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Conteúdo Popular

Mostrando conteúdo com a maior reputação desde 13-05-2011 em todas as áreas

  1. Caros amigos, É com muita felicidade que venho lhes informar que não precisamos mais sair do Brasil para pescar tarpons. Semana passada fui convidado por Saulo Nazion e Capt. Thiago Moraes para conhecer a pescaria e fiquei surpreso com os resultados. Claro que não temos a tradicional pescaria de flats no visual como temos em Cuba e Florida, mas temos pescaria similar da Costa Rica e aquelas dos canais profundos de Cuba. Aqui no nordeste os tarpons comem TAINHAS e por isso usei a minha tradicional remulos fly dos tucunares ( como atar ) usando apenas barriga branca com um dorso amarelo (na Paraiba) e dorso chartreuse (em Sergipe) no anzol TMC600SP 3/0 e 4/0 (melhor é 3/0!!!!) sempre com rattle. Inicialmente usei um blank (10 pés e 4 partes) que estamos testando que substituirá as varas 8, 9 e 10 (pode ser usada com linhas 8 a 10) mas como eu ja tinha usado essa vara a temporada inteira nos açus do Marié, o extention butt estava desgastado e usei a TFO Mangrove #10 de 9pés mesmo. Linha de fly, usei a jungle taper 320grains que tem o tip intermediate e a Rio Leviathan 350grains 26ft sinking tip. Carretilha Loop Opti Runner com uns 300 metros de backing (200m já será mais que necessário) Leader: Fluorocarbono 80lbs, 60lbs, 50lbs e 40lbs são mais que suficiente. O sucesso da pescaria foi ouvir Saulo Nazion e Rafael Marques de João Pessoa, ou seja, arremessar onde eles falam, porém, em João Pessoa, os tarpons estavam numa COMEDORIA de tainhas e não é difícil acreditar neles kkkkkk Rafael ancorou o barco onde avistamos os pulos e comedoria dos tarpons e não demorou muito para que o tarpon abocanhar a mosca, eu estava com leader de 9 pés sendo butt section de 60lbs, 50lbs e "tippet" de 40lbs com shock de 80lbs na linha sinking(leader desnecessário comprovado em Sergipe) ) Como eu estava com 40lbs de "tippet" (tippet na verdade é no máximo 20lbs kkkk) foi muito fácil fotografa-lo. Pescaria em João Pessoa, começou no domingo 6/mar/2016 dia todo, segunda dia todo(pegamos o peixe a tarde) e terça apenas pela manhã. Na terça a tarde, entrei num ônibus e acordei em Aracaju, onde o Capt. Thiago Moraes estava me aguardando. Pescamos na quarta dia todo e quinta apenas na parte da manhã pois embarquei de volta a São Paulo a tarde. Em Aracaju, usei a mesma vara #10 com a linha sinking de 350grains, porém, não trabalhei em fazer leader, coloquei uns 9 pés de 80lbs fluorcabono direto. Usei uma mosca que atei no 4/0 que percebemos depois que tiramos do tarpon que abriu e não é o tamanho ideal. O segredo do sucesso foi acreditar no Capt. Thiago e que no ponto tem peixe, pois os tarpons não se mostram, não boiam ou pulam, ficam no fundo na oportunidade de fazer uma refeição fácil kkkkkk O peixe de Sergipe foi capturado nas primeiras horas de pescaria de quinta feira, pois 7:00 eu já estava postando a foto no facebook kkkk Tudo que peço aos queridos amigos que forem la e pegarem os tarpons é JAMAIS EMBARCAR esse peixe para fotografia, JAMAIS LEVANTE ESSE PEIXE da agua, tente manter esse peixe o mais proximo a agua possível. Outra coisa foi provar que o MEGA-PÉ-FRIO não sou eu kkkkkk Tempo maravilhoso viagem inteira kkkkk Fico a inteira disposição para quaisquer duvida quando vocês forem pescar! Altamente recomendo usar os serviços fotográficos do Wagner Brandão em Aracaju e Rafael Marques em João Pessoa, pois faz TODA diferença quando chegar em casa kkkk Vamos publicar relato e fotos da pescaria na revista eletrônica da ABPM e possivelmente na revista Pesca & Cia, por isso não podemos postar mais fotos. Um grande abraço e boas pescarias
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  2. Vi aqui no Mosqueiros o relato do Kensuke e do Gerson sobre os grandes tarpons em Aracaju. Descrever algo em cima do relato do mestre Kensuke que quase já esgotou o assunto é muito difícil, mas a situação foi muito interessante. Coincidentemente estava com 3 dias marcados pra ir com minha esposa para passear por la. Liguei para o Thiago Moraes e perguntei se ele teria pelo menos meio dia de pescaria para que eu pudesse conhecer o esquema de pesca que eles tem para tarpons e robalos grandes. Em resposta o Thiago me disse que somente teria meio dia de pesca na sexta feira das 4 as 8 da manha que quando a maré estaria adequada para tentar a pesca dos tarpons, todavia não poderia exagerar no tempo de pesca para não constranger a patroa que me aguardaria 8:30 hs da manha para o café da manhã no hotel e e saída as 9:00 Hs para um city tour previamente contratado. Thiago me pega no hotel as 4 da manha com chuva, vamos para a marina para embarcar. Dá-lhe chuva, pescar com chuva não é problema, mas sair de madrugada com chuva ninguém merece. Fiquei enrolando e preparando o equipamento no coberto para ver se a chuva passava mais que nada. Saímos escuro através do Rio Pochin em direção a sua confluência com o Rio Sergipe. Nessa confluência existe um baixio onde formam 2 canais e segundo o Thiago é ali que os tarpons se alimentam, deixando claro que a pescaria não é no visual e sim arremessando nos possíveis lugares de alimentação dos mesmos. Ficamos por ali até as 7 horas sem contudo não ter tido nenhuma ação. Thiago resolveu sair e procuramos nas pilastras da ponte algum sinal de tarpons comendo e não encontramos nada. Na Orla de Atalaia existe uma proteção de pedras colocadas ao longo da orla para contenção do mar (moles) e ai começamos arremessar bem junto a essas pedras. Por volta das 7 30 hs arrumamos uma confusão, entrou um bicho grande. Quando engatamos esse animal já estávamos muito próximo da barra do Rio com o Mar e com o temor que ele tomasse o rumo da barra pois o Bass Boat do Thiago não é um barco adequado e seguro para sair da barra. Portanto fomos em cima dele e conseguimos com 40 minutos de briga prancha-lo do lado do barco. Esse animal saltou umas 10 vezes o que não é comum em peixes com esse porte. Foi uma briga e tanto, estava usando equipamento peso 10 Sage TCR com linha Teeny TS 450 grains e carretilha Tibor Ripitide com 300 m de backing 30 libras e líder de um só tramo de 1,30m de fluorocarbono de 80 libras, mosca uma SF chartreuse e branca com ratlin de uns 18 cm visto que segundo o guia os bichos comem tainhas. Apesar de já ter capturado muitos tarpons de todos os tamanhos a emoção desse foi muito especial pela situação inusitada em que ocorreu. Lembro aos mais jovens na pesca com mosca que para buscar um exemplar desse porte todo o equipamento deve estar bem montado (Backing, Nós, Leaders, etc.). Trabalhar o butt da vara é fundamental para cansar rápido um bicho desses e outro e mais importante ainda é ter uma esposa em cima do tamanco te esperando para um City Tour ahahahahaha. O Thiago é um cara muito profissional (Cel 79-99972-8654), possui Bassboat com motor 90 HP com duas plataformas (2 pescadores de mosca ou bait) e já tem uma operação para robalões há 4 anos e agora esta desenvolvendo a pesca com mosca dos tarpons e também dos robalos. Volto pra la ainda esse ano para ver se encontro os robalos na mosca.
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  3. 32 dias viajando e pescando rendem muitas histórias, aqueles que se perderam, novas amizades, aprendizado constante e, principalmente, dias felizes, pegando peixes ou não. Lugares e pescarias variadas, desde lagos na Flórida Central, flats nas Bahamas e, claro, nossa querida ilha de Sanibel, sonho para os dias de aposentadoria. Com tantas pescarias, esse poderia ser um relato longo e pleno de belas imagens, mas a absoluta falta de tempo nesse momento de retorno ao trabalho me leva a postar o mais curto que já fiz aqui no MDR, ilustrando com fotos quatro momentos de grande felicidade nessa viagem: 1 - Nosso encontro com o amigo Joe Mahler, com quem pescamos por boas horas na beira da praia 2 - O pequeno permit 3 - O primeiro linguado no fly, uma surpresa 4 - E após muitas tentativas (afinal, é nossa sexta visita á ilha de Sanibel, onde nem sempre pegamos bom tempo), após alguns "quases" frustrantes nesses últimos anos, finalmente ele veio para a foto: o maior robalo de minha vida (não sei o peso, mas tinha 1,28 m), pescado com fly, da beira da praia.
    14 points
  4. Estava marcado para uma pescaria de acampamento atrás de douradinhos no vadeio pelo Abaeté, no esquema organizado pelo colega Caio, mas em cima da hora melou tudo pq o pé frio foi 1 semana antes e levou com ele 2d de chuva intensa na cabeceira do rio kkk. Parou de chover e fez sol por 1 semana até a gente ir e o rio baixou bem, mas a água continuou lama. O jeito foi improvisar um plano B pra não perder a viagem. Caio então prospectou o Velho Chico na altura de Três Marias e acabou descolando um bom lugar pra acamparmos, numa ilha, onde dava pra pescarmos de vadeio e também da própria margem, e tb tínhamos um bote à disposição pra quem quisesse pescar menos purista kkk. Acabou que o plano B foi um sucesso pq o Chico estava com água excelente pra matrinxãs, nem gin-clear nem suja, no ponto exato! Tivemos muita ação de matracas que estavam bem graúdas, maioria na faixa de kilo ou mesmo mais!! Show!!! Na ilha deu pra vadearmos nos vários braços do rio formando corredeiras, corguinhos e raseiras. Mas o vadeio ali era missão samba no gelo, dança no quiabo, rendeu mais tombos que douradinhos kkk, escorrega que nem quiabo. Foram 500 tombos pra cada peixe kkk mas foi muito divertido e gostoso, ainda mais com água limpinha e geladinha do Chico. No calorão que fazia, era muito refrescante ficar pescando dentro do rio. Bateram douradinhos típicos de raseiras, de palmo e pouco, daqueles mesmos que se captura em qq beirada daquele rio. Mas tive um graúdo de mais de 2kg que saltou e foi-se. Ele atacou no meio da corredeira, cheia de redemoinhos, eu me equilibrando ali sei lá como no meio da correnteza. Um passo em falso e ía parar lá em baixo kkkk. Ajudou muito o bastão de veinho kkk. Primeira vez que o usei e achei imprescindível sua ajuda. Evitou de eu cair monte de vezes e saí quase ileso. Já o Caio que estava sem, tomou uns 50 banhos kkkk. Não sei como que a varinha dele saiu viva do PDI. Só via ele tombando em meio a correnteza kkk. E da própria ilha, a apenas poucos passos do acampamento, jogava gafanhotos de EVA com arremessos estilingue se enfiando por baixo de monte de árvores que se debruçam sobre o rio, e BUMMM!!! Era cada porradona animal de matraconas gigantes debaixo dos pés. Bateu monte, fisguei várias, uma dúzia ou mais, mas o panelon aqui não conseguiu tirar nenhuma.... Complicadérrimo conseguir duelar e tirar bitelo de kilo espremido entre monte de galhos, sem espaço nem pra mover o corpo, quanto menos a vara, e o bicho costurando tudo que é tronco e galho submerso. Só apanhei feio, nocaute puro kkk. Mas o trio de companheiros de viagem, Caio, Beto Palometa e Sergio Krieger, todos tiveram mais categoria, e cada um conseguiu tirar uma ou outra matraca bonita, sendo o top do Caio, que tirou uma enorme de quase 2kg, sabe-se lá como. Foi quase um milagre, em meio a tanta galhada!! O peixão engoliu o gafanhoto e sangrou muito, então acabou virando janta, assada inteira na brasa. De tão big, quase não coube na grelha!!! Tava uma delícia!! Matraca no gafanhoto é puro fly fishing!!! Dourado, comparado, vira até pescaria meio chata. Joga joga joga, puxa puxa puxa, meio estressante kkkk. Já esta da matraca na seca, vc tem que arremessar mega preciso sob a galhada, ver o gafanhotinho derivar morta, tal qual numa boa pescaria de trutas, e ver uma matracona subir devagarinho e sugá-lo hmmmmm demais!!! Ou nem bem caiu na água, vem explodindo tudo!!! SHOW!!! E qdo se está de barranco debruçado na árvore quase caindo na água, e faz estilingue e no que o gafanhoto cai nos seus pés, vê subir um submarino e explodir nele, ahhhh não tem preço!!!! Não sei pq o Beto e Krieger acharam chato demais essa do barranco. Eu achei top do top apesar que só apanhei delas e não consegui tirar uma matraca se quer. Adrenalina mil !!! E tínhamos um barco à nossa disposição no qual dava pra ir 2 de cada vez. Daí revezamos. Uma dupla ficava de vadeio ou de barranco pela Ilha e a outra dupla de bote, descendo o rio, tudo na paz. No fim foi tudo DEZ!!! 4 dias de puro sol, rio lindão, e só no dia de virmos embora, já na estrada, que veio chuva, pra despedida, e encerrando possivelmente os últimos dias de rio limpo no Velho Chico. Os 4 sortudos, portanto, pegamos os últimos 4d de água boa. Agora só ano que vem, talvez. As matracas estavam muito ativas e grandes. Então praticamente só tentamos elas. Mas entre uma matraca e outra sempre pintava um ou outro douradinho. Como não tentamos os grandes com iscas maiores e tals, os maiores dourados que entraram em isquinhas miúdas de matracas tinham no máximo 1,5-2kilinhos, maioria metade disso ou menos, mas na varinha 5 e 6, foram dez!! Eu já tive monte de vezes em TM e digo com certeza que acertar uma data boa de matraca é coisa raríssima!!! Desta vez agora foi a mais top em qtd de açőes. Mas isto não quer dizer que basta ir de novo em meado de out pra repetir o feito. Já fui em set, out, nov, dez, jan e não é nenhuma ciência exata pré-definir data certa. Vai de pura sorte pegar água boa na medida exata como pegamos agora, nem suja nem limpa demais, e tempo estável. Variação brusca de água (nivel ou cor) e de tempo, faz os peixes fecharem a boca. Foi o que aconteceu no nosso dia de partida. Deve ter chovido lá em cima, e o rio. de uma hora pra outra, subiu bocado de nível e sujou. Nem os douradinhos de palmo sanguessuga que dão de montão em qq raseira atacavam mais. Sumiram tudo!! Mas se o rio continuasse assim por alguns dias, mesmo estando mais sujo e mais alto, com certeza voltariam a atacar bem de novo. Só não pode é ficar variando muito. Demos muita sorte de ter pego 4d ótimos. Desta vez acertamos em cheio, sem querer. E nem era pra irmos lá... É sempre assim. Pescarias melhores saem sempre do improviso kkk. Qdo se planeja e sonha demais, acaba que dá zica kkk. Obrigado ao Caio pela organização e ao Beto e Krieger pela excelente companhia, vcs foram DEZ!!! Na próxima quero conhecer o vadeio no Abaeté!!!
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  5. E aí gurizada Mais uma vez, Ausentes. Fui no dia 11/10, de mala, cuia, wader e família. Primeira vez da Martina em Ausentes, 3 meses e já sentindo o cheiro das trutas! Pesquei dia 12 e me surpreendi esse ano com o vigor das trutas. Pesca farta e boas brigas. Nada mal para meados de outubro. E a Redington Butter stick, aprovadassa!
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  6. Tudo bem, pessoal? Algumas semanas atrás decidi fazer uma pescaria um pouco diferente, com um alvo bem interessante: os pampos. Lá na gringa, o pessoal já é ciente do potencial da pesca do Sernambiguara (o Permit) e já a pratica faz tempo. Um peixe bem desafiador, seja por sua grande cautela a pegar uma mosca ou por sua incrível força. Aqui no Brasil temos, além do Permit, outros membros da familia, como pampo comum (Trachinotus carolinus) e o pampo galhudo (T. goodei). De características semelhantes ao seu irmão mais avantajado, as duas espécies se alimentam principalmente de siris, camarões e moluscos e muitas vezes buscam esse alimento em águas bem rasas. São peixes robustos e ao mesmo tempo desconfiados, o que requer muita paciência, seja pra seduzir um a tragar sua mosca ou pra parar um após suas longas corridas. Nessa minha experiência, confesso que ficarei devendo as longas e infreáveis corridas, já que o alvo eram os filhotes dessas espécies. Após capturar um pampo verdadeiro por mero acaso, decidi buscar os filhotes pra ver se valia apena desprender mais do meu tempo em busca de fisgar essas espécies e conhecer um pouco mais sobre elas. O pampo que inspirou a pescaria! Pois bem, num dia de muito sol, pouquíssimo vento e ondinhas quebrando na areia com sutileza, sai em busca dos pequenos. Atei uma mosca ínfima, com anzol pra pequenas ninfas. Um padrão gotcha na cor tan foi a escolha... Chegando na praia observei alguns pequenos cardumes de pampos, o que era um bom sinal. Tirei pouca linha da carretilha, os peixes não estavam a mais de 5 metros da areia, mas como não queria espantá-los, fiquei um pouco distante da linha d'água. O primeiro arremesso foi sutil como um elefante "boom" e todos fugiram (um cardume de 5 deles). Fiquei frustrado, achei que podia ter desperdiçado a unica chance do dia, ja que eles costumam ficar mais ariscos após um primeiro susto. Caminhei mais um pouco, sempre atento e avistei um casal dos comuns. Dessa vez, mais cuidadoso arremessei um pouco mais a frente dos peixes e quando se aproximavam dei um toque na mosca, chamando a atenção dos dois, sendo que o menor, mais afoito, partiu pra cima! A fisgada bem leve, pra não arrancar a boca do peixinho fora, confirmou, e umas corridinhas pra la e outras pra ca, ele saiu pra foto! O dia foi praticamente assim, espantando alguns e fisgando outros. Por fim acertei um galhudo, um pouco maior e que brigou mais. Esses foram o fruto da experiência... Todos no visual e todos bem briguentinhos. Presença confirmada nas praias e logo logo, espero eu, alvos de pescarias futuras. Numa próxima tentarei buscar os pais desses, e com muita sorte, pagarei as corridas infreáveis que fiquei devendo! Um abraço aos mosqueiros!
