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Ludwig

Mosqueiro
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Tudo que Ludwig postou

  1. Olá Rafael. Boa idéia esta tua de filmer teus lançamentos e nos mostrar. Nem de longe posso me considerar grande perito em fly, mas alguns palpites, a titulo de colaboração, dá para a gente te passar. O primeiro filme ficou meio longe e faltou contraste com relação a copa das árvores que ficaram atrás. O segundo, está bem, mas tu mostras apenas um fase do lançamento, ou seja, a sucessão de falsos casts. Nisso tu estás bem, mas te lembra:não ultrapassa os limites entre as 11 e as 14 horas, considerando as 12 horas como zenit. A coisa complica quando vais alongar a linha de fly e aí entram vários macetes especiais. Uma coisa quero te dizer desde logo. A maior parte dos erros resulta de um alongamento insuficiente no cast para traz, antes de trazer a linha para frente. Será necessário aprender a sentir a linha tensa, ma jamas baixar a ponta do caniço, quando está lá atrás, antes de castear para diante. Isto só vem com a prática. Seria bom se pudesses mandar um filme com o lançamento completo. Um abraço e parabens pelo esforço e o interesse.
  2. Ainda está em tempo ? Quero colaborar. Este forum é importante demais ! Como faço ? Ludwig
  3. Ludwig

    Marron gigante

    Amigo, o Drift Boat (Ro Skiff) é fantástico. Fundo chato de fibra dura, anda em rasos de 10 cm sem tocar no fundo, tem um assento atráz e outro na frente com uma espécie de balcão onde podes encaixar tua cintura/bacia e pescar de pé com absoluta segurança. Mas o principal é o seu "Drift Anchor" que se pode largar, subir e regular quase instantaneamente. Chega de passar o dia sentado na borda de um bote de borracha inflável com as pernas abertas, vestindo (perigosamente) um wader. A principal vantagem desta ancora de arrasto é que o guia pode parar o barco no meio da maior correnteza. Aí, se tu tiveres que colocar teus lançamentos num ponto promissor como a reversa da correnteza atráz dos sauces, onde sempre tem trutas grandes, haverá tempo de sobra para repetir os casts quantas vezes quiseres. Não há mais como perder os bons pontos de pesca só porque a correnteza já te levou rio abaixo.
  4. Amigos, acabo de voltar de San Martin, onde eu e o Raul estivemos pescando com o Franco. O tempo estava magnifico e tudo correu com muiito sucesso. No blog do KIngfisher Patagonia ( http://kingfisherpatagonia.com/kfpblog/ ) tem um relato e algumas fotos. Ocorreu um episódio que me marcou para sempre. No dia 5/4 estávamos flotando no Collon Cura, quando Franco sugeriu dar uns pinchos num local que é conhecido como barranca blanca ou barranca de los loros.Vocês conhecem ? O Franco, atendendo ao pedido do Raul, que é ainda meio iniciante, fez um lançamento, deixando a mosca seca bem perto de umas entradas que tem ali no meio de um paliteiro de arvoretas. Eu estava observando a mosca (o Raul comprou em Esquel, tem o tamanho de uma moeda de 1 Real, com duas asas brancas de pluma de ganso e quatro pernas de borracha branca) quando de repente houve uma verdeira explosão na água.Uma enorme truta marron saiu de dentro da pauleira, atirou-se na mosca e disparou em louca corrida para o rio aberto. Saltou duas vezes e mostrou sua cauda muito preta no final de uma corpo gigantesco. Eu já vi muita truta grande na minha vida, mas aquela deveria ter no mínimo uns 5 kg ! Lamentavelmente o anzol do Raul estava mal fisgado e o peixe se soltou e sumiu no meio do rio. Acho que daqui por diante, vamos passar muitos anos atrás daquele animal que perdemos ! Que coisa ! LB
  5. Ludwig

    Patagônia 2010

    Olá amigos - estou me preparando para ir a San Martin no dia 30 de março, com retorno previsto em 7 de abril. Tudo pela Aerolineas, desde Porto Alegre e tudo via Aeroparque. Vão eu, a Gina e mais outro casal. Ficaremos no Alpine Apart Hotel. Neste ano decidi me acertar com o Franco, que agora está trabalhando para a Kingfisher. Nos anos anteriores e gente sempre se deu muito bem com o Franco "Johnny Depp Patagonico" e vamos prestigiá-lo em sua nova atividade. Além de tudo, os preços do Franco são bem mais baixos para as pescarias com a Pireco. Fiquei curioso para saber como costuma ser a pesca assim no início de abril. Quem já pescou lá nesta época ?
