Moderador Carlos Mitidieri Postado Agosto 4, 2017 Moderador Compartilhar Postado Agosto 4, 2017 Salve, tenho dedicado um tempo considerável ao aperfeiçoamento das minhas habilidades de arremesso e ao aprendizado de técnicas avançadas, e escrevo a seguir algumas notas sobre este processo. Por quê? Bem, para tentar aprender alguma coisa sobre o processo de aprendizado em si. Escrevendo para terceiros, me obrigo a pensar de forma mais clara. Antes de prosseguir, noto que falta no nosso fórum um seção dedicada ao arremesso. Talvez fosse pertinente criar uma tal seção, Fausto. Nas seguintes notas, vou me referir ao "aperfeiçoamento de habilidades existentes e aprendizado de novas habilidades" simplesmente como ao "processo". Quando você ler "processo", substitua mentalmente por esta tripa de palavras aí atrás. - O arremesso de mosca é comparável a um esporte. E como em qualquer esporte, o nível que cada indivíduo consegue atingir depende da sua carga genética, da sua motivação, e da qualidade e quantidade da prática (treino). Genética é destino. Motivação é intangível. Assumo que quem leu até aqui está motivado. Quantidade da prática depende de outras coisas na vida, mas quem está motivado sempre arruma o tempo necessário. Super-motivação pode levar ao super-treinamento (burnout). Demais é demais. Qualidade da prática é o aspecto que se deve estressar, realmente! - Qualificar a prática requer conhecimento técnico ([1]) do que se quer praticar. Aos meus olhos, isto é auto-evidente e não há como explicar mais sem cair numa definição circular. Mas dizendo de outra forma, praticar errado é o anti-processo. - Alguma forma de "feedback" é fundamental. Via de regra, é enorme a diferença entre o que pensamos que estamos fazendo e o que realmente estamos fazendo. Metade de cada arremesso, o backcast, está fora do campo de visão. - Feedback poder vir de um observador externo (que tenha conhecimento) ou através de gravaçoes de vídeo. Smart phones com capacidade gravar em HD com 60 FPS são correntes hoje em dia. Com 60 FPS, é possível analisar em câmera lenta. Câmera lenta te dá uma compreensão superior do que você esta fazendo errado. - Eu não pratico mais sem filmar o que estou fazendo e olhando a cada poucas repetições o que foi que eu fiz. Prá mim funciona assim: vou lá, vejo o que fiz, identifico um defeito, penso o que devo fazer prá corrigir, e repito o ciclo. Normalmente quando que me concentro em corrigir um erro, produzo outro diferente. São necessários vários ciclos prá corrigir um defeito sem introduzir outro. Por isso, praticar com ciclos curtos é melhor: você não fica repetindo um erro muitas vezes. - A forma do loop é uma fonte enorme de feedback de erros. Cada curvinha fora do lugar no loop pode ser rastreada a algum defeito motórico bem definido. E existe muito conhecimento estabelecido para rastrear muita curvinha fora do lugar. [1] Existe um conhecimento técnico constatado e verificado sobre o arremesso de mosca? Existe. Ele está evoluindo em muitas frentes, mas a base está estabelecida. Pode-se adquirir este conhecimento de terceiros. De um instrutor profissional, por exemplo. Ou pode-se aprender nos livros. Ou na Internet. Idealmente, todas as opções anteriores. A questão é: se eu assumo que pouco ou nada sei, como vou saber se o conhecimento que me é intermediado por um amigo, instrutor, livro ou web site é válido? Bem, responder esta pergunta prá si mesmo faz parte do processo. 2 2 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Moderador Odimir Postado Agosto 4, 2017 Moderador Compartilhar Postado Agosto 4, 2017 2 horas atrás, Carlos Mitidieri disse: - Qualificar a prática requer conhecimento técnico ([1]) do que se quer praticar. Aos meus olhos, isto é auto-evidente e não há como explicar mais sem cair numa definição circular. Mas dizendo de outra forma, praticar errado é o anti-processo. Muito bom ! Tenho visto em fóruns, ou onde quer que o tema seja aprendizado de lançamento, a expressão : "É preciso treinar, treinar, treinar, treinar, treinar, treinar....." Nada pode ser mais errado se isto não for feito com cautela e o devido critério de avaliar as incorreções praticadas. Como bem observou o Carlos, treinar errado é o anti-processo. