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Beto

Mosqueiro
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Tudo que Beto postou

  1. Beto

    Feliz Páscoa

    Uma Feliz Páscoa Fausto, com um certo atraso, mas com sinceridade e alegria. Que Deus te abençoe.
  2. Eu tenho essa revista. Ótima matéria. @Anderson Wolupeck tem notícia desse riozinho, sabe se ainda tem peixes por lá? Eu pesquei bastante tabarana no sul de MG, pegava elas em vários rios, até no centro de São Lourenço, ao lado da prefeitura, no rio verde, rio mega poluído . Mas isso faz uns vinte anos, a cada dia fica mais difícil de achar tabarana por lá.
  3. Essa eu não conhecia, bem bacana.
  4. Que beleza Quem sabe um dia eu consigo ir numa dessas com a turma, vai ser uma alegria. Abração.
  5. Que maravilha Samuel, muito peixe e só gente boa nessa pescaria. E aí, conseguiram comer aquela matrinxã? Esse peixe é muito gostoso, tem uma gordura muito saborosa, provavelmente por causa da alimentação com muitas sementes, frutas e etc, mas tem muita espinha e aquelas espinhas em formado de "Y". Essa pequenininha é um perigo hehehehe. Abraço
  6. Grande Nilson, parabéns pela simpática corvinota! Gostei muito da sua isca. No inverno pode até ter poucos peixes, mas os dias são lindos e as praias estão vazias. Nesses pontos mais para o fundo da BG eu gostava de pescar nas marés superbaixas, na casa de 0.0, -0.1. Na época, eu pescava de bait ultralight e pegava de tudo na superfície, tive várias ações de badejo na superfície e nunca consegui fisgar nenhum, mas já peguei michole na zara pooch rsrsrs. na meia água pegava muito badejo. Também tive a isca seguida por voador (coió) e corvina. O voador ataca muito bem as iscas artificiais e na ilha do governador é comum ver alguns deles perseguindo camarões na flor dágua. Como sua boca é pequena são necessárias muitas investidas até conseguir acertar o bote, daí a perseguição vira uma baixaria, com o camarão pulando para fora dágua e com o peixe de "asa" aberta perseguindo a presa muito agitado. Numa ocasião dessas deve ser fácil pegar ele com o fly. Eu costumava pegar os voadores com certa regularidade usando micro grubs, na rosa dos ventos na urca, do lado esquerdo onde existe um monte de casca de marisco. Bastava dar uma ressaca, o mar ficar mexido e turvar a água para pegar um voador atrás do outro, só bitelo. A briga dele lembra a da tilápia, uma corrida e uma pausa, fazendo resistência com as nadadeiras abertas. Obrigado por dividir suas experiências, fiquei muito feliz de rever a BG. Abraço
  7. Passado quase um ano, venho responder a sua mensagem, caso você me responda, apareço por aqui em 2023 para a réplica . Ter vivido na Ilha em um tempo onde a pesca ainda era farta e a violência não era um problema tão grande deve ter sido uma maravilha. Rapaz eu sou fã e acho linda a Ilha do Governador, e devia ser ainda mais linda no tempo que você morou lá. Grande parte da beleza vem da geografia repleta de pequenas formas de relevo litorâneos que se sucedem, das suas ruas sinuosas e arborizadas; nunca era tedioso andar pela imensa orla que não acabava mais, praia após praia, de tal modo que eu costumava tomar um ônibus para uma praia qualquer e sair andando pela orla com meu equipamento ultra light, desbravando a profusão de pontos de pesca existentes; por lá, a cada dez metros topa-se com um pesqueiro em