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  7. Depois da postagem do Jamanta sobre a tabela de ninfas em espanhol, me propus a traduzi-la para o pescador brasileiro. Olhando atentamente, no entanto, me dei conta de que várias informações eram excessivamente entomológicas, e portanto desnecessárias ao atador, e as informações, realmente importantes ao atado, tinham sido deixadas de fora! Em virtude disso, resolvi refazer quase que completamente a tabela, buscando facilitar a vida do atador de ninfas. O resultado é o que se segue: Os quadros acinzentados da tabela são dispensáveis para o atado da ninfa em questão. Por exemplo: MayfliesXAntenas - as antenas de efêmeras são minúsculas e não importantes do ponto de vista de atado, de forma que a célula da tabela é acinzentada. Não estou dizendo que as efêmeras não possuem antenas, apenas que elas não representam uma característica importante para colocar no atado. O arquivo em PDF encontra-se em anexo para Donwload. O PDF foi gerado em papel A3, de modo que ficará fácil imprimir em A4 com redução. Agradeceria se os nobres mosqueiros e mosqueiras dessem uma olhada na tabela para verificar e existência de erros ou incongruências. Depois de apontadas essas falhas, corrigirei o arquivo e postarei a tabela definitiva. Podemos expandir essa ideia para outros tipos de moscas, como secas, terrestrials, etc. Agradeço de antemão. Abraços Tabela Ninfas.pdf
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  8. Carlos... espero que vai pra la logo... Fui pescar em muitos lugares mas na Slovenia nasce e corre um rio um pouco diferente dos outros, penso o mais lindo desse mundo, seja para natureza onde ele corre ou para suas águas e trutas incriveis. Esse rio se chama Soča. Quando entra na Italia pega o nome de Isonzo mas é la na Slovenia que vale a pena ir para pescar. O rio Soča (a esquerda onde forma uma lagoa) se incontra com o rio Idrijca (em alto) em Most na Soči A primeira vez que fui não acreditava de tanta maravilha. Fiquei de boca aberta vendo as cores, as vezes azul claro tipico do mar da Polinesia e as vezes verde e ainda mais com uma quantitade de trutas de grandes dimenções. A paisagem tira o fôlego... em algum lugares corre dentro das pedras enormes e cada pedaço é uma foto. É frequentado por muita gente, nao só pescadores, ainda mais durante o verao, seja para tomar sol e um banho, seja para apaixonados do rafting. As águas são tâo limpas que parece de ser dentro de uma piscina. O fundo e completamente composto de pequenas pedras de cor branca, onde se caminha com muita fadiga porque se afunda e nâo da para entender em quanta profundidade um pescador esta com os pés. Acontece de lutar com um peixe e de repente cair dentro de um buraco com água até os ombros. Isso aconteceu algumas vezes conosco e pode ser bem perigoso, ainda mais quando tem muita correnteza durante a temporada de chuva ou quando a neve derrete na primavera. Inútil dizer que as águas são protegidas e a regulamentação é bem rígida, como em todas as águas na europa. A polícia passa continuamente e chovem multas pra quem nao respeita esse regulamento. Pescar nesse rio custa uns 60 euro, mais o menos 250 reais por dia nas partes no kill e 75 euro, mais o menos 320 reais onde se pode levar o peixe. É muito importante que o pescador observe as medidas dos peixes, que são 25 cm. para trutas mais comuns (praticamente bebés), 60 cm. para truta marmorata e 45 cm. para temolo. Tamanho das trutas no Soča. Esse cara pegou uma marmorata de 35 kg. Se pode comprar o permissão para um ou mais dias ou para uma temporada diretamente nas lojas das cidades ou nos hotéis onde a gente reserva para dormir. Normalmente comprar dentro dos hotéis tem um desconto, um 10% ou mais e as vezes, se conhece bem o dono, pode ser que se ganha um dia de pesca grátis. As horas melhores para pescar são de manhã cedo e a tarde. Nós ficamos até noite funda batendo beetles na água onde reflete a luz da lua e as vezes com bons resultados. As saída de insetos são importantes e não é difícil encontrar grandes pérolas e moscas de maio que põe os peixes maiores em movimento. Para quem gosta de pescar com moscas secas a tarde é o melhor momento, usando imitações de pequenas dimensões como Canards ou pequenas Parachute, Pheasant e Royal Wulff. Grande pérola e mosca de maio Moscas Canard e Quill Parachute sobre anzol 18 - 24 Um amigo meu consegue montar e pescar com moscas sobre anzol numero 36, praticamente um pequeno mosquito da fruta, quase invisivel na água, mas não para as trutas e temolos. Moscas subre anzol 36 Mas quase sempre é um suicídio porque isso comporta um uso de fio bem pequeno e com o tamanho das trutas desse rio e as vezes com a forte correnteza é praticamente impossivel ver o peixe de perto. A limpeza da água no Soča Uso uma vara Sage 10/7 com linhas de 5-6 e final conico muito comprido, 4.5 – 5 metros, com terminal de 0.12 o menor em fluorocarbon durante o dia e ate 0.18 0.22 de manhã cedo e a noite na tentativa de pegar trutas marmoratas. Um molinete com linha flutuante e afundante dependendo do momento e das condicoes das águas. Wader e jaqueta da Simms e uma tonelada de moscas de varios tamanhos. Secas, ninfas e streamers são divididas em caixinhas de madeira. Nós no Soča. Não parece mas a altura da água de outro lado do rio chega a varios metros,acho de 5 a 8 m. Água de neve bem fria. Peguei essa truta com um streamer branco e amarelo com testa ouro em tungsteno Pegar 50 o mais trutas por dia não é tão difícil, claro não acontece todos os dias mas pode acontecer. Outro peixe que vive nesse rio é o temolo, muito procurado pelos pescadores. Um peixe maravilhoso e que deixa na mão cheiro de timo (por isso pegou o nome de temolo). Infelizemente não posso mostrar mais que 5 ou 6 fotos porque tenho tudo na Italia mas baixei imagens da net para mostrar a quem não conhece o Soča a beleza desse lugar e também peço desculpas para nao saber escrever muito bem nesse idioma. Un saluto. Alessandro As cores desse rio durante o outono Links úteis: Nesse link dá para ver tudo sobre medidas, período de pesca, temperatura e altura das águas ecc... http://www.ribiska-druzina-tolmin.si/italiano/ Video sobre esse rio https://www.youtube.com/watch?v=sGuVQDu7rAY https://www.youtube.com/watch?v=40Zl3nRKEjY
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  9. Hoje, ao chegar para o almoço, fui surpreendido por uma grata surpresa ! Uma encomenda deixada pelos Correios, enviada pelo amigo Walter Brugna, o Pampaguanaco do MDR, hoje residente na cidade de Crema na Itália. Movido pela ansiedade, não tardei a abrir... O presente estava cuidadosamente embalado e protegido por styropor E dentro uma embalagem de presente... Um lindo estojo de madeira ! Mas, o que será isto ? Uma caneta ? Sim amici, uma caneta de atado ! A primeira secção desmontada revelou um dubbing brush associado a um bodkin. Na parte traseira desta secção existe um orifício que pode ser usado como compactador de pelos. A segunda secção revelou um dubbing twister A terceira secção mostrou uma pequena tesoura e a ponta da caneta tem um pequeno furo para que ela possa ser usada como ferramenta de nó (half hitch). O corpo vazado pode ser utilizado para acomodar pelos em moscas tipo bullet head. Só me resta agradecer de coração ao amigo Pampaguanaco pela amável lembrança e magnífico presente ! Grazie mille amicone !
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  10. Steelhead? Rainbow você quer dizer? Não é uma rainbow é um Steelhead mesmo!Acho que a primeira vez que ouvi falar nesse tal peixe aí foi no começo de 2009, quando ainda morava na França e comecei a acompanhar os relatos do Bruno Corrêa aqui pelo fórum. A cada foto e a cada descrição, eu logo entendi que era um peixe lindo e desafiador.Mas uma coisa que demorei mais de 7 anos para entender é que DEFINITIVAMENTE o Steelhead não é uma Rainbow como as outras. Já sabia do fascínio do Bruno por essa espécie migratória já que a grande maioria das nossas conversas de pescaria, acabam passando em algum momento pelas Steelies, mas o que não sabia é que ficaria fascinado logo no primeiro contato... Esse peixe tem uma magia diferenciada seja pelo ambiente que ele se encontra, seja pela dificuldade em pegá-lo ou ainda pela sua força e beleza estonteante.Nos muitos relatos do Bruno aqui no Mosqueiros, ele descreve bem as características desse peixe, sua pesca e ambiente, e também os runs de primavera e outono pelos tributários do Lake Ontário. Na primavera, por N motivos não conseguimos fazer a nossa empreitada para Ontário, mas no Outono não deixamos escapar essa oportunidade.Além do Bruno e eu, nosso amigo e parceirão de pesca Walter também resolveu experimentar a sensação de estar "into the steelies world". O Walter também é brasileiro e é residente aqui no Canadá a uns 8 anos, ele começou no fly a não muito tempo e têm nos acompanhado frequentemente nas aventuras haliêuticas. Agora o time está completo. Os três mosqueteiros/mosqueiros brasileiros em Montréal.Acompanhamos a intensidade das chuvas durante todo o mês de outubro, bem como o nível dos rios que recebem os runs de Steelhead, observamos que estava fraco de chuva e isso não era animador já que os peixes não entram nos rios com o nível baixo, precisando de uma boa chuva pra dar condições ideias para a subida. Mesmo assim decidimos fechar a data para 28 e 29 de Outubro. Fora dessa data dificilmente seria viável conciliar as disponibilidades de nós três para a pescaria, como dizem, a melhor data para pescar é aquela em que podemos. Pra falar da pesca de Steelhead de outono temos que falar do run de salmão Chinook que começa em meados de Agosto/Setembro e vai até Outubro/Novembro. Isso é importante pois todos os tributários do Lake Ontario estão cheios de ovas de salmão e os Steelies não resistem à essa especiaria. Nos pescadores, meros imitadores da natureza, nos servimos desse capricho da natureza e oferecemos imitações dessas ovas aos peixes e essa seria nossa estratégia principal. Glow Bugs das mais variadas cores. O Bruno se encarregou de atar essas iscas e preparou um bom set delas: A viagem:Saímos de Montreal - QC por volta das 03:30h e chegamos na simpática Port Hope - ON por volta das 08:30h. Nossa estratégia seria tentar um pequeno e técnico creek a leste de Toronto (consequentemente mais perto de Montréal) para ganhar tempo de pescaria e também por ser um creek que o Bruno conhecia bem e sabia que reserva bons peixes. Pessoal se preparando para a dureza: Estamos na fase final do Outono, as belas cores já não estão mais tão vibrantes mas ainda assim ainda temos belas paisagens antes do longo inverno chegar e com ele, as cores pálidas e tons monocromáticos. Um pouco do espirito do outono e fly fishing: Depois de muitos anos, muitos sonhos e muita expectativa finalmente estava entrando no mundo Steelhead: Confesso que fiquei impressionado com as dimensões do creek. Inacreditável como grandes salmões e steelheads são capazes de subir um curso d'agua tão pequeno. E não demorou muito para ver a primeira carcaça de Chinook Salmon nas águas frias e transparentes: Nesse riacho especificamente o run dos salmões praticamente já acabou, então vimos muitas carcaças como essa ao longo do dia e alguns poucos salmões "zumbis" só esperando a morte certa após terem desovado e completando assim o ciclo natural dessa fascinante espécie. Como já comentei, o nivel estava bem abaixo do ideal, então cada trecho era cuidadosamente explorado. Bruno colocando o glow bug na "cara do gol"... Nesse tipo de rio, os Steelheads costumam ficar nos "logs" enfiados no meio dos galhos e buracos o que torna ainda mais difícil o landing. Nenhuma estrutura pode passar em branco, isso pode ser a diferença entre pegar um peixe e voltar pra casa sem nenhuma ação. Na primeira parte do dia decidimos pescar a parte superior do rio até a altura da ponte da estrada de ferro, foi exatamente em baixo dessa ponte que fiz essa fotos dos parceiros: Encerramos a manha de pesca, voltando ao carro para almoçar o belíssimo pão que nosso parceirão Walter fez: Na parte da tarde resolvemos explorar o tramo inferior do rio. Pegamos o carro e paramos em outro ponto para acessar os pesqueiros. Esse local fica em um belo parque com bons acessos e muito bem cuidado. Nesse ponto começamos a pescaria: Logo os filhotes de Steelhead começaram a aparecer: Pegamos incontáveis dessas, mas estávamos com varas para steelhead adultos que entraram frescos do Lake Ontário e queríamos os pais dessas crianças. Fomos descendo o rio e explorando cada galhada, cada log, cada run que merecia atenção... Não demorou muito para chegarmos na barra do rio e avistamos o imponente Lake Ontário: Barra do rio: Essa região é belíssima e merece mais fotos: Tentamos por alguns minutos bater a boca do rio no lago mas sem resultados, sentimos que tínhamos que voltar e explorar alguns logs que deixamos para trás. Assim como na ida, enquanto subimos o rio, cada ponto era cuidadosamente observado: Durante todo o dia, além dos incontáveis filhotes de steelhead, pegamos várias browns de pequeno porte que garantiram algum movimento para nós. Walter também garantindo sua bonita brown: A pescaria estava divertida, difícil mas divertida, a parceria da mais alta qualidade e tudo estava indo excelentemente bem... Mas o nosso alvo ainda não tinha aparecido... Enfim Steelhead: Depois de muito insistir em um log que o Bruno prospectou e definiu o bom padrão para pescá-lo, começou a aparecer uns peixes seguidos nesse ponto. Nada de Steelhead ainda, mas sentimos que alí teríamos algum sucesso, até porque vimos um bom peixe ali no meio da galhada e ele tinha que pegar na isca uma hora ou outra... Consegui descer o glowbug no meio dos galhos e senti a pegada... Seria a tão esperada rainbow migratoria dos Great Lakes? Seria o fim da busca que começou em 2009 lendo os relatos e tentando entender a diferença entre esse peixe e uma rainbow trout? Eram tantas coisas que passavam pela cabeça que só consegui gritar por ajuda ao Bruno que estava downstream e ao Walter que estava upstream. Sinceramente achava difícil embarcar esse peixe, era uma galhada muito "travada" e o peixe pegou bem no meio, não tinha como tirá-lo de lá, a única coisa a fazer era tentar controlá-lo no diminuto espaço da galhada e rezar para que nada de inesperado acontecesse, nenhuma corrida bruta downstream, upstream, pros lados... Vixi, acho que não vai dar!!! Quando o Bruno subiu pra me ajudar e meteu a mão no rabo, tive a certeza... Entrei para o seleto grupo de brasileiros que tiveram o privilegio de pegar um Steelhead dos Great Lakes. O Walter me presenteou com essas excelentes fotos que são bela recordações que terei para sempre. Eu sei que não é um BIG Steelhead, é um exemplar pequeno até, mas fiquei satisfeito e tive o sentimento de dever cumprido. Finalmente tinha um Steelhead nas mãos, vi de perto a beleza, senti a força descomunal e entendi finalmente... Steelhead não é uma rainbow convencional. Steelhead é Steelhead!!! Logo depois finalizamos a pescaria e encerramos o dia junto com o por do sol. Fomos ao hotel em Port Hope e seguimos para um chopp em um Pub regrado a uma excelente IPA de British Columbia (justamente a terra dos melhores Steelies da Terra) e muitas histórias que passamos durante esse primeiro dia. Devido às condições desfavoráveis do creek, decidimos mudar de estratégia no segundo dia, mesmo sendo 1:30h a mais de viagem, resolvemos ir até o Credit River, velho conhecido do Bruno. O Credit é um rio maior onde o baixo nível não é tão visível e influencia menos que em um creek onde normalmente a vazão ja é pequena. Seguimos para Mississauga-ON cerca de 20min após Toronto. Logo na chegada já vimos o crowd de pescadores, mais de 8 carros estacionados. Da mesma forma que era um mal sinal (pescar no crowd sempre é ruim) era uma possibilidade de haver peixes no rio (o pessoal sabe que o peixe esta ali e vai pescar). Logo descobriríamos. Walter preparando o equipamento: Primeira visão do Credit River: O nível também estava baixo, mas pelo menos tínhamos alguma agua pra pescar. A paisagem desse rio é impressionante e as cores finais do outono encheram nossos olhos: Pescamos os poços e runs que nos sobraram do crowd, não nos restou boas opções e aproveitei para fazer algumas fotos do rio e dos parceiros: Bruno "swingando" no run: Walter observando o belo Credit: Não foi um dia fácil, tentamos muito... No meio da tarde um grande Steelhead atacou meu glow bug, bem maior que o primeiro que peguei, esse não se manteve calmo no meio do log, saiu em disparada para o meio do rio e antes mesmo de eu fazer alguma coisa, ele estourou meu leader. Aprendi duas grandes lições nesse dia: Respeitar peixe grande e SEMPRE deixar o equipamento em perfeitas condições, qualquer dobra estranha no tippet deve ser imediatamente substituído... Encerramos a nossa pescaria e voltamos para Montreal com a alma lavada e com essa bela imagem: A próxima aventura? Com certeza será atras dos Steelies de Ontário. Ja esta na agenda, só precisamos de chuva...
