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Rodrigo Ribeiro

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Posts postados por Rodrigo Ribeiro

  1. 48 minutos atrás, Odimir disse:


    Suas facas não são produzidas no estilo de Bob Loveless, mas tem como principal inspiração as laminas de Bob Randall.

     

    Ah sim, então devo ter entendido errado, mas tenho quase certeza que quando vi, o rapaz falava que ele produzia facas incorporando o estilo loveless, inclusive sendo muito idêntica, para mim essa faca do post, a loveless chute.

  2. Primeiramente obrigado @André Ribeiro Tenho estudado bastante o knife steel nerds, aprendendo conteúdo de metalurgia bem direcionado ao cuteleiro. Na verdade acho que é mais um blog, escrito por um Dr em metalurgia.... É interessante pois lá ele mostra, testa e compartilha tudo em termos científicos... Estou até querendo montar um forno de precisão pra extrair o melhor do 52100.

     

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  3. 2 horas atrás, Fausto disse:

    Comi num evento, numa feira em São Paulo, comemoração da Independência do Peru, e gostei. Foi a primeira vez que comi um Ceviche seguindo a tradição peruana. Convite dos amigos Divani e Alejandro Antúnez.

     

     @Divani

     

    Quero um dia pegar uma receita tradicional e seguir certinho a risca. Por que como eu disse no vídeo não cheguei a um resultado conclusivo, então tenho feito essa receita que tenho gostado, justamente por não ser nada muito forte. 

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  4. Em 04/03/2015 at 21:14, Odimir disse:

     

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    São lindas de ver, o Romano é um grande cuteleiro no Brasil que faz peças no estilo Loveless. É lindo de ver facas assim de apenas um aço (inox ou carbono) pois da pra ver a habilidade do cuteleiro ao fazer os desbastes, marcar as curvas, deixar tudo tão bem acabado. Confesso que anos atrás quando tinha visto pela primeira vez esse post, eu não estava preparado pra entender a complexidade de uma peça como essa, chegando ate a dizer "eca, é de inox"... 

    Ahhh ignorância.....

    Essa Loveless chute é sua?

  5. Em 27/04/2017 at 11:07, André Ribeiro disse:

    Rapaz, você vai se meter em outro universo de processos de fabricação, técnicas e estudo tão amplo quanto a própria pesca com mosca, prepare-se! :graduado:

     

     

    Estava revendo esse post, bem que você me avisou... O que parecia ser só um buraquinho no chão, acabou sendo mais fundo do que parecia... Descobri que existe todo um complexo sistema de de cavernas kkk.

     

    Achei bastantes analogias com a pesca com mosca, como um universo cheio de mitos e técnicas reais. Geralmente quem tá de fora tem apenas uma ideia básica por que viu em programas de televisão ou em vídeos na internet, daí existe muitos achismos, mitos, meias verdades e fatos. 

     

    Porém muita gente acaba ficando com preguiça de ir buscar informações concretas.

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  6. Um homem muito sábio certa vez disse que um dos grandes prazeres de um homem é poder usufruir de seu árduo trabalho.

     

    Desde já, preço desculpas pelo monte de informação (talvez) desnecessária, mas é que me empolgo falando e gosto de dar detalhes.

     

    Bem, decidi compartilhar mais uma das minhas experiências, dessa vez um canivete slip joint. 

     

    Neste topico, alguns anos atrás, eu estava muito interessado em fazer uma faca artesanal, recebi muitas dicas. Em sequência nos comentários, fui relatando minha experiência ao fazer facas ao longo desses últimos anos.

     

    Nesse tópico, relatei minha experiência fazendo uma faca Hunter de aço 5160 forjada. 

