de emergente emprestada do guia. Ao passarmos numa corredeira arremessei a ninfa bem na divisa da água rápida e a isca prendeu em algo mais pesado e que saiu em disparada. Não foi aquela pegada linda na superfície que tanto gosto nas secas, mas já que o vento não permitia e as trutas não estavam subindo com vontade, foi o jeito. A briga desta truta junto as águas rápidas foi das melhores.

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O Neumann também partiu para a pesca no fundo, colocando uma linha afundante e uns streamers e também foi catando umas trutas e percas. Continuando com a ninfa tive uma ação de uma perca bem bonita, que trouxe até a borda do bote, mas acabou escapando e não quis saber de sair na foto. Em seguida tomei uma porrada daquelas da linha sair zunindo ao cortar a água, mas novamente escapou. Na ponta do anzol veio uma minúscula escama, ou seja, devia ter sido uma truta ou uma perca fisgada pelo corpo (pela velocidade eu diria que foi uma truta, mas truta têm escama ?)

Para mim as ações cessaram, mas o Neumann ainda pegou uns peixes até que o Mauro parou em um local e me pediu para descer e lhe acompanhar até um local onde havia uma água represada da época do rio mais cheio. Logo na entrada havia um poção todo coberto de limo no fundo e com umas três lindas trutas. O local estava cheio de tranqueira e o arremesso era difícil, mas mesmo assim insisti um pouco, entretanto acho que as trutas nos viram e não se aproximaram da minha imitação de inseto.

O Neumann tirou uma foto legal de uma destas trutas naquela água transparente e com o fundo verde de alga que ficou bem legal.

Paramos em alguns locais para tentar pescar de vadeo.

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Depois fomos para uma parte maior de água represada e vimos uma truta passeando junto à superfície. Fiz vários arremesso em direção à mesma, mas o vento atrapalhava e a isca dificilmente caía no local desejado. Num destes arremessos a isca caiu próximo da truta e ela foi nadando como se estivesse indo em direção à isca, derrepente surge do fundo uma truta bem maior e abocanha num ataque violento a minha mosca. Dou o strike e a bitela dá aquela trocada de direção rodopiando o corpo fora da água. Era uma truta de talvez uns dois quilos, mas para variar, também soltou. A isca era uma Royal Wulf.

O Mauro falou para o Neumann ficar lá onde paramos o bote arremessando sua linha afundante. Depois de não pegar nada e cansar de arremessar o Neumann foi nos procurar só com a máquina fotográfica na mão. Quando o Neumann foi aproximando eu ferrei outra truta, que desta vez trouxe até o NET, mas na hora da foto ela escapoliu da minha mão. De brincadeira falei para o Neumann que era a oitava, vocês tinham de ver a cara dele !!!

A partir dali o dia já estava se encerrando e fomos descendo mais rápido em direção ao local de retirada do bote.

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  • Patrono

Segunda: vadeo no Malleo

No domingo à noite estivemos em uma loja de venda de artigos diversos e também de material de pesca em Junin. Lá perguntamos pelos melhores pontos de pesca desta época e nos indicaram a confluência do Malleo com o Alumine, ou seja, entrar na reserva indígena do Malleo e seguir até o fim a estradinha.

Na parte da manhã resolvemos começar explorando melhor o local que pescamos no final do dia no sábado e que gostamos, mas que o avançar da hora e a escuridão da noite chegando não nos permitiu uma exploração mais completa.

Enquanto o Neumann acabava de preparar o material, fui dar uma olhada num poção de água semi-represada logo ao nosso lado e lá tinham simplesmente cinco trutas na faixa de Kg passeando. Dei vários arremessos ali e nada. O Neumann gritou que estava pronto e retornei para subirmos o rio pela outra margem para virmos vadeando em direção ao ponto inicial por dentro do rio.

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Início da caminhada após cruzar o rio.

Começamos em um local fundo, fomos explorando as pedras e corredeiras sem sucesso, até que o rio voltou a ir ficando mais raso e neste instante surgiu uma eclosão e as trutas começaram a subir para todo lado. Neste momento eu estava afastado do Neumann e fotografei algumas trutas na água:

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Depois passamos por locais maravilhosos, mas as trutas não queriam nada.

Já era hora do almoço, tínhamos passado no supermercado, padaria e posto e comprado pão, frios, gelo e bebidas e fizemos um baita lanche.