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  11. À Comunidade do MDR: O Fórum Mosqueiros do Rio, desde sua fundação em 2005, visa um espaço virtual onde amigos mosqueiros possam se reunir com o objetivo de trocar informações, relatos de viagens, histórias, dicas de atado e outras informações que queiram. Ocorre que nem sempre isso acontece de forma harmônica, e algumas vezes até longe disso. Nesses casos, cabe à Administração e Moderação apaziguar os ânimos e zelar pela tranquilidade de todos. Não é um papel fácil, pois cabe a nós decidir onde está a linha tênue que divide o discurso inflamado da agressão verbal e isso geralmente acaba deixando alguém ofendido e, a mais das vezes, irritado. Apesar desse incômodo, sabemos que é algo necessário para manter a coesão de nossa comunidade e isso dilui a dimensão do problema. Em outros casos, entretanto, a Administração e Moderação se veem defronte a problemas mais graves. É consenso entre nós que a comunidade do MDR deve estar constantemente protegida e informada de qualquer coisa que possa causar problemas ou aborrecimentos a seus membros. Nesse sentido, estamos sempre monitorando o que se passa no MDR com o objetivo de identificar e alertar seus membros de possíveis roubadas, das quais não queremos que ninguém seja vítima. Identificar esse tipo de coisa também não é tarefa fácil e demanda da Administração e Moderação um bom tanto de atenção diária e uma grande quantidade de informações trocadas entre nós, em área restrita do fórum. Acontece que, ao identificar e suprimir esse tipo de problema potencial, algumas vezes a própria Administração e Moderação passam a ser o alvo de agressão verbal intensa, por meio de mensagens privadas que não vêm ao conhecimento da comunidade e que muitas vezes refletem um tipo de discurso no âmbito privado e outro, completamente diferente, nas postagens públicas efetuadas por quem está se propondo a gerar problemas para a comunidade. Em raras ocasiões, o problema que se gera é de tal ordem que a Administração e Moderação acham por bem banir o cidadão de nossa comunidade, com o fito de preservar a integridade de nosso fórum. Tal foi o caso recente de banimento do membro Redkingfisher e achamos por bem trazer a conhecimento de nossa comunidade o acontecido. Devido a um forte conflito de visão, entre ele e a Administração e Moderação do MDR, sobre os propósitos da existência do MDR e o modus operandi de nossa comunidade, houve uma longa e exaustiva troca de mensagens entre ele e a Administração e Moderação, nas quais consta uma lista extensa de agressões, acusações, difamações e insinuações, injustificadas e sem fundamento, contra a Administração e Moderação, por parte do sr. Redkingfisher. Uma vez que todas as tentativas de entabular um diálogo coerente redundaram em mais agressões e acusações e que ficou claro que o conflito somente se agravaria, decidimos por fim bani-lo de nossa comunidade. Para fins de transparência e cunho legal, todas as mensagens trocadas estão devidamente arquivadas e, para aqueles que desejarem, mais informações podem ser adquiridas com o Administrador do fórum. Atenciosamente, Fausto Parreira Pinto (Administrador)
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  12. EM BUSCA DO TARPON ADULTO EM ARACAJU Acabamos de regressar eu e o Mestre Gerson Kavamoto de uma investida atrás de tarpons adultos em Aracaju (a segunda dele e primeira minha), onde fomos recebidos pela equipe da Sergipe Sport Fishing, da dupla de guias Thiago Moraes e Marcos Seabra. Em 3 dias pelo rio Sergipe, que banha a capital, tivemos um total de 6 ações, sendo 3 saltados e outros 3 que abocanharam a mosca mas não deram chance de fisgar. Todos tarpons enormes, o menor na faixa dos 40kg e o maior passava mole dos 60kg (deu pra ver bem o tamanho da encrenca quando sentiu o anzol e saltou de corpo inteiro a apenas 10m do barco). Infelizmente nenhum veio pra foto. Apenas nos conforma saber que isto é absolutamente normal numa pescaria de tarpons. A estatística habitual é de 1x10, e não raro pior (teve colegas em Cuba que fisgaram >30 e não tiraram nenhum), e mais uma vez ficou comprovado o quanto é difícil sair na foto com esse cobiçado troféu. Mas fica aqui o registro de que o lugar tem ótima consistência e com tarpons de tamanho excepcional, pois em duas viagens do Gerson, num total de 5d pescados, em 4 ele teve ações. E eu, em 3d, tive ações em 2. Claro que um peixe desse porte não se trata de uma pescaria de fartura, de fisgar vários por dia. Em canto algum do planeta, aliás. Um ou talvez dois num dia já devemos considerar ótimo, pois quem corre atrás desse peixe no fly (ou no bait) sabe o quanto é difícil fazê-los morder uma mosca (ou isca artificial), mesmo num lugar onde há abundância. E aqui estamos dentro do Brasil, com uma logística excelente de acesso. Aracaju fica a apenas 2h de voo direto do Rio ou de SP, e os pesqueiros a apenas alguns minutos de navegação, dentro da cidade. Tudo muito simples e com todo o conforto, sem perrengue algum. Por sinal, a equipe da Sergipe Sport Fishing nos atendeu com maestria no máximo de conforto e mordomia possíveis. E a frota deles impressiona: dois Bass Boats Quest todo equipado com o que há de melhor, como motor 4T 90hp Yamaha, motor elétrico Minn Kota I-Pilot, com comando remoto e por GPS, e fishfinder de última geração. E eles até vem nos pegar no hotel. Resta-nos apenas entrar no barco e arremessar iscas. Conforto e requinte pra ninguém pôr defeito! A pescaria, como já adiantou o Gerson no relato da sua primeira investida nessas águas do NE (www.mosqueirosdorio.com.br/forum/index.php?/topic/12569-tarpon-adulto-no-nordeste-brasileiro/), difere bocado da tradicional pesca de tarpons feita no visual chique em claras águas caribenhas como estamos acostumados a ver em reportagens lá fora, como aquelas feitas na Flórida Keys ou em Cuba, mas o tamanho médio dos peixes que temos no NE me surpreendeu, pois realmente são todos muito grandes, e o diferencial mais marcante é que OS TARPONS BRAZUCAS MORDEM BEM UMA MOSCA!! Isto é um diferencial e tanto e vem a contrabalançar o fato da pesca não ser no visual, pois quem busca fisgar um verdadeiro tarpon adulto do tamanho que sempre sonhamos, é sabido que na Florida Keys existem um zilhão de tarpons adultos todos enormes (média 30kg-60kg) cruzando os flats na época de sua migração (abr-jun), mas esses peixes, já muito velhacos, são extremamente ariscos e cabreiros e mega difíceis, quase nunca abrindo a boca pra uma mosca. Já em Cuba, tem muita quantidade tb, só que diferente de Florida Keys, lá eles mordem facinho facinho uma mosca, mas o tamanho médio é um pouco menor, o normal entre 15-30kg, e somente um ou outro acima disso. Já esses de Aracaju, apesar de a pesca não ser no visual, tem em boa quantidade e mordem sem nenhuma frescura uma mosca como pudemos comprovar. E o tamanho médio é espetacular, sempre grandões (30-60kg em média, mas não tão raro alcançando impressionantes 80-100kg!). E mais um detalhe muito relevante, a favor do NE, é que diferente do Caribe, onde os tarpons adultos só aparecem consistentemente na época de sua migração (abr-jun, com pico em maio), no NE o peixe está lá O ANO TODO!! O Gerson teve lá em março e agora em maio e ambos foram igualmente produtivos. E os guias disseram que ano todo é bom assim. Quer melhor que isso ? Ano inteiro pra brincarmos com os sardinhões!! A água do rio como é bocado turva, a menos que o peixe se mostre subindo na superfície (os tarpons costumam fazer isso pra respirar o ar, tal qual um boto), os arremessos devem ser feitos às cegas pra onde o guia aponta como pontos mais produtivos, e nisso devemos acreditar na experiência dele e mandar ver a mosca, com fé, e de repente, do nada, vem a típica puxada longa e firme do tarponzão, e no que ele sente o anzol, vem aquele magnífico salto!!! Já estive na Florida Keys por 3 vezes, num total de 4 semanas, atrás desse famigerado tarpon adulto, e joguei a mosca em centenas de peixes (lá a quantidade de tarpon é uma coisa de absurdo!), mas nesse tempo todo, só tive um único peixe mordendo minha mosca, que no primeiro salto já a cuspiu longe e fiquei a ver navios. Aí vou aqui na esquina, numa viagem decidida em cima da hora, na véspera, e em apenas 2 dias e meio tenho 3 mordidas de enormes tarpons sendo que 2 deles saltaram lindamente após fisgados (mas duraram pouco tempo no anzol, infelizmente), e o Gerson idem, 3 bocadas, e 1 saltado, que acabou se soltando após algum tempo de briga. Daí entendo que é uma opção um tanto boa esta de buscar aquele tarponzão enorme dos sonhos, a apenas 2h de vôo, e factível de ir até mesmo num fim de semana qualquer, sem muito planejamento, nem muito investimento. Os tarpons do NE, diferente dos do Caribe, parece que costumam se alimentarem de peixes graúdos, em especial as tainhas. Disso depreende-se que as tradicionais moscas pra tarpon como toad, bunny, cockroach, etc, usadas com muito sucesso lá fora, todas bem miúdas (5-7cm em anzol 1/0-2/0) não serem adequadas para a realidade brasileira. Pensando em moscas grandes e chamativas, que lembrem a silhueta e o volume de uma tainhota, o Gerson experimentou atar variante maior da sua famosa Remulos Fly, que ele desenvolvera e usa com muito sucesso nos gigantes tucunarés amazônicos, e voilá, os tarpons nordestinos adoraram!! Só pegar a receita da remulos fly (www.youtube.com/watch?v=IAG65CYeEG0) e aumentar tudo, tanto o anzol (6/0-7/0) como o comprimento (23-30cm). As cores que tiveram ações conosco foram barriga branca com dorso amarelo, chartreuse, preto, azul, bem como barriga amarela com dorso chartreuse. Claro que deve haver muitas outras moscas eficientes para os tarpons nordestinos, mas ao menos já temos uma que funciona e muito bem. E com mais observação do comportamento e hábito dos nossos tarpons, devemos ir experimentando novas invenções e quem sabe um dia não teremos formado os padrões de moscas para a realidade brasileira ? Mãos à obra e à criatividade!! Varas 10 a 12, onde a escolha deve ser por uma com a qual o pescador sinta-se mais confortável pra jogar o dia inteiro uma moscona enorme, 25cm 6/0, e a uma distância boa de 20-30m. O Gerson diz que basta uma vara 8, e de fato no primeiro tarpon aracajuano ele usou uma varinha 8, mas ele não é bem um parêmtetro, pq o fera consegue jogar com uma vara 8 qualquer tamanho de mosca a qualquer distância kkkk. Já eu tive que usar vara 12 pra conseguir jogar igual que ele kkkk. A carretilha precisa ter freio confiável e caber pelo menos 250m de backing >30lb, munida de linha Leviathan com ponta sinking e running intermediate, ou como opção, uma linha toda intermediate. Aos amigos que tiverem interesse nesta pescaria que me foi apresentada pelo amigo e Mestre Gerson (só tenho a agradecer a ele pelo convite), basta contatarem os serviços da Sergipe Sport Fishing, que aceita tanto mosqueiros (máx 2 por barco) como baiteiros (máx 3), e experimentarem a forte adrenalina com esses grandes tarpons adultos. Não chegamos a ter tempo de experimentar desta vez, pois o nosso foco nesta viagem curta foram os tarpons adultos, mas pelo que a dupla de guias nos contou, o lugar é muito bom tb com os baby tarpons e robalões pelos mangues, e várias outras espécies como xaréu, caranha, mero, no rio, e no mar logo à frente da cidade, a apenas 5 milhas (20min de navegação) existem quase 30 plataformas de gás/petróleo, repleto de várias espécies super esportivas como pitangola, xaréu, barracuda, cavala, e um pouco mais pro alto mar, muito atum e olho-de-boi. E num raio de até 2h de carro partindo da capital, tem vários outros rios com montanha de peixes também, em especial os robalões, inclusive o rio São Francisco (a 150km), onde é possível pescar robalo, tarpon e até tucunaré e dourado. Já pensou pegar todas essas cobiçadas 4 espécies brazucas num mesmo dia no mesmo pesqueiro ? Seria o Super Slam verde-amarelo!!! Lá no Velho Chico isto é uma real possibilidade! Numa próxima ida a Aracaju, quero muito experimentar essas outras opções de pesca que a cidade oferece. Mas claro, antes, preciso tirar um tarpon adulto brasileiro, que me deixou com aquela vontade de quero mais!!! Aqueles gigantes prateados de >2m saltando inteiro na minha frente não me saem da cabeça!!! Seguem os contatos da Sergipe Sport Fishing: Capit. Thiago Moraes (http://www.monster3x.com.br/pro-staff/9/thiago-moraes) Capit. Marcos Seabra (http://www.monster3x.com.br/pro-staff/10/marcos-seabra) www.sergipesportfishing.com (site atualmente em manutenção) www.baitcasting.com.br/costa-nordestina/ssfishing/ Tel: 79-99972-8654 (whatszap ok) Email: sergipesportfishing@gmail.com Instagram@sergipesportfishing Facebook idem Aracaju Meu 1º tarpon nordestino, estimado em cerca de 40kg, que no 2º salto se foi, snif snif O big tarpon do Gerson, pego na primeira viagem dele pra Aracaju, em março, com vara 8!! Equipamento 10 utilizado pelo sensei nesta segunda viagem Mosca que o Gerson usou, uma variante (maior) da sua famosa Remulos Fly (invenção dele que é sucesso com os grandes tucunarés amazônicos, e que funcionou bem tb com os tarpons) E as que eu tentei replicar. 6/0-7/0 e 22~25cm
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  13. Opa Amigos do Brasil, tudo bem? Este paso a paso pretende imitar uma pupa de Caddis que aca na italia è de fato devastadora na pescaria das trutas de grande tamanho. O mesmo step by step foe feito entre uma e outras cervejas e tambem de prissa. Gostei muito desse atado porque acho que nos rios patagonicos, esta pupa, tem que ser fenomenal. Nenhuma novedade absoluta, porem tem que experimentar na patagonia e depois relatar. Por isso agradezco de antemano. O atador è Stefano bem jovem porem habilidoso. Simple, anzol 554 bl Hends 12 e fio de chumbo 0,2 mais simple, linea de naylon e cola pra fixar. Agora ata o fibra de faisao... ..ata tambem o FlatBody glass Sybai 4mm brown pra fazer o corpo... ... agora enrola e ata el FlatBody... Trocamos a luz pra que as fotos qudaran um poco melhor...lembre se que fue feito tudo com prissa. Siga agora voltando com as fibras do faisao e amarre pra terminar a primera parte do corpo... Agora es el momento de atar la "sacca alare" com o Hareline Medallion Sheeting Adult Stone.. ...pra el torax, Hends Hare dubbing plus natural... ...termine el toraz dessa forma... Agora tem que se preparar uma pena de perdiz como issa mesma... ...e tem que amrrar perto do olho do anzol com as dua puntas ate atrais... ...e depois voltar atte o olho do anzol com o H.M.S. Adult Stone. Falta poco...porem tem que escolher dos fibras de faiso e amarrar assim pra fazer as antenas... ...e agora corte o sobrante... Termine a cabeza com a linea de naylon faza o nò pra fechar tudo, Pinte a cabeza com um marker cor preto e depois cole a mesma. Feito. Pido desculpa pra o erros de ortografia. Abraço Amigos MRS e STE
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  14. Ola Pessoal, Este é um tópico postado em outro fórum em julho de 2010, que estou resgatando e compartilhando com os amigos do MDR. Conheço muitas versões de streamers com o nome de Bunny Clouser, destinadas a pesca de diversas espécies, inclusive uma versão especifica para a pesca de salmões. Embora existam semelhanças, não me baseei em nenhuma das versões existentes. Procurei desenvolver um streamer que atenda as minhas necessidades de pesca, mais especificamente a pesca de dourados no Rio São Francisco (salminus franciscanus) e nos rios domésticos (Sapucaí e Verde). Certamente poderá ser usado com sucesso para outras espécies e outros ambientes. Uma das caracteristicas é a adição de olhos de chumbo para que a ponta do anzol trabalhe voltada para cima, evitando enroscos e enganches nas pedras revestidas com musgo. Utilizei anzol Mustad #92611 de haste longa com a intenção de pescar com encastoador curto, ou mesmo eliminar este acessório, uma vez que é um dificultador de arremessos. No corpo, usei uma tira de pele de coelho com o propósito de imprimir movimentação e "pulsação" ao streamer quando recolhido. O restante verão mais abaixo no desenrolar do passo a passo.... Abraços e bons atados Odimir MATERIAIS -Anzol Mustad #92611, #1/0 -Fio de atado #3/0 (Flat Waxed Nylon) -Olhos de chumbo para Clouser minnow , tamanho extra pequeno -Cabelo sintético -Penas de galo nas cores grizzly e sólidas. -Materiais de brilho : Krystal flash copper, Electra scale e Electra flash peróla. -Tiras de pelo de coelho (1/4" de largura) -Head cement (verniz cristal automotivo monocomponente) Desentortar a haste do anzol com ajuda de um alicate e afiar a ponta com uma pequena lima. Prender na morsa, fazer uma base com o fio de atado e fixar os olhos de chumbo usando amarração cruzada. Aplicar uma camada head cement na base, amarração e nos olhos de chumbo. Cortar um tufo de cabelo sintético, desalinhar as pontas, amarrar aproximadamente no meio, dobrar para traz e completar a amarração. Amarrar duas penas pretas na haste do anzol, com a face concava voltada para dentro ( face brilhante para fora). Sobre estas amarrar duas penas grizzly naturais (face brilhante para fora). Atar os materiais de brilho nas laterais do streamer, e o Krystal fash copper na parte superior (mesmo lado dos olhos de chumbo). Atar a tira de pelo de coelho a haste do anzol, em posição (angulo) que possa ser enrolada para a frente. Enrolar a tira de pele de coelho em voltas uniformes em direção aos olhos de chumbo. Passar a tira por baixo destes e amarrar próximo ao olhho do anzol. Completar a amarração da cabeça, cortar o excesso de pelos, terminar com o whip finisher, e aplicar head cement. Não se preocupar com a aparencia do volume formado pelos pelos de coelho nesta etapa do atado. Quando o head cement estiver curado (seco), colocar o streamer sob a torneira aberta. Os pelos de coelho se acomodarão e adquirirão esta aparencia... Streamer de outra cor... Outra posição... Pendurar e deixar secar. Os streamers ficarão permanentemente com esta aparencia... Alguns streamers que participaram deste desenvolvimento Terminado o atado, passe a mão nas tralhas e vá pescar.... Hot points no rio Sapucaí no Sul das Gerais...
