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Rio Papagaios, Juruena, do Sangue e Cravarí no Fly


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  • Mosqueiro

Quatro Rios

Pensando em uma alternativa fora daquele esquema caro das Grandes Pousadas localizadas na região amazônica, neste ano resolvemos tentar uma viagem de pesca gastando pouco e dirigindo muito (eh,eh,eh).

Após muita pesquisa achamos um local que nos pareceu ideal para nossos objetivos de fisgar peixes esportivos com Fly.

Empolgados com a idéia da região ser acessível por carro com trajeto aproximado de 2200 km, seguimos viagem com grande espírito de aventura.

Após sair de Poços de Caldas, por volta das 19:00 horas encontrei o grande amigo Márcio em Uberlândia. O destino dessa vez era Brasnorte, localizada no noroeste do Mato Grosso, já bem próximo à Rondônia.

A região encontrada nos dava a possibilidade de pescarmos dentro de um raio de 120 km em 4 rios diversos, sendo eles, o Rio Papagaios, Rio Juruena, Rio do Sangue e Rio Cravarí.

Rio Papagaios:

Rio lindo, nunca vimos um rio para se pescar com águas tão cristalinas. É comparável ao Rio Sucuri e Rio da Prata, localizados em nos Municipios de Bonito e Jardim no MS. Porém, talvez por não ter tantos nutrientes como rios de águas mais turvas, não atrai tantos peixes forrageiros e consequentemente não possui grande quantidade de peixes predadores. Na prática, entre os quatro rios é o que possui menos peixes. A espécie que domina a área é a Matrinchã.

Matrinchã do Papagaios

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Boto cor de rosa flagrado nadando no Rio

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Pequena Bicuda

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Arremessando onde não tem peixe só para sair fazendo pose de pescador

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Água muito cristalina

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Não posso deixar de citar o fato de nunca termos feito uma viagem de pesca tão cercada de “"urucubaca"”. O mais surpreendente que todo o “azar” ocorrido foi cercado de muito bom humor e encarado da melhor maneira possível.

Urucubaca I

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O Rio Papagaios corre muito no trecho que escolhemos para pinchar. Fomos alertados pelos nativos que alguns barcos já afundaram naquele local, pois, por motivos diversos as canoas perdiam o controle e batiam lateralmente nos pilares de madeira. Já haviamos atravessado por baixo da ponte velha por quatro vezes sem nenhum problema, porém na quinta passagem quando faltavam uns cinquenta metros para atravessá-la, escuto o motor “calar” e o piloteiro gritar desesperadamente - DÁ O REMO !!!!! DÁ O REMO!!! Nesta hora pensei F...EU !!! Enquanto o coitado tentava em vão controlar o barco com um irrisório remo para aquelas águas super rápidas, ocorreu o esperado, ou seja, o barco entrou lateralmente embaixo da ponte, batendo com muita força no pilar. Tentando amenizar a situação no momento da colisão eu e o Márcio instintivamente ficamos em pé e diminuimos a força do impacto com os braços. O barco começou a emborcar e só conseguimos evitar que enchesse com água porque pulamos ao mesmo tempo para o lado oposto que estava em contato com o rio. Segundos após o ocorrido com a situação já estabilizada e o barco com água quase pela metade caímos na risada, ainda mais quando olhamos para trás e vimos a situação que se encontrava o piloteiro (pálido e sem palavras).

Rio do Sangue:

Rio de águas claras, em minha opinião com tonalidade perfeita para a pesca com mosca. É sem dúvida o mais pescado dos quatro, porém foi onde tivemos ações dos maiores exemplares. Vimos muitos espinhéis para captura do trairão, o que nos irritou um pouco. A espécie que domina a área é a Bicuda.

Márcio e sua Bicuda

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Ribeirinhos e seus barcos para prática da desanimadora pesca comercial

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Bicuda

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Urucubaca II

Em um determinado momento, o piloteiro foi dar partida no motor e, ao puxar a corda perdeu o equilibrio caindo sobre a vara do Márcio, quebrando-a. Só para esclarecer, para que não fiquem preocupados com a saúde de nosso amigo, a vara do Márcio que o piloteiro caiu em cima foi a de pesca (eh,eh,eh).

Rio Juruena: O maior dos 4 rios. Águas um pouco mais turvas, porém sem comprometer a pesca com mosca. O mais inacessivel dos rios a partir de Brasnorte. Vimos alguns espinhéis. Por conta da Urucubaca III pescamos nele por apenas 3 horas. Capturamos algumas bicudas e alguns pequenos tucunares (tricks).