  6. Pessoal, sei que estou chegando meio atrazado, mas juro que não estou querendo sentar na janela ! Ainda existem vagas nesta viagem ? Eu prefiro janeiro ou fevereiro. Dezembro não é muito bom, pela minha experiência anterior, pois as águas ainda estão muito altas pelo degelo. O Chimehuin, então, fica muito violento e dificil de pescar. Eu iria com a Georgina, que tb pesca de fly. Aguardo.
  7. Eu também estou interessado em saber dessa informação, pois estarei em Santiago do Chile de 15 a 18, deste mes, e quero ver o que se pode ver ou comprar por lá. Sou do tempo em que se pescava no Chile com iscas de bait casting chamadas "caimans" com um formato bem característico. E funcionavam bem, inclusive nos lagos. Em 1970 peguei muitas arco-iris grandes com um "caiman" verde com bolinhas pretas, no Lago Puyehue.
  8. Beleza Marco ! Me trouxe de volta as lembranças da viagem que fizemos Porto Alegre-Esquel-Porto Alegre na virada do ano 07-08 e cujo relato deixamos aqui no forum. Parabéns pelas fotos, lindíssimas. E deu para pescar em julho ? Parece que é meio limtado no inverno, certo ?
  9. Ludwig

    Fausto

    Para JR: Vendo em tuas mensagens o logo do Fluminense, quero apenas associar-me ao teu entusiasmo pelo clube e pelos seus sucessos na Libertadores. Como Gremista (o que já é uma opção cultural superior !), sendo também Tricolor, sinto-me participante do sucesso do Tricolor carioca, pois vocês tem o que é mais importante, um grande treinador gaúcho - Renato Portalupi !! (quando jogador, Campeão Mundial Interclubes em Tóquio). Um grande abraço e vamos massacrar os Equatorianos !
  10. Pena mesmo que estou tão longe. Participar da festa seria uma ótima ocasião para conhecer ou rever vocês e festejar o niver do nosso forum vitorioso. Mas de repente surge um pretexto ou motivo e aí estarei por aí. Abração a todos.
  11. Eu estou convencido de que a pesca, tal como a caça, expressa uma espécie de atavismo cultural. O homem, apesar de ter-se tornado civilizado, cativo do mundo racional e tecnico-científico contemporâneo, não sepultou de todo as suas tendências institinvas, que incluem a busca pelo alimento animal e vegetal que compõe a sua dieta, polífaga e oportunista. Temos dentes caninos para dilacerar a carne animal, dentes molares para triturar matéria vegetal e incisivos para roer as nozes. Caçar e pescar para alimentar a si e aos seus, inclusive para reservar nutrientes para períodos desfavoráveis, como seca ou inverno, fez parte do rol das ações essenciais do animal homem. A diferença é que hoje não saimos mais pelas matas e pelos rios para garantir o nosso filé a pé ou o salmão grelhado. Nos balcões dos MacDonald´s da vida, nos supermercados e em milhares de mesas de restaurantes, temos tudo isto disponível. Por isso o homem se realiza animicamente quando retorna à Natureza para simular o ancestral processo de ir a caça e a pesca, porque alí se sentirá inteiramente realizado no resgate e na reconstrução de sua herança cultural. Um autor que abordou com competência e sensibilidade a questão do "porque pescar", foi Herbert Hoover. Ele foi o 31º (trigésimo) presidente dos Estados Unidos entre 1929 e 1933 e era um fervoroso adepto da pesca com mosca (flyfishing). Em seu livro "Fishing for fun - And to Wash your Soul", ele diz o seguinte: Pescar é a oportunidade de se lavar a alma com ar puro, com o marulhar do rio ou com o reflexo do sol na água azulada. Dá humildade e inspiração pelo cenário da natureza; caridade para com os fabricantes de apetrechos de pesca; paciência para com os peixes; certeza da superficialidade dos lucros e orgulho pessoal; apaziguamento de ódios; satisfação de não se ter uma única coisa a decidir até a semana seguinte. É a disciplina na igualdade do homem - pois todos os homens são iguais perante os peixes. Quando estamos saturados de campainhas de telefones, sinos de igrejas, colunistas sociais, da papelada e dos afazeres domésticos, nos vem o ímpeto de liberdade. Pescar ainda é a única explicação neste mundo que até os cépticos aceitarão. O quebrar das ondas ao sol, a contemplação da eterna corredeira do rio, a continuidade da floresta e da montanha em sua manifestação do criador - tudo suaviza nossos dissabores e nos faz sentir vergonha de nossa mesquinhez, inspirando-nos