Muito obrigado pela atenção amigos! O Projeto Pirapitinga do sul é fundamentado em amostras científicas, para isso postarei um dos arquivos do projeto para tirar algumas dúvidas dos amigos, ok! A pirapitinga-do-sul é um peixe de porte médio, pertence ao gênero Brycon, família Characidae e ordem Characiformes. É um peixe de água corrente (reofílico), que exige locais limpos e bem oxigenados, por isso prefere locais próximos de cabeceiras de nascentes. Vive em cardume e realiza piracema. É um dos poucos peixes reofílicos brasileiro capaz de se reproduzir mais de uma vez por ano, tanto no período de chuva quanto na seca. Também é conhecido como “truta brasileira”. A população dessa espécie vem sofrendo declínio em consequência de fatores que interferem no comportamento migratório das espécies ícticas, dentre eles, o desmatamento marginal dos rios, a poluição e a construção de barragens hidrelétricas. Diante deste fato, programas de povoamento e de repovoamento de rios e de reservatórios tornam-se necessários (Torloni, 1992). O gênero Brycon, também é composto pelas populares matrinxãns. As outras espécies do gênero que também se encontram ameaçadas de extinção são a piabanha, a piracanjuba e a vermelha. Os Brycons em geral são muito sensíveis à poluição, especialmente a pirapitinga do sul. Existem duas principais espécies de pirapitingas do sul: a Brycon opalinus(nadadeiras enegrecidas-bacia do Paraíba-do sul) e a Brycon nattereri (nadadeiras alaranjadas) . A pirapitinga encontrada no cerrado goiano é a rara Brycon nattereri. Ela ocorre nas Bacias do alto Paraná (rios Parnaíba, Grande Tietê e Paranepanema), alto rio Tocantins e alto São Francisco, sendo raras em todos esses locais. O município de Pirenópolis possui alguns focos dessa espécie em pequenos rios da bacia do Tocantins. Um interessante trabalho científico sobre o comportamento alimentar de Brycon opalinus foi publicado pelo departamento de zoologia da UNESP (Rio Claro) em 2006 e está disponível no Google. O trabalho em questão mostra que a pirapitinga é um onívoro oportunista, que varia a sua alimentação conforme a oferta de alimento em cada época do ano. Outros artigos sobre a pirapitinga, publicado pelo biólogo Flávio Lima (especialista do museu de zoologia da USP) também despertam bastante interesse pela espécie. As pirapitingas possuem um cardápio alimentar bem variado, tanto animal quanto vegetal, alimentando-se de frutas, flores, sementes, insetos, pequenos peixes e até pequenos mamíferos, anfíbios e repteis que possam cair nas suas áreas de alimentação, por isso são peixes extremamente dependentes de uma mata ciliar bem preservada. Os insetos terrestres e aquáticos são os principais alimentos das pirapitingas no cerrado. Esse comportamento insetívoro foi comprovado durante a coleta de matrizes para o projeto. Pois durante o transporte, as pirapitingas passaram por um período de extremo stress, havendo a regurgitação da suas últimas presas, observada a presença de gafanhotos, marimbondos e ninfas de insetos (como algumas de libélulas da ordem Odonata). Nos locais das coletas, também foram encontradas larvas de formiga-leão, um inseto da ordem Corydalus. As revoadas de içás, que ocorrem no período das chuvas, também é uma importante fonte de alimento para as pirapitingas, o que ressalta a importância da mata ciliar como fonte de alimentos para essa espécie de peixe. Att, Vitorino