potencial, principalmente para quem gosta de equipamento leve e peixes pequenos, sempre existe uma pedrinha submersa, um pilar, um costão, um barco afundado, um cascalho promissor; onde se escondem pequenos predadores esperando por sua presa. A variedade de peixes era enorme, provavelmente por estar no fundo da Baía de Guanabara e próxima à enorme área de mangues de Guapi. Nas águas rasas, os peixes pequenos pareciam se sentir seguros e ficavam muito ativos e sem vergonha de atacar as iscas artificiais, inclusive espécies menos comuns eram enganadas, como o michole, o tira e vira, o mamarreis (que eram enormes), a corvina, o peixe voador (coió), a corcoroca, entre outros. A outra parte da beleza da Ilha estava na sua arquitetura, no clima quase caiçara que se encontrava em muitos de seus bairros, na maravilhosa sucessão, quase improvável, de realidades distintas e antagônicas, como a agitação do Cocotá (com ares de uma Madureira), que alguns metros a frente dava lugar à tranquilidade da Praia da Bandeira, com suas casas a beira mar, onde os únicos ruídos que se ouviam eram os produzidos pelo suave bater das ondas contra a mureta e, por vezes, alguma voz mais alta, que saltava da intimidade de um lar e ia cair no ouvido do transeunte. Ora se estava no meio do agito de um bairro comercial de subúrbio, ora, após uma curva qualquer, encontrava-se em lugares tão tranquilos e vazios de gente que levavam a crer que nem se estava na metrópole. Tudo isso era mágico. Só encontrei paralelo na Ilha de Paquetá, ambas possuíam a mesma capacidade de me deixar em paz. Por isso que você é uma cara tão gente boa, viver em um lugar bacana desses auxilia na consolidação de um caráter já inclinado para o bem. Grande Abraço Praia da Bandeira.
  8. As tilápias gostam muito das wets. Sempre que falo de pescaria de tilápia, comento sobre o grande sucesso que eu tinha utilizando soft hackles. Mas no meu caso, se colocasse peso o peixe não pegava. Durante o inverno, nos dias que as tilápias mal se mexiam e não atacavam outras moscas, bastava localizar um peixe, deixar a soft hackle afundar lentamente em sua frente e aguardar a delicada sugada. Tudo acontecia muito rápido, a tilápia colocava a mosca na boca e imediatamente cuspia, a fisgada tinha que ser instantânea sob pena de perder o peixe. O bom era que a tilápia atacava mais de uma vez a mesma mosca, existia uma segunda chance. A pescaria era feita totalmente no visual, era preciso ver a mosca sendo sugada, pois através do tato ou do movimento da linha era imperceptível. A pescaria da tilápia, em uma represa de águas cristalinas, é uma das pescarias mais agradáveis e bonitas de se fazer.
  9. Rapaz eu moro no Rio desde que nasci e nem sabia da existência dessa fazenda piracema, você está bem informado. O lugar é bem legal, vi uns vídeos e gostei. Você está em que lugar do Rio? Eu me animo a ir nessa fazenda, quando for lá me avisa!
  10. Muito legal Anderson. Tenho essa revista foi uma época muito boa da Troféu Pesca e, também, da Pesca e Cia sob comando do Rubinho.
  11. Eu tenho essa revista. Lembro como eu me chateava, no tempo dessa publicação, com as matérias de pesca com mosca, achava tudo aquilo tão estúpido, um grande desperdício de espaço na revista e um desperdício das moedinhas que eu juntava com tanto esforço para comprar minhas revistas. Eu que era estúpido naquela época. É o Beto Akamini na matéria?