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  15. INTRODUÇÃO A habilidade de distinguir entre os muitos tipos de insetos aquáticos é baseado principalmente no conhecimento de suas formas e características, pelas quais são classificados e nomeados. Assim sendo, trata-se do assunto dessa postagem a morfologia básica dos insetos. Pretende-se que o material aqui descrito capacite o pescador com uma bagagem de terminologia entomológica que o permitam usar eficientemente outras postagens sobre o assunto, aqui no fórum, sem a necessidade de um conhecimento prévio sobre entomologia. MORFOLOGIA EXTERNA Muito da compreensão da morfologia e descrição morfológica é uma questão de se desenvolver um vocabulário básico. Essa postagem tenta abordar, então, a terminologia principal das partes do corpo, incluindo algumas formas e posições relativas. Abordagens mais técnicas poderão ser feitas nas postagens específicas das ordens, quando ou se um aprofundamento maior for necessário ou pertinente. Orientação e formas Para localizar características importantes, é necessário conhecer alguns termos utilizados para indicar as posições relativas do corpo do inseto e as partes de seu corpo. Os termos mais comumente utilizados são definidos abaixo e mostrados nas duas figuras que seguem as definições. ANTERIOR: refere-se à extremidade que contém a cabeça ou à parte ou estrutura mais próxima à cabeçaPOSTERIOR: refere-se à extremidade que contém a(s) cauda(s) ou à parte ou estrutura mais próxima à caudaDORSAL: refere-se à parte de cima ou superior do corpo ou estruturaVENTRAL: refere-se à parte de baixo ou inferior do corpo ou estruturaLATERAL: refere-se ao lado do corpo ou estruturaMEDIAL: refere-se à linha mediana longitudinal do corpo ou estruturaBASAL: refere-se à origem da estrutura, geralmente a parte mais próxima ao ponto de inserção da estrutura no corpoDISTAL: refere-se à parte da estrutura mais distante do ponto de inserção dessa no corpo. O ápex é a extremidade distal de uma estrutura. O termo apical é geralmente sinônimo de distalA forma dos corpos ou partes geralmente é importante para descrever os insetos. Um corpo achatado dorso-ventralmente é mais largo que alto, enquanto que um corpo achatado lateralmente é mais alto que largo. Outros termos importantes são arredondado ou convexo, no qual a estrutura é de alguma forma arredondada para fora. Uma estrutura emarginada ou côncava é afundada ou em forma de mossa (como uma pancada numa superfície metálica) e possui uma margem curvada para dentro. Uma estrutura truncada é mais ou menos de forma quadrada ou possui um ápex rombudo. Uma estrutura aguda possui um ápex de formato pontudo. Larva de efemeróptera (mayfly). Larva de megalóptera (dobsonfly) Divisões do corpo O corpo generalizado de um inseto aquático (veja ilustrações acima) é dividido em vários segmentos anelares e três regiões principais. CABEÇA - A primeira região é a cabeça, que aparenta ser apenas um segmento, mas na verdade são 6 ou 7 segmentos fundidos. A cabeça geralmente possui a forma de cápsula e contem o aparato de alimentação e vários dos órgãos dos sentidos.TÓRAX - É a segunda região, posterior à cabeça e composto de três partes: protórax (primeiro segmento torácico ou anterior), mesotórax (segundo segmento torácico ou mediano) e metatórax (terceiro segmento torácico ou posterior)ABDÔMEN - Posterior ao tórax, é a terceira região do corpo. O abdômen geralmente é a parte mais longa e composto de diversos segmentos (geralmente de 8 a 11). De um modo geral, vários apêndices e estruturas externas encontram-se conectadas aos abdômens dos insetos.Em alguns insetos as regiões corporais são indistinguíveis. Quando o tórax e o abdômen são indiferenciáveis, eles são denominados conjuntamente de tronco. A parede corporal A pele externa dos insetos na verdade é um esqueleto conhecido como exoesqueleto. O exoesqueleto pode ser relativamente duro (esclerotizado ou em placas) como também pode ser fino e macio (membranoso ou carnoso), dependendo do tipo de inseto e da parte em consideração. A textura do exoesqueleto e a presença ou ausência de vários tipos de apêndices seguidamente são cruciais na identificação. Escleritos. Qualquer parte do exoesqueleto denomina-se esclerito. Um esclerito é margeado por áreas membranosas ou linhas, denominadas suturas. Tergos são os escleritos dorsais de um segmentos do corpo (geralmente em formas de placas). Esternitos são os escleritos ventrais de um segmento. Alguns insetos ainda possuem escleritos nas partes laterais do corpo, ou área pleural. Protuberâncias da parede corporal. Protuberâncias encaixadas em forma de soquete são denominados setas e geralmente referenciados pela descrição comum, tais como pelos, ferrões, escamas, etc, dependendo de sua forma e espessura. Cristas e processos geralmente são protuberâncias do exoesqueleto, sendo estruturas robustas e muitas vezes afiadas. A localização e densidade de qualquer das protuberâncias citadas pode ser importante para a identificação dos insetos. A presença e localização de perfurações, sulcos e suturas também pode ser importante. Insetos aquáticos algumas vezes possuem protuberâncias adicionais, tais como brânquias, filamentos e papilas. Esses comumente possuem paredes finas e de formatos variados, muitas vezes estão localizados no abdômen, mas noutras no tórax, cabeça ou como apêndices. As brânquias podem ser achatadas (como na mayfly acima) ou filamentosas (como na dobsonfly acima), podendo ainda serem ramificadas ou não. As papilas geralmente são eversíveis (igual olho de caracol rsrs). Estruturas da cabeça Os insetos possuem olhos, antenas e peças bucais. Essas estruturas variam grandemente sendo, portanto, importantes na identificação. Olhos. Um par de olhos compostos (multifacetados) está presente lateralmente na cabeça de muitos insetos (veja a mayfly). Olhos compostos são reduzidos a uma única faceta (olho simples) ou um grupo de olhos simples em muitos outros (veja a dobsonfly). Além dos olhos, muitos insetos possuem dois ou três ocelos (órgãos de uma única faceta), que aparentam serem manchas nas partes dorsais ou anteriores da cabeça. Antenas. As antenas ocorrem como um par de apêndices segmentados geralmente inseridos entre os olhos. Suas forma e tamanho variam imensamente, geralmente sendo filamentosas (mayfly e dobsonfly acima), expandidas ou ainda achatadas. Peças bucais. Uma vez que as peças bucais variam imensamente, dependendo dos hábitos alimentares do inseto, apenas um esquema genérico é aqui mostrado (ver a figura abaixo). Esquema genérico de peças bucais, tirados de uma mayfly O labro é um "lábio superior" em forma de placa, conectado à margem frontal da cabeça, sendo a mais anterior das peças bucais. Posterior ao labro e aos lados da boca está um par de mandíbulas, seguidos por um par de maxilas. Cada maxila possui um apêndice lateral conhecido como palpo maxilar. Na parte posterior da boca está o "lábio inferior" ou lábio apenas. O lábio pode ser genericamente dividido no corpo e nos palpos labiais, que são apêndices laterais segmentados. Uma parte adicional, presente em alguns insetos, é a hipofaringe, uma estrutura medial intimamente associada coma base do lábio e geralmente localizada entre as maxilas. Estruturas do tórax Os segmentos do tórax são geralmente robustos, uma vez que envolvem os músculos utilizados para mover as pernas e asas. Os termos noto ou notal referem-se à porção dorsal de cada segmento. O tamanho, forma e grau de esclerotização do pronoto (porção dorsal do primeiro segmento torácico) e dos outros notos são geralmente importantes na identificação dos inseto. Pernas. No esquema geral de um inseto (vide a mayfly e a dobsonfly), cada segmento torácico possui um par de pernas segmentadas. O segmento basal da perna, a coxa, é seguido distalmente pelo trocanter, fêmur, tíbia e tarso (vide figura abaixo). O tarso é geralmente subdividido em segmentos tarsais (o segmento 1 é sempre basal). Uma garra ou par de garras geralmente está presente na extremidade da perna. Os pares de pernas são referidas como dianteiros, medianos e traseiros, ou relativo ao segmento torácico no qual estão inseridos. Brânquias filamentosas estão presentes na base de um ou mais pares de pernas em certos insetos aquáticos. Muitos insetos imaturos não possuem pernas torácicas, mas alguns possuem apêndices carnosos, geralmente sem segmentação, similares a pernas (prolegs). Esses apêndices geralmente são encontrados como um único par ventral no primeiro segmento torácico, quando existentes. Asas. Um ou dois pares de asas estão presentes na maior parte dos insetos adultos. A asa genérica é uma estrutura membranosa em forma de aba, a qual articula-se com o tórax. As asas dianteiras, ou primeiro par de asas, estão localizadas no segundo segmento torácico, e as asas traseiras, ou segundo par de asas, localizados no terceiro segmento torácico. Quando existe apenas um par de asas, elas estão localizadas no segundo segmento torácico. A rigidez da asa membranosa é mantida, em parte, pelas nervuras alares (vide abaixo). As nervuras longitudinais iniciam-se na base da asa e seguem o sentido do comprimento, enquanto que as nervuras transversais conectam as nervuras longitudinais. A margem anterior da asa é denominada costa, ou margem costal. Células são áreas da asa encerradas entre nervuras. A complexa terminologia das nervuras alares difere de grupo para grupo. As asas frontais algumas vezes são modificadas em estruturas que, quando dobradas nas costas do inseto, protegem as asas traseiras. As asas de certas especies de insetos aquáticos nunca amadurecem completamente. Insetos imaturos podem, ou não, ter asas externas em desenvolvimento. Essas asas em desenvolvimento, incluindo suas membranas envolventes, quando presentes, são denominadas tecas alares. Os livros de atado geralmente se referem (erradamente) às tecas alares como wingcases (que na verdade são os élitros de coleópteros, ou estojos das asas de besouros) e wingbuds. Não é objetivo desse pequeno glossário intervir nessa questão de nomenclatura. Assim, que fique apenas registrado que os termos são equivalentes entre si, quando forem de um texto de entomologia para um de atado, ou vice versa. Estruturas do abdômen O número de segmentos abdominais e a indicação do exato segmento nos quais certas estruturas ocorrem geralmente são importantes para a identificação do inseto. Os segmentos são consistentemente numerados, começando pelo segmentos mais anterior como segmento 1. Segmentos abdominais podem parecer subdivididos em alguns insetos. Estruturas pareadas que algumas vezes ocorrem no abdômen incluem filamentos laterais, brânquias de vários tipos e pernas falsas. Essas podem ocorrer apenas em certos segmentos ou serialmente em vários deles. Aqueles que ocorrem na extremidade do abdômen geralmente são denominados terminais ou anais (por exemplo garras anais). Do ponto de vista de classificação, as estruturas mais importantes ocorrem na extremidade do abdômen. Essas incluem espiráculos ou sifões, lamelas caudais, pernas falsas, vários lóbulos, brânquias, filamentos e papilas. Muitos insetos aquáticos possuem estruturas segmentadas no formato de caudas na extremidade do abdômen e, apesar da nomenclatura técnica ser complexa, elas podem ser aqui simplesmente chamadas de caudas. A genitália (órgãos reprodutivos externos primários) fica localizada no abdômen de insetos adultos. ============== * O criador dessa postagem salienta que o texto visa ser apenas uma introdução ao assunto (para pescadores de fly) e não um texto acadêmico extensivo, a despeito de ser uma pesquisa em diversas referências bibliográficas relativamente avançadas (citadas abaixo). Salienta, ainda, que NÃO é biólogo ou entomólogo e que provavelmente o texto terá incoerências acadêmicas, ou mesmo erros, pedindo àqueles que são conhecedores do assunto que delicadamente intervenham no sentido de serem efetuadas correções para a melhoria do conteúdo. Salienta, por fim, que considera o texto em permanente estado de edição, podendo haver correção, retirada ou inserção de material a qualquer momento e sem aviso prévio REFERÊNCIAS Aquatic Entomology - The Fishermen's and Ecologists' Illutrated Guide to Insects and Their Relatives, McCafferty, W. P., Jones and Bartlett Publishers, Estados Unidos, 1981. (Segundo alguns comentários da Amazon a respeito desse livro, ele se encontra desatualizado no que tange à identificação dos insetos ao nível de especie, mas penso que para identificação das ordens e famílias, bem como procedimento de coleta, ele é perfeitamente satisfatório.)An Introcution to the Study of Insects, Borror, D.J.; Triplehorn, C.A.; Johnson, N.F., Saunders College Publishing, Estados Unidos, 1992. (tem uma versão desse livro em português, mas nunca encontrei para comprar).E duas referências BEM básicas e simples (antigas), para aqueles que querem entender algo bem genérico sobre os insetos. Não sei nem se ainda está à venda ou se possuem edições mais novas, mas ainda assim dão pro gasto: Entomologia para você, Carrera, M., Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1963.Os insetos (vida e costumes) Tomo I, Santos, E., Editora Itatiaia Ltda., Belo Horizonte, 1982.
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  16. Boa tarde, amigos, tudo bem? Venho ,por meio deste post, relatar uma sorte grande. Num dia frio, sem vento e com água muito clara (atípico pro local), tive a feliz oportunidade de presenciar um verdadeiro banquete numa praia rasa... Ubaranas saíam inteiras fora d'água dando botes em um imenso cardume de alevinos de sardinha, empurrando-as em direção a areia: um verdadeiro frenesi. As sardinhas fugindo das ubaranas Com material 8 em mãos, linha floating e lider de duas partes em fluor, optei por uma pequena genesis atada em vermelho. Arremessos não muito longos mas no meio do cardume das sardinhas surtiram efeito logo de imediato. Com vários botes errados e ubaranas varando a superficie após errar a genesis, soube que seria uma tarde produtiva. De tanto que eram as ubaranas dava pra pescá-las usando a genesis como uma "dry fly": bastava tocar a água e ja começavam as ações... Entre tantas perdidas no meio dos pulos e outras tantas que erraram os botes, contabilizei 32 em mãos no final da tarde (começo da pescaria: ~15:00). Seguem algumas fotos: Esse agulha saiu no meio das ubas! a genesis mal cabia ali, mas elas arranjavam um jeito de charutar! a última pra fechar a tarde, já escuro. Eu já era fã desse peixe e agora ainda mais! Um abraço!
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  17. Nesse final de semana estava dando uma olhada nos catálogos da Pinterest ( https://br.pinterest.com/ ) e me deparei com algumas fotos e ideias interessantes referentes ao mundo da pesca com mosca, que ora compartilho com os amigos:
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  18. Olá amigos! Ano passado, recebi da empresa Argentina, Feathers and Flies, vários materiais de atado, afim de usar, testar, fotografar e divulgar. Estes foram atados com uma fibra chamada, Predator Fiber, fibra que já vem com bastante brilho misturado, achei interessante. Clouser Minnow sintéticas. Usei anzol de jig, e atando com material sintético dura bem mais que a tradicional em Bucktail, pricipalmente para peixes com dentes, atei pensando nas traíras. Estas atei em anzol 4/0, modelo Pacu da Pinnacle, atei pensando nos Dourados, mas deve ir bem com outros predadores. Bait Fish Bend Back Gosto muito desta mosca, praticamente não enrosca. Eu ato ela com anzol estilo Wide Gap, daqueles que a turma usao para pescar robalo ou tucunaré usando isca viva. Eu entorto ele uns 8mm próximo do olho, e é nesta parte que ato as fibras. Na haste, um pouco de lastro que foi coberto com brilho, ajuda a mosca a afundar mais. Estas atei pensando nos Açus, usei o Pinnacle Pacu também no 4/0. Abraços a todos.
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  19. Um vídeo mais para iniciantes no atado, com as técnicas básicas do manejo de arames no atado, mas que pode dar uma ajuda para quem tem mais horas de voo. São demonstradas as seguintes etapas: - A forma correta de usar a tesoura para cortar arames - O modo mais fácil de oferecer o arame ao atado - Um modo de controlar a posição da ponta do arame - Como usar o arame para direcionar a linha de atado - O modo correto de enrolar o arame no anzol para não torcer o fio - Como prender o arame para finalizar o atado - Como remover o excesso de arame. Sugestões e comentários são bem-vindos.
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  20. Inverno... Ahhhh o inverno, o que nos dá força pra passar 5 meses sem pescar, sob temperaturas negativas, muito gelo e muita neve é o fato de encerrar a temporada no FALL RUN de Steelhead e saber que a abertura da temporada seguinte será provavelmente no opener dos Steelheads em Ontário. Isso já seria suficiente, agora some à essa receita temperaturas próximas dos 10 graus, sol e uma explosão de vida nos rios e florestas, sinceramente esse é um sentimento que não tem muito como descrever. O começo do renascimento da vida. Oficialmente a abertura dos principais trechos dos tributários dos Great Lakes foi nesse último final de semana de abril e, embora a pesca já estava aberta com muitas ressalvas desde o começo ano, o opener significa muitos trechos abertos de muitos rios e isso se transforma em uma verdadeira celebração e cultuação às trutas migratórias que sobem esses cursos d'água para se reproduzirem. Desde a minha última pescaria (que também foi a primeira) dos carinhosamente chamados Steelies, eu já vinha sonhando na próxima oportunidade de encará-los. Da última vez, fiquei com um gostinho amargo por ter perdido um verdadeiro tanque de guerra que saiu em disparada e estourou meu tippet 3x como uma linha de costura. O que não sabia é que esse tipo de coisa é completamente normal quando se trata de Steelhead e, como meu amigo e parceiro Bruno disse uma vez, esse peixe não foi feito para ser dominado, ele não se entregará e pegá-lo será um misto louco de sorte, fazer a coisa certa e a boa vontade do peixe. Falando da pescaria... Nos organizamos para fugir do final de semana propriamente dito pois sabíamos que estaria completamente “Crowd”, combinamos de sair de Montreal na segunda por volta da 01:00h da madrugada e chegamos no rio aproximadamente às 06:00h. A idéia seria pescar segunda o dia todo, dormir por lá, pescar terça até umas 16h e retornar para Montreal. Dessa vez quem entrou nessa empreitada foi eu e o Walter ficando de fora o Bruno porque, pasmem, ele foi para northern BC pescar os VERDADEIROS tanques de prata vindos do pacífico. Vamos ver ser sai relato dele J Tudo correu como programado e no comecinho da manhã já estávamos arrumando o equipamento à beira do rio. Impressionante em como já haviam pescadores, o Bruno já havia comentado que no opener sempre terá gente não importa a hora nem o dia. Tratamos de nos apressar e ir procurar algum run ou poço para dar os primeiros arremessos com tranquilidade e com alguma “privacidade”. Enquanto eu pescava a jusante do Walter logo no segundo run que paramos, subitamente escutei um estrondo de peixe grande pulando e caindo na água, quando olhei pro lado o Walter com o primeiro peixe da pescaria engatado. Não demorou muito para também ser o primeiro perdido. Depois constataríamos que nem se fizer tudo certo e nem se seu equipamento estiver 100%, embarcar um Steelhead é uma questão de destino. Continuamos a pescaria e fomos pescando alguns pontos upstream. A cada galhada, poço ou run a chance de se deparar com um tanque é real e é isso que faz dessa pescaria única e emocionante. Em um bom run o Walter perde simplesmente 3 peixes em menos de 10 minutos, sendo o último um peixe enorme que estava "praticamente" pranchado do meu lado quando resolveu acabar com a possibilidade de termos o primeiro exemplar fotografado. A briga com o animal minutos antes do peixe levar a melhor: Eu também perdi um ou dois peixes nessa altura. Vida que segue e a pescaria continuou... A quantidade de peixes no rio é algo impressionante e é possível ver MUITOS peixes (alguns parados, outros subindo e outros ainda em pleno ato reprodutivo) sem nenhuma dificuldade o que torna a pescaria extremamente voltada ao visual. Uma vez localizados os peixes, tenta-se apresentar as iscas corretas da melhor forma possível. Em uma dessas visualizações, vi na cabeça de um run um torpedo preto parado e, seguindo a lógica, apresentei um glow bug vermelho para ele. Para a minha surpresa um outro Steelhead surgiu do nada e atacou a isca. Lembro-me bem do Bruno falando que muitas vezes apresentamos a isca para um peixe que estamos vendo e do nada um peixe que não estávamos vendo surge e ataca a isca. O peixe saiu MUITOOOO rápido em disparada à jusante do run sem nenhum respeito e é justamente isso que gostamos. Tratava-se de um “Jack” que são os peixes de menor porte, mas mesmo assim já deu para aquecer e animar a pescaria. Primeiro peixe da temporada embarcado. Depois desse peixe perdemos MUITOS outros... Tentarei não focar esse relato nos peixes que perdemos mas fizemos uma estatística no final e percebemos que apenas 25% dos peixes fisgados foram embarcados e fotografados. Esse número é um pouco acima do normal, mas nada mais natural tendo em vista que estamos falando de dois iniciantes J Em um outro run com muitos peixes concentrados, consegui apresentar novamente o glow bug vermelho e engatar mais um valente e resistente Jack que foi pra foto após me levar pra passear por alguns metros rio abaixo. Esses dois primeiros peixes estavam com o prateado bem presente e indicam peixes que recém entraram no sistema dos tributários. Isso quer dizer uma força descomunal e muita resistência já que estão completamente descansados e prontos para uma longa jornada reprodutiva. Pescaria estava demasiadamente divertida mas o Walter começou a desanimar após perder mais de 10 peixes. Continuamos firmes e logo o primeiro tanque veio para o foto. Esse atacou o GB em um poço fundo com uma deriva bem lenta. Quando pegou quase arrancou a vara da minha mão e no primeiro pulo minhas pernas bambearam ao ver o tamanho do animal. Ele desceu o rio em disparada a um run que seria muito vantajoso pra ele, eu não gostei muito dessa história e saí em disparada atrás dele para não perder o contato, depois de muitos pulos, muitas corridas, mãos suando e MUITOS minutos de briga, com a ajuda do Walter e com cuidado, consigo pegar primeiro Steelhead de respeito da nossa pescaria: Pelo “estado“ do peixe percebe-se que ele estava a um bom tempo no sistema e provavelmente já havia se reproduzido, pela violência do ataque e pela força dele, presumi que estava em fase de recuperação para iniciar a descida de volta ao Lake Ontario. Peixes como esse contrariam a lógica de que peixes a muito tempo no rio são fracos e não brigam. Definitivamente esse não foi um caso. Demos uma paradinha para um lanche. O Walter preparou o excelente pão recheado como na pescaria do FALL RUN... Não muito depois disso, me separei do Walter e fui pescar em outro ponto rio abaixo, o Walter ficou no poço que eu estava. Consigo engatar outro excelente peixe que novamente me deixou meio bobo e com as pernas moles, dessa vez embarquei o bicho sem ajuda, levando-o a um baixio de cascalho. A foto saiu no padrão “alone”, mas dá pra ter noção do tamanho tendo em vista que a vara é uma #8 de 9pés. O Walter insistindo ainda no mesmo poço finalmente consegue a foto do seu peixe. Esse também deu trabalho pois também correu rio abaixo, pulando e tentando se enfiar em cada galhada que via. Não muito depois disso encerramos a pescaria pois estávamos simplesmente exaustos e acordados desde 01:00h. Acho que esse peixe do Walter era o que faltava para nos darmos por satisfeitos e encerrar o primeiro dia de pesca com esse cenário com a luz simplesmente perfeita. Fomos para o Hotel fazer check-in e dali seguimos para um bar para nosso merecido chopp. Depois disso tudo, o Walter ainda deu um sprint final para atar alguns glow bugs de reposição. Na terça acordamos por volta das 05:30h para aproveitar ao máximo o dia. Aproximadamente 06 :30h já estávamos vadeando o rio, dessa vez com bem menos pescadores, atrás dos peixes mas também com um dia chuvoso e bem mais frio. Em um dos primeiros runs que paramos pra pescar o Walter visualiza uma boa concentração de peixes e começa a apresentar o glow bug à eles, não demora 5 minutos e um canhão enfia a boca e mostra o porquê devemos respeitá-los. O peixe era simplesmente, incansável e de uma força descomunal. Ele levou o Walter para um passeio de mais de 200m rio abaixo e eu tive a oportunidade de fotografar a briga toda. Dado momento, larguei a câmera e fui ajudá-lo no embarque, mesmo com o peixe com muita força ainda, consegui meter a mão no pedúnculo caudal do tanque e entregá-lo ao meu parceiro. Incrivelmente o primeiro peixe fisgado foi embarcado, isso fez o Walter sentir-se aliviado e tirar a zica do dia seguinte. E mais uma vez a força desse peixe “escuro“ mostrou que não necessariamente são fracos. Depois desse peixe não tivemos um grande período de atividades. Decidimos então voltar ao hotel e fazer o check-out, assim teríamos mais tranquilidade o resto do dia para voltar para Montreal. Retornando ao rio, encontramos um barranco com facilmente 20 peixes concentrados. Decidi que ali valia a pena insistir. Lancei o mortífero glow bug vermelho... Muitas passadas e nada! Troquei para um sucker egg Spawn... Nada! Mais uma cor de glow bug e muitas passadas no ponto... Nada! Resolvi então tentar com uma San Juan Worm e na segunda passada um Steelhead deu uma PANCADA tão violenta que quase não podia acreditar... Ela saiu na minha direção MUITO RÁPIDO Pulando MUITO. Para mim essa briga foi a melhor da pescaria, esse peixe era extremamente forte, rápido, saltador e resistente. Consegui com a ajuda do Walter embarcá-lo e fazer belas fotos... Pelo prateado marcante desse exemplar, percebe-se que é um peixe recém chegado do Lake Ontário, o que explica a briga espetacular que ele me proporcionou. Voltamos a subir o rio e novamente tivemos muitos peixes perdidos... A essa altura a viagem toda já estava ganha, não só pelos peixes mas pela parceira, pelas risadas, pelo clima, pelo rio, pelo chopp, por tudo. Mesmo assim o Walter ainda consegue engatar, dessa vez com uma ninfa, um peixe MUITO forte recém chegado no sistema o que proporcionou uma briga épica. Conseguimos embarcar esse lindo peixe e fizemos essas fotos: Feitas as fotos decidimos finalizar ali nossa pescaria. Voltamos para Montreal com a alma lavada, abrindo a temporada em grande estilo e preparados para as pescarias do verão. E os Steelheads? Encontrarão novamente com nossas iscas no FALL RUN antes do inverno chegar...