a amar o próximo, principalmente ... os outros pescadores. Eu era menino nos dias em que nossa civilização ainda não se tornara tão perfeita, antes de estar ela pavimentada com cimento e construida de tijolos. Os rapazes de então não viviam tão afastados da Mãe-Terra e de todas as suas criações. Isso foi antes de ter a era das máquinas lhes negado o seu natural direito de, como animais primitivos e combativos, medirem-se em astúcia com aves e mamíferos. Persuadi-me de que não pode haver algo que contribua mais para o aproveitamento da meninice e o fortalecimento da visão, da curiosidade e da paciência de um menino do que precisamente a pesca livre. Ora, todas essas qualidades são muito necessárias quando legiões de rapazas entram na vida nacional, ano após ano. O pescador tem que ser um homem de natureza contemplativa, pois são frequentemente longos os intervalos entre as fisgadas. Desses intervalos emanam discrição e calma reflexão, pois com raiva ou com maldade ninguém pode apanhar peixe. O pescador é dotado por natureza de muita fé, esperança e otimismo, pois se assim não fosse não iria pescar : nós, pescadores, sempre vamos ter mais sorte, dentro de poucos minutos ou amanhã. Tudo isto cria o espírito de afeição por companheiros de pesca e alta estima pela pescaria. Durante o ano que passou muita gente cometeu crimes que não teriam cometido se tivesse estado a pescar. Realizamos, de fato, extraordinário progresso no equipamento para superar os misteriosos desígnios do peixe. Partimos da varinha de taquara com um barbante tendo na ponta um anzol de tostão e tendo por atrativo máximo um pedacinho de minhoca e a mágica de cuspir na isca. Chegamos hoje ao ponto em que os apetrechos de pescaria são feitos com aço de Damasco, bambu do Sião, seda do Japão, verniz da China, estanho de Bangoc, niquel do Canadá, penas do Brasil e prata do Colorado, e tudo isso fabricado em massa. Além do mágico encantamento de usarmos maravilhas em matéria de roupas especiais com inúmeros bolsos secretos para os mais variados atrativos e linimentos. Mas ...pergunto eu, em face de todo esse esmagador equipamento e tanto progresso: diminuiu o tempo entre as fisgadas ?
  12. Mas Bah !! :lol: :lol: :lol: Com estas moscas eu nem pescaria. Deixo numa redoma e vou admirar todos os dias.
  13. Ótima dica amigo Beto. Já venho pensando em hospedar-me em Junin durante futuras pescarias na região. Evita-se a viagem desde e para San Martin e acredito, será mais barato. E como dizes: ao lado do Chimehuin ! Mas no site não encontrei dados sobre as tarifas. Acho que este link está inativo, será ?
  14. Olá Fausto ! Como é que eu não iria colaborar. Assim, semana passada fui ao Banco Real daqui de POA e depositei os 50,00 na tua conta. Quer que mande o comprovante ? Um abraço do Ludwig Buckup, de Porto Alegre
  15. Parabéns Fausto ! Imagino que trabalheira foi a recomposição do forum. Fico na torcida para que o teu problema de saúde também se resolva logo. Um grande abraço. Ludwig
  16. Relato 7 (Final) Finalmente, no dia 5 de janeiro, 2008, sábado, iniciamos a viagem de retorno ao Brasil (Porto Alegre). Escolhemos o caminho mais direto desde Esquel. Inicialmente, retornamos pela Ruta 40, passando novamente por El Bolson e San Carlos de Bariloche. Mas em seguida, rumamos para o nordeste, para o primeiro pernoite em Neuquen, capital da província do mesmo nome. Depois da ponte sobre o Collon Curá entramos a direita e seguimos pela Ruta Federal 237. Pernoitamos em General Pico. Desde o lago Nahuel Huapi a estrada vai ladeando o portentoso rio Limay. Que fabulosa deve ser a pesca ali. Já está no nosso programa para futuras viagens. Para não repetir o trajeto por Santa Fé/Paraná, rumamos diretamente para Rosário, onde atravessamos o rio Paraná. Em Victoria, um ótimo hotel nos proporcionou o merecido descanso. De lá, alcançamos Paysandú, já em território uruguaio. Assim, evitando a subida até Paso de los Libres/Uruguaiana, alcançamos Rivera/Santana do Livramento, por onde voltamos ao Rio Grande do Sul. No quarto dia do retorno, após uma noite de bom descanso no ótimo Hotel Jandaia em Livramento, cobrimos, com calma, os últimos 500 km da viagem. Ao concluir este relato, esperando que a sua extensão possa merecer perdão de parte