  12. Beto

    Elk Hair Caddis

    Essa isca é ótima em todos os aspectos. A sua ficou muito bonita, ótimo vídeo
  13. Eu não tive alguém que me legasse o amor pela pesca. Meu pai, como homem que viveu boa parte de sua vida na zona rural da Europa, tinha o gosto pela natureza e pelas atividades praticadas nesse meio, dentre elas a pescaria, mas nada que se aproximasse a uma paixão. Meu pai sequer possuía um equipamento de pesca quando eu nasci. A minha verdadeira adoração pela pesca, que se estende a tudo que se relaciona com peixes e animais aquáticos, é inata, trata-se de uma inclinação do caráter, de uma vocação. De acordo com mamãe, um pouco antes de completar os dois anos, ao passar na frente de uma loja e ver uma estátua de um menino com um peixe na mão, eu fiquei enlouquecido e não queria sair de perto da imagem. Caso estivesse com pressa para chegar a algum lugar, precisava trocar de itinerário, pois se eu passasse na estátua o pit stop era certo. Manifestações como essa continuaram a acontecer, seja na barraquinha de peixinho de aquário na feira, na peixaria do mercado, ou ao encontrar algo nos livros, onde quer que existisse um peixe lá estava eu com toda a minha atenção direcionada. Por volta dos quatro ou cinco anos, eu fazia a minha mãe desenhar peixes em papel e recortá-los para que eu os pudesse pescar com linha de costura e anzol de alfinete. Até aquele momento eu nunca havia pescado de verdade, ainda que todo o meu lazer estivesse ligado à praia ou a rios, minha experiência se limitava a capturar peixes de papel, além uns pitus e uns peixinhos de vala usando um puçazinho de aquário no laguinho do clube. Um pouco mais velho aprendi a fazer os meus próprios anzóis de alfinete usando uma ferramenta que parecia uma alicate de bico, eles ficavam em formato de V. Comecei a fazer vários deles, que guardava em uma caixinha na porta da máquina de costura da minha mãe, mesmo local de onde eu os roubava. Certa vez, não sei por qual motivo, cismei que queria ir pescar. Era sábado, por volta das três e meia da tarde, dia de ir para casa da Avó. Todos os filhos de banho tomado, arrumados, penteados e eu resolvo que queria pescar. Ir para casa da avó era uma daquelas rotinas de família obrigatórias, que a criança já sabe de cabeça, mas estranhamente eu me pus a chorar, dizendo que queria ir pescar e consegui sensibilizar o meu pai. Quando papai disse sim, corri para o móvel da singer e peguei um rolo de linha de costura e a caixinha de anzóis de alfinete. Entramos todos no fusquinha e meu pai fez um tremendo desvio na rota de modo a passar no cais da praia de pitangueiras, na ilha do governador. Lá chegando, eu e meu pai fomos para o cais, eu estava na linha de mão e além da falta de coordenação motora de uma criança de 6 anos, ventava muito e eu não conseguia jogar meu anzolzinho de alfinete na água. Meu pai arrumou um galho e amarrou a linha na ponta e tudo se resolveu, agora eu tinha um conjunto composto por galho, um metro de linha de costura e anzol de alfinete amarrado com nó cego. Junto com o galho de pescar, meu pai trouxe a isca: duas baratas d'água. Ficou acertado entre nós que acabando as iscas, iríamos embora. Acredito que meu pai não acreditava na possibilidade de fisgar nada com aquele "equipamento" que eu estava usando, ele queria matar a minha vontade e voltar para o carro, onde o resto da família esperava o término da empreitada, escondidos do vento, do frio e do tempo nublado. Me posicionei na parte de concreto do ancoradouro, pois fiquei com medo dos espaços na parte de madeira. Meu pai iscou a primeira barata e eu baixei a linha bem debaixo do meu pé. Não fazia a menor idéia do que estava fazendo, mal deixava o anzol na água, ficava mexendo a toda hora, não existiria barata capaz de se fixar naquele anzol e, como não podia deixar de ser, a isca caiu. Meu pai iscou a segunda e última barata, desci ela no mesmo local da primeira e