Usinas Hidrelétricas - Reflexão

[Rodrigo Zhouri]

https://vimeo.com/89928979


Esse vídeo ilustra exatamente o que acontece no nosso país na atualidade.

São diversos projetos para instalar diversas Usinas Hidrelétricas, os que são prejudicados somos nós, e toda a fauna e flora envolvida. Na desculpa de uma fonte de energia que nem sempre é requerida, a energia 'barata' 'verde''. Inclui-se nisso o dinheiro para projetos que são supervalorizados e pagos por nós em impostos e corruptivelmente roubados.

Nossos peixes, vão acabando, o impacto ambiental é incalculável, a sede pelo progresso nos afasta cada vez mais dos nossos queridos rios, que se transformam em reservatórios imensos , desertos artificiais.

Existem formas alternativas de energia que podemos sim bancar. Sem destruir nossos rios remanescentes. E em alguns casos existem sim, Usinas que só servem para bloquear a corrente de água.

Peixes tem seu ciclo reprodutivo deturpado, o nível de rios é regulado por maquinas ao invés do clima e da estação do ano.

Cheguei a trabalhar na Cemig no programa Peixe Vivo, na boa? Bullshit. Enfeite para enganar os olhos, a "mitigação" inutil do impacto causado.

Hehe, estou desabafando com os amigos pescadores.

A solução, na minha opinião, para a maioria das usinas?

Damnation.

[Odimir]

Grande Rodriguito,

As coisas não são tão simples.
Existe uma demanda crescente de energia para fazer face ao crescimento populacional, como também das comodidades proporcionadas pelo mundo moderno.
Algumas formas de obtenção de energia, como a produzida por termoelétricas, são caras e poluentes.
Outros meios de produção, como energia eólica, exigem investimentos iniciais altos, mas vem sendo paulatinamente implementados.
Energia nuclear tem seus riscos implícitos.
A meu ver o que falta , é um maior esclarecimento do problema como um todo, para que cada qual esteja ciente dos seus envolvimentos, e possam enxerga-lo de outra forma.

Abração

Odimir

[Rodrigo Zhouri]

Mestre Odimir

Concordo com o senhor, fatos incontestáveis.

Acredito que existem usinas hidrelétricas de relevante importância para a economia e o desenvolvimento do país como um todo, infelizmente é uma realidade.

Esse filme (recomendo que compre para ver) mostra as usinas que realmente não tem utilidade ou possuem pouca utilidade. O custo de mantença e a geração de energia não são significativas. Sem contar o impacto ambiental gerado.

Acredito que esse modelo de painéis solares seja bem caro, mas se for viável seria bem interessante.

Sou fã da energia eólica também , ela também produz impacto ambiental como qualquer outra, mas ao meu ver apesar de cara é melhor para o desenvolvimento sustentável do ponto de vista aquícola,no entanto interfere na migração de aves e causa uma poluição sonora até onde eu ouvi falar.

A resposta direta para nosso contexto eu não sei. Eu só fico chateado com a sede por querer barrar cada grande corrente que temos...

Grande abraço meu amigo.

Rodriguito

OBS: O filme que me referi foi do primeiro post. O "Damnation".

Editado Abril 21, 2015 por Rodrigo Zhouri

[Diego Thomas]

Fala Rodrigo,

Trabalho em uma empresa fornecedora de equipamentos para hidrelétrica e digo, como mencionado pelo Seu Odimir, as coisas não são tão simples.

A energia eólica é uma ótima opção, o aumento de sua capacidade no páis aumentou muito nos últimos anos, foi umas das poucas coisas de bom que o PT fez no Brasil. No entanto, devido a sua característica, ela não substitui a térmica nem a hidrelétrica. Ela não é uma energia de "despacho", não posso liga-la em horários de pico e depois desliga-la, ela só gera quando há vento.

Apesar dos pesares, sou um defensor da energia nuclear. Temos problema do lixo nuclear, mas tem gente, como Bill Gates, que anda investindo em pesquisas de como reaproveita-lo para gerar energia. Parece que há um reator piloto que será instalado na China.

Acho que o grande problema desse país é o crescimento econômico à todo custo.

Esse lance da Patagonia é muito legal, já havia visto.

Abraços

Editado Abril 23, 2015 por Diego Thomas

[Mário Cardin]

Polêmico isso!

[Rodrigo Zhouri]

Diego, bons argumentos, obrigado por contribuir para a reflexão.

Bem polêmico Mário.

Recomendo a compra do filme à todos. É no mínimo um excelente e emocionante filme

[Diego Thomas]

Muito polêmico.

Como funciona a compra? Tu compra e recebe e baixa o arquivo digital do filme?

[Rodrigo Zhouri]

Muito polêmico.

Como funciona a compra? Tu compra e recebe e baixa o arquivo digital do filme?