Guardamos as coisas no carro e fomos em direção a confluência. O local é bastante interessante, nos deixando em dúvida se deveríamos pescar no Malleo ou no Alumine, mas optamos pelo Malleo.

Atravessamos um canal de água semi represada que estava fundo no ponto que acessamos o rio e com uma bitela de uma trutona passeando junto a água rápida, tivemos de caminhar até o fim deste canal e atravessar para a parte mais rasa do rio. Eu retornei em direção aos sauces com água correndo que havia junto as margens, mas com água muito rasa, já o Neumann avançou em direção aos barrancos fundos. Nestas águas rasas peguei duas trutinhas e fui em direção ao Neumann. Como o Neumann não tinha conseguido nada, resolvemos dar uma caminhada forte até um trecho distante em que parecia haver uma estrutura interessante de árvores junto à margem. Chegamos neste local:

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O local prometia, mas nenhuma truta veio nos dar as boas vindas. Fomos então retornado e arremessando junto aos sauces ou estruturas que encontrávamos.

Eu fui descendo na frente e já estava cansado de arremessar sem sucesso e perdido em relação a que isca usar. De repente paro de pescar e me deito no gramado junto a margem para descansar enquanto o Neumann vêm vindo em minha direção.

Não demora e escuto um barulho e quando olho rio acima vejo o Neumann engatado com uma bela truta. Leiam no relato dele. Infelizmente a truta se vai, o tipet 6X o traiu. Depois de refeito o tipet e nova isca atada ao tipet, o Neumann continua sua busca e não demora a aparecer nova truta na ponta de sua linha. Desta vez corro em sua direção e quando a truta está já dando sinais de cansaço pergunto se deseja que eu a pegue no meu NET. Era uma linda truta arco-íris e fico esperando ela me dar chance de encaçapá-la, mas derrepente não a vejo mais e olho para a ponta da vara do Neumann e a ponta está reta. Lhe pergunto cadê a truta e ele na maior tranqüilidade me diz que ela se foi.

Volto a pescar e numa corredeira arremessando junto a interface da água rápida fisgo uma truta bonitinha, mas a danada corre contra a correnteza em minha direção e num salto se manda. O Neumann ainda têm mais uma fisgada.

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Preparando para a foto,

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Ué, cadê a truta ???

O dia vai se encerrando e vamos retornando ao carro. O interessante foi que para mim a pescaria na parte da tarde foi fraquíssima, mas para o Neumann foi excepcional, leiam no relato dele os detalhes das bitelas com que ele duelou.

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  • Patrono

Terça: Rio Caleufu com pit stop no Melequina.

Na viagem do ano passado o Neumann não conheceu o Caleufu e eu somente havia pescado lá uma única vez, em 2007 quando fui para lá com o Fausto.

Como o Neumann tinha perdido os óculos polarizados no dia anterior, vide relato dele, ao passarmos em San Martin fomos procurar um óculos novo. Depois fomos seguindo em direção ao Lago Melequina passando por aquelas paisagens maravilhosas do lago Lacar e do próprio Melequina.

Fiz uma parada estratégica junto a ponte para darmos uma olhada no Melequina. O rio estava bem baixo, mas com a água completamente transparente e com as pequenas trutas subindo sem parar. Já eram quase 11:00 Hs da manhã e estávamos com coceira para pescar, claro que não resistimos !!!

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Rio Melequina

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Boca do Melequina no lago Melequina

Pegamos algumas trutinhas, tiramos umas fotos do local e partimos, afinal de contas nosso objetivo era o Caleufu. Eu queria pescar no trecho que têm uma ponte de acesso a uma propriedade. A dois anos atrás atravessamos o rio por esta ponte e fomos caminhando pela margem oposta para lá na frente entrarmos no rio e voltarmos vadeando. Desta vez a ponte estava interditada e com a passagem bloqueada, o jeito era atravessar pelo rio. Fomos andando e fui ficando surpreso o quão baixo estava o nível do rio. Logo entramos no rio e começamos a pescar. Nos primeiros arremessos já foram aparecendo as primeiras trutas. O segredo, iscas bem miúdas (caddis 20). Depois de pegarmos algumas trutas, atravessamos o rio com água na “canela” e fomos caminhar pela margem oposta até o ponto em que o rio chega dividido, criando uma queda d´água perpendicular ao braço principal.

