Olá pessoal, É com muita alegria e satisfação que me assento outra vez em meu escritório para descrever mais esta viajem que fizemos em busca das grandes trutas chilenas. Tudo começou quando eu e meu cunhado Clóvis estávamos à beira-mar em janeiro de 2014. Entre uma taça de vinho e outra, recordávamos as aventuras vividas nos anos anteriores naquela region de Aysen, Chile. Não deu outra. Decidimos que iríamos novamente sentir as maravilhosas emoções de passar alguns dias aos pés daquelas montanhas cobertas de neve com uma vista particular para o tão bonito lago Mysterioso. No mesmo momento me lembrei do amigo Odimir, que já fazia muito tempo que não pescávamos juntos. Inclusive o Clóvis também estava curioso por conhecê-lo, já que ele utiliza a morsa fabricada pelo Odimir. Uau! Quando ficou decidido - pronto! Já começou aquela gostosa ansiedade. Coisa boa é ficar naquela expectativa do "antes"!! Apesar dos muitos problemas que a vida nos apresenta, pelo menos tendo uma coisa boa marcada para acontecer; já fica tranquilo! É claro que qualquer viagem marcada inclusive em companhia da esposa e amigos é sempre muito bom. Sem dúvidas. Porém, agora estamos falando de pescar com amigos. De passar alguns dias totalmente desprendidos, esquecendo de tudo. Voltando a brincar como criança. Brincar de acertar a mosca no cantinho. De vencer o vento. De se equilibrar no barco mesmo com neve e vento. E por aí afora! Bem, o tempo passou e chegou a hora! Aeroporto de Guarulhos, lá fomos nós! Lá mesmo nos encontramos com o Odimir e o Luiz Sérgio, seu amigo de pescarias. Depois iríamos confirmar claro, quão bacana ele também é. Mosqueiro aplicado sô. Sabe das coisas que só vendo! Brincalhão, bacana. Bom, amigo do Odimir só podia dar nisso não é mesmo? Pousamos em Santiago e já seguimos prá onde? Prá onde? Quem adivinha? Bidú: Pro Fly shop. Ir lá sem ir ao Flyshop é bobeira! Bom, depois seguimos para uma deliciosa “cena”, seguindo aos conselhos do mais experiente do grupo (Odimir), fomos a um restaurante comer peixe acompanhado de um bom vinho Nacional kkk. Conversa vai, conversa vem, escolhemos um vinho para celebrarmos. Celebrar é sempre preciso. ....Tim, tim.....”que esses sejam os nossos piores momentos”, a famosa frase já patenteada rsrs... No outro dia voamos para Balmaceda. Seguimos para Coyaique de camionete onde passeamos um pouco para apresentar a cidade ao novo amigo Sérgio, que ainda não conhecia a cidade. À tardezinha já estávamos instalados no Rodeo Los Palos. Coyaique: Ali vento, neve, lareira, vinho tinto seco, buena comida e trutas foram o que se seguiram nos próximos dias hehehe. Logo pela manhã seguimos Clóvis e eu para o lago Los Juncos pescar trutas com gammarus artificiais (scuds). Sempre pescamos trutas nesse lago com as famosas chernobyls. Porém o nosso amigo Julio nos sugeriu irmos prá lá com scuds, e assim foi feito. Arremessar o gammarus à margem, junto às pedras. Aguardar um tico que se “ela” estiver por perto, nhactch. E foi o primeiro nhactch no visual mesmo meu! Nessa primeira manhã pesquei a primeira uma linda arco-iris, seguidas de três marrons. Todas com scuds meu! Veja que beleza! À tarde pesquei duas trutas com ninfa de dragon fly. Parecia um sonho, como sempre. Quando voltamos das nossas pescarias para nossas casas, parece mentira que tudo acontecera. Que fomos tão longe. Que vimos tudo aquilo. Que as trutas pegaram, brigaram. Que