dos prezados colegas mosqueiros, quero apenas acrescentar alguns comentários, sobre a pesca na Patagônia e algumas impressões de ordem pessoal. Varas número 4 e 5 podem servir bem na maioria das ocasiões, mas é quase impossível pescar com elas quando houver vento como aquele em Esquel. Ainda bem que eu levei uma vara 7 e outra 8, foi o que me permitiu fazer lançamentos razoáveis no meio daquela tormenta eólica. Outra coisa que aprendi: muitas vezes a linha sinking (preta) funciona muito bem no vento e peguei muitos peixes com ela, até por que esta linha é mais pesada e permite lançamentos bem melhores. Observei, ainda, que há momentos, ou dias, nos quais as trutas estão ali, bem visíveis, em grande quantidade e não há nada, nada mesmo, naquele momento, que as faça interessar-se pelas moscas. Voltando ao mesmo local, no dia seguinte, tudo pode mudar radicalmente, pois os mesmos peixes se atiram avidamente sobre as moscas que haviam rejeitado no dia anterior. Persistência, é a regra número um para o mosqueiro ! Sobre moscas: dá para fazer um bom estoque de moscas nas lojas de pesca na Patagônia. Em San Martin, tem loja vendendo excelentes moscas por 5 Pesos, ou seja, R$ 3,15, cada. Procurando, se acha até por menos. E se forem pescar por lá, uma boa variedade de moscas secas, é essencial, sem esquecer o spray água-repelente. Os argentinos da Patagônia são um povo extremamente gentil e educado. Nós fomos muito bem tratados por todas as pessoas e em todas as oportunidades. Garção em restaurante, frentistas de postos de serviço, policiais camineros, funcionários de aduana, balconistas das lojas, todos, sem exceção, não merecem o menor reparo por sua conduta durante nossa permanência. Olhando a placa dos nossos carros ou ouvindo o nosso portunhol, a maioria faz questão de expressar a sua admiração pelo Brasil, pela beleza de nossas paisagens e claro, pelo charme de nossas mulheres. O povo patagônico e as autoridades argentinas tratam a questão da qualidade ambiental e da conservação de biodiversidade como assuntos de primeira prioridade. Basta chegares a um local de pesca, por mais remoto que seja, que logo logo encosta a camionete ou o barco dos guarda-parques ou fiscais de caça e pesca para pedir, educadamente, o teu “permiso de pesca”. Não sinto e nenhum dos meus companheiros de viagem sentiram algum arrependimento por terem feito esta longa viagem de carro. Por incrível que possa parecer, o tempo no carro passa voando e a gente se distrai constantemente com todas as novidades que surgem pelo caminho. Faria tudo de novo, sem pestanejar. Finalmente, quero assegurar aos amigos do fórum, que fico ao inteiro dispor de todos, caso queiram ter outras informações ou alternativas para uma viagem de pesca a Patagônia, de carro ou não. Usem o meu endereço da Internet, se quiserem: lbuckup@yahoo.com.br ou o telefone (51) 3328-4698. Um grande abraço do Ludwig A nova ponte sobre o rio Paraná, em Rosário, é uma magnífica obra de arte Gina e Ludwig, com os Girasóis de Santa Fé, na Argentina
  17. Relato 6 Sigo com meu relato, ainda de Esquel. Esquel é uma cidade bem diferente de Bariloche ou San Martin. Poucos turistas no verão, muito pouco arborizada, muitas ruas e avenidas não asfaltadas e principalmente, uma ventania constante e forte. Poeira por todos os lados. Os bolos de capim seco rolando pelas ruas lembram os desertos do Oeste americano. Mas tem seus atrativos também. Várias lojas de pesca, bem sortidas, ótimos restaurantes e é claro, principalmente parrillas. Na avenida principal tem um excelente serviço de atendimento de turistas, que orientará sobre tudo o que o visitante precisa, desde hotelaria até guias e locais de pesca. A indicação do Altas del Faldeo Apart & Suites ( info@altos del faldeo.com.ar ) recebemos de Nicolas Maiztegui ( nicomaiz@fogo-mosquero.com.br ), aviador e pescador argentino ligado ao grupo "Fogón Mosquero". Detalhes da hospedaria podem ser vistos em www.altosdelfaldeo.com.ar A cabana, para seis pessoas (três casais) nos custou 440 pesos a diária, ou seja, 146 pesos (=R$92,00 ou US$46.80) por casal, com desayuno e camareira, o que, convenhamos, é muito barato. Mas existem inúmeras outras oportunidades de hospedagem em Esquel, todas mais ou menos na mesma faixa de preço. Segue uma