Você pode comprar a versão mais barata e ver via Stream apenas, ou adquirir a versão mais cara, podendo baixar o filme.

https://vimeo.com/ondemand/damnation

Parece que o link não esta funcionando. Vai no Viemo na parte de ondemand e digita Damnation.

Tem no netflix pelo que eu soube.

Editado Abril 25, 2015 por Rodrigo Zhouri

[HDayan]

Os problemas são complexos e de difícil solução. Necessitamos cada vez mais de: energia, água, espaço urbano e espaço agrícola etc. Com isto invadimos, mudamos e poluímos o meio ambiente. Soluções de engenharia são, muitas vezes políticas e (ao seu tempo) aparentemente corretas. Com o tempo nos damos conta que, muitas, não foram bem dimensionadas. Não há com negar a necessidade crescente de energia e para um país pobre como o Brasil, a Energia Hidráulica é a melhor solução. Já imaginaram o caos que seria se tivéssemos um desastre como o de Fukushima ou Chernobil ?
Ninguém sabe o que será de Belo Monte, já que muitas das decisões (políticas) são pra satisfazer as companhias de engenharia. O tempo dirá mas não estaremos mais por aqui.

[Marcelo R. S.]

Coitados dos netos, filhos, mãe terra e as almas no futuro bem próximos.

[RTaciro]

O Brasil encontra problemas em vários setores por conta da sua extensão quase continental, soluções para certos locais não servem para outros, por exemplo, cresci em SP onde a energia é basicamente originada de hidroelétricas, mas que poderiam ter algumas outras soluções, como foram tentadas no RJ com as usinas nucleares ou outros, resido hoje em Manaus onde há alguns anos atrás a energia gerada era basicamente de usinas termoelétricas, queimando óleo diesel e que hoje é dividido com a hidroelétrica de Balbina (cerca de 30-40%) e termos agora energizadas pelo gás natural de Urucu, porém, pela localização geográfica, extensão e clima, deveria investir em energia solar. Conheço vários estados do Nordeste onde a energia eólica poderia ser solução, mas veja bem que o maior problema é que deveria existir soluções regionalizadas, decididas e trabalhadas por estudiosos locais, afinal quem melhor do que os que vivem a necessidade para saber a melhor solução?

Bem, mas como sabemos as soluções são sempre de burocratas e mesmo hoje o Ministro de Minas e Energia sendo ex-governador do estado do Amazonas, paraense de nascimento, quem confia que haverão soluções para a demanda futura de energia q o país necessita para crescer?

Sim, por que o investimento de novas empresas e crescimento dos atuais, está intimamente ligada a capacidade de geração de energia.

Aqui no Distrito Industrial de Manaus, tive experiência de trabalhar em empresas onde os investimentos de expansão tiveram que esperar pela adequação da capacidade instalada de energia elétrica.

Não estamos só falando de consumo da população, mas de crescimento do país, que está com um crescimento de PIB ridículo nos últimos anos.

[Carlos Mitidieri]

Vou resumir o consenso que está se formando entre as associações de pesca na Alemanha, do que seria a sua posição oficial: geração de energia é necessário, e energia hidroelétrica faz parte das opcões. Qualquer tentativa de negar completamente o use de energia hidroelétrica está fadada ao fracasso, de antemão. A única saída é apoiar, mas exigir medidas que atenuem o impacto sobre os rios, como:

- Garantia de uma vazão mínima de água pelo leito natural, que garanta a capacidade assimilativa do rio ("assimilative capacity" http://en.wikipedia.org/wiki/Assimilative_capacity).

- Construção de passagens com condições próximas das naturais

- Medidas que evitem a entrada de peixes pelo canal das turbinas (acho que isso é possível com campos elétricos de baixa potência)

e outras mais que sejam necessárias para manter um mínimo aceitável (máximo ) das condições naturais do rio.

[Ilza]

http://www.mosqueirosdorio.com.br/forum/index.php?showtopic=10273&hl=

[Diego Thomas]

Ilza,

O Chile está desesperado por energia. Sua matriz energética depende muito do óleo e sua econômia da mineração do cobre, que demanda muita energia.

Infelizmente não ficaria surpreso se esse projeto voltasse, mas ainda acho que eles são muito mais coerentes na liberação ou não desse tipo de projeto que nosso governo.

O que o Carlos disse faz muito sentido. Precisamos de energia, cabe a nós buscarmos soluções de geração de energia de baixo impacto.

Na América do Norte estão sendo aplicadas algumas coisas para minimizar o impacto das usinas. Uma delas são as "fish friendly turbines", turbinas que permitem o salmão passe por entra ela sem que "exploda" devido ao gradiente de pressão entre a entrada e a saída da turbina.

Outra medida é a injeção de ar à saída das turbinas para elevar o teor de oxigênio diluído na água do rio e assim criar um ambiente mais próximo ao que era antes do reservatório.

