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No Chile, com o Maestro!


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  • Mosqueiro

Na manhã seguinte, após a cansativa viagem até Coyhaique e uma reparadora noite de sono na pousada da cidade, já estávamos prontos para pescar no rio Emperador Guillermo, sem qualquer favor, um dos mais fascinantes rios de truta de todo o mundo. Estreito, serpenteia pelo vale formando poções, correntezas rápidas, pequenas quedas, margens de pedras, margens arborizadas; um desafio em cada curva e uma esperança em cada lançamento. Particularmente, se eu tivesse que eleger um rio, de todos que conheço mundo afora, esse seria o meu rio!

Não tivemos sorte, pois foi um dia de poucas ações. Começamos a pescar às 10:30 da manhã e até às 18:30 só havíamos pego trutas pequenas e em pouca quantidade. Perdemos duas grandes (Paulo uma, eu outra), mas, ainda assim estávamos felizes somente por estar ali. Mas eis que chega “a hora mágica” e as meninas começam a subir, acompanhando as imensas eclosões de caddis e mayflies. Justamente nessa hora, após um dia muito cansativo vadeando sobre pedras escorregadias, Paulo estava exausto e não mais pescou. Sentou-se numa pedra e, como o cavalheiro que é, disse: “continue, hoje o rio é seu!”. Modéstia a parte, os casts estavam saindo perfeitos e as trutas (todas pequenas) se sucediam. Num determinado momento, o Paulo Cesar, que não é homem de jogar confete, falou-me, da margem: “Parabéns! Você está lançando e pescando muito bem!” Claro que, como bom ser humano cheio de defeitos, fiquei muito orgulhoso! Mas principalmente pude observar que o Paulo estava ali sentado e vivamente feliz, responsável que foi por meus primeiros passos na arte.

A Magestade do Emperador Guillermo

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Vadeando no Emperador

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Não é um privilégio chegar assim aos 80 anos?

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Pescando

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Trutinhas

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Amizade

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O Lado triste do Emperador: o Dydimo chegou!

Começa assim, aos poucos:

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E depois toma toda a pedra, sufocando as ninfas. Dizem que, por ser um invasor, provoca um grande desequilíbrio no início, se estabilizando depois. Não sei; vou estudar o assunto com profundidade, pois qualquer comentário que eu faça agora será baseado em meras suposições.

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Saímos do Emperador Guillermo absolutamente exaustos, mas ainda assim nos animamos para jantar na cidade. Boa comida, bom vinho e uma noite de sono reparador e no dia seguinte estávamos novos para flotar no rio Simpson. Conquanto os salmões ainda o subam – e o nosso amigo Betinho sacou um lindo, conforme relato específico – nem de longe lembra seus bons tempos, tanto para os salmões, quanto para as trutas. Ano a ano percebemos que o peixe vai ficando mais escasso. É um rio que corta a cidade e serpenteia bem ao lado da estrada. Totalmente cercado por propriedades, ranchos e fazendas de criação de gado e ovelhas, recebe os dejetos dessa bicharada. E também sofre com a pesca predatória, devido à facilidade de acesso. Durante nossa flotada – feita com sacrifício, pois o rio está muito seco – observamos vários pescadores, nas margens, pescando com colher, para matar. Flotamos o trecho médio, até a confluência, quando então passa a se chamar rio Aysén e irá desaguar no mar, 25 km adiante.

Mesmo sabedores de todo esse quadro, estávamos muito esperançosos (pescador é sempre otimista) pois o tempo havia mudado, estava cinza, ameaçando chuva e ventoso, ou seja: especial para pescar trutas (quem é truteiro sabe disso!) Pois bem: o Paulo Cesar sacou uma marrom de um palmo e teve o ataque de uma grande, na seca, que mandou a mosca longe (o Paulo é radical e só usa anzóis sem farpa, mesmo os pequenos); quanto a mim, não tive um único ataque durante todo o dia! Saímos do rio com uma sensação de frustração, mas que logo passou na viagem de volta a Coyhaique, animada pelo vinho e pela boa conversa!

Algumas fotos da flotada, mostram as dificuldades em vencer trechos do rio, a retirada do barco e a melhor parte do programa: “costillas de cerdo y cabernet!”

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No caminho para o aeroporto de Balmaceda, onde pegaríamos nosso vôo de retorno à Santiago, somos presenteados com esse duplo arco-íris, uma truta estampada no céu, como que nos dizendo: até breve!

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Chegamos a Santiago – onde pernoitamos uma vez mais – ainda com bastante tempo de curtir a cidade e irmos jantar na Tiramissú, uma das pizzarias mais badaladas da cidade. E, nessa hora, brindamos a todos os nossos amigos pescadores do Brasil!

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  • Mosqueiro

Muito bom, ótimos relato e fotos.

Chato saber que as trutas estão "acabando".

Esta questão dos "invasores" no caso o Didymo, é tão séria quanto à dos seres humanos "predadores" matadores de trutas.

Parabéns aos amigos pelo passeio e pela pescaria!

Baita abraço.

Eduardo.

PS.: dá vontade de comprar a casa do Nino.

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  • Mosqueiro

Parabéns aos grande Mestre Paulo Cesar e

o Luiz Pescador que realizarão uma grande

pescaria no Chile, é bom de ver os amigos

felizes na pescaria neste visual extraordinário,

provavelmente os dois estão bem mais leves.

Parabéns continuam a sim mostrando a felicidade para os amigos.

Olha a felicidade estampada na face dos dois é bom de ver a alegria dos amigos e um visual fantástico junto com as estrelas que contribuíram com os Mestres.