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  21. Douradeando no Velho Chico nos dias 5 e 6 passados, fizemos uma ótima pescaria, meu companheiro Alexandro Danzinger (Leco) e eu. Embora tenhamos capturados bons exemplares para o padrão de nossas pescarias, o prejuizo ficou por conta dos streamers detonados principalmente pelos exemplares menores. Na verdade, sempre gosto de sofrer este tipo de prejuizo... O que restou de alguns de meus streamers após dois dias de pescarias... Resta aproveitar e reafiar anzóis Detonem sempre !
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  22. Ratos fotografados em seu ambiente natural cerrado! Minhas tentativas de copiá-los!
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  23. HUAHUAHUAHAUA Índice de Crueldade - de zero a 50 pontos (pela nova fórmula de Mimimizizky) Colocar um cupim no anzol para pescar lambaris: 0 pontos, pois o cupim é bicho danoso (acho que deveria valer até bônus) Abrir um sarnambi vivo, na areia e colocar no anzol: 5 pontos (afinal é um bivalve, uma forma primitiva de vida, não sente pn) Colocar penca de mariscos para pescar piraúnas: 5 pontos Colocar uma minhoca (a mais clássica das iscas, presente em qualquer historinha infantil): 10 pontos Colocar um tatuí para os pampos ou um caranguejo para o sarnambiguara: 25 pontos (afinal, o bicho foge de você e depois fica mexendo as perninhas) Colocar um camarão vivo pelo rabo: 30 pontos Colocar um camarão vivo pela cabeça: 40 pontos Colocar uma sardinha ou uma tuvira: 50 pontos Colocar iscas mortas (qualquer uma acima, desde que não tenha sido você que as matou, ou seja, quando você somente foi o de-mandante): zero ponto! Pescar com iscas vivas = pescador cruel Pescar com iscas mortas = pescador tranquilo com a consciência Pescar com artificiais = pescador humanista Pescar com mosca e sem farpa = humanista nível Ghandi
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  24. Bom sábado turma! Checada rápida no "secret". Douradinhos ativos! Ainda não estou pescando 200 dias por ano ?, mas quando vou não tem erro! ?????? DOURADO É "NO ESTILO" (Lê)
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  25. O filho termina o 2º grau e não tem vontade alguma de fazer uma faculdade. O pai, meio mão de ferro, dá um apertão: - Ahh... Não quer estudar? Vadio dentro de casa eu não mantenho, então vai trabalhar... O velho, que tem muitos amigos, fala com um deles que fala com outro, até que ele consegue uma audiência com um político que foi seu colega de muito tempo atrás: - Rodriguez, meu velho amigo! Lembra-se do meu filho? Pois é, terminou o 2º grau e anda meio à toa, não quer estudar. Será que não consegue nada pra meu rapaz não ficar em casa igual a um vagabundo? Depois de três dias Rodriguez liga: - Zé... Tenho algumas opções de trabalho para o seu filho: I) Assessor na Comissão de Saúde do Congresso - salário R$: 18.700,00 - para começar; ou II) Secretário de um Deputado - salário R$: 10.800,00 Tá louco! O guri recém terminou o colégio, não vai querer estudar nunca mais, consegue algo mais baixo? - Zé, não sei se ele vai aceitar, mas tem um de Assessor da Câmara que é só R$: 7.500,00... - Não, não... Ainda é muito alto. Aí ele não vai querer mais estudar... - Rodriguez, por favor, alguma coisa entre mil a três mil.... No máximo! - Isso é impossível Zé. - Mas, por quê? - Porque com esse salário aí, eu só tenho vaga para PROFESSOR, MÉDICO, ENFERMEIRO, NUTRICIONISTA, BIÓLOGO, ANALISTA DE TI, ASSISTENTE SOCIAL, DENTISTA, POLICIAL ou FISIOTERAPEUTA e aí precisa de CURSO SUPERIOR, MESTRADO, DOUTORADO... Aí fica muito difícil, tem que estudar para passar no concurso...
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  26. Começar um relato é sempre difícil. Ainda mais um sexto relato que seja seja interessante e se diferencie dos cinco anteriores... Esta foi minha sexta ida à Patagônia. Como todas, tem os seus altos e os seus baixos. Falamos apenas dos altos pois aqui se adapta também o mote petroleiro "o que acontece na sonda, fica na sonda". Não vou falar de barrigadas e tombos à beira do rio... A tempos decidi que na pesca de truta à pluma usaria, majoritariamente, moscas atadas em CDC (cul de canard ou, erroneamente mas excelente piada, penas do cu de pato(a)). Portanto está justificado o título deste tópico. Sexta-feira, 04-03-2016.Pescaria toda no Quillén. Saimos eu, Beto e Jost que pede para ficar em um trecho mais abaixo. Eu e o Beto subimos um pouco mais e depois de uma curva fechada à direita, estacionamos o carro debaixo de umas árvores que não eram sauces. Entro no rio e meço a temperatura da água em 17oC. Dia ensolarado sem nuvens e sem vento. Uso minha vara de bamboo feita pelo Beto equipada com carretilha Leland e linha TT 5# lider 9 ft, 5X atado por mim. O dia começa muito bem. No remanso à frente dessa grande pedra que se vê abaixo com uma spider ou flimph ou somente mosca em CDC vermelho como a da foto peguei de cara uma bela arco-íris. O ângulo da luz do Sol ajudou e vi o faiscar da truta atrás da mosca antes de sentir a fisgada. E a voracidade com que ela atacou a mosca colorada sugere uma truta com inclinações coxísticas ou gremistas... Uma descoberta: é uma merda tentar obter uma boa foto do peixe sozinho e observando as "regras de engajamento" para respeitar o peixe e tentar obter uma foto que mostre o peixe e o bamboo e a carretilha e o fundo do rio limpo e sem sedimento em suspensão... Isso se repete todos dias da pescaria. Na tentativa de se obter uma boa foto terminamos por obter algumas atrocidades da qual eu peço desculpas. Dias depois, delicadamente e com infinito cuidado, o Jost me falou da angústia que o acometeu ao ficar me observando fotografar uma truta... Realmente ele está coberto de razão... Alguma vezes fiquei uns bons 10 min com a truta enganchada mas sempre na água buscando obter uma foto. Por outro lado, foi uma bosta... Passei a fotografar mais rápido e as fotos ficaram uma bosta tb... Pego outras trutinhas menores que não fotografo. O tempo esquenta, as ações das trutas despencam e dai passamos a fotografar a paisagem sempre magnifíca. De tarde, entendemos porque as ações despencaram... A temperatura da água estava entre 21-22oC! Descemos para pescar o Quillén no trecho perto da Estancia. Vou procurando um poção (o "meu lugar de secas") com pedras na outra margem e quando me dou conta já estou na foz com o Aluminé. Volto. subo o rio e encontro o "meu lugar de secas". Tenho boas ações com minhas secas em CDC como essa mayfly (receita Marc PetiJean) e também com uma Caddis CDC que vai aparecer mais adiante. As moscas secas em CDC funcionam muito bem. No entanto, elas logo começam a perder flutuabilidade. As penas molhadas não retornam à condição inicial mesmo depois de secas. Na pousada o Jamanta me empresta, ou melhor doa uma pequena quantidade de agente flotante próprio para CDC. Isso revive as moscas. Uma arco-íris se rende a mayfly e consigo fotografa-la. A noite, o pai da Julia e do Federico nos traz a noticia que dominou o dia no Brasil: "Lula ha sido detenido en Brazil"... Antes, ou durante o ainda depois dessa informação e enquanto tomava o meu chimarrão, o Federico nos fala do Ruca Choroi e do Arroyo Calfiquitra que tinha Fontinallis. Isso decidiu nosso destino para o dia seguinte. Sábado, 05-03-2016 - Arroyo Calfiquitra. Dia de muita poeira na estrada até o Calfiquitra passando pelo Ruca Choroi (rio e lago) mas também dia de fontinalis, trutcha de arroyo, brook trout ou Salvelinus fontinalis. Que bicho lindo. Quem foi? A cabana A sem o chefe, isto é, Neumann, Beto Saldanha e Jost. Chegamos mais perdidos que cachorro caído de mudança. Onde pescar? A pergunta é pertinente e põe a prova nossa leitura de rios. E agora, tchê? Tchê, e agora? Não tem guia para levar direto a um local promissor. Nós somos nosso próprio guia. Nos separamos. O local tem toda cara de local truteiro... E o dia outra vez ensolarado e sem nuvens e sem vento. Quando chegamos, em torno de 10h30, água a 15oC. O Calfiquitra não nasce de um lago. É formado por nascentes e, ao que entendemos, não baixa tanto no verão e a água é mais fria. O Jost volta logo e diz que viu um rise em ação. Vamos para lá e de fato, uma festa de fontinalezinhas está em andamento (ver o tópico do Jost)... O Beto logo captura uma fontinalis e isso gera uma sequencia de fotos impressionistas e expressionistas... Nos separamos, cada um descendo o rio no seu passo. Eu só pego as desgracentas das arco-íris em secas (adams) atadas por mim... caramba. Hoje, que se fodam as arco-íris. Eu quero um brook trout! Mas a fontinalis é elusiva... Pego uma terceira e uma quarta arco-íris, todas na seca, todas na deriva, todas motivo de orgulho mas que se flórida! Eu quero a fontinalis! Almoçamos no trecho do Calfiquitra jã perto do lago onde as margens são abertas, sem bosque, só grama e o Calfiquitra, sentindo que seu fim está próximo, busca retardar isso.. Corre mais devagar que um adagio. Lento. Largo. E ainda assim, belo. Molto belo! E pescamos no visual. Grandes arco-íris patrulham os trechos finais do Calfiquitra. Pescamos é algo incorreto. O Beto pesca. O Jost pesca. O Neumann não pesca mas ficou pescado com as imagens... E voltamos ao local da primeira fontinalis, agora belamente emoldurado pela luz do fim de tarde. Ali, Neumann consegue fisgar varias fontinalis, usando uma pequena caddis CDC, variante da mostrada na foto. PS: no texto que escrevi, as expressões "caramba" e "flórida" eram bem mais fortes, incisivas e descritivas. Algo como "caraio" com "lh" e "fogda" sem o "g"...
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  27. Eu não tenho todas as fotos, que poderão ser complementadas pelos colegas depois, mas hoje teve um bando de mosqueiros se divertindo na frente da Escola Naval, ali do lado do SDU. Encontro bacana! Eu e o Fausto chegamos bem cedo, com tudo deserto e o dia nascendo. O sujeito logo engata um badejinho numa Gummy Minow. Diz ele que era pequeno... eu nem vi... digo, tentei ver o peixe mas não consegui! Ainda estava escuro e o bicho era menor que a gummy! Só vi o caboclo levantar o braço e depois começar a rir Nascer do sol bonito, temperatura amena, maré enchente, sem vento. Eu fiquei testando minhas iscas todas arremessando feito um doido a manhã toda e consegui pegar um Xaréu-Olhudo, uma Cocoroca e um Badejo Mira. O Xaréu só quem tem foto é o Fausto... os outros dois bichos estão aqui: A cocoroca e o olhudinho avançaram em uma isca híbrida que fiz e a partir da qual vou começar meus experimentos. O badejo charutou um Clouser Minow de 3cm Estou começando a suspeitar que os cariocas estão treinando os peixes a pegarem nas minhas iscas para deixar o estrangeiro feliz. Não vi nativos pegando peixe no fly... Foi uma manhã beem gostosa. Pretendo voltar lá.
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  28. Foi uma manhã bem legal! Esse foi o primeiro peixe do dia. Guloso que só ele. A isca "assassina". Esse é o xareuzinho que o Jost se refere Essa é a isca "assassina". O muro da Escola Naval é o dedo duro do local. A turma reunida. Alison (novato) - @Samuel Antero - @Rafael Dummar - @Jost - @Fausto - @Beto Saldanha - @Fernando Marra - @Hajime Sugimoto - @HDayan Aviões decolando e pousando o tempo inteiro. O local merece mais investidas, pois afinal das contas,é perto demais e seguro. Fica aqui uma dica, tenham cuidado e atenção, alguns carros estacionados antes da cancela da cabeceira da poista do aeroporto Santos Dumont estavam sendo rebocados.
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  29. Esse findes que passou fui para Búzios com minha loira para comemorar o aniversário dela. Ela escolheu passar alguns dias na pousada Chez Pitú, na praia de Geribá. A pousada eu des-recomendo fortemente: muito cara para aquilo que oferece em troca... mas isso não vem ao caso do presente relato. A pousada fica na chamada "Ponta Esquerda de Geribá", conforme pode ser visto no GM abaixo: A coordenada geográfica indicada ali é do exato local em que pesquei: junto às pedras ali onde está o cursor de localização cinza. Da pousada eu podia ficar namorando o local de pesca: Sabendo que iria enfrentar minha primeira pescaria marítima de fly, resolvi preparar alguns Crazy Charlies miúdos, com materiais alternativos que tinha em casa. O resultado foi o seguinte: Atei em cores variadas: branco, rosado, creme, azulado, com e sem pernas de borracha, a cor da linha de atado combinando ou não com a cor da fibra. Na foto abaixo alguns já estão detonados, mas da para ter uma ideia das iscas. Anzol Marine Sports Chinu, bem vagabundo, para se perdesse as iscas todas, não ter peso na consciência: Ficaram bacanas, mesmo com o uso de materiais alternativos Chegamos quinta de noite e só me restou sentir o cheiro de maresia e olhar as ondas iluminadas pelos postes da praia. Na sexta de manhã eu já comecei a ficar nervoso, sem saber onde pescar pois, ao contrário dos rios e lagos, nunca tinha lançado uma linha de fly mar-a-dentro. Sabia que a maré alta chegaria 14:30hs nesse dia e que, em tese, haveria melhores chances de peixe por essa hora. Almoçamos ali por perto e 14hs comecei a me preparar. Montei o equipo todo (vara #9 com linha WF9F; um pedaço de linha teeny para fazer afundar o líder e depois um líder de 10 pés terminando com um tippet 1X FC) e me encapotei até a alma com FPS 50. 14:30hs botei o pé no mar na frente da pousada. Sem saber onde ir, tive um pensamento bem rasteiro: nas pedras deve haver mais comida que na areia, já que tem algas, cracas e outras coisas. Com esse pensamento, tomei rumo do morro com as pedras submersas pela maré. 14:40hs eu cheguei no ponto de pesca indicado no mapa lá em cima. Estava uma tarde ensolarada e quase sem vento, especialmente ali atrás daquele morro, visto o vento vir de leste e a praia mirar quase que diretamente para sul. Olhei para os dois lados, vi que ninguém estava por perto para me ver passar vergonha e lentamente fui me aproximando das pedras que estavam submersas. De Crazy Charlie em punho fiz o primeiro cast, com cerca de 15m, entre a parede do morro e as pedras submersas. Um strip longo, dois strips longos e BANG! Entra o primeiro xereletezinho, bravo igual siri na lata: Sorrindo abertamente, meio surpreso com a velocidade do primeiro ataque, tirei o anzol da boca do peixe que roncava na minha mão. Soltei o bicho, estiquei a linha e novo cast de 15m no mesmo lugar. Dois strips depois BANG! entra o segundo xerelete roncador! Feliz da vida, segui desse modo por quase duas horas. Uma hora aqui, outra hora ali, os arremessos sempre circundando as pedras. Demorei um pouco para entender quando o cardume vinha mais para perto da praia em função da onda e do repuxo, mas depois de um tempo a coisa azeitou. No total foram cerca de 40 xereletes enquanto a maré ficou na alta. No meio desses, um par de "sargentos" desavisados e surpreendidos pelos Crazy Charlies: Quando a maré começou a baixar o cardume se foi, de uma hora para a outra. Puft! Sumiram. Fiquei decididamente feliz com o resultado. Foi uma pescaria de "vadeio", com o pé na areia, ondas fracas, temperatura amena, água quente e muita ação. Não dá pra pedir mais que isso. Voltei feliz para a pousada, já pensando na tarde do outro dia. Mas a tarde do outro dia foi igual a qualquer pescaria: tempo mudou (choveu de noite por lá), vento mudou, temperatura da água mudou. Em 2h30' de pesca eu peguei apenas 16 xereletes, mesmo sendo na maré alta como no dia anterior. De toda sorte, foi um debut fantástico em pescaria marítima! Talvez eu devesse ter levado uma vara de numeração menor, mas não sei direito se conseguiria arremessar tão bem quanto com essa de numeração maior. Ademais, não sei direito qual a reação das minhas Abel Click com a água do mar... talvez seja o caso de investir em alguma coisa na numeração #7 com carretéis extras para linha WF e Sinking... enfim, muita coisa para pensar depois dessa aventura. Agradeço a todos os colegas que deram sugestões importantes para que essa aventura fosse um sucesso tão grande! Especialmente na escolha da isca e das cores para atá-las, Valeu mesmo, moçada do saltwater! É isso... pescaria singela, para os parâmetros dos pescadores de água salgada, mas que foi muito bacana para mim
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  30. Ola Pessoal, As observações a seguir foram extraídas de matéria escrita por John Juracek em link mostrado pela revista Hatch Magazine, com as quais obviamente concordo. Sem pretensão de ser original, em muitas passagens uso a mesma sequência e as mesmas colocações do autor tal qual escritas. Falar em castear apenas 6 metros pode parecer brincadeira, mas não é. Estamos tratando de lançar uma mosca com precisão em direção a um alvo distante 6 metros do mosqueiro, através de um loop fechado de uma linha de mosca incluindo o líder. Tente você mesmo. Segundo o autor, se você for capaz de faze-lo de maneira precisa, com loops repetidamente fechados, em presença de vento, parabéns ! Você certamente casteia melhor que 98% dos demais mosqueiros. O que torna estes lançamentos curtos tão difíceis ? Existem muitas razões mas a principal está em usar um trajeto angular de casteio muito amplo para o comprimento de linha que está sendo lançado. Para máxima eficiência e efetividade, cada comprimento de linha ou distância de casteio exige um ângulo ou extensão de trajeto de casteio. Em outras palavras e de maneira simples, linha curta ângulo pequeno, linha longa ângulo mais amplo. Aqui está a maneira como funciona : Se você verificar que tua linha e líder estiverem virando em um loop aberto empilhando-se ao cair (quando isto não for intencional), teu trajeto de casteio é muito longo. Encurte-o não levando a vara muito para trás no back cast. Vá diminuindo o ângulo até verificar a si mesmo formando loops fechados que direcionem tua mosca até o alvo e distância pretendida. De outra forma, se você perceber sua linha e líder chocando-se e batendo na água antes que estejam completamente distendidos, aumente o curso ou trajeto do casteio. O objetivo aqui é encontrar o ângulo correto de casteio para uma dada distância, o qual pode ser ligeiramente diferente para cada um de nós, dadas nossas diferenças físicas. Isto deve ser alcançado direcionando a mosca até o alvo carregada por um loop fechado, que se desdobra a cerca de um pé aproximadamente sobre a superfície da água. Com esta técnica poderemos alcançar grande precisão e tornar irrelevante o efeito do vento. Em condições de vento forte você precisará também acelerar teu cast para desdobrar teu líder e mosca. Mas , aumentar a velocidade de casteio deve ser feita em conjunção com a amplitude ou ângulo de casteio. Somente esforço não irá distender teu líder e mosca. Primeiramente, teu cast deverá ter o trajeto ou ângulo correto. De maneira geral e para a maioria de nós, isto significa encurtar o trajeto diminuindo o ângulo. Pratiquem ótimos casts ! Grande abraço Odimir
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  31. Estou às margens do Danúbio, onde pretendo morar. Há longas e maravilhosas ciclovias acompanhando o rio por dezenas de quilômetros e por todos os lugares que passei vi grandes e gordas trutas. Ok, há o curso de pesca, a prova da licença e depois todo salamaleque de conseguir pescar, mas certamente me vejo pedalando pra pescar
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  32. Um sábado bem legal onde eu, @Claudio Brandileonee @HDayan passamos a tarde atando, e um pouco da companhia de nosso amigo @Beto Saldanha. Não houve em momento algum intenção de produção, mas sim de compartilhar o conhecimento e experiências. Vamos para a Patagônia ano que vem e assim desde já estamos preparando nossas caixas de moscas. Copper Johns e suas variações na combinação de material. Essa foi a primeira experiência, na qual me equivoquei com o material selecionado, em atar a mosca da capa do livo Tying Nymphs do Charlie Craven. Vou prestar mais atenção e melhorar nesse atado, se bem que gostei bastante do meu "erro".