     

    Bem eu tive ótimas oportunidades nos momentos certos. Depois de fazer algumas facas apenas pelo que vi na internet, conheci um vizinho que era cuteleiro a mais de 10 anos, ele muito gentilmente me ensinou muitas coisas e me ensinou a conhecer o "ponto correto" do aço para têmpera. Embora ele tenha graduação em farmácia, já havia lido muitos artigos científicos a respeito de tratamento térmico e realizado muitos experimentos (infelizmente vejo muita gente falando de têmpera quase como se fosse algo místico, receita passada de família etc, mas na realidade é uma obra de engenharia, então desconfie quando alguém falar coisas como essas). Ele também me ensinou o básico sobre geometria de fio (outra dica para quem quiser comprar uma faca artesanal, esse ponto é mais importante que a própria têmpera). E ainda por cima, me permitia usar a cutelaria que ele e outros amigos dele tinham criado, oportunidade ótima. Porém final do ano passado eles decidiram que cada um ia seguir seu caminho e cada um pegou suas coisas. Minha última faca que fiz foi uma yanagiba para mim. Desde então, estava tentando "sossegar". Mas sabe como é difícil né? 

     

    Até que uns meses atrás um amigo veio me pedir conselhos pra fazer uma faca, me prontifiquei rapidamente a ensinar ele, mesmo com poucas ferramentas, pode ajudar ele a fazer uma faca. Não tenho muitas ferramentas, uma lixadeira angular, tinha uma forja de cimento refratário, uns jogos de lima e outras coisinhas. Bem é o "suficiente". 

     

    Como eu moro em apartamento, essa foi uma ótima oportunidade de matar a saudade de fazer umas artes.

     

    Já a cerca de um ano eu venho estudando a respeito de canivetes. E então me veio na cabeça, por quê não tentar um canivete?

     

    Então escolhi um slip joint, que é um dia modelos mais simples de mecanismo, em minha opinião, depois dos friction folders. Quanto mais simples, menos chances pra erro né? 

     

    Outra limitação era que não tenho as lixadeiras de cinta que eu era acostumado a usar na cutelaria, então teria que fazer esse serviço na lima, por isso não poderia fazer um canivete muito grande, mas também não poderia ser muito pequeno senão não conseguiria elaborar o mecanismo. 

     

    Pra ideia foi utilizar o máximo possível de materiais reciclados, restos de outros projetos que eu tinha em casa. 

     

    Então a partir de agora vou fazer uma pequena descrição dos passos envolvidos. Os vídeos são vídeos bem curtos que gravei pra postar em algumas redes sociais, por isso eles não são muito didáticos, mas espero que gostem.

     

    Bem então eu escolhi fazer a lâmina a partir de um eixo de 8mm que tenho, sabia que era aço 52100, um excelente aço, mas tem suas dificuldades. 

     

    Iniciei forjando uma lâmina, forjando quase no formato final.

     

     

    Após o processo de forma é necessário aquecer o aço até cerca de 850° e deixar esfriar bem lentamente. Pois quando se aquece o aço até o ponto de forjar, ocorre uma reação interna que é a formação de austenita com grão muito grande, ela quando esfria rapidamente se transforma em martensita, que é o que se busca na têmpera. Mas como o processo de forjar ocorre em temperatura superior a da têmpera, esses grãos formados ficam muito grandes e quebradiços, na foto abaixo pode ser comparado isso.

     

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    Reparem como ficou uma estrutura muito grande dessa peça da esquerda, dentro do círculo roxo. Está imprestável para uma lâmina.  Então o que precisa fazer? Aquecer até cerca de 850°C e deixar esfriar bem lentamente, assim a austenita vai se transformar em ferrita, que é muito mais mole, podendo assim ser lixada, até dar o formato da lâmina. Na peça a direita vemos o que acontece quando feito isso, embora não de pra ver muito bem, mas repare dentro do círculo rosa que não tem aquela estrutura de grãos tão grande. Uma prova de que ficou mole é que eu pode cortar com uma serrinha de arco quase inteiro a barrinha. Deixei apenas um pedaço faltando para quebrar e analizar a estrutura do grão. 

