Como castear 6 metros (20 pés)

[Odimir]

Ola Pessoal,

As observações a seguir foram extraídas de matéria escrita por John Juracek em link mostrado pela revista Hatch Magazine, com as quais obviamente concordo.
Sem pretensão de ser original, em muitas passagens uso a mesma sequência e as mesmas colocações do autor tal qual escritas.
Falar em castear apenas 6 metros pode parecer brincadeira, mas não é.
Estamos tratando de lançar uma mosca com precisão em direção a um alvo distante 6 metros do mosqueiro, através de um loop fechado de uma linha de mosca incluindo o líder.
Tente você mesmo.
Segundo o autor, se você for capaz de faze-lo de maneira precisa, com loops repetidamente fechados, em presença de vento, parabéns !
Você certamente casteia melhor que 98% dos demais mosqueiros.
O que torna estes lançamentos curtos tão difíceis ?
Existem muitas razões mas a principal está em usar um trajeto angular de casteio muito amplo para o comprimento de linha que está sendo lançado.

Para máxima eficiência e efetividade, cada comprimento de linha ou distância de casteio exige um ângulo ou extensão de trajeto de casteio.
Em outras palavras e de maneira simples, linha curta ângulo pequeno, linha longa ângulo mais amplo.
Aqui está a maneira como funciona :
Se você verificar que tua linha e líder estiverem virando em um loop aberto empilhando-se ao cair (quando isto não for intencional), teu trajeto de casteio é muito longo.
Encurte-o não levando a vara muito para trás no back cast.
Vá diminuindo o ângulo  até verificar a si mesmo formando loops fechados que direcionem tua mosca até o alvo e distância pretendida.
De outra forma, se você perceber sua linha e líder chocando-se e batendo na água antes que estejam completamente distendidos, aumente o curso ou trajeto do casteio.
O objetivo aqui é encontrar o ângulo correto de casteio para uma dada distância, o qual pode ser ligeiramente diferente para cada um de nós, dadas nossas diferenças físicas.
Isto deve ser alcançado direcionando a mosca até o alvo carregada por um loop fechado, que se desdobra a cerca de um pé aproximadamente sobre a superfície da água.
Com esta técnica poderemos alcançar grande precisão e tornar irrelevante o efeito do vento.
Em condições de vento forte você precisará também acelerar teu cast para desdobrar teu líder e mosca.
Mas , aumentar a velocidade de casteio deve ser feita em conjunção com a amplitude ou ângulo de casteio.
Somente esforço não irá distender teu líder e mosca.
Primeiramente, teu cast deverá ter o trajeto ou ângulo correto.
De maneira geral e para a maioria de nós, isto significa encurtar o trajeto diminuindo o ângulo.

Pratiquem ótimos casts !

Grande abraço
Odimir

[Fausto]

Nada fácil seu Odimir, treino bastante, mas não consigo qualidade e bela plástica, a linha fica leve e facilmente perco o controle por não ter carga e descarga. Mas como sou teimoso, continuo treinando. 

 

No mundo Tenkara não vejo assim, pois a linha praticamente é a mesma, mudando apenas seu comprimento e nem tanto seu peso, mas seja como for, tive que me adaptar muito para fazer o arremesso Tenkara, que por sinal é dita como a pesca para "não jovens" e igualmente para "maus arremessadores", em suma, japoneses jovens pescam de Fly e os mais velhos de Tenkara, uma visão um tanto que discriminatória. 

[Guimercatelli]

Excelente matéria Sr Odimir

[Carlos Mitidieri]

Salve,

 

Linha curta, golpe curto, pausa curta. Linha longa, golpe longo, pausa longa. E todas as graduações possíveis entre a linha mais curta e a mais longa que se consegue manter no ar. Um exercício é ir de linha curta até linha longa e voltar, ajustando o golpe e a pausa para cada comprimento. 

 

Também tentei o exercício proposto pelo Odimir .  Com uma vara de 9 pés, e líder também de 9 pés, são apenas 11 pés de linha, ou seja  3. 5 metros.  Foi preciso usar quase que somente o pulso. Com um golpe curto e paradas bem definidas, é possível fechar bem o loop. E aliás, fechar  muito bem o loop é a única maneira de acertar um alvo a 6 metros. Fiz isso  usando o arremesso fundamental,  o quer dizer  que o backcast é mirando no céu.

 

[]'s  

[Odimir]

Para estes casts curtos, é importante uma combinação de linha que carregue a vara mais facilmente, sendo esta última preferentemente de ação média moderada.
Na página do "Federico Prato Fly Shop e Outdoor" no Facebook, li recentemente uma matéria que trata da pesca nos arroios de Mendoza onde os casts devem alcançar de 4 a 6 m de linha além do líder.
Entre outras recomendações citam a possibilidade de se usar uma linha com numeração acima da indicada para a vara, para facilitar o carregamento com pouca linha fora da ponteira.

[Fausto]

Uma vez que se está pescando fora das características normais do arremesso de uma linha de Fly, faz todo sentido usar uma linha acima do peso especificado para a vara.

