Jost

Tenho memória de um caso engraçado a respeito da fiscalização do IBAMA. Certa feita alguns colegas do Comando de Operações Táticas da PF foram acampar em um lago perto de Brasília. Sabendo que pescariam, todos pagaram suas respectivas licenças de pesca embarcada. Então estava lá o sujeito do COT pescando em um barco a 20 metros da margem onde encontrava-se o acampamento com as barracas quando apareceu o barco do IBAMA. O barco com o fiscal abordou os colegas e pediu as licenças. Os colegas (com trajes de banho) disseram que as licenças estavam nas barracas juntos com as carteiras, ao que o fiscal disse que teria que apreender todo material de pesca e lavrar multa. Começou o tumulto. Os colegas argumentaram que era ridículo e que haviam pago as licenças e que era somente ir até a margem a 20 metros e o fiscal se mostrou imovível em sua determinação férrea de fazer-se cumprir a lei... Até que um dos colegas perguntou onde estava o registro da arma que o fiscal portava, com o qual evidentemente ele não estava... ao que o fiscal subiu o tom de voz e os colegas deram voz de prisão pq o porte sem registro é crime inafiançável. Aí o fiscal quiz amolecer na multa a apreensão dos materiais de pesca (tipo eu ajudo vocês e vocês me ajudam), o que só piorou tudo. Moral da história: os colegas tiveram os materiais apreendidos, pagaram multa, retiraram os materiais e voltaram para pescar, enquanto que o fiscal passou alguns dias preso pra ficar pensando na sua estupidez... É o paiseco ridículo no qual a gente vive...

Não, qualquer metal servirá, visto que a função da chapa é proteger a pena e dissipar o calor remanescente. Vi vários vídeos de confecção de wingburner improvisado com lata de alumínio de cerveja, por exemplo.

E olha que eu ainda nem sei pescar de secas...

O número de capturas está beeeem baixo na região do Aluminé e arredores. Tá brabo esse ano.

Acabou sendo mais fácil tirar uma foto do relôgio de pulso pra cada truta pega.

Sim, a passagem de número é manual. E sim, a quantidade é pequena, Fausto, mas era a maior engrenagem que eu tinha É mais fácil lembrar uma, duas ou três voltas que 83 peixes rsrs

Fera demais

Um dia de folga na oficina. Catei umas sucatas (arame de encastoamento, um puxador de gaveta e uma rodela de latão) e juntei tudo num dubbing twister. Ficou bonitiho

Pronto

Preparando a capa do diário de viagem: Até pq modelo de desenho tem de sobra:

É, com relação a isso eu tenho que concordar. Quando ele viu o meu estojo de atado a primeira vez, o ar de incredulidade era até engraçado

Acho isso uma falta de cavalheirismo para com o colega atador. Se eu soubesse que meu colega de viagem estaria levando um bom estojo de atado, isso seria um motivo ainda maior para eu levar o meu, por mais minguado que fosse. É um incômodo transportar uma maleta de 5kg com morsa e material de atado, não é mesmo? ... mas isso sou eu e o meu jeito anacrônico de pensar.

Ahmm... ahh! Agora saquei o motivo da confusão: é que a minha linha principal é branca com creme e isso é impossível de ver na água com reflexos ou sem eles. Quando é fluorescente concordo que não precisa de indicador Arremessos longos na Patagônia, pra mim, são da ordem de 15-20 m. Não funciona com esse para-quedas preso na linha. Aí eu pesco assim: para curtas distâncias (até uns 10m), eu tento pescar no visual observando a junção da linha de fly com o líder (que agora também terá esse ponto laranja amarrado). Quando pesco mais longe que isso, vai no feeling da linha, somente.

Aliás, essa viagem sem estojo foi a primeira viagem solo na Patagônia na qual fui, e também com o Neumann.

Sim, passei por maus bocados na Patagônia em 2012 por não levar um estojo desses... além de gastar uma nota em moscas com um quinto da durabilidade das minhas.