     

    A partir de ter um linguote forjado e amolecido eu poderia assim limar até dar o formato da lâmina.  Vemos na foto abaixo a lâmina formada, na esquerda vemos a ponta de uma lâmina quebrada, no caso a mesma que usei pra exemplificar um modelo imprestável, logo em seguida podemos ver um segundo pedaço da lâmina que foi forjada novamente e feito o correto tratamento térmico.

     

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    Aquele pequeno desbaste no topo da lâmina precisa ser feito junto com a mola do canivete, pois precisam ter um encaixe preciso, sem folgas, sem jogo, para isso, fiz tudo o desbaste utilizando limas.

     

    O desbaste da lâmina fiz até chegar em 0,3mm. 

     

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    A geometria de fio é mais importante em uma faca do que a própria têmpera, ou seja, uma geometria de fio bem executada garante um poder de corte maior do que uma têmpera bem executada. Por isso afinei até esse 0,3mm antes da têmpera. Após a têmpera fiz o desbaste até chegar em 0, ou seja, afiei ela. 

     

    Para a mola, do canivete, eu moldei ela inteiramente utilizando limas e um arco de serra. Utilizei aço 1070, que foi temperado e depois revenido até a têmperatura suficiente pra alcançar o efeito mola (acho que o nome da peça já é bem sugestivo).

     

    A ação do conjunto pode ser vista nesse vídeo.

     

     

    As talas do canivete utilizei umas chapas de aço inox que tinha e advinha? Também moldei elas no formato utilizando apenas limas. 

     

    Para as talas de madeira, utilizei um pedacinho que sobrou de madeira que utilzei para minha yanagiba ( faca para sashimi). Essa madeira eu acho estremamente linda, é o jacarandá violeta, espécie em risco de extinção, proíbido de ser cortada, então foi muito difícil de conseguir, mas encontrei um vendedor que tem. Me certifiquei de ser madeira legal, vinda de reciclagem de dormentes.

     

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    Um dos problemas do canivete é fazer com que a lâmina fique alinhada quando fechada e isso estava sendo um problema para mim.

     

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    Esse desalinhamento pode ser causado por fazer o furo de alguma das talas desalinhado, fazer o furo da lâmina desalinhado, a lâmina não estar com ambos os lados feito um desbaste correto de forma a estar bem paralelo. Depois de tentar muito resolver esse problema, desisti e resolvi aceitar que seria um erro em meu primeiro canivete, então decidi seguir em frente.

     

    Nisso me esbarrei em outro problema, minha humilde forja de cimento refratário estava se desfazendo, então eu precisava fazer uma nova. Dessa vez comprei uma manta de cerâmica e fui pedir em uma empresa q fura poço se eles tinham algum pedaço de cano que seria jogado fora, se eles poderiam me arrumar. Então eles gentilmente me deram um pedaço que era exatamente o que eu precisava, e além disso ainda cortaram no tamanho que eu precisava e cortaram 2 anéis das pontas que usei pra fazer as tampas, tudo cortado no torno. Se eu fosse comprar o cano num ferro velho ia sair uns 90 reais, mais uns 30 reais pra um torneiro cortar as tampas. Enfim, depois de pegar uma máquina de solda emprestada, fui na casa do meu "aluno"  fazer aquele cano se tornar uma forja funcional.

     

     

     Hora de testar o resultado. Mete o gás, secador de cabelo ligado e fire in the hole....

     

     

    Mas antes de temperar, fiz diversos corpos de prova com uma barra redonda de 52100 de 4mm temperava e ia quebrar ela com o martelo pra analizar a estrutura do grão. Bem, lembra que eu falei da austenita? Então o objetivo é aquecer o aço até a formação completa (ou quase) da austenita porém sem elevar demais a temperatura que causaria a o fenômeno dos grãos crescidos. A ferrita (ou ferrite, não sei ao certo qual é o correto em português) é um estado mole do aço, quando se aquece e se transforma em austenita, a molécula se arranja em outro formato que se resfriado imediatamente como é o caso da têmpera, forma a martensita, que é muito duro, o nosso querido aço temperado.  Para o 52100, estudos apontam que 830° é a temperatura ótima, o difícil era encontrar o ponto exato para fazer isso usando como base apenas a cor que o aço estava. Por isso fiz alguns corpos de prova temperava eles e quebrava pra ver se o resultado obtido era o suficiente, até que fui e fiz com a lâmina do canivete quando senti que estava encontrando um bom resultado. (Pretendo futuramente construir um forno de precisão, pois esse aço é muito bom, e com um forno de precisão eu consigo extrair o melhor resultado possível dele).

