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Tucunaré representa uma ameaça ao Pantanal ?


Odimir

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  • Moderador

:):):)

Ola pessoal,

Segue matéria que trata do assunto sobre a introdução acidental do tucunaré no Pantanal e suas possíveis consequências.

http://www.pescamadora.com.br/2017/12/especialistas-e-embrapa-divergem-sobre-ameaca-a-peixes-com-expansao-do-tucunare-no-pantanal/

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  • Mosqueiro

Certamente trará mudanças ao ambiente. 

 

Entretanto, as atividades econômicas dos moradores  e a exploração do turismo. trazem muito mais impacto e prejuízo a região que a introdução de um peixe. 

 

 Como sempre, nesse país o insignificante é enaltecido, é discutido, vira pauta  e o realmente significante, é diminuído ou esquecido atendendo o interesse de muitos. Assim é com todos os assuntos, em todas as esferas. 

 

 Na visão dos senhores, o que "pode" prejudicar mais o Pantanal... O turismo desenfreado, construção de pousadas, geração de lixo e poluição  destes empreendimentos, assim como a criação de gado e todas as suas consequências... ou a introdução de um peixe nativo do Brasil? 

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  • Moderador
1 hora atrás, Douglas Lenz disse:

Certamente trará mudanças ao ambiente. 

 

Entretanto, as atividades econômicas dos moradores  e a exploração do turismo. trazem muito mais impacto e prejuízo a região que a introdução de um peixe. 

 

 Como sempre, nesse país o insignificante é enaltecido, é discutido, vira pauta  e o realmente significante, é diminuído ou esquecido atendendo o interesse de muitos. Assim é com todos os assuntos, em todas as esferas. 

 

 Na visão dos senhores, o que "pode" prejudicar mais o Pantanal... O turismo desenfreado, construção de pousadas, geração de lixo e poluição  destes empreendimentos, assim como a criação de gado e todas as suas consequências... ou a introdução de um peixe nativo do Brasil? 


:):):)

Sim, certamente existem outros fatores mais degradantes do meio ambiente, que vem sendo tratados de maneira eficiente ou não, no âmbito de suas esferas específicas.
O estudo em questão, ainda em estágio inconclusivo, não pretende estabelecer correlação com estes outros fatores.
Antes, sob o ponto de vista biológico, tenta avaliar os impactos causados à biota nativa pela introdução acidental do tucunaré no Pantanal, o que considero perfeitamente válido e necessário.
Não vejo razão para desqualificar o estudo neste confronto.

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  • Mosqueiro

Sr. Odimir 

 

Em momento algum tive a intenção de desqualificar o estudo ou colocar em dúvida a intenção dele.

 

 Desculpa se me fiz entender desta forma. 

 

Sou Biólogo de formação e sempre acompanho estas discussões sobre introdução de espécies exóticas em ambientes, pois acho interessante este assunto e as teorias que se formam em torno dele.

 

 Aqui no Sul,há algum tempo, o foco era o Black Bass e a Truta, principalmente na Serra Gaúcha. Estes sim, exóticos e não pertencentes a fauna brasileira. Demonizaram o que conseguiram ambos os peixes...

 

No entanto, o que sempre me chamou a atenção e nunca foi "largamente" comentado eram outras espécies "comercialmente" mais atrativas, de quem ninguém falava, pelo contrário, apoiavam e inclusive programas do governo às distribuía gratuitamente aos produtores rurais. As carpas e principalmente,  tilápias. 

 

 Hoje,  pouco mais de duas década depois, o Ria Caí, aqui na região da grande Porto Alegre tem  uma população de carpas incontável, são inúmeras e enormes. Assim como um grande número de tilápias, todas provenientes de enchentes e açudes rompidos... 

 

 Já o Bass e a Truta que foram combatidos e mal falados... continuam sem invadir nem desequilibrar ambiente algum até onde eu saiba. 