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  33. Opa meus Amigos do Brasil tudo bem? Da licença pra eu apresentar os verdadeiros actores desse relatinho? Os “BIGS PIKES” da Irlanda. E agora... as verdadeiras estrelas. A mosca. ...atada pelo mesmo Ze. Atte agora ela tem o record do BIG PIKE do lago Derc. Um verdadeiro jacarè da Europa. Peleando com o BIG PIKE Riccardo, nosso guia, fica bem tranquilo e manobra o barco com maestria. O Pike é grande!!! Pra ele também è um feito de professionalidade, orgulho e também a posibilidade de sair no Guinnes das capturas. Tudo tem que ser perfeito. Não da pra errar nada. Falta pouco!!! Porém ainda o pike luta. Agora sim!!! O grande “bicho” satisfatoriamente fica na rede. Ze fica bem “feliz e contento”. Porem tudo tem que ser feito segun as normas oficiais, pra que o record seja reconhecido. O peixe tem que ser medido com o metro oficial e somente os guias podem fazer. È o record !!! O record do lago Derc pego com mosca. O guia mesmo não acredita. Mide 117 cm. O record do lago até agora mide 123 cm porém pego com isca viva. Aquí estão os dois actores principais. PARABENS !!! Meu gran amigo. So isso valeu a viagem até Irlanda. A estrela... Tudo é alegria e felicidade... ...mais uma vez parabens Ze !!! Nao posso me esquecer da Tãnia, que com a sua gigantesca simpatia, nos acompanhó durante algumas pescaria e nos aguentó muito. Além disso foi fotógrafa oficial. E agora o cenário geral do lago Derc. As beiras bem arrumadas... ... os cores, o vento, as olas, o clima que muda repentinamente.... ...a chuva que chega impetuosa também com sol. Pra mim, que tive a sorte de morar alguns anos no Chile.... é o Chile mesmo. Tudo isso faz me lembrar dos maravilhosos lagos da IX region da Auracania; lago Villarica, Colico, Caburgua... E também da X region dos lagos Calafquen, Panguipulli, Riñihue, Ranco, Rupanco até o lago Llanquihue. Inacreditavel !!! Europa do norte igualzinha a America do sul. Inacreditavel!!! Porém o lago Derc tem algumas grandes diferenças. Isso vou lhe contar na secunda parte do relato. No entanto gosto de apresentar a estrela do rio Shannon. Até a segunda parte. Abraço amigos mosqueiros! Walter Maris
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  34. Muitas vezes esquecemos que também somos simples turistas e registrar nossa viagem com imagens é uma grande satisfação. Esse ano tive oportunidade de fazer esses registros e assim mostrar aos amigos. Nesse trecho do Calfiquitra as trutas estavam assanhadas. Aqui os cavalos atravessam o Calfiquitra e as Fontinalis também são encontradas. Rio acima é pescar no estilo. Vegetação aquática em todas as partes. Enquanto os amigos estavam em busca das Fontinalis resolvi pescar rio abaixo, digamos que fui na "maldade", pois já sabia do trecho "Trout Bum" onde as trutas se apresentam comendo em diversos momentos. Esse trecho, como em muitos é claro, o pescador deve estar só e assim ter a oportunidade de ser pela segunda vez presenteado pelo Calfiquitra no mesmo dia. Certo de não ser a maior truta capturada, essa media apenas 45 cm, mas fiz o dever de casa como todo pescador deve fazer. Não foi na mosca seca, pois as trutas estavam devorando mayflies emergentes. Frio na barriga qualquer pescador fica ao ver constantemente trutas subindo para comer. Dia inesquecível e esse conjunto tem história, agora uma história que continuará ano após ano. Obrigado Beto Saldanha e PC por ter a oportunidade de ter essas duas joias em minhas pescarias. T+
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  35. Esse será um relato um pouco diferente da pescaria com o Jost na Patagônia entre 2 e 18 de março. Em vez de detalhar o dia a dia, farei diferente. Vou apresentar os melhores momentos, algo como os “top five” sem que a ordem implique que o primeiro foi o melhor. Todos foram bons, muito bons… E são seis... 1) O parceiro Jost – é sempre muito gratificante pescar com aquele Alemón mesmo com algumas rabujices… O cara pesca muito mesmo que quase só com ninfas e emergentes. Aliás, ele desenvolveu uma mortal, ainda sem nome, tão ou mais eficiente que a Timberline, mais fácil de atar e muiti mais durável. Eu um dos dias pegamos 73 (eu 30 e Jost 43) trutas usando só essa mosca inominada… Mais tarde, ele posta foto dela… O Jost pegou a “Estranha” (é arco-íris ou marrom?) com outra fantástica mosca desenvolvida por ele, um gafanhoto que o Jamanta chamou de “Gafanhoto do Tio Jost” o qual se pesca com o mesmo boiando e derivando sem dragar mas não é mosca seca. Um deles pode ser visto na frente da Estranha... Aqui o Alemón pesca em um poço no final do Melequina E aqui no início do dia, em meio às brumas do Malleo 2) O Melequina - em termos de rio, o Melequina foi a mais grata surpresa da viagem. Que belo rio. Um rio técnico e que reserva boas trutas longe do comum “não vai lá, só tem trutinha”. O Melequina apresenta a paisagem tradicional de rio truteiro... Que muda para rio cor de esmeralda Seguida por uma bela corredeira onde faço uso pela primeira vez do meu sabre de luz (ou wader staff). A corredeira é o reino de uma timberline com cauda e corpo em CDC. Várias ações, várias trutas capturadas e uma fotografada. E, no final, em meio a belos poços, o Melequina começa o fim da sua jornada… Logo depois, 20 m abaixo, o Melequina se despede de si mesmo, deixa de ser Melequina, encontra o Filo Hua Hum e ambos criam o Caleufu. Na foto abaixo, Caleufu a frente, Filo Hua Hum à esquerda e Melequina à direita. 3) A grande marron do Melequina - Já disse que o Melequina é um grande rio e que entrega grandes peixes, diferente do sendo comum – “rio de trutinhas”, “só tem trutinha”. O segundo dia de nossa pescaria, 04/03/2017, foi todo no Melequina. Começou com muita ação nas secas (parachute 18 com poste cor de rosa – a “gauchita”) pela manhã, seguido por queda nas ações depois do meio dia. Lá pelas 16h deixamos o discurso de lado e fazemos o que era apenas conversado. Chutar pedras. Coletar e analisar os bichos comida das trutas. Pouco antes, eu havia virado pedras. Vi ninfas mayfly 18 a 16. Escuras. Ato uma pheasant tail e pego 3 trutas na seguidilha... Ai, chutei as pedras e o Jost coletou o que meus chutes arrancavam do fundo do rio com uma redinha de aquário. Vimos larva de caddis minúsculas, as mayflies 18-16 e, curioso, uns vermes grandes, gordos, bege claro, tamanho 14-12 ou até 10! Lembram larva de caddis mas são larvas de mutucas (ou tábanos – gracias André). Algo parecido com o bicho ali embaixo (Aquatic Horse Fly Larva - B. Newton, 2005). Achei na minha caixa uma larva de caddis atada com duas penas de CDC enroladas – “El Gordito” com cor, forma e tamanho parecidos. “Match the hatch”. Bah, foi tiro dado, bugio deitado! Primeiro uma miúda – do tamanho dos alevinos do Fausto - e que mostra o “El Gordito”. Segundo, uma grande marron, grande não só para o Melequina, grande para qualquer rio da Patagônia. Ela estava em frente a uma grande pedra, que assomava à superfície e desviava o rio. Lugar dominante para peixe dominante. Quando aquele verme gordo e suculento passou perto, ela “não resistiu e disparou a mais de 100” (da velha música gauchesca Te arremanga e vem)! Fiquei de dono do rio! 4) Duas arco-íris no Calfiquitra – o dia 08 de março foi o dia mais estranho que já vimos na Patagônia… Nublado e chuvoso o dia inteiro. O Jost me chama e diz que tem duas grandes trutas comendo na superfície em um poço rio abaixo… Fomos até lá. O poço começa estreito, 3-4 m e alarga bem. A corredeira segue pela margem direita (ou esquerda na foto) e aos poucos pede força. A maior parte do poço é calma (flat) e todo salpicado de espuma. No mei do espumaredo, as trutas comiam na superfície. Calmas, Tranquilas. Sem alarde. Trutas grandes que já fizeram isso incontáveis vezes. O tempo nublado é meu aliado. A luz difusa faz com que a linha de fly não faça sombra e assim, as trutas não se abalam com os arremessos. Jost viu, mostrou as trutas e deixou o poço para mim já que ele não pesca com “esses troços que boiam e que precisa passar flotante melequento”… Evidentemente, ele havia tentado pescar os bichos passando uma ninfa, um emergente, um emergente que flutuou (não é mosca seca…) sem sucesso. Eu estava com lider cônico 5X e parachute 18 (a gauchita…). Eu já havia trocado de mosca por três vezes e achei que o tippet 5x ficava para fora da água, meio torcido o que arruinava a apresentação. Alonguei o líder com uns 70 cm de 6X e estiquei bem. Faço um arremesso para o outro lado e vejo que o tippet fica bem esticado. Beleza. Vamos às trutas. Não se via claramente o que elas estavam comendo – eu não vi. Jost diz que eram pequenas mayflies bem clarinhas – a parachute tem corpo cinza claro… Faço uns 3 ou 4 arremessos sem ataques. A(s) truta(s) não se assusta(m). Aos poucos corrijo a direção, calibro o braço. No 4º ou 5º arremesso, a parachute cai cerca de um metro à frente da truta mais à esquerda na sua linha de alimentação ou na sua linha de visão. A mosca deriva. Eu a acompanho e vejo quando a truta toma a mosca, sem atacar, com calma. Eu também ferro com calma e a calmaria termina aqui. Trutcha! 5-10 min de corre-corre até que o Jost ensaque a danada. Fotos. Alegria. Alegria! Logo depois, vejo outra truta se alimentando, alheia ou imperturbável aos acontecimentos recentes. Ela estava no meio do poço, mais à esquerda em relação à primeira truta, mais perto do início do poço mas ainda no meio da espuma. Arremessos mais longos. Vou arremessando uma 5-6 vezes, calibrando o braço, apurando o olhar para distinguir o topete ou o poste da parachute das manchas de espuma. Então acontece. Não sei explicar apenas sinto que o arremesso foi perfeito. Líder esticado levemente à esquerda e 80-100 cm à frente da última subida (rise) da truta. Novamente vejo quando a truta toma a mosca e não me afobo ferrando com uma calma subida da vara. E, outra vez, acaba a calmaria. A arco-íris desembesta para o raso, parecia procurar pauleira. Maior que a primeira, briga menos. Já estou sózinho e eu mesmo ensaco a danada! Trutcha. Tenho direito a um urro bárbaro! Fotos, alegria, alegria. E um gole de canha (brandy espanhol) para comemorar! 5) Arco-íris no Quillén – a tarde do dia 10 de março é para não esquecer. Pesco em um dos meus pontos favoritos do Quillén, o poção com um paredão de pedras na outra margem e onde sempre tem grandes trutas comendo na superfície. Naquela tarde, as rajadas de vento complicavam a visualização. Há ou não há trutas comendo? A resposta, traz cuidadosa observação, não tarda. Há trutas. Boas trutas. Andorinhas mergulham atrás das mayflies que eclodem. Começo com uma mayflie CDC 14 com corpo marrom que havia usado pela manhã. Após alguns arremessos, uma truta, grande ataca a mosca. Vejo seu corpo “relampiar” mas ela, vesga, erra a mosca. Após mais arremessos sem sucesso, começo a diminuir o tamanho das moscas. Caddis CDC 16, ataques mas seguindo o padrão de mosca no zigue e truta no zaque… Reduzo ainda mais o tamanho da mosca, o coringa parachute 18. Um dos arremessos coloca a mosca na linha de alimentação de uma truta. Aqui a linha de alimentação é bem definida. A mosca deriva sem dragar. O ataque é sutil. Cravo. A linha tensa. A corrida. A truta vai para o fundo. Toma linha. A carretilha canta. Recolho linha. A truta toma de volta. Cabeceia e cabeceia no fundo. Dá mais cabeçadas e… se solta! Solto um carajo bárbaro de desapon tamento. Confiro o lider, talvez tenha se partido. A mosca esta lá. Sento. Um trago de canha enquanto o poço se aquieta e se acalma. Reduzo ainda mais a mosca, não em anzol que continua 18 mas em presença da mosca, sai a parachute e entra um grifith gnat. Volto a arremessar de posição diferente, 10 m abaixo buscando trutas no final do poço. Percebo ataques ao recolher a mosca. Isso sempre ocorre nesse poço. Arremesso, arremesso e arremesso. Um ou outro ataque. Decido ir ainda mais fino. Sai lide 9 ft e entra 12 ft, 6X e agora reduzo a mosca também em anzol, grifith gnat 20! É o menor troço que tenho na caixa e que eu atei… Então vejo “A Truta”. Ela sobe e come de maneira clássica, arqueando o corpo e mostrando a nadadeira dorsal (head-to-tail rise) e que conforme Ed Engle pode indicar que a truta está bem seletiva e comendo coisa bem miúda. Chega o Alemón. Mostro a truta comendo e ele resolve atravessar o Quillén e subir nas pedras e de lá orientar meus arremessos. Enquanto o Jost se dirige ao seu observatório, a truta sobe novamente em “head-to-tail”. Lá de cima ele me sinaliza. Viu a truta. Grande. Faz sinal com os dedos, 3 a 4 m da margem. Faço um arremesso. Dois. Macaco… Respiro fundo e recupero a mosca depois de pular, quebrar galhos e quase subir na árvore seca onde o maldito macaco habita… Dá-me a mosca de volta! Retomo os arremessos e no terceiro ou quarto, a mosca – que mal e mal enxergo – cai no meio da espuma, quase 1 m á frente da truta e na sua linha de alimentação. Novamente, sou assaltado pela sensação de que havia sido um excelente arremesso. O Jost também. Ele viu a mosca pousar na água. A truta talvez não. O Jost vê a reação da truta. Ele diz que a quando a mosca passa por cima da truta, ela vai atrás, subindo e torcendo para alcançar e atacar a mosca. Eu só vejo a mosca ser atacada. Cravo. Ferro. A batalha começa. A carretilha ainda não canta. Há muita linha solta que tenho de ceder aos poucos sem perder a tensão. A truta corre poço abaixo e subitamente gira 180 graus e vem na minha direção. Eu luto para manter a linha esticada. Ergo a vara o mais que posso. A truta muda de direção outra vez. Esquerda. Mais para a esquerda. Dou linha e finalmente a carretilha canta. Grita! Um dó de peito! Que som admirável! A truta afunda, não, outra vez não! Ela cabeceia. Dançamos nosso pax-de-deux de dar e recolher linha. Aos poucos mais recolho do que cedo linha. O Jost chega para ensacar a truta. O lider 12 ft chega na vara de 9 ft. O troço se complica. A truta dá um drible no Alemón e passa no meio das pernas dele. Ou, dito de outra forma, o Jost toma uma janelinha da truta… Ele ergue uma perna. Pouco. O lider continua no meio das “gambia” dele. Ergue a perna esquerda e truta e líder livres. Trago a truta mais para perto e depois dos últimos dribles ela é ensacada. Ela não cabe no net e parte da cauda fica para fora. Fotos. Alegria. Agora emito um urro bárbaro de puro contentamento. Outras trutas sobem e comem no poção mas estou pescado e enfeitiçado pelo Quillén… A tarde se encerra em pura glória no Quillén E eu tento desenhar a truta torcendo e subindo… 6) A elusiva grande marrom no Malleo – no dia 14 de março começamos a pescar bem cedo no Malleo – ver a foto mais acima e pesquei 33 trutas, sendo que 30 com o emerger desenvolvido pelo Jost… Mas o que me marcou o dia, foi que o Malleo se compadeceu de mim e me permitiu, finalmente, capturar uma grande truta marrom. Eu comecei a pescar com o emerger sem nome e decido que após capturar 10 trutas, eu começaria a pescar com seca. Dito e feito. Coloco uma caddis CDC 18, marrom acinzentado ou cinza amarronzado… Arremesso em direção à margem mais ou menos na direção da moita pequena do sauce a direita. Vejo a caddis desaparecer atérás do que parece ser uma marola na água. É ondulação mas não de marola. É ondulação de uma truta marrom que tomou a mosca muito suavemente, tão sutimente que nem percebi… Quando a linha tensiona e bem, percebi que era peixe. E dos bons. Primeiro, a truta corre para o meio do rio masa muda de ideia e pensa como um tucunaré. Vai para a pauleira na margem e, aparentemente, se enrosca por lá. Lascou, penso eu. Não consigo chegar até lá pois a profundidade aumenta, as pedras são grandes e irregulares e já cai demasiadas vezes no Malleo em temporadas passadas… Forço a linha no que me permito pois o líder é 6. Funciona. A truta sai da pauleira. Ela briga diferente. Marrom? Sim! Uma grande e gorda truta marrom… 10h25min. Fotos, muitas fotos.