relação de números de telefone de guias de pesca que operam na região: Javier Gonzalo Martinez (02945) 456929; Roberto Cretton (02945) 453474; Jose Maria Devetak (02945) 455251; Pablo Miguel Fuentes (02945) 450766; Ricardo Jorge Landoni (02945) 15680504. Chegamos ao Gustavo (02945) 15503135 por indicação do Mariano, dono de nossa pousada. Mas o Gustavo, apesar de ser muito competente como guia e bem esforçado, tem problemas de equipamento. Só tem um barquinho para 2 pessoas e sem condução própria. Ficou dependendo do cunhado que reboca seu barco em uma camionete. Ele nos cobrou 100 dólares por dia completo, por pessoa, incluindo alimentação e bebidas. Com duas pessoas, cobrou 80 dólares, por dia. Como éramos 4 pessoas pescando, complicou. A região de Esquel é uma das regiões mais importantes para a pesca esportiva de salmonídeos. Pode-se ficar por lá 20 dias e não se pesca em todos os lugares possíveis. O principal pesqueiro é o rio Grande (ou Futaleufu), onde se chega via Trevelin, em 40 minutos. Tentamos explorar ainda a Laguna Willimanco e o Arroyo Nant & Fall, mas o vento era tanto que foi impossivel pescar direito. Não chegamos a ir até o rio Corcovado, outro famoso rio de trutas, mas ele fica a 100 km de Esquel. É um "must" para futuro retorno a Esquel. Amanhã subo o Relato 7, com as considerações finais. As cabanas do Altos del Faldeo, em Esquel Esquel, antiga colônia de imigrantes galeses, escondida no meio dos Andes Brinde de Ano Novo em plena Patagônia ! A laguna Willimanco. Muitas trutas grandes, mas também vento, vento, vento... Que visão tentadora para o mosqueiro ! - trutas no escoadouro do Lago Verde, P.N. los Alerces Uma visita imperdivel ao Parque Nacional de los Alerces. Este Alerce, uma espécie de cipreste dos Andes, tem 2.600 anos de idade ! Compare o tronco com minha imagem à direita ! Quando Jesús Cristo nasceu, este Alerce já tinha 600 anos de idade !
  18. Relato 5 No último sábado de 2007, dia 29/12, levantamos acampamento em San Martin e tomamos o rumo sul. Só para conhecer a região decidimos fazer a rota de 110 km pelos assim chamados "Siete Lagos", que passa por Vila Angostura e vai a San Carlos de Bariloche, 90 km mais adiante. Valeu a pena pelas paisagens, mas a estrada, toda de "ripio", é um desastre. Valeu pelo cordeiro assado e pela excelente cerveja que tomamos no Irish Pub na charmosa Vila Angostura. Passamos a noite em Bariloche e já no domingo de manha estavamos viajando para Esquel, pela ruta 40. Passamos por El Bolson e 285 km mais tarde chegamos ao nosso destino. O vento soprava de uma forma absurda. No posto da Policia Caminera nos disseram que o vento soprava em média 60 km por hora com rajadas de 80 ! Tive que parar várias vezes na estrada, durante as rajadas, para evitar que a Meriva fosse tombada. Este carro já é meio alto e com a caixa de transporte em cima, fica pior. O Mariano já nos esperava nas Cabanas Altos del Faldeo. Como não tinhamos conseguido nenhum contato em Esquel antecipadamente para organizar nosas pescarias e a Pireco, do Alejandro, também não tinha como ajudar, saímos em busca de guias. Nos acertamos com o Gustavo e tudo saiu bem. Iniciamos pelo Rio Grande ou Futaleufu, com resultados modestos no primeiro dia, mas no segundo, o sucesso foi grande. Foram pegadas 39 trutas de bom tamanho no espaço de tempo entre as 12 e 20 horas. Na fota abaixo tem uma truta marron que o Raul pegou que deve beirar os 3 kg. Não tinha balança para conferir. O Raul e suas belas trutas no rio Grande ou Futaleufu Amanhã, segue o Relato 6, ainda de Esquel
  19. Para o Fausto, principalmente: Sim, usei os radio-comunicadores na estrada e na pescaria. Comprei da marca Motorola, modelo FV200. Funcionaram muito bem, com seu alcance de 9 km. Convém lembrar o seguinte: na Argentina a corrente elétrica é de 220 V, em caso de recarregar a bateria nas tomadas dos hotéis ou pousadas. Como nossos rádios eram de 110 V, levamos pilhas re-carregáveis, inclusive usando carregador ligado no isqueiro do carro. Estas pilhas duraram até 10 horas sem problema. Outra dica: a maior parte das tomadas na argentina são de tres polos - fase- neutro e aterramento - em posição oblíqua. Então o viajante deve levar daqui um plug intermediário adaptador, para os pinos chatos das flechas.