 

O problema é mudar as condições de pesca e consequentemente de arremesso, o pescador começar a arremessar com a mesma linha uma maior distância e assim sobrecarregar a vara. 

[Odimir]

3 horas atrás, Fausto disse:

Uma vez que se está pescando fora das características normas do arremesso de uma linha de Fly, faz todo sentido usar uma linha acima do peso especificado para a vara.

 

O problema é mudar as condições de pesca e consequentemente de arremesso, o pescador começar a arremessar com a mesma linha uma maior distância e assim sobrecarregar a vara. 

Alguns ambientes, como por exemplo a Fragária, permitem ou mesmo exigem que toda a pescaria se faça com lances curtos.
Quando essa condição muda, outra alternativa é usar linhas com outras configurações como é o caso das linhas Rio Rio Grande que tem peso concentrado avante, ou ainda Rio Gold, Sci Anglers Mastery GPX, que tem meio ponto de peso acima do padrão especificado para a numeração.
Para lances preponderantemente curtos, penso que linhas do tipo Triangle Taper devam ser evitadas.

Editado Setembro 18, 2017 por Odimir

[André Ribeiro]

57 minutos atrás, Odimir disse:

Alguns ambientes, como por exemplo a Fragária, permitem ou mesmo exigem que toda a pescaria se faça com lances curtos.
Quando essa condição muda, outra alternativa é usar linhas com outras configurações como é o caso das linhas Rio Rio Grande que tem peso concentrado avante, ou ainda Rio Gold, Sci Anglers Mastery GPX, que tem meio ponto de peso acima do padrão especificado para a numeração.
Para lances preponderantemente curtos, penso que linhas do tipo Triangle Taper devam ser evitadas.

 

Pela primeira vez na Fragária tive que fazer uso do Bow and Arrow, a

situação se agravou ainda mais por conta da água rasa e clara, pois estava com um líder bem comprido.  

[Carlos Mitidieri]

1 hour ago, Odimir said:

Alguns ambientes, como por exemplo a Fragária, permitem ou mesmo exigem que toda a pescaria se faça com lances curtos.
Quando essa condição muda, outra alternativa é usar linhas com outras configurações como é o caso das linhas Rio Rio Grande que tem peso concentrado avante, ou ainda Rio Gold, Sci Anglers Mastery GPX, que tem meio ponto de peso acima do padrão especificado para a numeração.
Para lances preponderantemente curtos, penso que linhas do tipo Triangle Taper devam ser evitadas.

 

Em anos recentes apareceram no mercado linhas com a massa concentrada bem na frente, e com um taper traseiro longo. Tipicamente este tipo de taper é usado em competições de arremesso à distância, mas agora estão aparecendo em linhas de pesca. Cito 2 exemplos:  a SA MPX e a Vision XO:

 

 

Já experimentei  a Vision XO. Muito versátil, chuta bem, e dá prá fechar muiiito o loop. 

 

 

[Jost]

Vou dizer que acho complicado saber essas coisas todas a respeito de arremessos. Loop fechado, aberto, longo, curto ou ainda para onde vai meu back cast. Nada contra a nomenclatura ou a necessidade de saber o que é cada coisa e pra que serve... acho até importante, mas não sei.

 

Quando eu chego na beira do rio geralmente tenho uma vara diferente na mão que a usada na pescaria anterior. Eu sequer tenho noção do tipo de linha que tenho nas minhas carretilhas, exceto que se tratam de linhas Floating. Geralmente na beira do rio é que monto meu líder, muitas vezes somente pela troca de um tippet velho por um novo, com comprimentos e espessuras variáveis e, quase com certeza, diferentes uns dos outros toda vez. Ademais, geralmente o tippet vai encurtando conforme troco de moscas no correr do dia... isso tudo para não falar do tipo de mosca que vai na ponta do tippet, que vai desde uma ninfa não lastreada #18 a qualquer coisa no tamanho 10 ou 8, afundante ou não.

 

Isso tudo para explicar que eu não tenho como saber de antemão como vou fazer um arremesso de seis metros, pq não tenho a mínima ideia de como esse conjunto todo estará arremessando.

 

O que geralmente faço, então, é um dúzia ou mais de casts diferentes logo no começo da pescaria, para ter uma ideia geral de como o sistema está se comportando e vou me adaptando conforme o dia passa. Em uma ou duas horas de pescaria do primeiro dia eu já estou com os músculos e cérebro alinhados para colocar a linha onde preciso. Esse processo acelera conforme os dias de pesca vão avançando. Lá pelo quinto ou sexto dia, sequer penso no arremesso... ele simplesmente acontece e acontece certo. Somente paro pra pensar quando tenho que colocar a isca num lugar muito estranho, por exemplo um overhand com loop invertido debaixo de uma macega ou um cast em curva atrás de uma pedra do outro lado de uma corredeira ou algo esquisito desse tipo.