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Administrador Fausto Postado Agosto 4, 2017 Administrador Compartilhar Postado Agosto 4, 2017 3 horas atrás, Carlos Mitidieri disse: Antes de prosseguir, noto que falta no nosso fórum um seção dedicada ao arremesso. Talvez fosse pertinente criar uma tal seção, Fausto. Será feito. 4 horas atrás, Carlos Mitidieri disse: O arremesso de mosca é comparável a um esporte. Para fazer bem, tem que aprender bem para treinar bem. 4 horas atrás, Carlos Mitidieri disse: quem está motivado sempre arruma o tempo necessário Motivação é tudo. 4 horas atrás, Carlos Mitidieri disse: Alguma forma de "feedback" é fundamental. Tomara que o colega veja de forma boa esse feedback. Muito bom o tópico. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Moderador Jost Postado Agosto 5, 2017 Moderador Compartilhar Postado Agosto 5, 2017 A Pat comentou comigo um bom tempo atrás que esportistas de alto desempenho passam por treinamento a "seco", por assim dizer, no qual o cara fica sentado QUIETO E IMÓVEL em um canto tranquilo e silencioso, de olhos fechados, "executando" mentalmente todos os movimentos de seu esporte, como que um ensaio mental. A prática reiterada desse exercício mental por alguns minutos diários acelera, de forma comprovada e intensa, a curva de aprendizado muscular. Basicamente o sujeito fica criando sinapse e rede neural para depois comunicar isso aos músculos. Evidentemente que ela é apenas acessória ao treino muscular do movimento. Coloquei isso em prática algumas vezes nos meus primórdios do aprendizado de arremesso e vi uma diferença brutal no antes e depois de aplicar esse exercício simples. Talvez você possa criar alguns exercícios filmados em frente a um espelho, apenas a empunhadura na mão, para aumentar a ergonomia dos arremessos, igual o pessoal do tênis de mesa faz, prestando atenção em momentos de parada (à frente e atrás), ângulo do cotovelo e outros detalhes menores que podem fazer diferença. Enfim, algumas ideias que, com um pouco de sorte, poderemos conversar pessoalmente mais breve do que nós dois pensamos... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Moderador Carlos Mitidieri Postado Agosto 5, 2017 Autor Moderador Compartilhar Postado Agosto 5, 2017 Salve, Jost, sabe que já usei visualização em outros esportes? É uma boa técnica. Treino de sombra eu uso regularmente, prá dar um RESET quando a técnica entra em colapso durante um treino. A situação é a seguinte: você está treinando, por um tempo tudo flui, mas de repente você começa a fazer tudo errado, e entra numa espiral. Aí eu paro, faço algumas repetições lentas sem arremessar de verdade (sombra), aumentando a velocidade gradativamente. Pronto, RESET feito. Hey! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Moderador Carlos Mitidieri Postado Agosto 9, 2017 Autor Moderador Compartilhar Postado Agosto 9, 2017 Yuhuu 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Patrono Oscar Nolf Postado Fevereiro 24, 2018 Patrono Compartilhar Postado Fevereiro 24, 2018 Em 05/08/2017 at 11:02, Jost disse: A Pat comentou comigo um bom tempo atrás que esportistas de alto desempenho passam por treinamento a "seco", por assim dizer, no qual o cara fica sentado QUIETO E IMÓVEL em um canto tranquilo e silencioso, de olhos fechados, "executando" mentalmente todos os movimentos de seu esporte, como que um ensaio mental. A prática reiterada desse exercício mental por alguns minutos diários acelera, de forma comprovada e intensa, a curva de aprendizado muscular. Basicamente o sujeito fica criando sinapse e rede neural para depois comunicar isso aos músculos. Evidentemente que ela é apenas acessória ao treino muscular do movimento. Perfeita sua observação, Jost! Eu, literalmente, me dava um nó tentando fazer o double haul, e olha que foram horas de tentativas.\\ Um dia fiquei a seco "pensando" os movimentos. Quando fui pra água tentar o nó tinha se desfeito e os movimentos saíram quase que naturalmente! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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