     

    Bem, depois de temperada e revenida a lâmina (estimo que deve estar entre uns 58 e 61HRC pelo que estive lendo, que é uma boa dureza, vai reter muito o fio dela) fui finalizar o desbaste da lâmina que ainda estava em 0,3 mm fiz o desbaste em uma pedra, depois fui para as lixas manuais fazer um polimento na lâmina.

     

     

    Com a lâmina afiada e polida era hora de remanchar os pinos e assim prender definitivamente as peças do canivete. Pinos que foram feitos de inox.

     

    Porém eu não queria que os pinos ficassem aparecendo na madeira, então fiz rebaixos nas talas de madeira pra esconder as pontas dos pinos e assim ficar todo mundo escondido e firme.

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    Para as lixar as talas eu colei pequenos pedaços de balsa para dar mais firmeza e conseguir afinar mais elas e fazer o serviço, as talas tinham espessura próxima entre 4mm e 5mm eu lixei até que ficassem com aproximadamente 3mm os furos que escondem os pinos tem 1,5mm. Então era hora de colar as talas com epoxy. 

     

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    E um simples teste de afiação me mostrava que estava satisfatório.

     

    .

    Mas ainda não estava contente, queria resinar a madeira, então apliquei resina epoxy e deixei curar por 24h.P_20210621_191825-01.jpeg.1eaa7e3e00ea0de9edea20909c6536ae.jpeg

     

    Depois lixei o excesso até ter uma superfície reta polida como se fosse vidro. 

     

    No dia que gravei esse vídeo, o canivete tinha sido guardado um pouco humido então estava criando pequenos pontos de oxidação na lâmina.

     

     

     

    Parece que estou tremendo, mas é que estou tremendo mesmo de medo de tentar fechar com uma mão e a lâmina corta meus dedos. Mas no fim deu tudo certo. 

     

    Melhor ainda, lembra que eu disse que minha lâmina estava ficando torta quando fechada? Então por algum motivo do qual não consigo explicar, quando remanchei os pinos ele alinhou a faca e ficou no lugar correto. 

     

    (Estou sem a foto, mas vou providenciar logo, e inserir aqui mostrando o detalhe da lâmina alinhada) 

     

    E esse foi o resultado final.

     

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    Espero que gostem. Um abração a todos e ótimas pescarias, sempre!

    • Thanks 2
  7. 1 hora atrás, De Bortoli disse:

     

    eu já comprei material 5160 na Internet na Loja do Cuteleiro e tinha uma carepa muito dura de remover. Comprei recentemente na Loja da TForce 6160 material muito bom de trabalhar, e não tem a carepa - https://loja.tforceequipamentos.com.br/

     

    com o recozimento não tenho mais muitos problemas com as brocas.

     

     

     

    Eu já comprei na loja do cuteleiro e não tive problema nenhum rsrsrs. Então... Acredito q vou ter que fazer isso também. A ideia era poupar tempo. 

  8. 3 minutos atrás, De Bortoli disse:

     

    Na verdade mesmo com material virgem eu faço recozimento, facilita muito o trabalho de furação por exemplo. Já tive muitas dificuldades com isso no inicio.

