Patrono Beto Saldanha Postado Maio 10, 2011 Patrono Compartilhar Postado Maio 10, 2011 1 – O que eu estou querendo fazer? 2 – O que estou fazendo para conseguir meu objetivo? 3 – Esta funcionando? Inicialmente as varas eram feitas de madeira ( greenheart, ash, hickory, lancewood , ...). Por volta de 1850, um americano chamado Samuel Phillippe começou a fazer para uso próprio varas de bambu. Isto já havia sido feito antes, mas só para partes da vara. As experiências foram muitas – varas com 2, 3, 4, 5, 6, e até 12 partes. O bambu usado, até os anos 30 era chamado de Calcuta - Calcuta não é uma espécie de bambu, é um nome genérico. Deram este nome por ser o bambu daquela época proveniente da India. Um professor de botânica, McClure foi a China em 1927 e classificou uma grande variedade de bambus chineses – entre eles estava o Tonkin, ao qual deu o nome de Arundinaria amabilis – adorável bambu. Pelas suas qualidades o Tonkin substituiu rapidamente o Calcuta ( provavelmente um Phylostachys) que passou a ser praticamente o único bambu usado para fabricar as varas. Varas de bambu e também as de madeira foram usadas até a 2º guerra, quando apareceu o fiberglass, no início as varas de plástico eram muito ruins e não afetaram muito o comércio das varas de bambu. Com o aperfeiçoamento das varas de plástico os fabricantes de varas de bambu foram acabando. Varas de plástico se prestam a grandes produções e são baratas – o que custa caro é a grife – para piorar as coisas, em 1950 houve um embargo as importações da China e não se conseguia importar o bambu ( Tonkin é natural das províncias de Kwangsi e Kwangtung e não de Tonkin como pode parecer). Pelos anos 70 surgiu a fibra de carbono - foi o inicio do fim do fiberglass. Por volta de 1975, amadores americanos começaram a fabricar para uso próprio varas de bambu. O inicio deve ter sido lento, havia pouca informação ( quem sabia guardava segredo), a internet não existia e eram poucas as publicações sobre o assunto. Em 1977 foi publicado o livro sobre o Garrisson – e em 92 o do Cattanach – e logo em seguida a internet , esses foram, provavelmente, os fatores de divulgação dos métodos de fabricação das varas.É muito complicado e caro importar bambu, é preciso licenças especiais, certificados de diversos órgãos, despachantes, e quando o bambu chegar vai ficar em quarentena até ser examinado por fiscais do ministério da agricultura, com as tarifas de armazenamento correndo por sua conta. A solução é usar bambu disponível por aqui. Já experimentei vários – os que melhor resultado apresentaram foram os Phylostachys – Moso, Madake, Hachiku e o Phylostachys Aurea. Mas é preciso escolher. A diferença entre os bambus de um mesmo local é muito grande. O que diferencia uns dos outros é a quantidade do que os americanos chamam de “Power Fibers” – Quanto mais melhor e o teor de humidade, quanto menor melhorTambém é preciso deixar o bambu secar bem – dependendo do clima pode levar um ano ou mais. Quando verde o teor de humidade é aproximadamente 88%, seco 9%. O bambu quando colhido tem a cor verde pastel e quando seco fica pardo amarelado. Se não estiver seco sua vara vai ser mais parecida com um macarrão cozido e vai deformar com a maior facilidade.Outra dado muito importante é a idade do bambu que vai ser colhido – deve ter pelo menos uns 5 anos. Leia o publicado neste estudo. http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/floresta/article/viewFile/17109/11270Como você, muito provavelmente, vai usar um Phylostachys começam os problemas. Toda a literatura e receita de varas é para Tonkin, que é muito diferente dos Phylostachys. É preciso fazer adaptações nas receitas. Quando usava os phylostachys aumentava em 7% as medidas, mesmo assim as varas ficavam meio fracas para a linha recomendada. A muito só uso Tonkin, daí ter pouco a falar sobre este assunto. Cada um vai ter que fazer suas experiências.Existem vários programas para projetar as varas. Eu prefiro o RodDna - http://www.highsierrarods.com/bamboorodtaperdesign.html - Existe uma versão mais simples, grátis e muito boa http://www.highsierrarods.com/roddna_download.htmOutros programas: http://www.hexrod.net/Hexrod/hexrod.htmlhttp://searcysowbug.blogspot.com/2008/03/flexrod-download.html http://www.maxrod.net/cgi-bin/webmgr/show.cgi?category=show&pid=dynarodengRecomendo que os interessados começem a se familiarizar com eles e ai façam sua escolha.No próximo capítulo – mais uma engenhoca necessária e começando sua vara. 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Patrono Carlos Gomes Postado Maio 10, 2011 Patrono Compartilhar Postado Maio 10, 2011 Já havia conversado contigo sobre a importação e mesmo ouvindo seus comentários, no passado, tinha um pouco de ânimo.Depois de ler o post... Beto, você já ouviu falar desse lugar ?http://en.wikipedia.org/wiki/Gulf_of_Tonkin Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Mosqueiro The1Club Postado Maio 11, 2011 Mosqueiro Compartilhar Postado Maio 11, 2011 Beto,Muito interessante. Quero fazer minha propria vara no futuro. Ja ate escolhi alguns blanks Sobre o bambu, nao da para produzir o tonkin no Brasil?? Produzimos diversas commodities agricolas aqui...bambu deve ser baba (desculpa o trocadilho!!)Abraco,Felipe Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Patrono Beto Saldanha Postado Maio 11, 2011 Autor Patrono Compartilhar Postado Maio 11, 2011 Beto,Muito interessante. Quero fazer minha propria vara no futuro. Ja ate escolhi alguns blanks Sobre o bambu, nao da para produzir o tonkin no Brasil?? Produzimos diversas commodities agricolas aqui...bambu deve ser baba (desculpa o trocadilho!!)Abraco,FelipeÉ sim - eu até arranjei umas mudas, mas leva uns 10 anos para possivelmente ter alguma coisa que sirva. Se esta querendo fazer - faça logo ou não vai fazer nunca. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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