  20. Relato 4 No segundo dia de pesca fomos flotar no Chimehuin, mais precisamente na parte baixa, até a confluência com o Collon Curá. O Franco seguiu com o Raul e o João Uchoa, enquanto que o Alejandro acompanhou a mim e a Gina. Foi um grande dia de pescaria e mais, de combinação eletrizante de rafting com pesca. O rio estava com a correnteza a mil e foi preciso muita agilidade e competência nos lançamentos para acertar o ponto certo no rio e os locais onde estavam as trutas. Mais uma vez, só peixes maiores, como podem ver nas fotos abaixo. O Alejandro é um grande guia e foi mais um momento importante de aprendizagem. Na verdade com o Alejandro voce tem que ser muito rápido, porque ele te bombardeia, literalmente, com seus comandos, sem um segundo de folga. Também não te poupa com uma sonora repreensão se cometeres algum erro no lançamento, o que para nós mosqueiros amadores e bissextos, naquela ventania doida da Patagonia, é até normal. A certa altura, resolvi fazer um laçamento meio de lado, lateral, mais baixo, para evitar uma rajada de vento. Prá que ! Vejam o Alejandro: "Ludwig, hay roll cast, hay false casting, hay curve casting, pero no hay Ludwig Cast !". Na realidade eu gosto deste tipo de aprendizagem e sou muito grato ao Klap por tudo que ele teve a paciência de me ensinar e melhorar, apesar do ditado de que "cachorro velho não aprende truque novo", mas eu me esforço igual. Na foto abaixo, Ludwig, com outra marron na linha, sendo orientado pelo Alejandro, no Chimehuin Desde cedo havia muitas marrons no rio. Todas elas apenas na mosca seca. O Raul Sbaraini, curtiu com muito entusiasmo e bons resultados e sua primeira pescaria na Patagonia. O Dr.João Uchoa e seu peixe. Havia arco-iris e marrons em grande quantidade. Não posso deixar de relatar que o Chimehuin deu a mim e a Gina um grande susto. Durante uma manobra o Alejandro não conseguiu evitar que a ponta de um dos remos batesse no barranco do rio e assim saltasse fora do barco. Imaginem o desespero do Ale, o remo flutuando na correnteza cinco metros a frente do barco e a gente, com um remo só, sem qualquer controle sobre a embarcação. O Alejandro saltou na água, com o wader (!), com água pelo peito, tentando empurrar o bote para alcançar o remo, mas sem sucesso. Fez muita força e com o evidente derrame de grande volume de adrenalina no sangue, pelo susto e pela preocupação, voltou ao barco e sentiu-se realmente muito mal. A Gina e eu procuramos ajudá-lo da melhor maneira possivel, deixando-o repousar no fundo do barco. A nossa sorte foi que mais adiante, rio abaixo, o remo se trancou num grupo e pedras e conseguimos alcançá-lo de dentro do barco. Enconstamos o barco na margem e deixamos o Ale descansar bem antes de seguir pescando. Fiquei imaginando o que aconteceria se entrássemos em uma das muitas corredeiras estreitas ladeadas por salgueiros, sem controle do barco. Nem quero pensar. Mas tomei uma decisão: não entro mais no barco com os waders. Especialmente no verão, é suficiente usar apenas as wading boots e uma simples calça tipo Tactel, que seca rápido depois de se molhar. Mas o episódio serviu para a gente revisar e repensar os aspectos de segurança nestas pescarias nos rios caudalosos da Patagonia. Logo segurei com mais relatos, agora também de Esquel.