     

    Os primeiros materiais que comprei não tive problema com isso...  Agora que mudei o fornecedor estou tendo. O 5160 da Gerdau tá vindo muito duro. Começa a furar e a broca pede arrego. A ideia de comprar aço virgem é não ter que fazer nenhum ciclo térmico antes né? Pena que esse é o único fornecedor em minha cidade, a vantagem é que posso a qualquer momento ir comprar uma chapa pra fazer uma faca. Poderia comprar pela internet, mas daí teria q comprar várias peças de uma vez pra aproveitar o frete... Estou pensando em investigar preço de broca para furar aço temperado. As vezes compensa ter uma broca de 5mm que é a que geralmente uso pra pino. O engraçado é que a broca de 12mm (se já tiver um furo de 5mm antes) ela passa de boa....

  9. 20 minutos atrás, De Bortoli disse:

    Tchê quando tu forja, tu muda a estrutura interna dos aços pelo que andei olhando, tem até um material que li e que o cara fazia um comparativo entre uma faca de 1070 forjado e outra por desbaste, se achar posso te mandar.

     

    Se puder mandar, agradeço.

     

    Pq assim, pelo que andei vendo, durente o forjamento, você cria muitas tensões internas no material, por isso precisa do ciclo de normalização (ou recozimento, agora me falhou a memória, lembro que um deles é pra aliviar as tensões internas e o outro é para destemperar o aço, caso você pegue um material já temperado, se não me engano recozimento é pra retirar têmpera e normalização é após forjar) que no caso pra essa faca minha foi aquecer até mais ou menos o ponto de têmpera e desligar a forja e deixar ela lá dentro até o dia seguinte (foi como me ensinaram a fazer com o 5160). Quando bem feito esse ciclo, a estrutura do grão do aço volta ao estado original. 

     

    Pelo que entendi quando tava vendo sobre a forjamento é algo assim.

  10. 23 horas atrás, De Bortoli disse:

    Estas são algumas que já fiz, faço por desbaste, ainda não me aventurei em fazer forjadas.

     

    Muito bonitas elas parabéns. Então sobre forjar... Essa é a única q fiz forjada. As outras faço apenas por desbaste também. Uma vantagem de aproveitar e fazer apenas por desbaste é focar em fazer um bom desbaste, acertar detalhes e etc. Focar na têmpera também. 

     

    Forjar não vai agregar nenhuma resistência na faca, como antigamente se pensava. 

     

    Por isso faço apenas por desbaste. Acho que só vou forjar se eu comprar uma prensa hidráulica. No caso pra caldear um damasco (mas até lá é tanta coisa q tenho q aprender).

     

    Tem um outro tópico que criei (como fazer uma faca?) onde aparecem nos comentários algumas das facas que eu fiz.

  11. Rapaz, 700g, é mais pesado que minha faca de campo kkkk. Mas um erro comum que a gente tem é de ver esses 700g e esquecer do balanceamento. As vezes uma peça pesada tem um balanceamento que dá a sensação de mais agil do que uma faca mais leve. 

  12. 2 horas atrás, Fausto disse:

    Baita Grip essa faca tem e o @Mauricio Velho ia gostar por causa de seu formado de caça, no caso parece uma Hunter Skinner Knife. Algumas são tão pequeninas e usada para tirar a pele e escarnar pequenas caças.

     

    Good Job.  💪

    Muito obrigado Fausto. Algumas Skinners e Nessmuks tem até um calombo por assim dizer para trás pra poder ter uma lâmina bem arredondada né. Daí fica uma faca praticamente apenas para tirar a pene e escanar... Acho legal uma ferramenta assim, que tem um único propósito e é desenvolvida pra dar o melhor possível nisso. 

  13. 47 minutos atrás, Carlos Mitidieri disse:

    Salve Rodrigo, 

     

    Qual é a principal aplicação que Tens para esta faca? 

     

    TL

    No meu caso, é para uso geral no dia a dia. Bem cotidiano mesmo. Abrir um pacote, cortar uma coisinha aqui outra ali, levo para pescarias como minha faca principal ( agora também levo uma grande pra se precisar abrir picada no mato). Já usei ela pra abrir caminho tbm pra descer em um riacho. No caso o mato não era fechado, apenas cortar um cipó aqui, uns bambu ali, uma galhos de arvore, etc. Mas é bem resistente para bater bem forte se necessário. Para testar ela eu cortei um pedaço (5x5cm) de gurucaia que é bem dura e depois ainda estava tirando pelos do braço. 