 

 A visão é...  neste caso, os peixes como a tilápia e a carpa, tem potencial econômico e "social" desta forma podemos fazer vistas grossas. Já o Bass e a Truta, não foram vistas como potencialmente "econômicos" logo... 

 

 A meu ver no caso do Tucunaré, será só mais um peixe para servir de alimento para predadores como, jacarés, lontras, ariranhas e aves que comem peixes. 

 

  

 

 

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  • Mosqueiro

Este é um assunto muito delicado e deve ser realmente levado muito a sério não somente pela Embrapa Pantanal, mas por todos os núcleos da Embrapa onde existe o tucunaré introduzido acidentalmente ou propositalmente. Sou do interior de São Paulo e nos rios Tiete e Grande este peixe já faz praticamente parte do ambiente. 

 

Concordo com você @Douglas Lenz, as vezes o foco e o interesse se desvia do que realmente é importante, mas acho que as pesquisas podem mostrar exatamente o contrário do que muitos pensam, que por exemplo o tucunaré introduzido é prejudicial. Por aqui muito já foi falado e especulado sobre o tucunaré, muitos dizem que ele come alevinos de peixes e o caramba....blablabla.

 

Mas ao meu ver o tucunaré, aqui na minha região pelo menos, se aproveita de uma catástrofe natural proposital que foram as construções de barragens hidrelétricas, um ambiente lótico é muito diferente de um ambiente lêntico, portanto as espécies nativas não vão entrar tanto em conflito com uma espécie introduzido por não disputarem o mesmo nicho. Claro que isso é o meu achismo, até hoje não vi nenhum estudo científico comprovando isso, e gostaria muito de tentar provar minha tese....rsrs...mas a academia está um pouco distante no momento.

 

E digo isso pois a uns anos foi introduzido acidentalmente aqui no represado de água vermelha, no Rio Grande, o pirarucu. Quando souberam foi uma caça as bruxas, o bicho foi demonizado até a ultima instancia. E mesmo assim mantinha a minha opinião, até porque o pirarucu é muito mais de ambientes lênticos do que o tucunaré. Um belo dia conversando com um Policial da Ambiental ele me disse que os pirarucus que foram capturados que eles viram estavam cheios de tucunarés , porquinhos e algumas poucas traíras. Ai sim minha tese foi fortalecida, imagina uma espécie invasora consumindo outras duas espécies invasoras como alimento principal!

 

Então, é necessário muito estudo a respeito, até porque se fosse desinteressante os EUA não protegeriam os tucunarés nos canais da Flórida.

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  • Moderador

:):):)

Penso que estas transposições de espécies devam ser analisadas caso a caso e demandam tempo e muito estudo para se perceber alterações significativas sobre seu impacto, que dificilmente poderá ser considerado totalmente benéfico, e a avaliação, ou melhor, a aceitação dos resultados se assentarão em compromissos.
Embora se desloque um pouco do tema, cito como exemplo a introdução de trutas na Patagônia, que hoje é considerada como desastrosa sob o ponto de vista ambiental, por estudiosos do tema e mesmo por muitos atores no cenário da pesca e que hoje sobrevivem dela nos seus campos de atuação.
Pablo Pessacq, Efrain Castro, Diego Gustavo Flores, Daniel Wegrzin, Silvia Ortubay, para citar alguns.
Estima-se que mais de 50% das espécies de insetos aquáticos tenham sido dizimadas e praticamente extintas pela predação das trutas.
O puyen chico (Galaxias maculatus), um peixe nativo, é considerado espécie em extinção por conta dessa predação, embora considerada como uma espécie superior por sua capacidade de suportar ao congelamento de suas células em baixas temperaturas.