  21. Relato 3 Depois de 3,5 dias de estrada chegamos em San Martin no dia 23/12. Ficamos na cabana 12 do Torres del Sul, tudo excelente. Diária: 150 Pesos por casal, por dia, com café da manhã. Aproveitamos o fim da tarde para comprar material de pesca (moscas, leaders, flotante) e pagar as licenças de pesca. Dia seguinte, 24, enquanto as mulheres preparavam a ceia de Natal, fomos dar uma olhada no Lago Lolog, que fica a 12 km de San Martin. De lá sai um rio, o Curruhue, que cai no Chimehuin. Logo na saida do lago há um trecho bom para pescar, mas apenas pegamos alguns peixes pequenos com mosca seca - Adams e Parachute Adams. Dia seguinte, 25/12, obviamente tudo fechado. Mas fomos sem guia até o Lago Falkner (40 km), para conhecer e tentar algum peixe no trolling, usando grandes streamers. Arrumamos um barco e pegamos duas marrons grandes e um salmão. No outro extremo do lago há um rio que vai até o lago Filo Hua Hum. Bem na saida do Falkner havia dezenas de trutas grandes paradas na correnteza, mas curiosamente, não deram a menor pelota para nossas moscas. Tentamos de tudo, secas, ninfas, streamers e nada. As Trutas chegavam a se desviar para o lado quando as mosca passava bem perto do focinho dela ! Nunca tinha visto isto. O Alejandro, a quem consultamos sobre isto, acha que é o efieto da Lua Cheia do dia, quando os peixes não comem de dia. Será ? Finalmente, no dia 26, a pesca engrenou. A Gina e eu flotamos com o Franco, (sempre competente e solícito), enquanto o Raul e o João Uchoa foram com o Mario, todos pelo Collon Curá. Foi impressionante, tanto peixe e sempre de bom tamanho. Arco-iris e marrons. Atraz de cada grupo de sauces, com seus galhos pendidos na água, na reversa da correnteza, sempre havia trutas grandes comendo. O problema era castear com precisão naquele local, antes do barco continuar descendo na correntteza. Confirmou-se o que o Franco me disse em março, ou seja, fim de dezembro e janeiro são os melhores períodos, porque o peixe está com fome depois do período de degelo, intensifica-se a eclosão de insetos, o ambiente está menos batido pelas sucessicas levas de pescadores do verão, há menos água nos rios e assim menos correnteza. Como sempre no Collon Curá, as moscas secas são mais eficazes. As Adams, Stimulater, Elk Hair Caddis e Light Cahill são tiro e queda. Mais durante a tarde, passamos às ninfas e aí até as Kaufmann´s stone e a Montana, preferencialmente bead head com torax vermelho, se sairam bem. Me lembrei das pescarias de Tucunaré no Sucunduri, do Madeira, onde vale o princípio de que "isca grande - peixe grande", o que fica bem ao contrário nos rios patagônicos. Incrivel que se possa pegar um marron de 3 kg, no anzol sem farpa, com uma mosquinha seca atada em anzol 18. Mas é assim que funciona. Como de tarde o vento sempre aumenta um pouco, dificultando a visualização das moscas e linhas dentro da água, foi muito bom termos levado os indicadores flutuantes de pique, de cor verde. Não flutuamos nem 100 m no Collon Curá e já saía a primeira Arco-Iris Em seguida ja entrou outra Vejam a alegria do Raul O tradicional almoço na sombra dos salgueiros patagônicos
  22. Relato 2 Antes de passar aos peixes e às pescarias, quero lembrar algumas dicas que me parecem úteis para quem está planejando esta viagem no futuro. Foi essencial viajarmos com dois carros. Segurança e comunicação constante. Levamos rádio-comunicadores, até para as flotadas. Lembrar que o melhor pneu, se possivel zero, tem que ficar no estepe. Tem regiões onde tem que se viajar 150 km ou mais até encontrar uma gomeria. O tanque, sempre o mais cheio possivel, pois as bombas de gasolina (servicios) são muito poucos e além disso, falta combustivel com frequencia na Patagonia. Viajar de carro tem muitas vantagens. Quatro pessoas no carro, com o preço bom da gasolina argentina, é muito muito mais barato do que avião, não é ? Além disso, não se pode perder a ocasião de poder contemplar de perto as estonteantes paisagens andinas, percorrendo as serpenteantes estradas ao longo dos lagos e rios cristalinos, contrastando com o céu azul profundo e as neves eternas no cimo das montanhas. Guanacos, emas e cervos pastejando ao longo das rutas, os museus e aldeamentos indígenas (mapuches) e os intocados parques e reservas naturais. Apenas um exemplo: na Villa el Chocon, na margem do Embalse Ezquiel Ramos Maxía, está um museu de Paleontologia que se orgulha de ter exposto o esqueleto fossil do maior réptil carnívoro conhecido, o Gigantossaurus carolinii. O apressado passageiro do avião passa por