     

    Agora sobre a faca de caça em específico, ela é uma faca feita para uso geral em assuntos que tange a caça. A ponta arredondada é pra facilitar tirar couro sem furar o couro do animal (que seria mais fácil com uma faca bem pontuda). É uma faca pequena, para ser fácil de manipular, ter agilidade para cortes precisos e tudo mais, não se quer estourar uma glândula ( me desculpe mas não sei o nome dessa glândula, se alguém souber, fico grato) por engano de um animal que vai estragar a carne por conta de uma faca grande e mais difícil de usar. Também a empunhadura dela tem de ser feita de uma forma que fique confortável para usar segurando de diversas formas. Por exemplo:

     

    Essa é a forma que você vai obter maior forca, ideal para golpear ou cortes que não precisem de precisão.

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    Essa já se assemelha a como eu uso a faca de cozinha.

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    Essa é uma forma que muitos gostam de usar pra ter a maior precisão possível, como na hora de tirar o couro, onde vc quer preservar o couro. Essa ponta drop (levemente caída e curvada) eu gosto pois dá um apoio bem legal para o dedo. 

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    Como mostrado pelas fotos a guarda (quando houver) tem de ser simples, não pode ser dupla senão atrapalha. Embora a guarda tem utilidade como proteção, pra mão não avançar sobre o fio, ela também serve como gotejador, o sangue e gordura que possam escorrer pela lâmina geralmente acaba parando na guarda e pingando ali. (Isso é o que alguns especialistas dizem, mas acho que numa utilização de caça mesmo, vc vai acabar sujando o cabo com sangue talvez pela própria manipulação do animal e tudo mais. Também como questão de proteção, existe outras formas de se proteger a mão de entrar em contato com a lâmina em facas sem guarda). Mas eu acho muito bonita uma faca com guarda. E a questão estética é muito importante também né. 

     

    Era essa a sua dúvida? Respondi o que queria saber? Se não, pode perguntar aí. Ou qualquer outra dúvida. 

     

    Abraços.

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  14. Vou descrever os processos pra fabricar a minha EDC.  

     

    Todo começou com uma barra de aço de mola de camionete. O Douglas (meu mestre) virou pra mim e disse... "Olha, lá tá a forja, ali tá bigorna e aqui os martelos e tenazes...  Divirta-se. )... Bem as partes onde eu mais apanhei da forja e da bigorna, vamos deixar quieto....

     

     vamos ao resultado... Após forjar alguma coisa deixei fazendo normalizacao.P_20200107_123400-01.jpeg.74656c13a0f8e6872df64e7a128b0f5f.jpeg

     

    No outro dia fui poder realmente ver como a faca estava digamos que não MT parecendo com a fava....

     

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    Precisava tirar uma boa parte de material na lixa.  Bem, fui lixar pra tirar o excesso de material já que não fui bem na forja.P_20200113_155514-01.jpeg.42b295bcad08fdc7988ac28cfe229137.jpeg

     

    Agora já possuia um formato mais desejável, mas ainda continuava um pouco larga kk.

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    Agora foi a hora de lixar e afinar. Após lixar bastante, já foi dada a têmpera. Que no caso foi seletiva.

     

    Curiosidade a têmpera seletiva fornece  mais resistência mecânica a faca. Quando se tempera o aço ele fica mais duro, sendo capaz de reter o fio por muito mais tempo que o aço virgem. Porém, ele se torna mais quebradiço.  Para deixar o aço menos quebradiço existe o revenimento. (Facas com têmpera integral e revenimento bem feito não ficam quebradiças em circunstâncias de uso convencional). A têmpera seletiva consiste em deixar endurecido apenas o fio da faca. Apenas aquele que vai receber os golpes. Enquanto o dorso mais mole absorve a energia dos golpes mais pesados. 