pude ver a barata saindo do anzol assim que tocou na água. Mantive o anzol na água bem paradinho, enquanto me distraía vendo a última barata afundar lentamente e sumir. Quando fui tirar o anzol da água para ir embora senti um peso e a linha começou cortar a água, continuei puxando e saquei um peixinho. Inacreditavelmente eu havia pescado uma corcoroca de uns dez centímetros pelo opérculo, sem isca! Saí correndo na direção da minha mãe, com o peixe pendurado, sacolejando na ponta da linha. Estranhamente o peixe não caiu do ganchinho sem farpa que só encaixou na parte alta do opérculo do peixe, mais próxima ao dorso, sem sequer furar. Assim, o que era para ser o fim de uma pescaria se tornou o começo de uma alegria ainda maior. Meu pai pegou um potinho encheu de água e colocou o meu peixinho lá dentro. Fiquei obervando por alguns minutos, mostrei orgulhosamente para a família e depois devolvi o bichinho para água derramando o conteúdo do pote próximo a rampa de acesso dos barcos. Esse foi o primeiro peixe que eu fisguei na vida, foi fruto de uma série de eventos improváveis, o primeiro deles foi eu fazer pirraça para pescar, coisa que nunca havia feito antes; o segundo foi meu pai aceitar minha pirraça e sair totalmente da sua rota para atender a um capricho de criança; o terceiro foi um peixe azarado passar perto do meu anzol quando eu ia retirá-lo da água (talvez atraído pela barata). Eu devia ter uns seis anos quando isso aconteceu e me lembro de tudo com uma nitidez impressionante, lembro da ordem em que as pessoas estavam dispostas na ocasião, lembro do formato do galho, da cor da linha, do formato do anzol, dos detalhes da briga, do peixe e de suas nadadeira peitorais balançando dentro do pote e lembro de ficar levemente chateado de ter que soltar o peixinho ao invés de levá-lo para casa. Tenho uma gratidão enorme por esse acontecimento e sempre agradeço ao meu pai por ter me proporcionado essa experiência que marcou definitivamente a minha vida. Também agradeço a imprudente corcoroca pela contribuição ímpar.
  14. tenho uma predator #9, 9 pés, pouco usada, modelo azul escuro, anterior a esse atual, azul mais claro. É uma vara bem rápida, quase uma #10. R$ 900,00 Caso te interesse e eu não responder por aqui, me manda uma mensagem no 21 96808-8893. Abraço
  15. Muito bom Odimir, tenho profunda admiração por quem domina as habilidades da mecânica e da marcenaria em geral, a capacidade de criar e reparar coisas é maravilhosa. Parabéns!
  16. @Luiz Almeida Eu também não visito mais os fóruns como antes e isso fica evidente pela minha demora em responder aos amigos. Tenho débitos editoriais com o MDR: o relato do segundo permit que capturei em Cuba em 2015 e o relato do Sudão eram promessas, mas ainda não encontrei ânimo para tocar nesses assuntos, embora já estejam rascunhados, bastando apenas lapidá-los e postar. Além de não falar de pesca, parei de praticar a pesca - consequência direta de ter conhecido os flats - nunca me recuperei completamente da ressaca pós flat e tudo ficou sem graça, exceto algumas pescarias de água doce bem específicas que ainda me enchem o coração. Deixa eu enxugar as lágrimas e prosseguir com a conversa (tomei gosto por reclamar, se não me policio...). Estive no sábado passado (29/06) na lagoa, em frente ao condomínio mandala e atravessei de balsa para o eco lounge, na reserva. Achei a água espetacularmente clara. Creio que seja por conta da falta de chuvas. Caso a água esteja da mesma maneira no local em que eu peguei os robalinhos, já dá um ânimo para pescar. Mais uma coisa. Tenho ido bastante na praia da reserva e, diante do que vi, fiquei animado em fazer umas pescarias. Inicialmente, pretendo usar equipamento de bait, para sondar o local, devido a facilidade de operar esse material frente ao fly, depois, havendo êxito do bait, pretendo partir para as pescarias com mosca. Se eu colocar isso em prática posto no MDR. Abraço