Bicuda do Juruena

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Em uma ilha no Juruena

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Bicuda

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Urucubaca III

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Encaramos 30 km de terra até as margens do Juruena, porém os ultimos 5 km eram de amargar. Muito areião em alguns trechos. Por três vezes o carro já tinha enroscado com rodas afundadas e o fundo do veículo encostado na areia. O jeito era cavar a areia para desencostar o fundo da Palio e colocar madeiras sobre as rodas dianteiras para sair. Ao chegar a uns 300 metros da margem do rio, o utimo areião. Após analisar a situação o jeito encontrado para sair da situação foi embalar e acelerar. Só não contávamos com um toco de árvore cortada após uma pequena lombada. Resultado: o carro embicou devido a velocidade e a descida da lombada, seu parachoque pegou no toco que empurrou a barra de proteção de metal para cima arrancando o radiador de sua posição original, quebrando-o. Após muito custo (dava para escrever um livro, portanto não vou nem contar como conseguimos), no final da tarde fomos rebocados.

Rio Cravarí: O menor e mais perfeito dos 4 rios para se praticar a Pesca com Mosca. Águas cristalinas, pouca profundidade, mata ciliar bem preservada e muito mas muito peixe. Capturamos matrinchã, Pacu Borracha e pequenas Bicudas. O peixe mais abundande é a Matrinchã. O rio é muito pouco explorado por pescadores.

Pacu Borracha

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O lindo Rio Cravarí

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Márcio com matrinchã

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Matrinchã

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Bicuda

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Urucubaca IV

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Quando ainda estavamos no trecho de asfalto, antes de encararmos os 30 km de terra até o Cravarí sinto que o carro perde velocidade e quando olho pelo retrovisor vejo pedaços de borracha voando para todo lado. Paramos o carro e o pneu da carreta havia explodido. Além de termos de parar para efetuar a troca, para nossa surpresa no momento que fomos soltar os parafusos da roda, a chave tradicional não serviu. A pergunta de todos foi: Como pode uma coisa dessas????? Por sorte após uns 5 km de asfalto havia um canteiro de obras e lá o sujeito nos emprestou uma chave de boca número 15 o que nos possibilitou a troca salvando nossa pesca.

E assim encerramos nossa aventura.

Não podemos deixar de agradecer o Nery, pessoa muito prestativa, simpática e o principal responsável para que essa pescaria se concretizasse.

Material utilizado:

Varas #7 e #8, linhas WFF e Sinking IV, streamers com aproximadamente 12 cm e poppers atados em anzóis 1/0.

Abraços,

Marcelo Longo

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  • Patrono

Meu amigo,que água e aquela do primeiro rio?Muito bonito o Pacu borracha.Realmente o Brasil nos reserva boas surpresas.Certamente muito pode ser mudado num futuro,para que locais como este possam ser aproveitados de forma mais adequadas.Já fiz algumas poucas vezes aventuras como esta sua,em proporções bem menores,e depois fiquei me questionando o quanto arriscado é fazê-lo.Mas só desta forma é possiível ir a locais mais "preservados".

Parabéns pela aventura e pescaria,e obrigado por compartilhar estas maravilhas do nosso Brasil.

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  • 4 anos depois...

Pescaram no quintal de casa rsss, papagaio se tiver um motor 40 subindo 13km daquela ponte da foto vocês chegariam no salto Utiariti onde vi amigos pescando matrinxãs acima de 5 kg.

Sangue bom de pesca

Cravari fantástico, o certo do cravari é ir a cidade de Brasnorte e acampar ou ficar no recnato do trairão que fica no rio do Sangue mas na foz do cravari

Se andassem mais 160 km iriam no Arinos, a meca do Matrinxã no Brasil

Se alguem quiser lguma dica dessa região por favor me falem

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  • Patrono

Lindas fotos num show de relato.

E PDI que é PDI, tem que ter "urucubaca".

Tive a oportunidade de remar no Juruena, Sangue e Papagaios (pro lado de Sapezal e Campo Novo dos Parecis). São espetaculares!!! Algumas corredeiras cascudas, no way para barcos/motor de popa.

Na época me chamou atenção a quantidade de pacú borracha e abelhas. "Jisuis", como tinha!!!

Parabéns!!!

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