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  36. Mesmo com condições muito difíceis - que em certos dias não nos permitam pescar, pois o vento soprava a mais de 100 km por hora - valeu muito cada hora que pudemos desfrutar pescando em ambiente tão agressivo, com águas azul turquesa e trutas que fazem uma vara #8 parecer um conjunto #2
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  37. Está aí o passo a passo que prometi em um tópico sobre o vídeo do Davie McPhail. Não tenho todo o material que o Davie usou, daí então substituí o que podia para assim testar nas minhas próximas pescarias. Material: Anzol: Tiemco TMC 3761 #14 Linha: UNI-Thread 8/0 na cor vermelho Cauda: Fibras da pena de galo na cor Light Ginger Dun Abdômen: Linha de atado UNI-Thread 8/0 na cor vermelho Segmentação: Fibra da pena de pavão sem as cerdas Tórax: Três fibras de pavão Peacock Herl trançadas com a linha de atado Brilho: Tinsel holográfico na cor vermelho Hackle: Uma pena Soft Hackle Hen Saddle na cor Speckled Brown Ainda não tenho recursos para montar um pequeno estúdio fotográfico, mas o que importa é a intenção de fazer o passo a passo como o que tenho. Coloque a linha de atado até metade da haste do anzol. Pegue várias fibras da pena de galo para fazer a cauda e prenda sobre a haste do anzol. Obs.: Faça a medida de modo que seja do mesmo comprimento da haste do anzol. Volte a linha de atado um ou dois milímetros. Corte e fixe a fibra da pena de pavão por sua parte mais fina. Leve a linha de atado até o primeiro terço (1/3) do comprimento da haste do anzol. Faça o corpo cônico com a linha de atado. Enrole a fibra de pena de pavão esparsadamente. Aplique cola instantânea tipo Super Bonder. Espalhe com a ponta de Bodkin. Obs.: Deixe sacar antes de continuar os próximos passos. Fixe de cada lado da haste do anzol dois pedaços de Tinsel holográfico. Faça de modo que fiquem alinhados. Faça uma alça com a linha de atado. Fixe três penas de pavão. Trance as três fibras de pavão com a linha de atado. Enrole as fibras de pavão trançadas formando o tórax e trave com a linha de atado. Corte o excedente. Puxe para frente os dois pedaços de Tinsel e prenda com a linha de atado. Observe o alinhamento. Corte o excedente. Selecione uma pena para fazer o Hackle. Remova as cerdas da parte posterior da pena. Segure a ponta da pena e puxe as demais cerdas para trás formando assim um triângulo. Obs.: Se necessário use um Hackle Plier para segurar a ponta da pena. Fixe a pena pela parte triangular que fez. Observe a posição de modo que a pena fique posicionada sobre o anzol. Faça uma base com a linha de atado para enrolar o Hackle. Forme o Hackle enrolando a linha de atado com duas ou três voltas. Forme a cabeça da mosca e corte a haste da pena que sobrou. Finalize a mosca com Whip Finish e aplique Head Cement. Passe a haste de uma pena para tirar o excedente da aplicação do Head Cement. Fazendo assim evitamos desobstruir o olho do anzol. Mosca finalizada. Essa mosca é uma versão variante das Soft Hackle e funciona como uma Wet Fly. É uma mosca que pouco afunda por não ter lastro. Pode pescar rio abaixo fazendo uma longa derivada (Swing) ou até mesmo associada com uma mosca seca pescando assim em Dropper. Passando um pouco de silicone ela pode permanecer um pouco mais na superfície para somente então vir a afundar quando for dragada pela correnteza. Para os apaixonados pela pesca da truta é uma mosca fatal deve estar presente na caixa de moscas. T+
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  38. Pois então. Boa pergunta. Acho que isso vai de cada um. O que eu digo é que voce tem que pensar o que voce quer do rio que voce esta entrando. Quer se divertir pegando maximo possível, quer levantar com secas para ver a tomada, quer o troféu. Depois de definido o objetivo, FAZER UM PLANO. Este plano é como voce vai abordar este tramo de rio. Isso envolve, leader, tipet, ingresso no rio (ou não), moscas, arremessos, derivas, como vai tirar a truta, etc Patagonia e brasil muda muito. Mas geralmente um rio tem uma corredeira rapida, um corredor e um poço. Eu chego neste ponto, e analiso onde sao as "zonas quentes", 10% do rio guarda 90% dos melhores peixes. Geralmente, começo pelo fim do ponto, que é o poço (depende do ponto de vista). No poço, muito cuidado, pois a truta come as vezes em circulos, como lago. Aí é legal fazer o que o odmir falou, segurar um tempo para ela entregar se mostrar. Voce vai poder ver o tamanho da truta, como come e principal, o intervalo de alimentação dela. Nesta situação, elas geralmente comem lento. Se tiver tomando secas, coloca seca, se não ver nada, ninfas grandes no fundo que elas vem atras as vezes. Depois no corredor, eu bato de baixo para cima, do mais perto para o mais longe. Se tiver corredor de aguas rapidas, razas e escuras, muito cuidado, pois abriga as vezes grandes marrons. Uso secas grandes, como stimultaor, caddis grandes, royal wullf grande. Sempre passo secas ou ninfas nos contrastes, seja de luz, profundidade ou correnteza. Perto de barranco, onde agua desacelera, sempre uma seca. Se a pesca esta muiiiiiiiito dura, dropper. Se esta barbada, secas (gosto pessoal), "pois prefiro convidar a truta a entrar no meu mundo do que eu invadir o mundo dela" (pablo saracco). Fazer nymphing em aguas rapidas,,,, vai levantar enormidade de trutas. Sempre repito em ordem de importancia: APROXIMAÇÃO APRESENTAÇÃO MOSCA Quando se fala em mosca, principal é silhueta (tamanho), depois cor. Geralmente a principal preocupação é a mosca, mas se nao se aproximar corretamente e se nao apresentar corretamente, pouco interesse se voce vai atirar a mosca perfeita, ela nao toma. Livros, LA PRESENTACION EN LA PESCA A MOSCA (gary borger).................. baita livro. Tem varios outros. A grande sacada que a pesca de truta é um grande jogo, então, tem jogar,e principalmente se divertir ao jogar. Se tiver extressadinho pq errou arremesso, pq espantou uma ou outra, pq esqueceu sei lá .... nada da certo.
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  39. Desde que a água começou a esfriar no início de novembro, diminuindo a atividade dos insetos, tenho pescado somente com ninfas, e nas últimas duas semanas dois tipos de ninfas se firmaram como "pegadeiras": micro-ninfas e ninfas "estimulantes". Com a baixa temperatura da água a atividade das trutas diminui bastante. Ninfas estimulantes funcionam melhor para truta nesta época, pois não apelam à fome, mas à agressão. Assim, fiz algumas experiências para tentar identificar quais as cores funcionam melhor para a arco-íris aqui no Jller, e cheguei à combinação de rosa com lilás (yeah, as cores tradicionais para steel head no inverno). O grayling continua comendo mesmo com água fria ( 5 graus hoje), e micro-ninfas funcionam muito bem uma vez que nesta época os insetos são bem pequenos. Na foto abaixo, a estimulante e exemplos de micro ninfas que tenho carregadoi comigo (2 minutos prá atar cada uma). Este grayling (43 cm) saiu ontem, um dia ensolarado, na micro-ninfa. Como se pode ver, o Jller está bem baixo, o que cria a possiblidade de pescar "a la vue" (avistando o peixe) no Jller. E esta possibilidade usei hoje, um dia encoberto e sem sombras na água. Esta arco-íris (48 cm) avistei de cima do barranco junto à margem, num lugar de correnteza fraca e com menos de 30 cm de profundidade. Amarrei um lenço num arbusto prá marcar o lugar, entrei na água uns 30 metros a jusante, me afastei 10 metros da margem, e vim caminhando abaixado em câmera lenta até estar 1 metro abaixo da posição marcada pelo lenço. Não conseguia ver o peixe e pensei "bom, ele também não me vê." Arremesso a rosa-lilás um metro acima e deixo a ninfa descer em deriva morta. Uma vez, duas vezes, na terceira a truta ataca. Tudo que eu vi foi o flash da flanqueada que ela deu prá pegar a ninfa. Espero um segundo e levanto a vara lentamente esperando uma reação violenta, que vem com esperada. A arco-íris abre água às cabeçadas e sai corredeira abaixo. O resto é como um sonho...  []'s
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  40. Um dia de atado com o Claudio Brandileone e Sergio Augusto para nossa pescaria na Patagônia 2017. Adams Hare's Ear Wetfly Wetfly by Brandileone Variante de Caddis Moscas do dia Tentei atar umas ninfas com a técnica macramé, mas não me entendi muito bem com a linha a ser trançada (), mas fica a promessa de que vou me dedicar mais.
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  41. Após ouvir falar muito bem da pesca com mosca na Catalunha pelo amigo e guia João Paulo (JP), tive a oportunidade de ir à Barcelona a trabalho e, felizmente, consegui um tempinho para pescar. Depois de ler o relato do JP (site mosca nagua) e muitas perguntas para ele, resolvi contratar um guia de pesca na região (segundo JP na Catalunha a pesca é muito técnica e difícil). Estava a procura de locais que poderia pescar até 2h de Barcelona por se tratar de um bate e volta. Os rios que havia visto a possibilidade eram o rio Ter (o mais famoso e onde acontece o campeonato mundial de pesca com mosca - Master Angles), rio Fresser e Rio Segres. São considerados rios pré-pirineus. Após pesquisa na internet entrei em contato com George do site Pesca Travel (http://www.pescatravel.com/pesca/contacto.htm) que foi sensacional. Após eu definir os dias que poderia pescar (inicialmente eu teria somente um mas consegui um segundo de brinde devido ao vôo de retorno que seria no dia seguinte ao término do meu compromisso) fiz a reserva. Alguns dias antes da viagem novamente entro em contato com George e fico sabendo que os as condições de pesca não estavam muito boas devido ao baixo volume dos rios (ele comentou que havia sido cancelado o campeonato nacional de pesca com mosca juvenil e o campeonato das mulheres que seria realizado no rio Segres no início de Setembro). Ao chegar em Barcelona não havíamos decidido ainda os rios, somente os dias. George havia escolhido para me guiar o experiente guia Joan Serra Gros, com 25 anos de experiência como guia e instrutor de pesca, o responsável por uma escola de pesca com mosca (www.pescamoscaviladrau.com) e um dos 2 únicos guias oficiais de toda Catalunha. Como meus dias de pesca seriam segunda e quarta feira, Joan foi no final de semana em todos os rios possíveis e fez uma pesquisa de campo (ele me disse depois que além de observar os peixes ele pescou retirando toda a curvatura do anzol das moscas para avaliar se estão ativas sem machuca-las ou estressa-las, somente avaliando se estavam ativas) e elegeu o rio Fresser (Val de Ribes) na segunda e rio Ter (coto Anglés) na quarta. Pescaria confirmada, passei os dados para George e Joan já providenciou a licença de pesca (20 euros) e permissão de pesca dos rios (10 euros). O valor do pacote de pesca ficou em 200 euros por dia. Não estava incluso equipamento de pesca que poderia ser alugado a parte (levei minha vara #4 com 7'9 pés, Wader e bota). George me enviou na véspera um e-mail minucioso com todas as coordenadas (trem que deveria pegar, estação, horário de saída e chegada, roupas paga levar...). Tudo pronto para pescaria, segunda pela manhã saio cedo do hotel (6:15h) pois o trem sairia da estação Lá Sagrera - Barcelona as 7:14h com chegada em Vic (Girona) as 8:28h. Ao sair do trem e me aproximar das catracas já avisto ao lado delas Joan (com camisa de pesca bordada com seu nome e guia de pesca). Embarcamos no seu carro, tomamos um rápido café da manhã e fomos ao ponto de pesca. Foram 50 minutos até Val de Ribes. Minha permissão era para o rio Fresser porém com ele estava extremamente baixo (Joan havia ido na véspera vê-lo) ele já havia planejado que pescaríamos pela manhã em seu afluente chamado Rio Segadell. Ao fundo o estacionamento onde deixamos o carro Esse rio onde pescaríamos pela manhã é livre (não precisa pagar permissão) exceto no trecho urbano onde a pesca é proibida. Iniciamos exatamente no local onde iniciava a área permitida. Esses rios são de montanha, com trutas Marrons somente nativas e muito selvagens e, devido ao pouco alimento, não crescem muito (dificilmente se pegaria uma fruta acima de 30cm) e a região era há 20 anos um rio de reserva genética. Início da zona permitida No caminho Joan foi me explicando como funcionava a pesca na Catalunha. Sempre pescavam rio acima, somente com secas e ninfas (streamers são proibidos na maioria dos rios espanhóis) e sempre com pouca linha e varas longas. Ao saber que eu havia trazido uma vara com 7,9 pés, Joan me disse que não seria bom pois o método de pesca deles seria muito difícil com minha vara. Ele havia trazido duas varas para eu usar ( 9 e 9,6 pés número #3). Também trouxe linha e carretilha (uma semi automática que ele usa nos campeonatos de pesca). Joan me falou que participa às vezes do mundial porém o considera muito desgastante (fez uma cirugia Cardiaca há 3 anos e parou de competir). Preparados para iniciar a pesca Carretilha com alavanca de recolhimento que Joan me emprestou Iniciamos então a pesca e, logo nos primeiros momentos, percebi como se tratava de uma maneira diferente que eu estava acostumado. Usávamos líderes longos (9 a 11 pés) com um segmento de 20cm de linha colorida logo acima (strike indicador) e somente um palmo de linha de Fly. Nos aproximávamos muito lentamente e pescávamos no máximo à 5 metros de onde as trutas estavam, usando somente o leader com a vara longa e bem elevada fazendo com que o mosca fizesse uma deriva natural (extremamente cansativo manter o braço elevado o tempo todo). Joan insistia que eu pescasse assim pois segundo ele a linha de Fly na agua promoveria muito arrasto e dificultaria muito a fisgada por se tratarem de trutas selvagens. Joan me disse que como não sabíamos o que as trutas estavam comendo, ele sempre inicia com um Tandem (uma ninfa na ponta e um a dois palmos acima uma seca que também funciona como um strike indicador). Já havia pescado uma vez assim com JP na serra catarinense e havia achado muito interessante e efetivo. Também havia lido, por sugestão do JP e do Jamanta, o livro abaixo que explicava muito bem esse estilo de pescaria. Como Joan além de guia era instrutor, ele foi durante todo o dia me explicando toda a anatomia do rio, onde as trutas estariam (e não somente mandar eu arremessar aqui ou ali), corrigindo meus erros e insistindo muito que eu aprendesse como se pesca na Espanha e como derivar bem uma mosca. Logo nos primeiros arremessos já saíram as primeiras trutas. Uma das primeiras trutas do dia. Marrom se recuperando após bela briga Perdigon mais efetivo do dia (lá barça como chamava Joan, fanático torcedor do Barcelona) Seca utilizada na maioria das vezes Diferentemente de como eu estava acostumado a pescar, Joan me fazia tirar todas as trutas de cada ponto de pesca. Pescamos das 9:30 às 14:30h num trecho de 100 a 150 metros de rio e capturamos 18 trutas. Segundo ele naquela região geralmente à tarde elas estão menos ativas e por isso almoçaríamos mais tarde. Após almoçarmos fomos pescar na parte livre do rio Fresser as 16:30h (a parte que eu tinha a permissão estava muito baixo o nível da água e seria quase impossível pescar). Ao chegarmos no ponto, avistamos do alto de um dos melhores trechos (seria nosso último trecho do rio) umas 8 a 10 trutas se alimentando ativamente. Ponto final da pescaria do dia Descemos uns 200m no rio (infelizmente tivemos que passar pela margem em alguns pontos e entrando pouco no rio) e, ao chegar ao local onde iniciaríamos a tarde, Joan pediu para sentamos e aguardarmos 10 minutos até as trutas voltarem ao seu local. Indo até o local onde iniciaríamos à tarde! A tarde foi menos produtiva como Joan havia falado e elas começaram a ativar novamente mais ao final em torno das 18h. Até esse momento foram poucas ações e duas ou três trutas fisgadas. Tive muita dificuldade no início em fisgar as trutas pois, como Joan havia avisado, elas são muito ariscas e rapidamente cospem as moscas ao perceber que são imitações. Ao chegarmos no melhor local ao final do dia, as trutas estavam mais ativas e capturamos mais 5 ou 6 nesse local. Detalhe do tamanho das nadadeiras que segundo Joan eram bem desenvolvidas por causa da força das corredeiras. Ao final, Joan me levou de volta à estação e após 1:20h estava novamente em Barcelona. O preço da passagem de trem foi 12 euros ida e volta. Como a próxima pescaria seria somente na quarta, tive sorte e consegui assistir ao massacre do Barcelona contra o Celtic (7 x 0) pela primeira rodada da Champions League, com direito ao show de messi, Neymar, iniesta, suarez... Dia seguinte o rio escolhido seria o Ter (coto Anglés). Nossa permissão era para um trecho de 5km onde poderiam pescar até 16 pessoas. Como era dia de semana, não encontramos ninguém no rio (por isso Joan só guia nos dias de semana). Ele comentou que esse rio é o melhor ou um dos melhores rios da Espanha. Infelizmente estava também com nível baixo e a temperatura estava mais baixa que o desejado. A chance de pegarmos trutas grandes (segundo ele elas podem chegar lá até 4-5 kg) seria remota. Peguei um trem regional as 7:28h na estação San Andreu de Comtau e as 8:38h desembarquei na estação Sils (Girona), onde Joan já me aguardava fardado e com um sorriso gigante no rosto e disposição de menino (apesar de 59 anos), tomamos café e partimos para o rio. Foram 30 minutos de carro e estacionamos na beira do mesmo. Iniciamos a pesca por volta das 10h da manhã. Outra coisa que aprendi com Joan é que em todos os locais do rio há trutas e não somente nos locais onde eu achava que elas estariam. Pescamos em pontos que eu sozinho nem arriscaria. Novamente com vara longa, dessa vez Joan trouxe uma vara #5 com 10 pés para ninfas (como havia chance de uma truta maior optou por uma 5) que era sua vara de competição e uma vara #4 com 9,6 pés para as secas. Grande vantagem estar com duas varas pois não precisávamos trocar de secas para ninfas. Rio Ter ao chegarmos Segundo Joan essas pedras ficam quase todas submersas quando está com seu nível habitual Iniciamos novamente com o Tandem (seca e ninfa) para saber o que as trutas estavam comendo. Logo já percebemos que estavam ativas e preferindo as secas. Em 30 minutos já havíamos pecado 8 a 10 trutas no mesmo local. Pequenina marrom Nesse rio além de trutas Marrons selvagens haviam também arco-íris introduzidas. Pescamos das 10 às 14:30h e capturamos 28 a 30 trutas, entre Marrons e arco-íris num trecho 50 a 100m de rio. Se me dissessem que algum pescou essa quantidade de trutas em 100m eu não acreditaria. Nos campeonatos, segundo Joan, os tramos de cada pescador são 100 - 150m. Infelizmente as grandes não conseguimos pegar. Ficamos mais de meia hora vendo 3 trutas arco-íris grandes embaixo de uma árvore baixa com muitos troncos à frente delas. Elas ficavam num banco de área na margem impossível de colocar a mosca lá (isso que estávamos à menos de 5m delas) e às vezes saiam, comiam e voltavam rapidamente ao refúgio..... E essa era a nossa chance. Passamos diversas secas e ninfas e nenhuma delas deu bola. Após perder um ninfa na árvore e desistirmos de pega-las, Joan decide resgatar a mosca e tentar espantar as trutas e torcer para que elas saiam do refúgio e fiquem próximas. Deu certo e uma ficou 4 metros acima. Foi então que passei uma ninfa e consegui fisga-la. Joan viu meu susto ao perceber o tamanho de truta e falou: calma que é grande e deixe a tomar linha....mais não deu tempo ... Em poucos segundos ela deu uma corrida para baixo e rompeu o tippet!! Sai muito chateado por a ter perdido e Joan falou que poucos conseguem fisgar estas velhacas e eu ter conseguido isso já foi muito bom. Até fotografei o local onde se escondiam...ficará na memória!! Novamente almoçamos em um restaurante próximo ao rio que tinha um custo de 10 a 11 euros (primeiro e segundo prato, sobremesa e bebida). Após almoço, fomos a outro trecho (afinal tínhamos 5km de rio para escolher). Pescamos num trecho novamente de uns 100m com uma longa sequência de corredeiras, muitos pockets. Saíram boas Marrons e arco-íris A tarde o tempo esfriou um pouco mais e dificultou a pesca porém mesmo assim achamos bons peixes. Pescamos até as 19h mais umas 15 trutas. Fiquei impressionado com a quantidade de peixes que aquele rio tem. Apesar de não termos pego as grandes foi sensacional o dia. As 20h estava novamente na estação e antes das 22h já estava novamente em Barcelona. A passagem desse trem custou 14 euros ida e volta. Foram dois dias de pesca sensacionais, não só pela quantidade de peixes mais sim pelo grande aprendizado que tive com relação à deriva, boa apresentação, pesca com muito pouco linha (pesca de Punto como Joan chamava) e aproximação. Joan foi incrível. Sempre simpático e muito conversador. Vi a grande vantagem de ele ser instrutor por poder também me corrigir alguns erros. Com certeza vale muito a pena os seus serviços. Ao final ele me deu vários perdigones de presente para usar no Brasil, um carretel novo com linha bicolor para usar com marcador de fisgada e um leader novo da Rio... Joan e seu colete de de competição (parecia o cinto só batman)... Segundo ele haviam umas mil moscas com ele!!