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Paisagem do Caleufu

A transparência da água era impressionante, inclusive em um momento acabei por entrar mais do que devia e passei do wader, estava difícil de se ter a exata noção da profundidade.

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Aproveitando a transparência da água para inventar:

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Foto tirada com metade da lente submergida.

Junto aos poções com água correndo aumentei a isca e peguei algumas trutas também com uma isca grande (stimulator 12).

Muitas trutas também batiam com a isca ligeiramente afogada. Me lembro de ter um único pico de um peixe maiorzinho, devo ter pego umas quinze trutas, mas todas pequenas.

Neste dia tivemos de encerrar a pescaria mais cedo, pois tínhamos marcado de jantar em San Matin com o Fábio e o Sergio e queríamos aproveitar antes do encontro para fazermos nossas compras básicas, uma vez que não iríamos mais passar por San Martin.

Pensávamos até que daria tempo de ir até Junin tomar banho e trocar de roupa, mas a hora passou rápido demais e vimos que não ia dar tempo.

No jantar o Fabio e o Sergio nos contaram que a pescaria no Aluminé tinha sido excepcional e inclusive nos indicaram umas referências para tentarmos pescar por lá no dia seguinte.

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Jantar em San Martin, eu e o Fábio.

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Jantar em San Martin, Newmann e Sergio Augusto.

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  • Patrono

Quarta feira, aventura no Alumine.

Durante o jantar da terça, o Neumann ficou entusiasmado com o relato do Fábio e do Sergio e começou a sonhar com uma pescaria no Alumine. Eu particularmente, estava meio desconfiado, pois o Aluminé é o rio em que flotamos no domingo e que no trecho da flotada apresenta águas lentas, o que dificulta a subida das trutas quando as mesmas estão lentas. Questionei o Fábio e o Sergio e eles me garantiram que no trecho mais acima as águas eram mais rápidas.

Segundo as dicas deles, seria super fácil de encontrarmos o trecho recheado de trutas que eles falaram, era só acharmos um camping com a bandeira da Argentina e em seguida uma fazenda de criação de abelhas após uma longa subida e depois descida da estrada. Logo adiante era só parar o carro e descer para o rio. Eles calcularam que a partir do início da estrada, onde cruzamos o Malleo, teríamos de andar entre 30 e 40 Kmts. Nós andamos pacas e nem sinal do rio, lá já com mais de trinta quilômetros surgiu o rio, mas eles falaram que o rio estaria a nossa esquerda, e o rio estava a nossa direita, imaginamos que deveria ter uma ponte mais a frente, mas meio indecisos pela quilometragem que já passava dos 40 Kmts e nada de ponte. Começamos a então pensar ter ouvido errado sobre o lado do rio, todas as subidas e descidas da estrada nos deixavam ansiosos para encontrarmos o Camping e as tais caixas de abelhas, mas nada se parecia com o descrito. Finalmente apareceu a tal ponte e a estrada atravessou o rio. Começaram a aparecer alguns terrenos com bandeira da Argentina que poderiam ser o tal camping, vieram algumas subidas e descidas e depois diversos terrenos com as tais caixas de abelhas. Rodamos até chegarmos aos 60 Kmts. Durante o percurso vimos diversos pontos do rio super promissores, mas queríamos achar o ponto X !

Chegamos a conclusão que deveríamos ter passado do ponto, fomos voltando e sem saber entre a quase dezena de pontos com criação de abelhas, qual era o que eles falaram. Voltamos até o ponto que tinha as caixas de abelhas mais visíveis da estrada, mas o rio estava afastado de lá e não dava para ver como era a característica do local. Seguimos mais um pouco e em seguida começava a estrada a subir. Paramos o carro e lá do alto vislumbramos onde achávamos ser o local. O rio se dividia após uma parte funda e cheia de pedras grandes no fundo a partir de uma queda dágua a 90 graus. Do alto parecia ser rasa e fácil de atravessar esta queda, nos permitindo caminhar por uma espécie de ilha, pinchando junto a um trecho rápido do rio.