cima de tudo isto. Mas é claro, esta viagem de carro se faz uma vez e nas outras, quando o tempo estiver mais curto, sempre será mais rápido ir de avião até Chapelco e alugar um carro. E ainda duas palavras sobre o cambio: de saída, comprar apenas poucos Pesos no Brasil, só para pagar os primeiros pedágios e hospedagem/combustivel. Aqui no Brasil cobram R$0,70, mas já na aduana argentina, em Paso de los Libres, para quem tem Reais, baixa para 0,63. Se alguém tem dólares, a vantagem aumenta. Em qualquer parte da Patagonia pode-se comprar hoje 3,12 pesos com um dolar americano. Os preços são muito favoráveis em quase todos os lugares. Deve-se evitar apenas Bariloche e Vila Angostura, que são pontos de grande fluxo turístico. Cartões de crédido são aceitos em toda parte, em especial o VISA internacional. Atenção, não esquecer de habilitar o Visa para uso no exterior. Na foto, o nosso grupo (da esq. à dir.- Gina, Ludwig, Ana Inez. Uchoa, Raul e Gerda) Dois carrinhos valentes
  23. Tenho muito orgulho desta foto ! Afinal, dirigir 3.300 km, quase ininterruptamente, aos 75 anos de idade e chegando inteiraço à Esquel, após 3 dias e meio de estrada, tivemos que festejar ! Comemoramos com um belíssimo cordeiro patagônico e muito vinho argentino (pena que era nacional ...... deles...) LB http://www.caire.bio.br/images/Photobase/ChegadaEsquel.jpg
  24. Olá pessoal: Depois de 21 dias de estrada, desde Porto Alegre até Esquel, ida e volta, trouxe tantas boas lembranças e mais de 1.200 fotos, que fiquei com grande vontade de contar tudo o que vi e o que aconteceu. Penso em fazê-lo em textos sucessivos, numerados, com fotos, desde que isto realmente interessa aos participantes do grupo. Então começo hoje, com o Relato 1. Relato 1 Partimos de Porto Alegre no dia 20/12/2007, com dois carros. Eu fui de Meriva Joy (só gasolina) com a Georgina e mais o casal Dr.João Uchoa e a esposa Ana Inêz. No outro carro, um VW FOX foi o casal Raul Sbaraini e esposa Gerda. Todos do nosso Clube de Pesca Anzol de Ouro. Andamos cerca de 7.200 km sem qualquer problema mecânico ou incidente nas estradas. A gasolina argentina (Super) é muito melhor do que a nossa, mais barata, não tem alcool e melhorou o rendimento (quilometragem por litro) em 30 % ! As estradas de lá são muito boas, salvo raros trechos, bem sinalisadas e os motoristas argentinos do interior são bem prudentes, ao contrário dos portenhos alucinados que infernizam as estradas do sul do nosso país durante as férias de verão. Como teríamos muita bagagem, resolvi comprar um rack e uma destas caixas de transporte que se colocam em cima, com 100 litros de capacidade, o que foi muito útil. Seguro carta-verde contratado, saímos pela estrada, na busca das trutas. Interessante que em todo a viagem nenhuma única vez fomos abordados embusca de documentos do carro ou existência de acessórios obrigatórios. Pelo jeito a Policia Caminera argentina está começando a tomar jeito, depois que o governo deles, por pressão nossa, resolveu interferir na prática das "picadas". Antes de nossa viagem eu tentei obter informações e sugestões sobre o melhor itinerário para quem viaja por carro para a Patagônia, mas não tive muito sucesso. Assim, vou passar algumas dicas, pensando em alguém que decida seguir, futuramente, também por terra. Para quem sai do Brasil por Uruguaiana/Paso de los Libres, a rota mais direta seria por Bonpland-Los Conquistadores- Federal-Nogoya-Victoria-Firmat-Venado Tuerto-General Villegas-Intendente Alvear-General Pico-Santa Rosa-Cacharramendi-Neuquen-Piedra del Aguila-Junin de los Andes e finalmente San Martin de los Andes. Isto soma, só na Argentina, 2153 km. O problema é que aí se passa por uma região grande totalmente desértica, com retas de 100 km (!), sem qualuer tipo de paisagem atraente e por isso, terrivelmente cansativo. Então resolvemos fazer esta reta na volta e na ida fomos, portanto, por San Luis, San Rafael, Chos Malal e Zapala. Claro que d´aum 200 km a mais, mas a paisagem, viajando ao longo dos Andes, é outra coisa. A Gina e eu nos revezamos ao volante - duas horas, rigorosamente, cada um - e sempre a 110 km por hora. Existem algumas placas na estrada avisando sobre limite de velocidade, mas parece puro enfeite, até porque naquelas imensidões desérticas, não se vê qualquer ser vivo durante horas. Bem, este foi o início. Agora eu vou esperar se vocês tem interesse nesta história e em caso positivo, vamos aos dias e às pescarias subsequentes. E fotos, naturalmente. Um abraço de Ludwig
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