    Existe mais de uma forma de se fazer uma têmpera seletiva, alguns aquecem apenas o fio com maçarico ou uma forja própria e fazem o mergulho total da lâmina no óleo de têmpera. 

    Existe também casos onde se aquecem a lâmina inteira ao ponto de têmpera e então se coloca em um recipiente com óleo de forma que apenas o fio da lâmina fique em contato com o óleo, criando assim uma linha reta de têmpera.

    No meu caso eu uso os pontos quente da forja. Para posicionar bem a faca nele dessa forma aquece o fio bem mais rápido que o resto da lâmina. Mas a lâmina também vai aquecer um pouco. No choque térmico com o óleo, toda a lâmina é afundada no óleo. Assim faz uma transição gradual da área temperada para a não endurecida. Porém para se aquecer até o ponto certo é questão de segundos. Em questão de segundos eu saio de uma temperatura que não crítica para a têmpera para uma temperatura que  posso superaquecer a lâmina e gerar grãos crescidos que deixam a faca muito quebradiça. 

     

    Abaixo podem conferir a faca lixada e bem fácil de se ver a linha de têmpera. Como a faca foi desbaste Full flat, o motivo da diferença de tom no aço é apenas a questão de até onde foi temperado e até onde não foi.

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    Então foi hora de colar o cabo. Eu queria terminar logo essa faca para poder ter ela. 

     

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    Estava pronta pra ser usada. Mas ainda não era o jeito que eu queria. Para ajudar a combater a oxidação. Fiz um banho de percloreto férrico. Ele ajuda a criar uma oxidação controlada na lâmina, que dificulta muito a ferrugem.

     

    Agora a faca tava pronta pra lida. Usei bastante em pescarias, até abri picada no mato com ela (era a única coisa disponível). Além de muito uso no dia a dia pra abrir as mais diversas coisas.

     

    Depois de um tempo resolvi reformar ela. Lixei até tirar todo o acabamento do ácido e fiz polimento manual até o grão 400.  Também tirei o esmalte que tinha passado no cabo e substitui por óleos. E fosfatei a faca.

     

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    Essa é a história da minha Hunter EDC.

    Espero que gostem. Qualquer dúvidas pode perguntar. O que gostaria de saber?

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  15. Esse programa tem inspirado muitos a se "embrenhar" pelos caminhos da cutelaria... Me serviu como inspiração também. Tem uma cuteleira brasileira, se não me engano é Juliana Baioco, começou a se interessar por cutelaria pelo programa. E recentemente foi vencedora de uma etapa do desafio sob fogo Brasil e América latina. Algo assim.

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  16. 1 hora atrás, André Ribeiro disse:

    Parabéns pelas peças e pela evolução. :bs-aplauder:

     

    Muito obrigado André. Então, eu na verdade não tenho muito tempo pra dedicar aos estudos da cutelaria, no momento, meu foco principal é a faculdade (Eng eletrica) tô no último ano, monografia, mais protótipo e outras matérias, ando bem com pouco tempo para estudar mais sobre cutelaria.

     

    Bom vou falar um pouco sobre minha história com a cutelaria.

     

    Inicialmente eu comecei vendo vídeos no YT de cuteleiros. Até que descobri um vizinho meu que também é cuteleiro a mais de 10 anos, que fez curso com o MS J. Franco. Ele de muito boa vontade tem me passado o conhecimento que foi adquirindo com o tempo.  O tratamento termico que faço é o que aprendi com ele, têmpera seletiva na forja por imersão total, como ele chama, tendo como vantagem que a têmpera é feita próximo ao limite mínimo de têmpera, conferindo dureza pra lâmina sem gerar grãos crescidos.

     

    Graças a ajuda e instrução dele que hoje posso fazer essas facas mesmo tendo muito pouca experiência.

     

    Nesse vídeo eu mostro a última têmpera que fiz. 