tiramos fotos. Que bebemos muito vinho. Que fizemos inúmeros tins-tins. Que enfim festejamos a vida! Isso é pescar. Para mim, pescar é viver intensamente. O tempo voa!! Quando menos se espera bau bau. Já estamos em casa de volta à rotina, e querendo agendar uma próxima... SEGUNDO DIA: Como o nosso amigo Odimir já disse em outro relato, as trutas estavam meio arredias aos gammarus artificiais. Assim sendo, decidi pescar durante todo o segundo dia com uma linha S.Tip, devido aos fortíssimos ventos, junto com o guia Alejandro. Nesse método, pesquei seis trutas. Uma arco-iris com a mosca zonker na cor black. Tres trutas marrons de bons tamanhos, sendo uma que mediu 60 cm. Uma marron com a mosca wolly bugger oliva arremessando no visual. Acompanhou a mosca como acompanharia o gammarus. À tarde pesquei duas marrons com a mesma mosca acima, porém no fundo do lago. TERCEIRO DIA: Amanheceu caindo neve pra variar rsrsrs. Nesse dia pesquei sozinho com o guia Andre Entretanto o italiano aqui é teimoso. Pensa num caboclo teimoso. Pensou? Então multiplica por dois, três. Esse cara aí sou eu kkkkk. Teimoso que nem uma porteira véia, como dizia o meu avô. Botei na cabeça que as trutas gostavam sempre de gammarus, e que elas teriam que morder prá valer. Por que não oras? Então fui persistente. Apresentei o gammarus até dizer “chega” . Bom, e elas morderam? Bem, morderam menos do que morderam noutras vezes, mas morderam um pouco, e valeu a pena. Saimos pela manhà no Lago Mysterioso e já falei pro André. Tem que ser com gammarus, mesmo que pegue menos tá? Beleza, vamos nessa. Ao apresentar um gammarus pela manhã uma baita duma bichona começou a seguir a minha mosca. O meu coração foi a mil. Dois mil. Pernas bambas, recolhendo bem devagar. Pábuf! Tá ferrada! Vai bichona, briga aí sua lazarenta duma figa! Faz o papai aqui rir feito bobo vai?.....yyyyésss! “Atento, tipetreséquix hãã?” me alertava o André. Dá-lhedá-lhe bitela! Briga aí. Foram horas e horas de vôo, de carro, etc. para poder sentir você dobrar la mia canha. Então vai! Dobra e puxa sua ordinária! 63 cm de belezura. Tudo bem, que na foto prá mostrar a beleza dela, está mais aproximada. Mas, pegue uma régua e meça: 63 cm de pura marron. Rãããnnnhhh, taí. É boa, é muito boa. É grande! A outra: Ansiedade totalmente dominada. Sentimento de vitória. Diversas sensações que fazem a gente ter motivação pra pescar. Dormiu zzzzz..... E era só alegria. Eram na hora do almoço com as piadas do Clóvão, as brincadeiras do Sérgio. As tiradas sorrateiras do mestre Odimir. Até vinho ele bebeu!! E brindou com a gente: Ele que nem bebe, não resistiu à nossa alegria contagiante. Odimir e sua bela truta-macho. Vento gelado da cachorra né Odimir? E mais fotos dos meus amigos: Guia Tapia: Vou ter que abrandar por aqui e mostrar bastante fotografias, senão não vou parar de relatar e postar fotos. QUARTO DIA: Saimos com o Julio Meyer tranquilos. Eu fui somente com scuds. Seja o que Deus (digo, as trutas) quiser. Vimos muitos peixes às margens do lago, porém nada queriam com as moscas. Foi quando o mestre Odimir nos explicou que no caso, com a temperatura de 7 graus celsius, as trutas se alimentam a cada 24 horas. Já com 14 graus celsius, alimentam-se a cada quatro horas. Tudo bem, já estávamos pescados e cheios de tanta neve, vinho, vento. E assim retornamos no quinto dia para Santiago. Até uma próxima! Abraços a todos.