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  42. No inicio desse ano, após viagem confirmada à trabalho para Londres e rápida conversa com Jamanta ( “Cristiano, a Inglaterra é o berço do fly!!”), iniciei a busca por algum lugar para pescar próximo à cidade. Teria um dia inteiro que poderia ser dedicado à pesca. Depois de muita procura na internet e alguns e-mails enviados à procura de um guia de pesca encontro James da empresa Fishing London (http://www.fishinglondon.co.uk). Rapidamente me respondeu e, após uns 10 e-mails trocados, estava acertada a pescaria. Como minha preferência era pesca de trutas marrons, a escolha foi pelo Itchen River, localizado na cidade de Winchester e seria guiado por Tom. A cidade fica há aproximadamente uma hora de trem saindo de Londres. O pacote incluía toda tralha de pesca, guia, licença de pesca, permissão do rio e translado da estação de trem até o rio. O valor total pago foram duzentas libras. Após ler alguma coisa na internet e depois conversando com o guia Tom, descobri que na Inglaterra essa questão das licenças e permissões são muito organizadas e respeitadas. Você precisa adquirir uma licença de pesca e, além disso, uma permissão especifica do rio ou até trechos do mesmo onde o valor varia de bastante. O interessante disso é que limita a quantidade de pescadores no dia da sua pescaria e não se corre o risco de não conseguir pescar devido ao excesso de pescadores. James foi extremamente atencioso desde o início e me passou todas as coordenadas para encontrar o guia. Após o pagamento do pacote (transferência via Paypal), fiz a compra das passagens de trem de Londres para Winchester (também orientado por ele), que custaram 27 libras (ida e volta). A viagem tem duração de 60 minutos e você pode comprar o bilhete de volta com horário em aberto (mesmo preço). Isso ajudou muito a não ter que me preocupar com o horário da volta pois haviam trens a cada meia hora até à meia noite. Durante os dias que antecedem a pescaria, a previsão estava péssima em todos os dias, exceto no dia que eu iria pescar (pequena chance de chuva à tarde). Tom me ligou na véspera à noite para combinarmos e ele percebeu minha apreensão quanto a aproveitar o máximo possível do tempo e me disse que não tinha compromisso após a pescaria e poderíamos ficar pescando até anoitecer (o pacote originalmente incluía 8h de pescaria). No dia seguinte peguei o trem saindo as 7:05h de Londres (estação waterloo) e chegando às 8:05h em Winchester. Ao desembarcar já avistei o guia me aguardado na estação e, após alguns minutos de conversa, fizemos um rápido passeio pela cidade (o rio passa no meio dela) Rio passando no centro de Winchester. e em seguida fomos a um Fly shop na cidade para descobrir quais as moscas que mais estavam funcionando naqueles dias. Aqui um adendo, Londres tem um Fly shop muito bom (3 andares de loja) chamado Farlows que tem de tudo e bons preços e, 100m ao lado, havia uma loja da Orvis. Seguimos para o rio que não ficava longe. Após uns 15 minutos já estávamos estacionando na beira do mesmo e colocando os waders. O trecho do rio que eu havia comprado a permissão passa numa área habitada porém pouco movimentada. Toda margem do rio havia um caminho para caminhadas e no outro lado casas de moradores. Incrível acreditar que tão próximo aquelas casas haviam rios com peixes e possibilidade de pescar. Segundo Tom, naquele rio haviam Trutas marrons, graylings, poucas trutas arco-íris e raramente salmões. Como fomos em Abril ainda não era a época forte para pesca de grayling e o foco seriam marrons (era meu desejo também). Caminho de pedestres ao lado do rio Ao chegar no rio fiquei impressionado com o mesmo. Águas cristalinas e rasas com visibilidade total do fundo. O rio tinha uns 5 a 10 metros de largura na sua grande maioria. Segundo Tom, a estratégia de pesca seria sempre pescarmos rio acima e ,na maioria das vezes, arremessando das margens pois os peixes lá são extremamente ariscos. A pesca rio abaixo era praticamente impossível devido à transparência da água e proximidade dos peixes. Foi um tipo de pescaria totalmente diferente do que eu estava acostumado pois estávamos praticamente caçando no visual as trutas o tempo todo. Foi nesse momento que percebi a vantagem de ter um guia neste local. Andávamos pelas margens do rio e ele procurando os peixes. Eu sinceramente não via nenhum e a cada 5 ou 10 metros ele os avistava, o qual eu demorava para identificar. Tom ao fundo "caçando as trutas" Primeiro peixe avistado e, após ele me entregar a vara (Tom trouxe varas 3 e 4, uma curta para moscas secas e outra longa para ninfas), tiro minha mochila das costas e ao coloca-lá no chão (estávamos rio abaixo e há uns 10m do peixe), somente a vibração da batida da mochila no chão assustou a truta. Naquele momento percebi que não seria fácil a pescaria. Subimos mais alguns metros e outro avistado por ele. Dessa vez com mais cuidado, lancei uma pequena ninfa (14 ou 16) e, no segundo arremesso, o peixe fisgou. Era um pequeno grayling, peixe com hábitos alimentares bem semelhantes a truta bem como técnica de pesca. Primeiro Grayling do dia... Na próxima hora foram mais alguns peixes avistados porém eles estavam muito seletivos e ariscos. Em muitos momentos tivemos que seguir agachados pelas margens até o local do lançamento tamanha era a facilidade dos peixes em nos ver. Seguimos rio acima quando Tom avistou duas belas marrons. Confesso que levei uns 20 segundos para encontrá-las (apesar de estar ha uns 4 metros delas). Tom orientou a me aproximar novamente arrastando no chão até o ponto de lançamento. Enquanto eu preparava o cast ele falou: " você só tem uma chance com ela". A pressão que já era grande pois a truta estava embaixo de uma galhada (tive que arremessar de lado e deitado) aumentou muito porém felizmente consegui colocar a ninfa no local desejado. Após uns 2 metros de deriva a truta seguiu a mosca durante sua descida e a abocanhou rapidamente. O melhor foi que estávamos há uns 3 metros dela e com aquela água transparente. Após fisgada, tivemos uns 3 a 5 minutos de briga até ela se entregar. Tom entrou no rio dizendo que aquela não poderíamos perder e, com auxílio do net, capturou a bela marrom. Naquele momento percebi a felicidade dele e uma sensação de alívio. Havia percebido desde o início que ele estava um pouco tenso e então Tom desabafou. Apesar de ele pescar há mais de 15 anos e ter guiado informalmente muitas pessoas, aquela foi a primeira vez que ele guiava alguém profissionalmente. Ele havia feito todos os cursos e conquistados as permissões para ser guia profissional. Tanto eu quanto ele estávamos com a sensação de dever cumprindo. Eu tinha o sonho de capturar uma marrom e ele de fazer torna-se realidade. Foto com guia Tom Avistamos mais alguns peixes pequenos porém sem ações. Nesse momento encontramos outro pescador indo embora (por volta do meio dia) pois, segundo ele, o dia não estava bom. Fizemos uma rápida parada e comemos um lanche em um restaurante na beira do rio. Transparência da agua... Durante o resto do dia pegamos mais alguns peixes (aproximadamente 10 no total), alguns com mosca seca e a maioria com ninfas. Mais um Grayling A tarde o tempo fechou e ate uma garoa apareceu. Pescamos também num arroio pequeno que rendeu algumas marrons pequenas com moscas secas. Mais uma marrom na mosca seca Como Tom havia me dito, poderíamos pescar até eu cansar e por volta das 20:30h quando começava a escurecer paramos. Para mim foi uma excelente experiência, apesar da dificuldade, tivemos boas ações e principalmente aprendi bastante. Com certeza recomendo eles para quem for para Londres. Espero que esse relato ajude aos amigos e estou a disposição caso alguém precise de informações!!
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  43. Vídeo onde o mestre Leandro Vitorino compartilha um pouco dos seus conhecimentos e técnicas e claro a Pirapitinga dando show!!! assistam o vídeo!
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  44. Estava um tempo meio ausente do fórum, muita correria nesse começo, um longo inverno e voltar a sentar em um banco de faculdade tiraram muito do meu tempo e, o pouco que restou, usei pra pescar e é justamente esse o intuito desse post, mostrar um apanhado geral das pescarias que fiz nesses 6 meses de Canadá, 6 meses modo de falar porque a temporada de pesca começou mesmo a 3 meses aproximadamente. Antes de abril foi simplesmente impossível pescar, quando se está a -30 graus com um vento cortante dando uma sensação térmica abaixo de 40 negativos entende-se bem isso... O fato é que viver esse primeiro inverno canadense foi menos traumático que eu pensei, o tempo passou rápido e preenchi com várias atividades como patins no gelo, etc... A grande verdade é que sempre que dava eu saía pra dar uma espiada no rio pra ver e imaginar como seriam as empreitadas futuras à essas águas tão desconhecidas. Saint Laurence River em pleno inverno. Dá pra ver muito gelo descendo. Difícil imaginar como ficaria 3 meses depois. Bom, acho que ninguém quer ficar vendo gelo, o negócio é pescaria e vamos à elas. Mas antes de falar da pescaria preciso falar de um cara que foi muito importante nesse meu começo, não só na parte da pescaria mas de uma maneira geral. O Bruno, a maioria daqui já o conhece. Ele conhece o Canadá e seu modo de funcionamento muito bem e, a cada saída com ele, eu aprendo alguma coisa seja de pesca, seja de Canadá, ao longo desse relato vocês o verão muito. Voltando a pescaria, como falei só começamos a pescar em Abril, especificamente dia 13 fizemos a nossa primeira empreitada. Foi uma ida a um rio atrás das trutas. Aliás, vou separar esse relato mais ou menos por espécies e tipo de pescaria e não cronologicamente, acho que assim fica mais curto e resumido e melhor de ler. Deixarei as trutas pro final, e começarei com umas pescarias variadas que fiz no Canal Lachine. Essa pescaria é 110% Street Fishing. Basicamente nesse canal existem Pikes, Smallmouths Bass (dizem que tem Largemouths também), Rock Bass, Perchaudes, Sunfish, BlueGill, entre outras. Por ser um local walk distance da minha casa, eu tive a oportunidade de visitar esse canal em algumas ocasiões e saíram uns peixinhos. Sunfish: Perchaudes: Bluegill: Rock Bass: Um melhorzinho: Esses peixinhos aí na #3 garantem uma boa diversão e a quantidade deles é absurda, mas chega uma hora que buscamos o algo a mais, aí que o Canal Lachine reserva boas surpresas. Um belo dia um Bass bate num com força e faz a minha #3 sofrer: Primeiro Bass das terras geladas: Depois disso me equipei com uma vara #8 e me preparei para os Pikes e Bass. E as pescarias de bass se focalizaram no Saint Laurence com o Bruno. Na verdade, ele me apresentou uma região belíssima a qual realizou belas pescarias no verão passado (pra quem não leu, vale a pena dar uma olhada nesse relato dele: http://www.mosqueirosdorio.com.br/forum/index.php?/topic/11821-montreal/ ) Ele me ensinou a técnica de swing que é muito interessante, o legal é que já vou treinando essa técnica para o run de Steelhead de Novembro. Ele também tentou me iniciar no Double Hand, mas o pangaré aqui não se saiu bem, vou treinando e quem sabe um dia eu chego lá hahaha Bruno lançando com a DH no Saint Laurence ainda cheio e com a água turva do degelo: Umas imagens dos rápidos Lachine (Não é o Canal Lachine, apesar do nome semelhante o local é totalmente diferente). E os Basses aparecem em peso nessa região. Bass na linha: O Bruno com os dele também: E a bassrada pegando forte nos rápidos. Esse playground a 20min de casa é um baita privilégio. Os grandes que o Bruno pegou ano passado ainda não saíram essa temporada, mas logo vão aparecer, até porque o verão só começou... No mês de maio ocorreu o RUN de um peixe emblemático que se chama ALOSE. O Alose é uma espécie de "sardinhão" do Atlântico que sobe o Saint Laurence (Rivière-des-Prairies mais especificamente) para se reproduzir assim como fazem várias espécies de salmonídeos. Centenas de pescadores lotam as margens do rio para tentar buscar seu peixe... Farei algumas ponderações dessa pescaria. É uma pescaria nada elegante, até porque ficar buscando um espaço na beira do rio não tem nada de glamour. O local não é apropriado para o fly fishing devido a quantidade enorme de pescadores de jig. É uma pescaria urbana pois o run se concentra num trecho do rio no meio da cidade. Tem MUITOOOOO Alose subindo o rio, é uma quantidade absurda de peixe. A pesca com mosca do Alose é um tanto quanto difícil e resolvi ir de teimosia pois, mesmo sabendo disso tudo, queriam tentar pegar um Alose. Pescaria urbana tem suas vantagens, indo pescar de metrô: Chegando no ponto de pesca: Grata surpresa ao chegar e ver um flyzeiro de DH. Estava chovendo e um clima bem frio pra época por isso fiz poucas fotos. Depois de tentar por várias horas sem sucesso, eu finalmente consegui um bom lugar na cabeça do run e tive minhas primeiras ações. O primeiro peixe bateu e acabei perdendo depois de uns 10min de briga, estava com a minha #3 (subdimensionada para essa pescaria). A força e esportividade desse peixe é algo inacreditável, sem dúvida é um dos peixes mais esportivos que tive o prazer de pescar. Na segunda batida eu não menosprezei o peixe e fui com mais calma e busquei cansar mais o peixe sem forçar tanto... Deu certo, depois de uns 10-12 minutos de briga tinha meu Alose nas mãos: Peixe lindíssimo e absurdamente rápido. Peixe liberado, me dei por satisfeito e fui embora feliz da vida. Foi sorte porque a chuva apertou muito... Fiz umas empreitadas nos PIKES também e tive meus primeiros espécimes pegos com equipamento de fly. Alguns pontos de Pike no Saint Laurence: Vários pequenos brigadores: E o maiorzinho da turma com 60cm. Volte e meia visitando a excelente fly shop de Montréal: Essas foram as pescarias mais mistas que fiz por aqui, estou pescando mais que imaginava e nosso quintal tem excelentes opções. Como prometido, agora falarei das pescarias de trutas que fizemos até o presente momento dessa temporada. Lá em cima comentei que 13 de Abril fizemos nossa primeira pescaria da temporada e foi de truta. Fomos para um pequeno rio mais a título de explorar mesmo, na verdade nem sabíamos se tinha ou não truta, o fato é que ele está no sistema do Chateauguay (falarei bastante desse rio) e imaginamos que poderia ter, mas analisando alguns fatos depois, observamos que é um rio com pouco volume de água no verão e dificilmente suportaria uma população de truta. Algumas fotos dessa aventura: O belo ruisseau Noir: Apesar dessa pescaria, para as trutas nos concentramos 100% no rio Chateauguay. Esse rio nasce nos Adirondacks nos USA e desce até desaguar no Saint Laurence em Québec Canadá. É um rio lindo, clássico para as trutas e SUPER técnico (um dos mais difíceis que já pesquei). Na verdade existe uma questão em torno do Chateauguay que é importante ressaltar... O estado de NY estoca trutas nesse rio e o Canadá não, o fato é que a pesca do lado canadense é muito mais difícil que nos USA, seja pelos estoques de lá, seja pela conformação do rio no nosso vizinho que parece ser mais adequada para os peixes. Uma coisa que é importante falar também é que, apesar dos estoques, o Chateauguay tem grandes trutas marrons residentes. Fizemos algumas empreitadas de reconhecimento ainda em Abril e vimos de perto o porquê de ser um rio considerado como desafiador por muitos... É um rio de difícil leitura e apresentar decentemente a mosca é um desafio. Esse trecho fica a alguns metros da fronteira com os USA. Alguns insetos da região. Uma stone gigante. Ele tem trechos de remansos. Grandes runs E algumas sessões de pools Em termos de pesca eu tive alguns peixes ferrados e até agora não consegui nenhuma foto, todos escaparam antes. Acho que estou com algum karma de vidas passadas com esse rio, não é possível isso. Hahaha O Bruno fez uma excelente pescaria do lado Americano e pegou uma linda brown... E também garantiu uma bonita rainbow do lado canadense. As pescarias no Chateauguay geralmente são desafiadoras e não temos mais que 4-5 ações em 3-4h de pesca. Como citei, é um rio de difícil leitura e apresentação da mosca, mas ao poucos estamos desvendando as melhores formas e locais para pescar. Para começar a contar as sagas de pescarias, acho que é isso por enquanto. Temos um longo e merecido verão pela frente e, junto com ele, muitas pescarias... Abração amigos.
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  45. Rio do Tigre / SC 25,26,27 e 28/02/2017 Como já faz muito tempo que não consigo tirar férias, quando posso, tento sempre sair em algum feriado e o Carnaval é um dos meus preferidos, primeiro porque não gosto de carnaval (risos) e segundo porque acaba sendo um feriadão perfeito para fugir do tumulto e nada melhor para isso que a Serra de Santa Catarina, neste caso o Rio do Tigre na cidade de Rio Rufino / SC na Fazenda Rio do Tigre do amigo Paulo Nunes. Agora com um pouco mais de experiência com a Trutas, não que seja tão fácil capturar as danadinhas, mas costumo dizer que não vou pescar e sim curtir cada momento, digo isso porque nestas “pescarias” minha esposa me acompanha o que é legal, mas como não gosta de pescar costumo alternar entre turismo e pesca e com isso acabei sem querer encontrando um “prazer” diferente na pesca de trutas, ao contrário da tradicional onde ficamos o dia inteiro pescando exaustivamente atrás das danadas, nesta alterno momentos de pesca, com passeios em locais diferentes, momentos de fotos, pic nic e assim vai ... se pudesse comparar com algo diria que a sensação é semelhante a quando se aprende a degustar um bom vinho, porém, na pesca de trutas, que acabou sendo muito mais prazerosa do que cansativa, difícil de explicar, mas o exemplo do vinho é uma boa comparação pra quem gosta de vinho é claro (risos) onde abdica-se um pouco da quantidade pela qualidade de pesca, diria que é uma proposta diferente e não quer dizer ficar o dia inteiro pescando também não me deixe feliz. Não que estivesse tão calor, mas para mim que adora o frio não achei necessidade de colocar o wader, apenas uma bermuda e a bota de vadeio, mas tenho amigos que vão lá mesmo no verão e acham a água gelada demais, a água estava límpida e o nível do rio bem mais baixo da última vez que pesquei a quase um ano, foi minha primeira pescaria ali com a vara #2 e foi sensacional, apenas na cachoeira utilizei a #4 devido a dificuldade de arremesso por causa da pressão da queda dágua e necessidade de iscas mais pesadas devido a correnteza. Reparem que nesta foto estou de chinelo de dedos (risos), claro que estava próximo da fazendo e só estava fazendo digestão do café e junto comigo o famoso Juizo. A maior sempre escapa em todas as pescarias não é mesmo (risos), mas juro que é verdade isso, tenho o Paulo Nunes como testemunha que me acompanhou na trilha até a cachoeira, a truta era bem grande, com certeza a maior de toda a pescaria, já sabia disso assim que ela bateu e correu vergando a vara #4 de uma forma que parecia a #2 e não falo isso apenas por imaginar seu tamanho, eu realmente a vi e coloquei a mão nela dentro do net, quando fui pegá-la para a foto do troféu onde o Paulo Nunes já estava com seu celular pronto e esperando a danada e anti-social simplesmente salta fora do net e retorna para cachoeira sem a foto, tenho certeza que todos os amigos sabem o que o pescador sente neste momento (risos), mesmo assim valeu a briga como consolo. Na cachoeira pesquei muito pouco tempo em virtude do tempo ter começado a fechar aparentando temporal e é um local perigoso para se estar com chuva, foram apenas 3 capturas ali contando com a "fujona" em um período bem curto, não foi mais que 40 minutos de pesca.
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  46. Amigo estou as vésperas de minha viagem para a Patagônia e assim mais um ano de pesca com os amigos. A cada ano o números de amigos aumenta e dessa vez formamos um grupo com 12 mosqueiros. Fico ausente até o domingo de Páscoa e quando voltar terei muita coisa para contar. Um abraço para todos e conto com a colaboração dos amigos para manter a casa arrumada. T+
    8 points
  47. 8 points
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