 

Rudimentar e inconsciente, mas funciona

 

Assim sendo, lá pelo segundo ou terceiro dia de uma pescaria patagônica eu terei condições de dizer como farei esse cast de seis metros

[Odimir]

Sim Jost, é possível ajustar praticamente qualquer condição de lançamento empiricamente através de tentativas e erros.
Contudo, conhecendo-se o mecanismo de falha e a mecânica que rege os lançamentos é possível abreviar o tempo para se alcançar resultados positivos.

[Odimir]

8 horas atrás, Carlos Mitidieri disse:

 

Em anos recentes apareceram no mercado linhas com a massa concentrada bem na frente, e com um taper traseiro longo. Tipicamente este tipo de taper é usado em competições de arremesso à distância, mas agora estão aparecendo em linhas de pesca. Cito 2 exemplos:  a SA MPX e a Vision XO:

 

 

Já experimentei  a Vision XO. Muito versátil, chuta bem, e dá prá fechar muiiito o loop. 

 

 

Carlos,

Bacana essa informação !
Desde longa data tenho usado as linhas Rio Grande e Rio Gold, que embora não sejam tão agressivas tem me atendido nas distâncias usuais nas quais pesco.

[Odimir]

Aqui um vídeo da Rio com dublagem em espanhol feita pelo Pablo Saracco, que julguei oportuno postar neste tópico.
 

 

[Mário Cardin]

Graaande Odimir,

Exato.

Existem muitas situações as quais se o lançador não souber fazer isso, não pega nada né

Abraços do amigo

Mário

[Odimir]

23 horas atrás, Mário Cardin disse:

Graaande Odimir,

Exato.

Existem muitas situações as quais se o lançador não souber fazer isso, não pega nada né

Abraços do amigo

Mário

Sim Mario,
Especialmente para nós que estamos habituados a pescar em ambientes amplos, poderemos sentir algumas dificuldades iniciais em lugares mais restritos.
Contudo, conhecendo a mecânica para este tipo de lançamento em poucos casts estaremos no contexto.
Esta semana me vi nesta situação em pescaria de lambaris e saicangas no rio Muzambo no sul de Minas.

Abração

 

[Carlos Mitidieri]

Salve,

Assisti a prova de instrutores da EFFA no fim de semana passado. De 7 candidatos, somente um passou. Um dos testes era acertar um alvo a 6 metros.

 

[]'s

[Fausto]

5 horas atrás, Carlos Mitidieri disse:

Salve,

Assisti a prova de instrutores da EFFA no fim de semana passado. De 7 candidatos, somente um passou. Um dos testes era acertar um alvo a 6 metros.

Como ainda não certificamos instrutores, algo que já está em planejamento, vejo todas essas informações com muita atenção e sempre que possível pesquiso. Lembro-me somente uma vez que Mel Krieger esteve aqui no Brasil e certificou alguns amigos, mas não como instrutores, creio eu. Essa questão deve ser vista pela ABPM com atenção necessária para que possamos ter instrutores certificados aqui no Brasil. 

[Marcelo R. S.]

Amigos por acaso o nosso amigo Odimir passou é arremesso de precisão?

 

Ser for eu no aterro do flamengo pratiquei muito o lançamento no pé de um coqueiro.

 Na época eu pensava que no conjunto de fly seria impossível, mais não era.

Pratiquei com perfeição acertando sempre no pé do coqueiro varias vesses na distancia de 7 metros eu mesmo ficava bobo de consegui.

Eu acho com muita pratica e muitas as vesses cosique os arremessos perfeitos.

[Mário Cardin]

Não é qualquer lançador que tem capacidade e competência pra acertar alvos nem a curtas e nem a longas distâncias...

Muitos querem porém poucos conseguem....

 

[Alessandro]

Em 20/09/2017 at 20:46, Odimir disse:

Aqui um vídeo da Rio com dublagem em espanhol feita pelo Pablo Saracco, que julguei oportuno postar neste tópico.
 

 

Excelente vídeo!!

[João Rabelo]

MESTRE NA PESCA DE PIRAPITINGA,ALEM DAS DIFICULDADE DOS LUGARES O ARREMESSO É MUITO IMPORTANTE PORQUE TEM QUE SER CURTO E CERTEIRO. UM ABRAÇO MADE IN GOIÁS

[Odimir]

20 horas atrás, João Rabelo disse:

MESTRE NA PESCA DE PIRAPITINGA,ALEM DAS DIFICULDADE DOS LUGARES O ARREMESSO É MUITO IMPORTANTE PORQUE TEM QUE SER CURTO E CERTEIRO. UM ABRAÇO MADE IN GOIÁS

Sim João precisão é um fator importantíssimo nos lançamentos devendo contemplar todas as situações de pesca com as quais nos deparamos.

Cada qual exige técnicas específicas para alcançar êxito.

 

Abracão 

[Aulo]

Pra eu conseguir, acho que vou retirar o líder... kkkkk
Interessante o assunto, vou tentar, e de preferência com obstáculos aos lados e atrás, como de costume aliás, agora atrás das dentuças por aqui.