     

    Fiquei muito satisfeito com o resultado da têmpera. Infelizmente dessa eu não tirei foto da linha de têmpera. Essa era uma faca de uso geral bem básica. Eu comentei com o cliente se eu poderia fazer um teste com o fosfato nela. Assim, o objetivo que era proteger a lâmina, ele cumpriu. Mas pra falar a verdade eu não gostei muito da tonalidade.P_20200915_113203_1-01.jpeg.66e11923bd5ad8bb1b76b985afb2f986.jpeg

     

    Aproveitei pra fazer mais testes em outras facas minhas fosfatado elas. Meu principal objetivo era proteger a faca. Pois minhas 3 principais facas são facas pra uso mesmo... A do chefe se como o uso vai envolver muita humildade... Já sabe como a oxidação vai ser forte né. P_20200915_113339_1-01-01.jpeg.6f631ed5c6d6e95a626214507bd2547e.jpeg 

    O legal é que ficou bem visível a linha de têmpera dessa faca em S. Mas ainda teve manchas no fosfato. 

     

    Aproveitei pra dar um talento na minha EDC uma faca de caça forjada. No cabo removi o verniz e deixei na madeira com acabamento na lixa 1200 e óleo tungue. Lixei a lâmina pra tirar o cabeamento com ácido depois dei o banho de fosfato que oferece uma proteção muitíssimo superior do que banho de ácido.

     

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     Gostei que nessa ficou mais homogêneo a cor e ainda dá pra ver também a linha de têmpera. 

     

    E por último a minha Camp. Dela tem o vídeo fazendo teste de força na árvore. P_20200915_113658_1-01-01.jpeg.4bcb3c77c2df7b99a565897e1abc2890.jpeg

     

    A diferença desta é que eu não tirei o acabamento que o banho de ácido causou. Talvez por isso ela tenha ficado mais escura. Não sei. Mistérios do universo. Se alguém souber agradeço muito. 

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  17. 31 minutos atrás, Fausto disse:

    Mandou muito bem garoto. :okok:

     

    Na certa levará com sigo para sempre a aprendizagem e os bons momentos de tudo que fez. Fico muito contente ao ver um jovem mantendo a arte da cutelaria em brasa. :ok:

     

    Parabéns mesmo!   :bs-aplauder:

     

    Muito obrigado mesmo! Então... É algo que eu sempre admirei facas artesanais (assim como outras coisas artesanais, varas, landing net e as próprias iscas de fly, coisas que gosto tbm de fazer) e é um prazer poder estar fazendo. 

  18. Eu disse que ia postar uma foto que dava pra ver a linha de têmpera dessa última faca, segue uma foto mais antiga, por favor, não reparem nos riscos da lixadeira que consertei depois que tirei essas fotos. Se olhar com bastante atenção, da pra ver a linha de têmpera seletiva.

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    Fiz um desenho em cima de ficou a linha, para facilitar ver a linha de tempera

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    Ps. Essa faca é a primeira que fiz sem nenhum auxílio do meu vizinho cuteleiro. Sem consultar se tava bom isso ou aqui. E essa foi a melhor têmpera que já fiz.

     

    E hoje eu fiz um vídeo testando essa faca. 

     

     

     

    Ps2: Nessa foto que mandei, que dá pra ver bem a linha de têmpera, o fio estava muito obtuso, então voltei pra lixadeira e lixa manual pra fazer um convexo mais agudo, como da pra ver nas fotos do comentário anterior.

  19. Eu disse que ia postar uma foto que dava pra ver a linha de têmpera dessa última faca, segue uma foto mais antiga, por favor, não reparem nos riscos da lixadeira que consertei depois que tirei essas fotos. Se olhar com bastante atenção, da pra ver a linha de têmpera seletiva.

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    Fiz um desenho em cima de ficou a linha, para facilitar ver a linha de tempera

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    Ps. Essa faca é a primeira que fiz sem nenhum auxílio do meu vizinho cuteleiro. Sem consultar se tava bom isso ou aqui. E essa foi a melhor têmpera que já fiz.

     

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