  17. O Christopher ultrapassou o limite da viadagem. Só falta se inscrever no curso de corte e costura do SENAC.
  18. Aproveitando que eu estou acessando o fórum de casa tratei de ver os vídeos disponíveis, vez que não consigo ver esse tipo de arquivo do trabalho. Vi uma série dos seus vídeos seguidamente e me identifiquei muito com as suas dificuldades. Pescar na praia é uma loucura, a linha solta no chão deixa o pescador maluco, pescar nas pedras da urca, do flamengo, do gragoatá e tantos outros locais que tem esse tipo de pedraria é outra loucura, a linha se enfia em tudo que é fresta, fica agarrada na ostra e se o pescador ficar impaciente e puxar a linha na marra arranca-lhe uma lasca, ou mesmo, corta a linha. Ainda precisa ficar de olho nos curiosos para não colocar um piercing em ninguém. Esse tipo de pescaria é uma escola e tanto, depois disso não vai mais ter tempo ruim para você. Parabéns pelo vídeo.
  19. Muito bom Nilson! Gosto dos seus vídeos e considerando que você parece fazer tudo sozinho, o resultado é excelente. Videos direto ao ponto, com uma edição agradável e desbravando os lugares por onde andamos no dia a dia. Você precisa arrumar uma cestinha (strip basket) para colocar na cintura, vai tornar sua pescaria mil vezes mais confortável e prazerosa, vai poupar muitíssimo a sua linha e é ótimo para fotografar/filmar o peixe. Se não quiser comprar uma pronta, é possível fazer uma, tem bastante tutorial na net. Para nós que pescamos nesses tipos de pedras é um equipamento fundamental. Grande abraço
  20. Rapaz nem me lembra dos tempos do PDI, eu estou igual um gato castrado, só no sofá engordando kkkkk. Tá difícil juntar um pouquinho de vontade de pescar para conseguir sair da frente da TV. É uma pena mesmo que a situação ali seja tão grave, se fosse uma coisa aceitável eu não sairia de lá, é um lugar ideal para a pesca com mosca.
  21. Eu sou testemunha da destruição da lagoa de itaipu. Era o point de final de semana da minha família na década de 80. Além dos camarões e siris, havia muito vôngole e tarioba (concha semelhante ao mexilhão, porém vive na areia). Também havia muitos linguadinhos, cardumes enormes que meu Pai empurrava para a praia e, num golpe, lançava alguns na areia. Hoje em dia é um verdadeiro deserto de peixes. É bem como você disse, no final da vazante a água ficava muito rasa próximo a saída da lagoa e era normal ver uns peixes maiores. No início do canal sempre ficava um monte de peixes esperando a comida que a maré empurrava para fora da lagoa e que era afunilada naquele ponto. Dava para fazer uma pescaria estilo pescaria nos flats hehehe.
  22. 27 de Janeiro de 2019: Dessa vez eu resolvi pescar na lagoa que é sempre notícia de desastre natural, franca produtora de gigogas, destino mais que certo de todo cocô da Barra da TIjuca e Jacarepaguá: Lagoa de Marapendi. Eu já havia pescado nessa lagoa lá pela década de 90, acredito que muitos nesse fórum também já tenham pescado por lá. Naquele tempo tinha bastante gente começando nas iscas artificiais e muita gente pescando com equipamento ultralight, o pessoal desbravava qualquer poça d'água, não tinha local no RJ que o pessoal não pescasse. Foi uma época muito legal, mais ou menos parecido com o que vem acontecendo com o fly nos dias de hoje, porém com um volume bem maior, o fly é um pouco mais restritivo. Pela altura da praia da reserva, havia algumas trilhas que permitiam o acesso à lagoa,nesses locais era possível fazer ótimas pescarias de robalo, mas se pegava de tudo: ubarana, acará, xareuzinho, peixe agulha e outros, contudo, no tempo presente, já não era razoável acreditar que existisse alguma vida naquela lagoa que perecia diante a ocupação desordenada, do assoreamento e do despejo de esgoto em níveis cavalares. Parecia se tratar de uma lagoa totalmente morta. Com a exceção de uma ou outra tilápia