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Os magos italianos (ou suiços) da apresentação


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  • Moderador

Ser um estudante de "fly casting" é uma tarefa para muitos anos. Quantos, não sei. Muitos. Ainda que a informação esteja disponível em vasta literatura, tempo é necessário para assimilar, na teoria e na prática,  tudo que existe ou já foi pensado.

 

Escrevo isto, porque por coincidência estou lendo [1] e dei de cara com uma descrição do "svirgolato" no capítulo sobre apresentação de mosca. Wulff chama este arremsso de "Full-Powered Vertival Curve". A descrição no entanto é muito breve, e mesmo que seja acompanhada por uma figura, acho difícil que alguém consiga executar este arremesso baseado neste livro. 

 

Intrigado, dei uma pesquisada na minha atualmente crescente coleção de obras sobre o assunto, e encontrei mais uma descrição do virgulado em [2].  Borger chama este arremeso de "Corkscrew Curve", e além de uma descrição detalhada da execução, ele clama a invenção do arremesso para um certo Bob Pelzl, e credita o posterior desenvolvimento a um esforço conjunto de Pelzl com seu pai, Gary Borger. Segundo Borger, uma vantagem definitiva do "Corkscrew" é que a curva pode ser feita mesmo em longas distâncias. Ele então conta que certa feita fez um desafio em seu círculo, para ver quem executava o arremesso à maior distância. Vencedor foi um certo Lasse Karlson, do qual eu acho que encontrei um vídeo no youtube (veja abaixo). Este arremesso é limitado a moscas leves.

 

Interessante.

 

[1] New Fly Casting Techniques, Joan Wulff, 2012.

[2] Single-Handed Fly Casting, Jason Borger, 2017.

 

 

 

 

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8 horas atrás, Carlos Mitidieri disse:

Ser um estudante de "fly casting" é uma tarefa para muitos anos. Quantos, não sei. Muitos. Ainda que a informação esteja disponível em vasta literatura, tempo é necessário para assimilar, na teoria e na prática,  tudo que existe ou já foi pensado.

 

Escrevo isto, porque por coincidência estou lendo [1] e dei de cara com uma descrição do "svirgolato" no capítulo sobre apresentação de mosca. Wulff chama este arremsso de "Full-Powered Vertival Curve". A descrição no entanto é muito breve, e mesmo que seja acompanhada por uma figura, acho difícil que alguém consiga executar este arremesso baseado neste livro. 

 

 

Apresentação magnífica.

 

Quanto ao arremesso "svirgolato", basicamente ele não pode ser considerado o Curve Cast? 

 

(A pesar de que normalmente observa-se o curve cast feito com a vara mais paralela no que tange ao solo, e abrindo mais o angulo referente a trajetória da vara, com um over power)

 

Ou seja o "svirgolato" é o curve mas feito com a vara na vertical

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  • Moderador

Oi Diego,

 

há vária tecnicas diferentes para se fazer um arremesso em curva, e mais importante é ter claro de que técnica se está falando.  Este arremesso que tu descreveste  é conhecido como "overpowered curve" (desculpe o uso do inglês, mas acho que neste caso). No "overpowered  curve", a curva fica contida no mesmo plano em que está contida a trajetória da vara.  Para que a curva seja lateral, a vara tem estar inclinada em direção ao plano horizontal, como  tu  mesmo descrevestes. UUm "overpowered curve" feito no plano vertical tem o nome especial de "tuck  cast". Mas basicamente, "overpowered curve" e "tuck cast" se baseiam na mesma mecânica de ação, isto é, uma virada energética da ponta da linha.

 

A mecânica do svirgolato, ou Corkskew, é diferente. A curva é causada por uma torção na linha, e se forma num plano perpendicular ao plano do arremesso.

 

O overpowered é uma das primeiras curvas se ensina, porque é relativamente  fácil de ser executada. Outras técnicas correntes são: "underpowered curve", e "aerial mending", ambas mais difíceis do que o overpowered. Borges descreve ainda mais uma: "inverse V-curve".

 

[]'s

 

  

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  • Administrador

Não é muito difícil me ver em situações de pesca que requer arremessos assim, mas também devo confessar que acabo inventando para de alguma forma conseguir o objetivo de lançar lá a mosca, só que nessas invenções de arremesso acabo perdendo boas oportunidades de captura. Claro que tudo isso dentro de minhas limitações de aprendizagem. 

