Pancora

[Rinaldo]

Achei que seria uma boa opção na Patagônia, onde as trutas sabidamente dão preferência a alimentos com maior "valor agregado" na sua dieta...

Última forma: Na verdade é um camarão de rio e não uma pancora...

http://vimeo.com/113167806

http://www.totofly.cl/2014/11/camaron-de-rio-toto/

Editado Janeiro 15, 2015 por Rinaldo
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[Sérgio Augusto]

A pancora na verdade, tem o abdome mais curto.

[Tcheigor]

É o famoso Lagostim, também se acha nos rios daqui. Já tive um desses no aquário. Valeu a dica!

[André Ribeiro]

Esse bicho é classificado em diversos grupos de crustáceos diferentes (camarão, lagostim, caranguejo, etc), mas na verdade pertencem a um único gênero Aegla e seus parentes mais próximos são os Paguros (Bernardo Eremita), aqueles crustáceos que não possuem carapaça no abdômen e buscam conchas de outros animais para se refugiarem.

[Menandro]

O nome científico deste caranguejo, Aegla, vem do grego e significa o “guardião das nascentes e fontes”. Popularmente é conhecido como caranguejo-de-rio ou apancora.
Entre outras características, o tamanho reduzido do seu último par de patas torácicas e o abdome anômalo excluem os eglídeos do grupo dos verdadeiros caranguejos. O abdome apresenta um dobramento diferente, não tão distendido como nos camarões e nem recurvado como nos verdadeiros caranguejos.
Um caranguejo da época dos gigantescos dinossauros A origem dos eglídeos é remota. O mais antigo fóssil conhecido, com aproximadamente 110 milhões de anos, foi encontrado no México, em uma rocha de origem marinha. Tal descoberta indica que o grupo surgiu em sedimentos marinhos e somente depois invadiu os ambientes de água doce. Estima-se que as espécies de eglídeos migraram para as águas doces da atual América do Sul há cerca de 70 milhões de anos, na época dos dinossauros.
Os eglídeos ocorrem exclusivamente nos cursos d’água do sul da América do Sul. Podem viver tanto em rios de cavernas quanto em cursos d’água com mais de 3.500 m de altitude, na Cordilheira dos Andes. Eles também são encontrados nos lagos chilenos há mais de 300 metros de profundidade.
A fauna bentônica constitui o alimento preferido dos eglídeos, que controlam a proliferação das larvas dos “borrachudos”. São apreciados, como alimento, por muitos peixes, pequenos carnívoros, jacarés e aves que vivem próximos à água doce. Algumas espécies apresentam a cor esverdeada, outras são marrons com as extremidades das patas alaranjadas.
Os eglídeos vivem cerca de 2 a 3 anos e sua prole pode chegar a mais de 200 indivíduos eclodidos por fêmea. O desenvolvimento é direto, sem possuírem formas larvais natantes e do ovo eclode um pequeno caranguejo com a forma do adulto. As fêmeas desenvolvem cuidado parental, e os juvenis ficam aderidos
a seu corpo por cerca de 5 dias.
A maioria das espécies vive em ambientes aquáticos não impactados, com boa qualidade da água e ricos em oxigênio dissolvido.

Editado Janeiro 15, 2015 por Menandro

[Rinaldo]

Seria da família dos pitús?

[André Ribeiro]

Não, os pitús são lagostins, pertencem à família Palaemonidae. As pâncoras são outro gênero de crustáceos pertencentes à família Aeglidae.

Apesar de não serem da mesma família, são primos.

[Odimir]

Um atado bastante interessante especialmente pelo uso de um contrapeso metálico de tungstênio usado como carapaça e lastro no atado de scuds (Gammarus).
É a primeira vez que vejo este contrapeso aplicado desta forma, e isto abre uma série de novas possibilidades !
Gostei....

Este atado tenta imitar um lagostim conhecido no Chile como camarão de água doce, mais propriamente uma espécie de crustáceo decápodo parastácido do gênero Parastacus.
Na Patagônia argentina é mais conhecido com Samastacus (Samastacus spinifrons).

Grande abraço e obrigado por compartilhar

Odimir

[Rinaldo]

Já assisti vários vídeos desse flytier chileno e pude observar que o Toto tem um estilo próprio que foge do usual, mas bem focado e adaptado para a Patagônia, gosto da maioria dos atados dele por não ficar muito preso ao atado clássico originário do hemisfério norte e não ter medo de ousar com boas sacadas para a pesca de fly abaixo da Linha do Equador.

Mais um atado não usual com corpo de tungstenio:

http://vimeo.com/74022263

http://www.totofly.cl/2013/09/baby-trout-by-toto/

Uma dos coisas mais gratificantes na Ciência e nas Artes, Odimir, é poder dividir com quem aprecia tanto quanto a gente e nesse aspecto a internet veio para facilitar essa troca de idéias e informações.

Abraços.

Editado Janeiro 16, 2015 por André Ribeiro
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[Alberto]

Acho q na cor certa rolariam muitos robalinhos....

[Odimir]

Rinaldo,

Com certeza a internet abriu as portas do horizonte com possibilidades ilimitadas de compartilhamento de informações e conhecimentos.

O uso deste corpo para scud da maneira mostrada realmente foi uma grande sacada.

Quanto ao Samastacus, este é parte importante da dieta das trutas especialmente das grandes marrons, pois habitam os mesmos ambientes.
Um único Samastacus representa um naco protéico significativo equivalente a centenas de pequenos insetos.
As trutas são oportunistas e mesmo em condições de seletividade certamente não resistirão ao apelo de um suculento Samastacus.
Estes crustáceos trocam suas carapaças ou exoesqueletos periodicamente, processo que exige grandes quantidades de cálcio nem sempre facilmente disponíveis em seus habitats.
Durante a metamorfose, o Samastacus reabsorve o cálcio de seus exoesqueletos e armazena em um par de discos brancos localizados em seu tórax, conhecidos como "gastroliths".
Nos leitos habitados pelas marrons são encontrados grandes quantidades desses discos (gastroliths) que passaram pelo aparelho digestivo das trutas sem serem digeridos.

Wooly buggers e pancoras chilenas (Gray Special) são excelentes imitações de pâncoras e também destes crustáceos.

Grande abraço

Odimir

Editado Janeiro 16, 2015 por Odimir