[Ilza]

Diego Thomas,

Mil desculpas p demora na resp. Demorei a perceber que a msg acima foi dirigida a mim. E depois, acessando fórum, em meio a compromissos domésticos, às vezes acabo esquecendo certas continuidades. Mais uma vez, me desculpo.

O link postado, ref questão Chile, foi mais no intuito de somar informes de tópicos semelhantes que usar o Chile como exemplo. Sabemos que cada contexto pede soluções específicas.

Mas se nos voltarmos aos chilenos, compreensível se, após esgotarem as alternativas "atualmente" alcançáveis , retomarem projetos de represamento. Mas é louvável o esforço com que o evitam até então; tentando preservar o maior bem da nação; invés de beneficiarem a riqueza de poucos, como ocorre em "certos países". Assim, torço para que, antes do blecaute, lhes surjam novas alternativas de produção, armazenamento e distribuição que, se não dispensarem os barramentos; ao menos minimizem sua extensão ou intensidade, como deverá ocorrer.

Há muito evitamos, em família, o radicalismo contra ou a favor das barragens tupiniquins. Em alguma medida, certamente são necessárias. Fica a dúvida se as estamos construindo com ponderação ou por interesses político-oligárquicos ( de uma minoria) .

Sabemos que não devemos acreditar cegamente em tudo que lemos. Além de exageros e outras falhas, textos trazem o risco de seu comprometimento com ideologias políticas, etc. Mas ( com seus exageros ou não; comprometimento político ou não ), uns que que me inquietaram de modo especial foram :
1) ainda que voltado à região específica: http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2011/10/belo-monte-nosso-dinheiro-e-o-bigode-do-sarney.html
2)http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141990000100010&script=sci_arttext

Se verdade que a demanda de mega energia é principalmente das mineradoras; ainda assim não pode ser desprezível num país quebrado por fatores mil, entre eles a corrupção estratosférica, já trazida no DNA colonizador. Assim , preocupa a qualquer cidadã ou cidadão os critérios ambientais , técnicos e até mesmo econômico-contratuais firmados ( por nossos "gestores e políticos") com as multinacionais que aqui chegam para explorar nossos valiosos minérios.

Outros países estão dando imensos incentivos a população p adoção de fontes alternativas de energia. Seus povos, mais cultos e atuantes politicamente, devem estar exigindo isto. Mas não podemos culpar apenas nosso povo ( onde me incluo) pela ignorância em que ( por interesses imagináveis) somos mantidos; nem pela baixa de recursos para tais projetos por conta própria, tamanha a % da pobreza da maioria, numa sociedade inculta, recente ( comparemos a idade do País com as milenares civilizações que embasaram os mais adiantados !), e ainda colonizada pela escória. Nos informarmos e repartirmos o saber é talvez o único e árduo caminho , embora lento.

Consta que, há muito, antes da evolução dos microscópicos e conhecimentos das bactérias, um médico ( não me recordo se Robert Kock) chegou a ser taxado de louco, pq supos que muitas de suas parturientes estariam morrendo por infecções causadas por seres invisíveis _ em cuja existência ele insistia_ e que estariam sendo transmitidos de uma paciente a outra, pelos instrumentos de parto, não esterilizados e apenas limpados em toalhas, etc).

Da mesma perspicácia chamada de "loucura" , sofreram Galileu e tantos outros, até seus "delírios" serem confirmados pela ciência, ainda que muito tempo depois. Temo que nossos tataranetos comprovem, no futuro, que o represamento indiscriminado da água , e excesso de desmatamento por produção de riquezas além da necessidade, tenha sido dos maiores atentados não apenas contra a humanidade; mas contra a raça humana.

A esperança ? Qdo a autoridade política não se sobrepor à técnica; nem o interesse individual, ao coletivo.

Editado Junho 4, 2015 por Ilza

[Diego Thomas]

Ilza,

Concordo e discordo em alguns pontos. O parágrafo abaixo seria no qual "mais" discordo:

"Outros países estão dando imensos incentivos a população p adoção de fontes alternativas de energia. Seus povos, mais cultos e atuantes politicamente, devem estar exigindo isto. Mas não podemos culpar apenas nosso povo ( onde me incluo) pela ignorância em que ( por interesses imagináveis) somos mantidos; nem pela baixa de recursos para tais projetos por conta própria, tamanha a % da pobreza da maioria, numa sociedade inculta, recente ( comparemos a idade do País com as milenares civilizações que embasaram os mais adiantados !), e ainda colonizada pela escória. Nos informarmos e repartirmos o saber é talvez o único e árduo caminho , embora lento."

Cada vez mais me convenço que somos os principais responsáveis pela lama que estamos metido. Povo "inculto" não apenas pela falta de ensino, mas tamabém pela falta de educação de base, aquela transmitida em casa. Valores morais e éticos.

Também discordo quanto a colonização.

Acho também que cabe ao povo se organizar e pressionar os politicos por mudanças. Não me refiro de protestos e quebradera, mas sim algo mais organizado, polido e político.