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Retornamos e paramos o carro perto das caixas de abelhas. Pulamos a cerca e fomos caminhando até encontrar o rio. Saímos no local de água lenta, fundo e cheio de grandes pedras submersas, com cara de pesqueiro de peixe grande. Pensei, com esta água lenta neste local fundo, para fazer uma truta subir preciso chamar a atenção. Eu estava com o conjunto #3, o vento soprando paralelo ao rio e eu escolhi uma Chernobil para arremessar. Para se pescar de Chernobil, o ideal é um leader curto e com tipet 3x, mas eu queria apenas fazer uma experiência e ficar trocando de leader a cada isca é para mim não dá. Atei a Chernobil no 5x, forcei o arremesso contra o vento e vi que não conseguia arremessar mais que uma meia dúzia de metros, mas mesmo assim fui varrendo aquelas águas promissoras. Não demorou, se não me engano no terceiro ou quarto arremesso, venho dando suaves toquinhos na Chernobil e sobe um torpedo de uma Marrom para ver do que se trata, fico em estado de quase choque, mas dou outro toquinho na isca e já a uns dois metros de mim, a trutona vai em direção a isca, mas ao chegar pertinho, refuga e volta lentamente para as profundezas. Não acredito que conseguiria tirar aquela monstrenga, mas foi um belo incentivo para o início de um dia de pesca. Começo a forçar mais os arremessos e arrumo um macaco nas árvores de trás. Estava muito difícil de arremessar. Puxa galho para cá e para lá, e consigo retirar a isca. Vejo que tenho de procurar um posicionamento diferente, e não lutar contra o vento, fazendo os arremessos rio acima na mesma direção do vento, mesmo que arremessando próximo a margem. Mais alguns arremessos e tenho realmente um ataque na Chernobil, mas infelizmente não ferrou e não consegui ver o tamanho da truta, mas deveria ser bem menor que a monstrenga.

A partir daí não tive mais ações. O Neumann como não teve ações, foi caminhando em direção à corredeira e já não estava mais no meu campo de visão. Fui então atrás dele. Ao chegar na corredeira, não o encontrei, pensei, ele deve ter atravessado e está pescando mais à frente. Comecei a atravessar aquela água super rápida, com as pedras cheias de limo e super escorregadias e a água começou a chegar perto da minha cintura e vi que seria facilmente arrastado corredeira abaixo no primeiro vacilo. Pensei, se o Neumann atravessou aqui ele vai ficar pescando lá do outro lado, mas eu não vou me arriscar sozinho, para ser sincero acho que até já tinha avançado mais do que devia. Se escorregasse ali e não me machucasse nas pedras, iria parar num poção onde teria de nadar. Se me machucasse a situação poderia ser mais feia ainda. Temos de ser muito cuidadosos nestes locais.

Resolvi então ir pinchando na margem da água rápida que descia com a corredeira, não é que me surge o Neumann, caminhando de detrás de uma árvore. Ele também tinha visto que não era segura a travessia e estava ali pinchando.

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Insistimos ainda por um tempo por ali, mas chegamos a conclusão que era melhor voltar para o carro, lanchar e ir buscar outro ponto.

Fomos retornando e no primeiro local promissor que encontramos, um trecho de águas rápidas, com umas pedras no meio do rio paramos o carro e descemos.

Na margem do rio existiam muitas pedras grandes que dificultavam o caminhar, mas com cuidado era possível ir pinchando em cada local promissor que aparecia. Os arremessos eram feitos com bastante expectativa, mas as trutas não retribuíam. Comecei a achar que como estavam muito manhosas um tipet mais longo iria ajudar. Coloquei um bom pedaço de tipet 5x na frente do leader de 9 pés que eu estava usando. Era o mais fino que eu possuía. Cheguei até um local em que havia uma rentrância na margem, onde o rio se alargava, ou seja, o ponto em que estava era onde o rio sofria um afunilamento, criando uma água rápida logo acima no meio e uma água lenta na reentrância. Nos primeiros arrememessos fisguei uma pequena truta na água lenta, depois comecei a insistir arremessando rio acima uma Humphy verde, a isca veio derivando bem no meio da água rápida e um raio prateado do nada surgiu e tomou minha isca, fazendo a minha linha sair em disparada, a truta não era grande, mais estava com motor turbinado e brigou muito. O Neumann estava bem mais a frente e veio rapidamente me ajudar a registrar a minha truta tão suada do Alumine.

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Depois não tive mais ações ali, o Neumann atravessou o rio para a outra margem e fui em direção a ele. Peguei ali somente mais uma pequena truta e se não me engano ele também pegou umas duas pequenas trutas. A hora já estava avançada, mas resolvemos ainda tentar achar mais algum lugar. Fomos descendo pela estrada e ainda investimos em mais outros dois pontos, eu não fisguei mais nenhuma truta, mas o Neumann ainda fisgou mais uma ou duas pequenas trutas com ninfas.