e dos inatingíveis barrigudinhos nada mais parecia sobreviver àquelas águas mornas, embaçadas e mal cheirosas. Todo cardume que se aventurasse um pouco mais longe da foz tinha a morte como destino, especialmente nos dias mais quentes. Eis que, contrariando toda a minha certeza, começou a surgir na internet uma série de vídeos relatando pescarias fantásticas de robalos em uma das zonas mais podres do referido corpo lacustre: a região do campo de golfe olímpico. Coisas como cinquenta ações em um único braço de mangue eram constantemente relatados, peixes de quilo não eram incomuns e, mais raramente, capturavam-se alguns troféus - tudo na superfície! Ao assistir aos vídeos comecei a perceber que aquele ambiente era ideal para a pesca com mosca e em determinada tarde de domingo parti para o cais da rua Gal. Moisés Castelo Branco para tentar chegar ao parque de diversões dos caiaqueiros. Quando cheguei ao ponto de partida já estava bem tarde para iniciar uma pescaria de caiaque em um local totalmente desconhecido. A luz já ostentava um leve tom amarelado, que é o prenúncio do final do dia. O ímpeto de desbravar o pântano começava a convolar-se em reticência. Em uma daquelas jogadas da sorte, eis que surge de dentro da pequena trilha um pescador que estava entrando na lagoa com seu caiaque, quando viu meu caiaque sobre o carro veio de pronto me dar todas as coordenadas para colocar o barquinho n'água. A animação voltou com tudo. O dia estava insuportavelmente quente e o vento não penetrava aquele emaranhado de mangues. A superfície lisa daquela água morna refletia com extrema intensidade a luz do sol, era como se tivesse um sol acima de mim e outro abaixo. Para piorar, nos dois dias anteriores havia chovido muito, o que deu uma mexida no fundo da lagoa e levou bastante matéria orgânica para o seu interior. Para onde se olhava era possível ver uma dúzia de tilápias mortas boiando. Diante da cena, concluí: se as tilápias estão morrendo devido às condições do ambiente, imagina o que deve ter acontecido com os coitados dos robalos. Mesmo com o pessimismo rondando a minha pescaria, prossegui com o projeto. Tudo pronto, caiaques na água, saímos remando. Sequer avançamos vinte metros e o colega entra no meio do mangue, por uma passagem estreita que estava à direita, era invisível para quem olhava de fora sem a devida atenção. Essa passagem nos levou a uma espécie de corixo mal cheiroso e de águas negras, dentro dele mais uma passagem estreita pelas árvores e mais uma série de transposições desta natureza foram feitas e atras de cada manguezal descortinava-se um lindo cenário,com uma flora e fauna belíssimas, porém a podridão ostensiva impedia que a experiência fosse agradável. O local é um labirinto, na segunda curva que fiz já não sabia como voltar para o cais de onde tinha saído. Passei por diversos pools, todos muito parecidos, que foram devidamente ignorados pelo meu guia de ocasião, porém, do nada, diante de um pool, que não parecia se diferenciar de todos os outros por quais passamos, ele parou e disse que aquele era o point. Ele tinha toda a razão, lançou seu stick no meio do nada, bem distante de qualquer estrutura, veio trabalhando-o como se estivesse zarando para pegar tucunaré, com um nível de energia que não é comum ver nas pescarias de robalo, e logo no primeiro arremesso três ataques ao seu stick. O peixes vinham enlouquecidos à semelhança de um tucunaré. O segundo arremesso foi exatamente no mesmo local que o primeiro e os peixes atacaram novamente. Foram tantos arremessos no mesmo local, que, devido ao trabalho enérgico do stick e à poluição, se formou um belo rastro permanente de espuma. Mesmo diante de toda a balburdia, de tantos peixes ferrados, da insistência insana no mesmo ponto de pesca; os robalos não paravam de atacar, os peixes demonstravam um comportamento que eu nunca tinha