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  • Mosqueiro
1 hora atrás, Odimir disse:

:):):)

Penso que estas transposições de espécies devam ser analisadas caso a caso e demandam tempo e muito estudo para se perceber alterações significativas sobre seu impacto, que dificilmente poderá ser considerado totalmente benéfico, e a avaliação, ou melhor, a aceitação dos resultados se assentarão em compromissos.
Embora se desloque um pouco do tema, cito como exemplo a introdução de trutas na Patagônia, que hoje é considerada como desastrosa sob o ponto de vista ambiental, por estudiosos do tema e mesmo por muitos atores no cenário da pesca e que hoje sobrevivem dela nos seus campos de atuação.
Pablo Pessacq, Efrain Castro, Diego Gustavo Flores, Daniel Wegrzin, Silvia Ortubay, para citar alguns.
Estima-se que mais de 50% das espécies de insetos aquáticos tenham sido dizimadas e praticamente extintas pela predação das trutas.
O puyen chico (Galaxias maculatus), um peixe nativo, é considerado espécie em extinção por conta dessa predação, embora considerada como uma espécie superior por sua capacidade de suportar ao congelamento de suas células em baixas temperaturas.

Pois é Sr. Odimir, realmente os casos devem ser separados e analisados de forma específica. Este exemplo da truta realmente é extremamente diferente do que eu citei, por lá a competição que ocorreu deve ter sido desleal, posso estar errado porque não conheço muito do tema, mas, a truta competiu diretamente com a espécie nativa, tanto por nichos de abrigos quanto alimentar. Não sei se a truta tem um potencial de reprodução maior que a espécie nativa, mas pelo que o Sr. relatou provavelmente deve ter, já que a espécie nativa ganha na questão de suportar o congelamento. Agora, o impacto causado na fauna de artrópodes pode ser algo muito sério, isso se as espécies que foram extintas representavam uma parcela grande de indivíduos polinizadores, mas se fossem espécies que predavam de alguma forma a vegetação não sei se o impacto seria tão significante, o senhor sabe de algum artigo científico provando essas hipóteses?

 

Já para o tema em que você dispôs no tópico, sobre o tucunaré no Pantanal, creio que o cenário pode ter ser bem diferente do cenário onde citei acima, isso, pois, no Pantanal na época de cheia tudo alaga, e ai creio que os tucunarés vão nadar de braçadas, mas é apenas uma hipótese, temos que levar em consideração que aquele ambiente está daquela forma a milhões de anos, e as espécies que ali vivem com certeza sabem lidar com a variação nas formas do ambiente durante todas as fases do ano. E como o Sr. disse, um estudo para chegar a um resultado confiável provavelmente durará décadas talvez.

 

O que realmente me deixa triste é ver o desinteresse  político em incentivar a pesquisa para esses temas, se pensarmos que uma pesquisa pode apontar a introdução do tucunaré aqui no noroeste de São Paulo como uma coisa boa, boa digo, que ambientalmente não afeta as demais espécies nem o ambiente como um todo de forma significante, pegar um resultado como este e considerar o quanto este peixe gira a economia regional e pode gerar de turismo na região, ai sim creio que teremos um futuro pela frente. Por isso citei os EUA, lá eles combatem espécies invasoras que causam prejuízos significantes, outras espécies são protegidas como as nativas, pois a balança do valor econômico que aquela espécie gera para a sociedade é muito vantajoso comparando com o prejuízo ambiental insignificante.

Editado por Samuel Villanova Vieira
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  • Moderador

:):):)

Samuel,

As considerações de ordem econômica e turística são apenas uma faceta do aspecto conservacionista, e talvez as menos importantes.
É preciso pensar no direito ao legado para as futuras gerações.
Quando isto ocorre por acidente ou de maneira impensada como na Patagônia, resta o conformismo.
De maneira planejada, precisa ser muito bem estudada para não causar danos irreversíveis que só possam ser detectados em condições tardias.
Em ambientes degradados e cuja recomposição original não possa ser refeita, claro está que transposições possam trazer benefícios.
De qualquer forma é sempre triste constatar que espécies endêmicas aperfeiçoadas pela natureza durante milhões de anos, tenham sua extinção decretada pela insensatez.
 

Editado por Odimir
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