Pessoal,
Seguem algumas notas que compilei baseado em um artigo do livro "The Dry Fly" de Gary LaFontaine.
Estas notas se referem especificamente aos lançamentos quando se pesca com moscas secas ou dries, já que streamers e ninfas tem comportamento próprio na água e técnicas especificas correspondentes para sua pesca.
O nome do artigo em questão é "Por que os pescadores falham ?"
Existe uma multiplicidade de fatores que explicam as falhas quando se pesca com moscas secas, mas três razões podem ser as principais : a mosca é arrastada, o peixe é espantado, ou o padrão de mosca é incorreto.
Usei o termo peixe tentando generalizar os tomadores de moscas secas na superfície, embora o autor se refira a pesca de trutas em seu livro.
Lançamentos longos podem arruinar a apresentação de moscas secas criando mais oportunidades para que a mosca seja arrastada ou "dragada".
Micro-drag ou micro arraste pode ser definido como uma variação entre a velocidade de deriva da mosca na superfície e a velocidade da corrente.
Este pequeno arraste pode ser invisível para o pescador, mas uma truta dificilmente deixa escapar este movimento não natural à deriva do inseto ou da mosca que o imita.
Ninguém, seja qual for sua experiência pescará melhor com uma mosca seca a 12 m do que a 6 m.
A variação de velocidades de correntes simplesmente esticará esse comprimento extra de linha, tenso o suficiente para puxar a mosca de sua deriva natural.
Existem dois tipos de arraste ou drag, sendo que um mais óbvio se observa quando a linha puxa bem no final da deriva e a mosca patina e se denuncia através da corrente.
O pescador nestes casos faz um "pick-up" e um novo lançamento.
O outro tipo ou "micro drag" é mais sutil, levando a mosca a se mover de forma mais imperceptível.
Se o lançamento for mais longo que 4,5/5 m, o pescador não conseguirá enxergar a mosca o suficiente para detectar o micro arraste ou micro-drag, especialmente se o lançamento foi feito com loop fechado e linha reta conforme se recomenda modernamente.
Micro-drag não pode ser inteiramente evitado durante apresentações em deriva morta.
Maneiras corretas de castear e configurações apropriadas dos lideres podem minimizar esse efeito tão indesejado.
O lançamento deve ser um pouco relaxado com a linha caindo na água em "cachos", curvas e amontoados.
Essa folga na linha deve ser criada intencionalmente utilizando-se casts curvos mais abertos ou mesmo criados por acidente, o pescador ondulando a vara com um cast avante amplo ou descompassado que despeja linha frouxa nas correntes.
Lideres longos construídos segundo a formula de George Harvey, que propiciam bastante folga até se distenderem no final da linha, são os recomendados para minizar os efeitos de micro-drag.
Estes lideres não serão tratados aqui, podendo ser tema de um outro tópico.
Abraços