 

Serei posto novamente em prova brevemente na Patagônia, minha primeira semana será na região de Aluminé, uma escola devido às diversas opções de pesca em cada um de seus rios. :ok: 

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  • Moderador

:):):)

No final da década de noventa participei de uma clinica de lançamento com o Rubinho, que acredito tenha sido uma das primeiras escolas de caráter formal a operar no Brasil.
O curso ministrado em um hotel fazenda no interior das Gerais era de caráter básico, mas ao final do curso o Rubinho se dispôs a demonstrar alguns laçamentos mais complexos, como de lançar fazendo uma curva ao final do lançamento contornando um obstáculo tal qual se vê no "svirgolato".
Uma frase dita pela Rubinho ficou bem memorizada : "a linha é extremamente obediente ao comando da ponta da vara".
Para demonstrar isto, chegou a fazer lançamentos direcionando a linha para cima na vertical.
Penso que certos recursos de lançamento podem ser úteis em muitas situações e devem fazer parte de nosso repertório, contudo nem sempre são aplicáveis, a não ser em condições de perfeita calmaria como a que se vê no vídeo.
Na Patagônia é condição comuníssima pescar com ventos de 40 km/h e mesmo com ventos mais fortes, onde alguns recursos não são eficazes, ou mesmo aplicáveis.

Editado por Odimir
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  • Administrador

Em suma, com todo respeito, ratifico aqui a frase que formei em dezembro de 2015 com o Alejandro guiando: “Aqui se pesca com botas e não sapatilhas.”

 

Estavamos na confluência do Collón Curá com a represa.  

 

Mas confesso que no Calfiquitra as botas atrapalham.....  :cool2:

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  • 1 mês depois...
  • Moderador
On 23.2.2018 at 12:20 PM, Carlos Mitidieri said:

...

Intrigado, dei uma pesquisada na minha atualmente crescente coleção de obras sobre o assunto, e encontrei mais uma descrição do virgulado em [2].  Borger chama este arremeso de "Corkscrew Curve", e além de uma descrição detalhada da execução, ele clama a invenção do arremesso para um certo Bob Pelzl, e credita o posterior desenvolvimento a um esforço conjunto de Pelzl com seu pai, Gary Borger. Segundo Borger, uma vantagem definitiva do "Corkscrew" é que a curva pode ser feita mesmo em longas distâncias. Ele então conta que certa feita fez um desafio em seu círculo, para ver quem executava o arremesso à maior distância. Vencedor foi um certo Lasse Karlson, do qual eu acho que encontrei um vídeo no youtube (veja abaixo). Este arremesso é limitado a moscas leves.

....

 

 

 

 

Salve,

 

como anunciado aqui, eu gostaria de retificar esta BS que escrevi acima :)   Embora o resultado seja parecido, a execução do svirgolato é completamente diferente da do corkscrew como descrito pelo Borges.

 

O svirgolato é um tailing loop executado de propósito num plano horizontal. É por isso que se vê a mosca indo pra um lado e depois para o outro no vídeo.

 

A execução é assim:  false cast num plano inclinado tendendo à horizontal, uma aceleração brusca bem cedo (um "Tuck", como eles dizem) prá causar o tailing loop, a mão da vara segue. 

 

O tailing loop tem que passar por cima da linha, se passar por baixo embola tudo na água. Isto  é conseguido com uma trajetória inclinada do loop, de cima para baixo. E muito treino.

 

Crítico ainda é o timing do "Tuck": tem que ser bem cedo . Prá começar a pegar o feeling, faça o "Tuck" assim que a linha passar por ti indo pro backcast. Depois vai ajustando pra otimizar.

 

Tem que seguir um pouco pra amortecer o arremesso. Se parar a vara, o tailing loop salta para frente e não para o lado.

 

[]'s   

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  • Mosqueiro
5 horas atrás, Carlos Mitidieri disse:

Apropo, o pescador no primeiro vídeo é o Paolo. 

 

Alguém sabe que som é esse na trilha sonora?

 

[]'s  

Acho que aos 7 minutos do primeiro vídeo aparece informação sobre a trilha sonora

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