Resolvi colocar aqui uma foto dos materiais que levo para uma viagem de 16 dias full de pesca na Patagônia, pois pode ajudar alguém que queira algo na linha mais miniaturizada e compacta. O tipo de material que levo é muito particular do tipo de pesca que faço, pois não uso secas. Isso deve ser uma regra para seu estojo: NÃO leve material que você não vai usar... é apenas peso e volume inútil. Além disso, com exceção das peles de aves inteiras, todos os materiais que levo são uma amostra do que tenho em casa. Isso é outra regra para a miniaturização: NÃO leve tudo de tudo, leve apenas uma parte daquilo que você tem em casa e, de preferência, uma parte pequena. Aqui uma foto do material: De tudo um pouco para fazer ninfas, wets, emergentes e terrestres (lembrando que terrestre não é seca) Para escolher o tipo de anzol levar, no caso de você ter que restringir a quantidade/volume de anzóis, sigo algumas regras úteis: levo primariamente anzóis para substituir as possíveis perdas dos tamanhos médios de moscas que estou levando, no meu caso de tamanhos #12 até #18, que são os tamanhos principais de moscas na Patagônia; em segundo lugar, escolho os anzóis para os tipos de isca que melhor ato, deixando em casa aqueles que ato apenas mais ou menos; por fim, levo os anzóis que se encaixam melhor no meu perfil de criatividade de moscas, ou seja, aqueles tamanhos e formas nos quais mais sento em casa para criar moscas do nada... isso pode ser muito útil na Patagônia se nada estiver pegando e você tenha que criar uma moscas a partir de coleta de insetos com base no seu nicho de expertise. No meu caso, esse algoritmo deu no seguinite: TIEMCO 9300, 3761 e 200R para ninfas, wets e energentes; Partridge D4A e SH2 para terrestres e ninfas muito lastreadas. A decisão do tipo de material a levar também está fundamentalmente vinculado ao tipo de isca que você pretende atar, mas leve sempre em pequena quantidade, que lhe permita atar, digamos, 30 ou 40 moscas de um determinado tipo. Eu sempre levo um par de bobineiras. Esse é o tipo de coisa que não dá nem pra conceber como se ata sem, e é sempre bom ter um estepe. Note que eu tenho uma bobineira cerâmica e outra com insertos cerâmicos. Isso tem motivo: a cerâmica pode quebrar na viagem de ida, pois é frágil... a de insertos sobreviverá se o avião cair... Eu também sempre levo um par de tesouras: geralmente uma bem miúda e uma maior, em parte pelo mesmo motivo das bobineiras, mas também pq tesouras de tamanho diferentes podem ser uma vantagem... por exemplo se eu tiver que cortar tiras de EVA. Mesmo que não pretenda usar, é sempre bom ter verniz de atado e cola super bonder. De posse de todos os materiais, chegou a hora de arrumar isso dentro de algo para levar. Inicialmente, eu levava tudo dentro de uma mesma bolsa, mas ela ficava muito estufada e difícil de encaixar dentro da mala. Agora separo em dois grupos: Penas todas e EVA, que vão acondicionados dentro de um estojo plástico: E o resto do material todo que vai dentro de um estojo de cordura com várias divisórias internas, para distribuir as ferramentas, e materiais. Na foto acima a BIC serve de escala para vocês terem uma ideia do tamanho. Depois de tudo arrumado, o peso total fica pouco acima de 1 quilo (incluindo as bolsas): Assim, de modo ligeiro, é isso.

Já usei desses também. Enquanto você está usando técnicas de linha curta, sem grandes arremessos, funciona que pe uma beleza. Na hora que você precisa arremessa isso a 5m de distância a coisa começa a ficar ruim. Com vento vira uma desgraça.

Já usei essas conexões loop-loop trançadas e presas com tubo termocontrátil, mas a experiência não foi boa pq roeu a linha de fly e rebentou tudo. Estou pondo fé nesse dacron amarrado direto na linha... ... e discreto é a última coisa que eu quero, pq sou cegueta e preciso ver esse troço de longe!

Como eu venho dizendo já faz um tempo: nesse país, pescador é o que menos mente...

Tu me falou desse aí ano passado, mas nunca usei... tenho certa implicância com essas coisas que grudam no líder e mudam o balanço de arremesso do líder... Espero conseguir ver esse nó de prego. Se conseguir, resolvi meu problema pra sempre.

Já tive uns conta-peixes, mas nenhum funcionou direito. Aí resolvi sentar a bunda na oficina e bolar alguma coisa. O que saiu foi isso... Tinha uma engrenagem que fiz com 40 dentes. Resolvi usá-la como forma de contar. Depois de um tempo de puxa e empurra, saiu essa presilha de barbante de nylon com fecho magnético. Ficou bacana... fácil de usar e bastante forte pra ficar no lugar... e com um ar bem retrô. A linha possui uma certa jinga, mas não é solta a ponto de passar de um dente para o outro. Na hora de contar o peixe, segura-se a engrenagem no lugar, solta o fecho atrás, muda de dente (pra mais, nunca é demais mencionar) e prende o fecho de novo... bem fácil de usar Pela frente puncionei dezenas e meias dezenas, cobrindo o fundo do número com marcador permanente e depois esfregando bem com papel higiênico, para ficar em contraste com a superfície de alumínio da engrenagem. O barbante fica fixo desse lado nessa peça de latão que serve de eixo para a engrenagem, que possui giro livre. Do outro lado temos a segunda peça do fecho, que é presa no barbante de nylon e que possui um forte ímã por dentro, o qual segura-se na cabeça do parafuso que prende o eixo da engrenagem. Aqui o fecho aberto, mostrando o ímã e o parafuso. Aproveitei para fazer um furo na plaquinha, que vai presa do colete por meio dessa molinha. 40 peixes? Tá de bom tamanho

Estou na peleja já faz um tempo para fazer um indicador que não seja um saco de fazer o casting. Minha próxima tentativa (que até agora parece a melhor) é um nó de prego feito com umas 7 voltas de dacron laranja fluorescente em torno da ponta da linha de fly, logo acima do loop para o líder. Pelo menos para casts próximos e pesca upstream acho que isso vai ajudar. Não sei nem pq demorei tanto para ter essa ideia, que me parece bem óbvia, como o site que você indicou mostra...

Jura? Aqui no Rio de Janeiro é a única espessura de EVA vendida em papelarias. Encontrar EVA mais grosso ou mais fino é um inferno! Todo caso, acho que se usar um EVA de 1,5 mm não vai fazer grande diferença, até pq a flutuabilidade tem mais a ver com o tipo de bolhas que o EVA tem dentro (closed cell ou open cell) que pela espessura em si... e mais: você será capaz de atar gafanhotos menores, que eu não consigo pelo fato do meu EVA ser grosso demais. Por algum motivo que não sei qual é, a textura do EVA marrom é diferente dos demais, mais seca e rígida... não sei se isso é bom ou ruim, mas os outros terrestres que fiz com ele funcionaram perfeitamente na Patagônia.

O incomum desse atado é juntar o abdômen de coleóptero com essa estrutura de cigarra ou gafanhoto em duas etapas independentes. Não lembro de ter visto isso antes... o que não deixa de ser uma surpresa, pq tudo ficou bem encaixado.