presenciado. Por duas vezes foram ferrados dublês no stick, impressionante! Enquanto no bait a festa rolava solta, Eu estava dando minhas chicotadas na água sem ter sequer um centésimo daquela atividade. Comecei com um streamer branco de craftfur, troquei por uma ep baitfish e só tive um ou dois beliscões na mosca, sem sequer triscas na ponta do anzol. Quando percebi que o bicho gostava de barulho tratei de colocar um popper. O amigo baiteiro seguiu tendo muitas ações e fisgando muitos robalinhos, enquanto eu amargava uma lavada, passado um bom tempo com o popper eu só tinha tomado uma pancadinha de nada. O dia prosseguiu dessa maneira, a cada arremesso do bait os robalos se jogavam com vontade contra a isca, enquanto na mosca era necessário dar uma poppada forte, esperar dez segundos, dar outra poppada forte, para, só assim, tomar umas pancadinhas isoladas de uns baby robalos. Esse tal de fly é para masoquistas. De todos os poucos ataques ao popper, somente um rendeu uma captura, um robalinho miúdo que engoliu o popper. Depois de umas duas horas tomando isca na cabeça, os robalos deram uma sumida e o meu colega foi procurá-los em outro ponto. Sem o choc choc frenético no ponto de pesca a fazer concorrência com as minhas pobres mosquinhas, tudo foi ficando mais tranquilo e propício ao fly, os robalos começaram a se interessar mais pela mosca e houve um incremento das pancadas no popper, mas o peixe não se fisgava. Para tentar fisgar os robalinhos troquei o popper por uma ep baitfish preta e roxa e passei a arremessar próximo a vegetação. Já no primeiro arremesso tive ação, mas não houve fisgada, o peixe parecia morder somente os pelos da mosca. Fiz mais um arremesso e novamente aquela sensação de alguém estava segurando a mosca, seguido de um cutucão. Mais alguns arremessos foram feitos e em quase todos o mesmo padrão se repetia, até que um deles foi com mais fome ao pote e engoliu a mosca, um flechinha mais gordinho. Eis que volta o baiteiro para continuar a sua brincadeira. Depois disso tive algumas ações, mas mais nenhuma captura aconteceu. O lugar é realmente impressionante, possui uma população pesada de robalos flecha de todos os tamanhos, tem robalão, tem robalo, mas o grosso é de robaletes que atacam as iscas com muita violência. Praticamente não existem robalos peva. É inacreditável que os robalos fiquem tão ativos naquela água quente e sem oxigênio. Os locais mais fundos tinham cerca de 1m a 1,2m de profundidade. Por todos os lados que eu naveguei havia tilápias mortas, morrendo ou em situação difícil. A situação era tão desfavorável, que embaixo do meu caiaque ficavam meia dúzia de tilápias aproveitando a sombra gerada por ele. Na hora de voltar seguimos por um caminho mais aberto e direto, contornando o labirinto de mangue por fora. Foi então que descobri o motivo dos caiaqueiros usarem o caminho mais complicado. A lagoa sofre com um absurdo assoreamento e em vários pontos existem bancos de sedimentos onde a água varia de 5 a 15cm de profundidade. Quando o caiaque entra nesses bancos a coisa fica complicada, é necessário fazer muita força para se livrar deles, remar mais dez metros e cair em outro banco de sedimentos, é algo meio desesperador pensar na necessidade de descer do caiaque para empurrá-lo naquela lama podre. Para nossa sorte estávamos perto de um canal de balsa, que faz embarque no cais de onde saímos. Quando a balsa passou entramos no canal e seguimos seu caminho sem atolar. Foi uma boa experiência, que penso em repetir algum dia, mas por enquanto ainda está presente a náusea de toda feiura que é necessário enfrentar para aproveitar esse improvável pesqueiro. O tempo ainda não conseguiu apagar a má impressão que eu criei. Talvez se eu tivesse pegado cinquenta robalos, tivesse um pouco mais de carinho pelo lugar.
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