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  • Administrador

Estou atento ao relato Serginho! ok:

Caramba os preços por lá estão bem altos em relação a 2008. Devemos estar atentos a essa questão e acho melhor calcularmos em dólar mesmo.

T+ :bye:

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  • Patrono

Fausto, realmente fiquei meio assustado com o aumento dos preços em peso. Ainda é bem barato se ir para lá, mas na hora de se cambiar o dinheiro deve-se atentar que deverá trocar um pouco mais de reais a cada ano. Desta vez separei 1260 pesos para os gastos gerais e passei aperto. Não deve-se esquecer que se desejar fazer compras em San martin os descontos em efectivo são generosos. Têm de se calcular se é melhor não se ter o desconto e pagar com cartão, ou se levar pesos a mais para as compras.

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  • Mosqueiro

Sérgio

Lí, relí e estou admirando as lindas fotos que você tirou ( a da truta dentro dágua e a com a lente submergida estão show )...Esse rios da Patagônia norte são mesmo encantadores e, por vezes, nos desafiam com uma pescaria muito técnica ( usar mosca 20, por exemplo, só conseguiria se pintase a mosca de branco ou laranja fosforescente, eh, eh...Aliás, as costas de minhas caddis pequenas são cor de laranja )...E que depois é outro desafio para que o peixe maior não escape de tão pequenos anzóis...Mas quando temos êxito, que satisfação!

Aguardo o restante de seu relato e imagino quão bacana deve ter sido a confraternização de vocês mais o Fábio e o S.Kriegger...Valeu!!!!!

Abraços

Luiz

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  • Mosqueiro

Olha só... Serginho e Neumam sugiro a vcs que não fiquem andando com o Fábio e o Krieger... é.... o Fábio está sendo monitorado pela Guarda Fauna Argentina e o kriger tbm... esse ano tentaram impedir a entrada dos dois, ,mas não conseguiram... agora essa foto do jantar já está nos arquivos da Guarda e tenho certeza que vcs teram problemas no próximo ano...

Vcs estão de parabéns

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  • Patrono

Essa pescaria já faz parte do meu calendário anual. :yahoo: Patrão vamos montar um caravana, teremos grandes novidade para o ano que vem, cariocas, "paulixtas" gaúchos, mosqueiros de todo este Brasilzão vamos que vamos tem patagônia para todos :ok .

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  • Mosqueiro

Nossa, que relato! Cada local e foto de tirar fôlego. Naquele ltrecho das árvores que você disse que prometia chegou a tentar alguma ninfa ou emergente? Pois é difícil acreditar que não havia trutas ali rsrsrrs! Interessante notar também que vocês estão ficando íntimos dos rios, mais exploradores e aventureiros, diria até, ousados!

Parabéns!

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  • Patrono

Muito bom esses relatos e as fotos - aquelas trutas as vezes ficam bem dificeis - nesta hora midges e emergers muito, mas muito pequenas - anzol no máximo 24 e lider comprido e fino - 8x. Varas duras de carbono não ajudam muito mas como so pesco com bambu é raro ter o lider arrebentado.

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  • Patrono
Muito bom esses relatos e as fotos - aquelas trutas as vezes ficam bem dificeis - nesta hora midges e emergers muito, mas muito pequenas - anzol no máximo 24 e lider comprido e fino - 8x. Varas duras de carbono não ajudam muito mas como so pesco com bambu é raro ter o lider arrebentado.

Beto realmente as trutas estavam muito ariscas. O uso de iscas minúsculas e tipets longos mostrou realmente fazer diferença em diversos momentos. Para mim que adoro pescar com moscas secas, usar moscas minúsculas só em certas condições que é possível, dependendo da luminosidade e se a água está lisa ou crespa, a visualização da mosca pode se tornar impossível. Mas onde era possível fez diferença.

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  • Mosqueiro

Beto,

Fico feliz em saber que sua visão está ótima !!!!

Eu jamais conseguiria enfiar a ponta de um tippet num anzol 24 sem auxilio de uma lupa!!!

Rsrsrsr

E a truta ???? Veria a isca ?????

Anzol 16 pra mim já é o limite,mesmo com óculos de perto !!!!

Abraço

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