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  • Mosqueiro

Apesar dos pesares pescar no Chile em companhia do Meste Paulo é sempre uma ótima pescaria :bs-aplauder: :bs-aplauder: :bs-aplauder:

Li e gostei do relato, matei saudades das imagens que guardei em minha memória. E pelo que pude ver o Nino está com equipamentos novos.

Parabéns aos amigos pescadores e suas trutas :bs-aplauder: :bs-aplauder:

PS- uma pena a chegada do Dydimo nos rios do Chile

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  • Patrono

Mais um belíssimo relato, aliás, as always, vc é craque nisso, Luizão, parabéns, viajamos todos juntos!! E o nosso Don Pablito, as always, acho que anda é mal acostumado rsrs. Todas últimas pescarias dele volta dizendo que foi muito ruim, e desta vez não foi exceção. Qdo falei com ele ao tel, disse que saíra no dedo, que os peixes não mais querem ele, que tava muito triste por isso, mas vejo aqui que pegou sim várias e lindas trutas. Definitivamente ele tá precisando rever ponto de vista e cair na real rsrs, esquecer os tempos passados onde era farta demais a pesca e ver que ele continua sim, muito afiado na pesca, e bons peixes ainda sobraram pra ele brincar com sua maestria de sempre, apesar que muito menos e menor, mas ainda tem, e boas pescarias ele continua fazendo. A alegria estampada no rosto dele nas fotos não mente rsrs. E em pescaria, nem só de peixe vive o pescador. Esses momentos passados entre amigos, em lugares lindos como esse, só isso já bastam. E pintando um ou outro peixinho bom, como tiveram, tá mais que ótimo a viagem!! Parabéns à dupla!!

No mesmo período carnavalesco, estive tb no Chile, mas um pouco mais acima de vcs, na região dos Lagos, a passeio com vários amigos/as. E uma coisa que achei muito estranho tb foi o clima. Ali pelo sul do Chile, essa época sempre foi de muito frio e tempo altamente instável. Desta vez tava calor igual ao RJ. E rios e lagos com águas bem quentes, acima dos 18º, já no limite do confortável para os salmonídeos. Como bem disse o amigo Scottinho, que encontramos por acaso no aeroporto local, esse calorzão estava prejudicando muito a pescaria deles, com os peixes bem inativos. Notamos tb a total falta de neve nos Andes. Muito pouca neve cobrindo os cumes mais altos, maioria totalmente carecas, onde antes era chantilly puro, mesmo no final do verão. E cadê os ventos incessantes ? E cadê aquela tipica alteração de clima várias vezes durante o dia ? Nada. Só mormaço sem vento algum todos os dias, por mais de uma semana seguido, sem alteração alguma. Só céu de brigadeiro sem vento algum. Que patagônia é essa ? E eu que tinha alertado os companheiros de viagem, marinheiros de primeira viagem na região, para levarem muita roupa de frio e capas de chuva pq lá é normal tempo rigoroso e várias alterações ao longo do dia, fez falta mesmo foi não ter levado roupa de verão na bagagem. Acho que esse mundo novo de el ninos e las ninas tá é ficando pirado mesmo e muito. Em breve estaremos pescando trutas só na Antártica!! :unsure:

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  • Patrono

Luiz

Parabéns pelo relato, esse lugar é maravilhoso.

Nino e Elza são demais, tenho saudades deles.

Pescar com o Paulo (Dom Paulito como Nino o chama carinhosamente) também deve ser uma experiência impagável.

A propósito, pescaram no Rio Nirehuao ? com gafanhotos?

Um grande abraço

Carlos Andriolli

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  • Mosqueiro

Olá, pessoal

Agradeço os gentis comentários.

Realmente foi uma viagem muito legal, apesar de um tanto corrida...Mas se formos ficar esperando as oportunidades ideais, não vamos pescar nunca.

E como o Kensuke falou, o mestre PC reclama do tamanho do peixe, da quantidade, mas na hora que o bicho tá tomando linha e pulando, fica feliz igual criança...E pelo que percebi, ele bem curtiu a viagem!

Respondendo ao Andriolli, não pescamos no Rio Nirehuao...Está coberto de algas verdes, escorregadias e perigosas ao vadeio e, além disso, não ventou...Para lá, tem que ventar e nublar.

Abraços

Luiz

PS: Eduardo, aquela cabana deve ser o sonho de consumo de muita gente...Ele já recebeu algumas propostas de americanos para vender

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  • Administrador

"Paulo estava exausto e não mais pescou. Sentou-se numa pedra e, como o cavalheiro que é, disse: “continue, hoje o rio é seu!”. Modéstia a parte, os casts estavam saindo perfeitos e as trutas (todas pequenas) se sucediam. Num determinado momento, o Paulo Cesar, que não é homem de jogar confete, falou-me, da margem: “Parabéns! Você está lançando e pescando muito bem!” Claro que, como bom ser humano cheio de defeitos, fiquei muito orgulhoso! Mas principalmente pude observar que o Paulo estava ali sentado e vivamente feliz, responsável que foi por meus primeiros passos na arte."

Isso faz toda a diferença! :mestre:

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  • 1 mês depois...
  • Mosqueiro

Luis,

Parabéns pela pescaria !

Realmente pescar nesse lugar, com o Paulo, o Nino e a Elsa é tudo de bom !

É bom ver o Paulo, o qual gostaria de conhecê-lo pessoalmente, com saúde, disposição e com cabelo !!! hahaha...

Abraço,

Wlademir

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